DANTE PETROV NARRANDO. Chegar à Rússia sempre tem um gosto amargo de lembranças e poder. O jato aterrorizou com suavidade, mas o meu humor estava longe de suave. A viagem havia sido tranquila, mas a tensão se acumulava em meus ombros. Havia traidores à espreita, e isso me irritava mais do que o frio cortante que recebi ao descer do jato. O carro preto estava esperando por mim na pista, como sempre, e sem uma palavra, entrei no banco traseiro. O motorista já sabia o destino: o galpão no distrito industrial. O meu foco estava lá, onde um de nossos homens havia decidido que seria uma boa ideia me trair. Traição, para mim, não era apenas uma afronta ao poder, mas uma ofensa pessoal. E quem ousasse me desafiar, pagaria com juros. O silêncio no carro era quebrado apenas pelo ronco do motor,