— Vamos começar de novo? — questionou, arqueando as sombras, aquele acto, deixava-o extremamente sexy.
Concordei em começar de novo, afinal, o que mais podia acontecer? Tudo já estava suficientemente péssimo que, não tinha como piorar. Bom! Eu me enganei, tinha como piorar sim, nos cinco minutos que, passei tentando conversar com Haru, percebi que, não tinha como nós darmos certo. Ele era extremamente irritante, a mistura de seu sorriso cafajeste, seu perfume caro com cheio de terra molhada pós chuva, seu pomo de Adão subindo e descendo a cada respirar dele, não ajudavam em nada, para piorar, ela sabia como me afectar e fazia de propósito, fazia perguntas de duplo sentido só para me constranger. Eu sei que como leitora, eu tenho um fraco pelo moreno, italiano com sorriso zombeteiro e frases de duplo sentido, mas Haru Cassano, foi a personificação do d***o.
— Olha! Você está começando a me irritar, dá para se apresentar e parar de brincadeiras, por favor? — usei todo o meu autocontrole, para falar sem dar um soco na cara dele. Meus punhos já estavam cerrados prontos para acertar a cara bonita dele, a minha respiração já estava descompensada a aquela altura e nem sequer era por causa da ansiedade.
— Oh! Calm down principesca, eu só perguntei se você gostava de ficar em cima ou embaixo, que tem m*l nisso? Estamos nos conhecendo não? — continuou com as gracinhas de duplo sentido, o maldito sorriso, não saia de seus lábios. Inspirei e expirei, invoquei todo o meu autocontrole. Ele estava rindo da minha cara, para ele, tudo não passava de uma brincadeira.
— Uhm! Deus, daí-me paciência, por favor, não permita que, eu cometa um assassinato — murmurei, um mantra que, inventei naquele momento.
— Você está muito estressada, eu só perguntei se você prefere ficar em cima, num beliche, o que foi que você pensou? — questionou com o sorriso mais aberto que antes, deixando-o ainda mais belo — Ah! Sua s****a, você pensou em ficar em cima de mim? Uhm! Érica, Érica, você está me saindo, uma bela sem vergonha, quem vê essa carinha nem imagina o que se passa em sua mente — falou e logo em seguida, se pôs a rir da minha cara, aumentando a minha ira, de cem á mais infinito. Ele ria da minha cara com vontade, mesmo estando com raiva, eu não conseguia parar de admirar sua beleza, no quão seu sorriso era lindo, seus dentes brancos e alinhados, no quão ele ficaria sexy de óculos.
— Aaaaah! Você é insuportável, não dá, é impossível isso dar certo — gritei quase explodindo de raiva, me levantei do meu lugar pronta para ir embora. Assim que me levantei, ele me impediu de ir embora segurando a minha mão.
— Oh! Oh! Oh! Fica calma principesca, você está muito estressada, isso não combina com você, por quê não senta e começamos mais uma vez, prometo me comportar dessa vez — falou com a mão estendida, dessa vez sério.
Ele parecia sério demais. Decidi dar um voto de confiança para ele, a única coisa que ele tinha feito foi só me irritar, muito menos do que eu tinha feito, eu praticamente desprezei ele. Me sentei nas escadas e rezei para que, aquele primeiro encontro, não termina-se em tragédia. Eu rezei e pedi para que corresse, tudo certo, para que o punho cerrado não terminasse no rosto bonito dele.
— Está bem — concordei um pouco mais calma, e esperei que ele começasse a falar. As borboletas no meu estômago, estavam tão furiosas como eu.
— Você já tinha sido beijada, antes? — ele questionou eu não entendi nada, só dei-lhe um olhar interrogativo — Antes de mim, mais alguém beijou você? — questionou, me pegando de surpresa e me deixando envergonhada. A raiva estava florescendo em mim.
— O quê? Que tipo de pergunta é essa? — respondi nervosa, e ofendida. Olhei para ele esperando uma explicação.
— Não leve ao lado pessoal, mas você beija muito m*l, parece uma amadora — falou despreocupado, tirando sua jaqueta de couro preta e mostrando mais de suas tatuagens. Aquilo, foi o estopim para mim, como ele podia ser tão s*******o?
— Eu não acredito! Você é impossível, impossível, seu manpara²² dos infernos! — gritei me sentido ofendida, envergonhada e extremamente furiosa, parecia que, explodiria a qualquer momento.
Saí da igreja espumando, ele estava se vingando, eu sabia disso, a minha fúria o agradava, estava me sentindo uma burra, por me sujeitar a ser o motivo da diversão de alguém.
— Ei, espera, eu não fiz por m*l — gritou tentando me alcançar, mas eu corri para que, ele não visse a minha cara de tristeza.
— Não me toca! — gritei me desviando de seu toque, parecia que ele tinha lava fervente nas mãos. Eu queria fugir dalí e chorar nos braços da minha amiga.
— Ei, desculpa, eu não fiz por m*l — tentou se justificar, mas eu não permite, eu estava ofendida e magoada demais.
— Não chegue mais perto de mim, não me procure, eu quero distância de você — decretei, o dando as costas com o coração partido por algo que, eu sabia que, era verdade — E para o seu governo, você não foi o primeiro a me beijar, eu fui beijada antes e muito, não só na boca em outros lugares também — berrei com todo o meu ódio e raiva, não me importei que estivessem nos ouvindo, eu só queria descontar a minha raiva. Ele ficou parado e não veio mais a minha atrás, provavelmente estivesse rindo das minhas palavras.
Assim que me virei para continuar a minha viagem, ele não tentou me seguir ou me parar, foi melhor assim, caso não, eu seria capaz de mata-lo com minhas próprias mãos. Voltei para casa magoada, desde que Haru chegara a Maputo, os nossos encontros iam de m*l a pior numa escala de oito a oitenta. Assim que cheguei em Nkobe, fui a casa da Isabel, eu precisava desabafar e gritar com alguém. Assim que, lá cheguei, ela me recebeu com um abraço.
— Ai amiga, eu sinto muito — Isabel falou tentando me confortar, eu só sube chorar, desde que Haru surgira ele só me causava dor e lágrimas, não importava se era real ou irreal. Naquele momento, os únicos pensamos que passavam na minha cabeça é que, ele era realmente um demônio.
— Ele é um lixo, eu o odeio — falei ainda em prantos. Minha amiga me abraçou ainda mais forte, eu solucei e gritei, acho que as lágrimas não foram só por causa do encontro, era por tudo.
— Você está magoada, pode chorar — Me confortou. Chorei como um bebé, por alguém que, devia me causar os mais singelos sorrisos, ao invés de lágrimas de raiva.
— Como você soube que, o encontro foi uma desgraça? — questionei depois que, me acalmei e voltei a raciocinar.
— Haru me ligou, e contou o que aconteceu — parei o que estava fazendo assim que, ela falou tais coisas. Ela era advogada dele por acaso?
— O quê? Por quê? — questionei surpresa e curiosa, que tipo de relação eles tinham para já trocarem chamadas.
— Bom! Ele me ligou para que eu o ajudasse, e te convencesse a se encontrar com ele amanhã, para mais um encontro de paz? Talvez? — informou com a voz temerosa, vacilando um pouco no final da frase. Ela sorriu com medo da minha reacção.
— Nunca! Eu nunca mais vou me encontrar com aquele sapo, disfarçado de príncipe — gritei com as minhas mãos coçando para dar um soco na cara bonita dele.
— Não pode ter sido tão mau assim, né? — questionou vacilante. O sorriso vacilante ainda seu lábio.
— Mau? Foi h******l, eu odeio ele, ele é um verdadeiro cretino! Nem acredito que, um dia eu pensei em casar com aquele, aquele, aquele aaaaah! Eu nem sequer encontro um adjetivo para o que, ele realmente é — gritei, apertando o lençol de sua cama. A raiva estava voltando a minha face, voltei a ficar furiosa e estressada.
— Ai meu Deus, o que de tão grave ele disse para te deixar assim? — questionou chocada. Ela estava começando a ficar do meu lado.
— Para além de me estressar desde que, cheguei ao fazer piadas de duplo sentido para me fazer de boba, ele teve a audácia de falar que, eu beijo m*l, e que, o meu beijo parece de um amador — informei explodido de raiva novamente. Diferente de mim, Isabel não ficou irritada, muito pelo contrário ela explodiu em uma gargalhada, forte e estridente. Ela se jogou em sua cama e continuou rindo de mim.
— Do que está rindo? Eu fui feita de palhaça — gritei furiosa a agitando.
— Ai desculpa amiga, mas ele foi completamente sincero, ele foi seu segundo beijo, é óbvio que você seria péssima — murmurou baixinho, ela estava tentando controlar a respiração, mas sua risada estava dificultando o trabalho dela.
— Eu sei, mas ele não precisava ter sido tão c***l — falei me dando conta que, eu não tinha muita razão. Eu estava tão constrangida que só queria me enterrar.
— Então, pare de drama. Me fale, vai se encontrar com ele amanhã? — questionou depois que, ficamos um tempo quietas. Ela estava começando a me irritar por insistir tanto naquele assunto.
— Claro que não, eu quero distância daquele i****a, eu nunca mais vou me encontrar com ele, Haru para mim morreu, junto com as últimas cartas que não li e nem vou ler — respondi amargurada, tentando me convencer que aquilo era o que eu realmente queria.
— É tão estranho ouvir você falar isso, visto que, há duas semanas atrás você nem sequer se imaginava, respirar sem ele — falou o que nem mesmo eu, estava preparada a enfrentar. Mas mesmo que fosse estranha a minha súbita mudança, aquela era uma realidade que eu queria para a minha vida, pena que o meu coração não estava preparado para aquilo.
— É verdade, é estranho para mim também — assumi o que vinha me negando a crer.
— Tem certeza que não vai mesmo encontra-se com ele? — ela insistiu novamente, ela estava parecendo uma advogada dele.
— O que é isso agora? Você é advogada dele ou o quê — indaguei irritada, eu não estava gostando nem um pouco da insistência dela.
— Claro que não, eu só quero te ajudar, você ficou me atazanando por longos seus meses por causa dele e agora, não quer ele? Nada disso, vocês vão casar e eu serei a madrinha dos vossos filhos — decretou olhando para mim de cima a baixo, ela não estava perguntando, era uma ordem.
— Eu não quero me casar com ele, só quero cuidar da minha saúde mental — murmurei roendo as unhas, mas nem mesmo eu estava certo daquilo. Eu só estava blefando.
— Uhm! Sei — falou nem um pouco convencida. Para falar a verdade, nem mesmo eu estava convicta.
Voltei para casa, gritando em minha própria mente, me convencendo que, não me encontraria com ele, que não precisava dele. Mas eu sabia que, era uma pura mentira.
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22. i****a, cafajeste, sem noção...