CAP 2

1414 Words
Susan Costello A casa continua lotada e não paro de servir as mesas. A música continua a todo vapor e as garotas já mudaram o número de apresentação que fez três delas serem levadas para os quartos. Apenas ignoro o fato e tento me concentrar nas minhas obrigações. Enquanto limpo o balcão e separo mais bebidas, vejo Hillary dança no pole dance do centro do salão, recebendo aplausos e notas são jogadas em seus pés. Ela vai tirar um bom dinheiro hoje! É nessa hora que vejo homens de terno entrarem e no meio deles, há um homem de terno azul-escuro quase preto. Luiz os recebe e mostra o caminho para a mesa da ala vip e os acompanho com o olhar. Não consigo ver nitidamente o rosto deles, de nenhum deles para ser exata, então, dou de ombros notando apenas como eles são estranhos. Só os outros que olharam ao redor, o homem do meio praticamente ignora o local! Enfim, ignoro a presença deles como faço com todos e Hillary termina o seu número no pole dance. Ela faz um gesto de agradecimento e sai plena do lugar, pois as notas jogadas, são sugadas para não ter que pegar tudo ali. Fizemos uma reforma que ajudou muito as meninas no palco, então, ela vem sorrindo largo até mim. — Preciso beber alguma coisa! — Ela fala ofegante, mostrando estar cansada, mas animada. — Hum, quer que eu prepare o quê? — Começo a olhar o que já separei de bebidas no balcão. — Pode ser só uma água mesmo! Eu não posso ficar bêbada hoje. — Aceno com a cabeça e me viro para pegar uma garrafinha no freezer. Entrego a ela que abre na mesma hora, tomando quase toda em vários goles rápidos e sem intervalo. Sorrio da cara dela enquanto continuo o meu trabalho e Hillary passa um lenço na boca, testa e pescoço para se recuperar, então vejo Luiz se aproximando todo animado, mas o seu olhar vai para Hillary. — Você vai atender a mesa vip! Vai que ele está esperando! — Luiz diz em ordem, mas se mostrando nervoso e não consigo entender essa tensão toda. — Sim, senhor! — Ela me devolve a garrafa e se ajeita toda. Acho engraçado, ela mexe nos cabeços, puxa mais os s***s* para fora querendo mostrá-los bem no decote e neles, ela retira um batom para retocar a boca. Não vou mentir, ela é linda. Loira dos olhos claros, pele alva, s***s* fartos, pernas malhadas e como pessoa, ela é muito legal e uma colega de trabalho muito prestativa. Temos uma leve amizade, nada de muito intimo* ou pessoal, apenas trabalho e nunca tivemos desentendimentos. — Me dá uma água, por favor! — Aceno para ele e pego no freezer. — Estou ficando velho para isso, o meu coração não é mais forte como antes. — Você só precisa de férias e um descanso..., você ama isso aqui. — Digo abrindo os braços me referindo ao local todo. — Tem razão..., só queria a minha Célia aqui. — Luiz não se envolveu com mais ninguém desde a morte* da esposa. — Isso aqui não tem muito sentido sem ela. — Você ainda é novo, Luiz..., agora que fez os seus quarenta anos, tem muita coisa para viver e fazer, e o seu coração também é novo..., você só está cansado. — Até eu estou. A reforma do local foi enorme, não tivemos pausa e foi um trabalho atrás do outro. Depois que Célia morreu, ela mesmo deixou uma carta alegando que queria que nós seguíssemos em frente e transformássemos esse lugar e assim fizemos. Luiz pediu empréstimos, derrubou quase tudo para aproveitar o terreno e fazer tudo maior e tudo foi ao mesmo tempo. Reconstrução e reforma, contratação de funcionários, pagamentos, fornecedores, dívidas, imprevistos, e, enfim. Tudo ao mesmo tempo e passei semanas achando que nunca acabaríamos aquilo. Foi um tormento para qualquer juízo e não tivemos descanso depois de pronto. Por causa dos empréstimos, Luiz tinha prazo para pagar o que devia e fizemos a reinauguração de forma imediata. Por sorte, ele já quitou tudo com o banco, as contas estão no azul e a nossa preocupação é apenas com clientes. — Será mesmo? — Ela pergunta um tempo depois e aceno com a cabeça sorrindo para ele. — Tenho certeza! — Respondo sem hesitar. — Quando você der uma desacelerada, eu garanto que vai ver as coisas com outros olhos, mas..., de certa forma, essa euforia com a casa lhe fez bem..., se manter ocupado depois de tudo foi o seu melhor remédio. — Tem hora que não te conheço... — Sorrio com ele e nem eu me entendo as vezes. Olho para o salão enquanto conversamos e Hillary volta com uma cara não muito boa. Ela toca no braço de Luiz, fazendo-o lhe acompanhar e o traz para esse lado do balcão onde ficamos nós três. — Eu fui praticamente expulsa de lá... — Os meus olhos quase saltam para fora ao ouvir isso. — O que? Como assim? — Pergunto incrédula, porque isso nunca ocorreu. — O homem disse que não me queria, que era para eu chamar outra pessoa para atendê-lo e nem tive tempo que questionar ou falar algo..., ele mandou um dos homes dele me tirar de la. — Ela conta chateada, com raiva na verdade e posso imaginar. Que louco a expulsaria? — O que você fez? — Luiz pergunta com a cara nada boa. — Nada! Só tentei atendê-lo como sempre faço com os meus clientes, mas nem pude abrir a boca. — Ela fala nervosa e direciono o olhar para a ala vip de cima. Posso ver os homens que entraram naquele pouco tempo atrás e para a minha surpresa, o homem de terno azul-escuro surge no meu campo de visão e o seu olhar vem para o balcão. — Chame a Ágata para atender! — Luiz da a ordem e desvio o olhar do homem. — Vamos esquecer isso. — Na verdade..., ele quer que a Susan o atenda. — Fico paralisada ao ouvir isso. — O que? Que história é essa? — Questiono ficando nervosa e ela me olha preocupada. — Quando os homens dele me pegaram para sair de lá, Davon Lynch apontou para cá se referindo a você..., ele quer ser atendido por você, Susan e ele te viu assim que entrou aqui. — Ela fala olhando para cima e sei que é para o homem em questão. — Está de brincadeira, não é? — Pergunto rindo de nervosa, porque isso é anormal. — Claro que não! — n**o* com a cabeça sentindo que isso não vai ser bom. — E ele está olhando para você agora mesmo. Sinto um frio na espinha e tanto ela como Luiz, direcionam o olhar para cima. Ao fazer o mesmo, vejo o homem ainda de pé, com as mãos apoiadas no vidro da coluna e o seu olhar é para mim. Ele não mostra expressão alguma, nem pisca os olhos, apenas olha fixamente para mim e engulo em seco não conseguindo decifrar a sua expressão. Ele não quebra o olhar, mas ao ouvir a voz de Luiz, eu viro o rosto na mesma hora. — Bom, se ele pediu..., Susan? — Luiz olha para mim e é em questionamento. — Tudo bem, eu vou! Mas se eu morrer* ali, ainda bem que você tem dinheiro para o meu funeral. — Falo fazendo piada para tirar essa tensão de mim. — Não vai acontecer nada! Vou ficar olhando daqui. — Aceno com a cabeça e não sei o motivo, mas eu o abraço apertado e ele beija os meus cabelos. — Você é a melhor! — Ele fala em sussurro. — Boa sorte! — Hillary diz e agradeço a ela. Pego a minha caderneta de pedidos e completamente confusa, faço os meus passos até lá e ao olhar para cima, o homem já saiu do meu campo de visão. Chego nas escadas e começo a subir lentamente. A cada passo, um nervoso me domina esse nervoso vem pelo medo, porque nunca um cliente da casa se portou dessa forma. Ao chegar em cima, a cena que vejo é de vários homens fumando em poses de alerta, vigiando o local. São homens enorme, fortes e com caras que transmitem medo, mostrando que são capazes de tudo e respiro fundo me dirigindo até a mesa. Só quero atender e dar o fora daqui!
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