O Aniversário

2182 Words
(Pither) Eu continuo nesse lugar entediante! Os enfermeiros me visitam umas vinte vezes ao dia. Sempre com analgésicos, antiinflamatórios e injeções. Naná dormiu aqui umas duas noites e papai uma. Mas a minha fiel companhia foi a menina Esther! Sempre com seus cuidados exagerados e suas manias de proteção... Mas é uma boa garota! A minha parte favorita são seus banhos... Hehehe! Eu ainda não recuperei a minha memória! Mas sempre que ela toca em mim meu p*u levanta com uma certa facilidade! Deve ser o extinto que me persegue! Mas devo confessar que hoje senti falta dela. Matheus veio me visitar, ele e uma garota que parecia me conhecer muito bem. Mas eu nem sequer lembro o nome dela! Porém seus cabelos jamais passaram despercebidos. Creio que eles sabiam da minha falta de memória. Por isso fizeram poucas perguntas. - Muito obrigado por vocês terem vindo me visitar! Agradeci. - Por que não viria se foi eu que te encontrei naquele dia...?! Matheus me disse com um sorriso discreto. - Sério? Você não viu quem fez isso comigo? Perguntei achando que Matheus pudesse me ajudar. - Na verdade foi Esther e eu que chegamos primeiro... Ela sabia exatamente onde você estava. Porque você ligou pra ela minutos antes! Franzi a testa pensativo. - Eu sinto muito primo mas quando cheguei você estava sozinho! - Esse é um mistério que infelizmente eu não vou poder desvendar! Falei desanimado. - Deixa essa missão pra policia! Você tem que ficar bom logo pra sair daqui... Ele disse dando tapinhas no meu ombro. - Cara eu não vejo a hora de sair daqui! Não sei porque ainda não me deram alta?! Falei reclamando. - Deve ser porque você fica jogando charme para as enfermeiras!! Ele disse em tom de deboche. - Cala a boca! Falei gargalhando. - Mas me responde uma coisa! - Fala Dom Juan do hospital! Ele disse me sacaneando. - Aquela garota, a Esther... Como a gente era, você lembra? Perguntei curioso. - Olha! Se me permite gostaria que a minha namorada Luísa te respondesse! Me virei para a ruiva baixinha que até então estava quietinha, e ela se pronunciou. - Pither! Talvez você esteja um pouco confuso, mas quero que saiba que somos amigos! E Esther também é minha amiga, eu a conheci na sua casa. Foi você mesmo quem nos apresentou! Eu não quero prolongar muito, mas vocês dois eram o casal mais apaixonados que eu já presenciei! Você era capaz de tudo por ela! Até quebrar a cara do i****a que tentou se aproveitar dela! Eu nem piscava de tão concentrado que fiquei no papo daquela garota. - Vocês ficavam as escondidas e um dia eu a encorajei dizendo... "Que quando é de verdade a gente não tem pra onde correr!" Eu ainda tenho fé em vocês dois! Aquela conversa entrou de atravessado o meu peito! E pude perceber que eu era diferente do que me vi nos sonhos, quando estudava em Boston. Eu realmente havia mudado e foi por ela. (...) Enfim o médico me deu alta. E foi no dia do meu aniversário! Isso só porquê sou um homem muito sortudo. Eu me arrumei todo esperando ela vir me buscar. Mas meu pai veio sozinho e eu tive vontade de jogar minha cama pela janela. Ele não me explicou o motivo apenas assinou a papelada, e eu tive o privilégio de sair de cadeira de rodas do hospital. Acenando para todo mundo como se fosse o presidente. Ouvi muitos comentários e elogios do pessoal que veio se despedir de mim. Como... " Vamos sentir saudades!", " Ele não deu trabalho nenhum!", " É super bonzinho!" E eu feito um menino dengoso adorava cada demostração de afeto. Como se não fosse a minha obrigação me comportar. Eu não podia andar muito, nem fazer esforço. Também não poderei comer qualquer coisa, principalmente frituras... Tudo isso para a recuperação da cirurgia. Eu não ligava para as exigências! Sabia que tinha nascido de novo! Pela segunda vez Deus poupou a minha vida! E tenho uma total convicção que tem o dedinho da minha mãe nisso! Papai já tinha mandado consertar o carro. Levantei às minhas sobrancelhas admirando sua agilidade notória. Ele nunca teve motorista. Por isso chamou o nosso contador para nos ajudar com o meu processo lento de subir e descer do carro. Ainda bem que ele tinha bastante paciência. Quando avistei o condomínio sorri animado por enfim voltar pra casa! Eu quase não conversei, só queria que aquela garota me desse uma boa explicação, por não ter comparecido na minha saída do hospital. Chegamos na garagem e papai tirou a cadeira. - Pai por favor deixa eu ir andando?! - Pither não seja teimoso, o médico instruiu que você não se locomove-se ainda, devido aos pontos! Revirei os olhos mas acabei concordando. Abri a porta da sala com ele logo atrás me empurrando, quando passei o batente da porta ouvi todo mundo gritar em uníssono. - Surpresa!! Eu levei um baita susto. Bexigas penduradas por toda a sala incluindo a escada. Vários cartazes de boas vindas, e todo o pessoal que trabalha com a gente tudo sorrindo pra mim! De verdade, me senti importante! Começaram uma versão engraçada de um "Parabéns pra você", e eu fiquei muito feliz por eles terem lembrado. Papai estava atrás de mim batendo palmas e por incrível que pareça sorrindo. Naná veio até a mim cantarolando e com um bolo muito lindo que aposto que feito por ela e Olívia. Nele haviam vinte e cinco mini velinhas. Depois que as assoprei todos riram e bateram palmas vindo me abraçar, um por um de uma forma muito carinhosa. Eu estava muito feliz com tudo o que fizeram por mim. Até brigadeiros eles prepararam porque sabiam que eu não resistia a eles! Mas e ela onde estava? Porque não veio me receber? Papai me levou no meio da sala onde Naná partiu o bolo, e distribuiu para todo o pessoal. - Esse é o meu presente querido! Naná me entregou uma caixa toda embrulhada. - Você não precisava ter se incomodado! A beijei na face com gratidão. Olívia também me comprou lembrancinha. - É difícil comprar algo pra alguém que tem tudo! Ela disse e todos riram. O pessoal ficou festejando e eu pedi para ir para o quarto. - Filho você vai ter que passar uma temporada dormindo aqui embaixo. A escada não faz bem pra você! Assenti mesmo não suportando a ideia de ficar mais dias longe do meu cantinho. Naná me levou até o corredor dos quartos de hóspedes. Agradeci a todo o pessoal pela deliciosa recepção, e fui sentido a última porta do fundo com ela me empurrando atrás. Quando mexi na maçaneta da porta eu tive um relapso de memória. Parecia um trailer de um filme em preto e branco, porém em câmeras lentas. Vi Esther de pijama dentro do quarto, ela estava de cabelos molhados e sorria pra mim o tempo todo. Depois ela caiu sobre a cama gargalhando, enquanto eu a fazia cócegas de brincadeira... Será que isso aconteceu? Fiquei imaginando como teria sido incrível se fosse verdade! A porta do quarto se abriu e ele estava todo decorado. Havia corações de gás hélio flutuando pelo quarto, muitos recortes também de coração sobre a cama, e muitos adesivos com meu nome na parede. Por um momento eu achei que fosse parte da surpresa do pessoal da sala. Mas algo chamou minha atenção... Na escrivaninha havia vários porta retratos com fotos minhas e de Esther, e bem ao lado um cartão aberto que estava escrito "O Nosso amor existe, Neto! " Sorri me virando para trás e ela saiu do armário com seu jeito meigo e espontâneo. Sorrindo com timidez, deu de ombros. - Feliz Aniversário Neto! Cara! Pode ser o marmanjo mais coração de pedra, se ver uma cena dessas se derrete!! Naná acenou para mim fechando a porta. E eu me virei admirando como Esther estava bonita e bem vestida. Ela se aproximou me entregando uma caixa com uma fita vermelha em cima. - Espero que goste! Disse respirando fundo. Percebi o seu nervosismo. Puxei as fitas e elas caíram revelando a minha enorme surpresa. - Um filhote? Meu queixo caiu em surpresa. - Você não curte os gatos, não disse nada sobre os cachorros... Pra falar a verdade acho que a sua implicância é só o com o Sucrilhos! Eu não estava entendendo nada do que ela estava falando. - Não! Eu adorei! Falei pegando aquele animalzinho no colo e acariciando sua pequena cabecinha. - Obrigado! Eu amei o presente... O cachorrinho era muito simpático, me lambia o tempo todo abanando a cauda. - Que bom que gostou! Ela disse também alisando ele, que se dividia entre a gente. - O nome dele vai ser Bob! Falei mexendo nas suas orelhinhas. Esther colocou ele no chão enquanto eu me levantava para me sentar na cama. - Deixa que eu te ajudo! Ela disse me apoiando nela. Me sentei sentindo o cheiro do seu cabelo que caiu sobre o meu rosto. E seu perfume doce que tocou o meu nariz. - Senta aqui, quero te agradecer pelo presente! Ela se sentou animada esperando o meu abraço, mas eu toquei no seu rosto e lasquei foi um beijo nela. Devo confessar que a peguei desprevenida! Senti seu corpo se enrijecer quando beijei seus lábios. O calor de seu corpo me engolfou! Eu não sei como a costumava beijar mas tive a sensação que ela estava gostando. Esther abriu sua boca pra mim me oferecendo sua língua, eu a tomei pra mim sem pudor. Meu coração batia feito um tambor dentro do peito! E eu pude sentir que até o cachorrinho ficou feliz com o nosso beijo. Pois ouvi os seus latidos em aprovação. Eu a beijei com mais intensidade, não posso negar que ela me deixa louco de desejo! Quando ela puxou meu lábio inferior e o mordeu levemente eu tive certeza que já a tinha beijado. Coloquei meus dedos entre seus cabelos, já sentindo minha calça quase estourando. Esther puxou a minha camiseta me levando pra si. Ela me abraçou com força e eu recuei. - Aaaii! Senti a região da cirurgia dá uma ardência. - Me desculpa! Ela disse envergonhada. - Tá tudo bem? Seus olhos desceram do meu rosto para o meu abdômen. - Não foi nada! Falei me recompondo. - Nossa!! Ela disse quando viu o volume intenso sobre a minha calça. - É! Acho que ele se lembra muito bem de você! Falei vendo seu rosto corar. Esther passou a mão pelo rosto vermelho, e eu a trouxe mais para perto de mim. Colocando sua cabeça no meu ombro esquerdo. - Eu senti sua falta na saída do hospital, e quando cantaram parabéns na sala você não estava... Falei em tom de sussurro. - Eu não pude ir por causa do cachorrinho! Ela me olhou com um sorriso. - Eu acho que meu coração tá se apaixonando de novo por você... Isso é possível? Falei. - Talvez ele nunca tenha me esquecido! E me deu um leve beijo nos lábios. - Eu te amo Neto! Amo mais que tudo! - Obrigado por não desistir de mim! (Esther) Devagar as coisas vão entrando nos trilhos. Eu passei a noite alí com o Pither, a gente dormiu abraçados sem se preocupar com o que as pessoas iam pensar. Não fizemos amor pois apesar de ele estar aparentemente bem, não podemos esquecer que ele levou um tiro! E sobreviveu por um milagre. No meio da madrugada senti meu estômago enjoar, no quarto de hóspedes do andar de baixo, não haviam banheiro. Então tive que pular da cama para ir até o corredor, e me segurando para não vomitar no caminho. Abri a porta e me desabei naquele lugar, há dias eu venho passando m*l, minha pressão anda baixa e eu vivo enjoada. Mas não contei a ninguém não quero preocupar ainda mais a família. Por um momento achei que não ia conseguir me levantar. Meu rosto suava frio e o banheiro começou a girar. - Esther! Naná me chamou abrindo a porta e me vendo naquela situação. - Venha querida eu te ajudo a se levantar! Ela me ajudou e eu joguei água fria no rosto pra ver se ajudava. - Você está esperando o quê para contar ao Pither? Me virei atenta ao seu comentário, secando meu rosto na toalha. - Não deve ser nada grave! Eu ando muito estressada ultimamente e deve ser o tempero novo na comida de Olívia que esta me dando náuseas... - Humm... Ela balançou a cabeça. -Variações de humor... Sente o paladar diferente... E enjoando a todo instante! - Não é nada Naná... Deve ser psicológico! Falei com desdém. - Aham... Sua menstruação está atrasada? Ela me disse levantando uma de suas sobrancelhas. Parei por instante tentando raciocinar. - Sim, mas o mês ainda não terminou... Falei. - Esther eu não acredito que você não está percebendo o que está acontecendo? Ela me disse extremamente séria e eu me assustei!
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