Nathan Pov
Ele estava a ouvindo falar, mas era o que Havoc estava sentindo o tempo todo, que o estava incomodando. Kora estava irritada e cada vez mais incomodada, algo estava errado. Algo que ele disse havia provocado algum tipo de conflito entre eles. Jay-la tinha passado de ficar olhando sem rumo, para se preocupar com sua raiva, e então tinha apenas irritação pura rolando de seu lobo, dirigida diretamente para ele. Havoc podia sentir.
Sua companheira estava ficando infeliz com algo, ele não achava que tinha feito ou dito algo para causar isso. Na verdade, tinha dado a ela tempo para fazer sua ligação, não a interrompeu, nem mesmo trouxe isso à tona. Ele se manteve controlado sobre aquele humano e sua necessidade de fazê-la dizer a ele que tinha acabado.
Até mesmo conversar sobre a situação com Nate, parecia que a irritava. Ela estava na defensiva praticamente desde o início. Ela nem mesmo queria que ele a tocasse agora, ela havia afastado a mão dele de seu braço com um único e forte golpe, na verdade. Mais como um golpe em seu braço para afastá-lo, e Nathan se perguntou se Jay-la percebeu o quão forte ela o atingiu, na tentativa de fazê-lo soltá-la.
Ele duvidava que ela soubesse, e se soubesse, isso não a preocupava em nada. Teve a sensação de que havia um pouco de Kora nisso.
Jay-la também começou de repente a se referir às crianças como minhas meninas, meu menino. Ele sentia, havia algo acontecendo com ela, sua companheira poderia estar ali discutindo a situação em questão com ele, mas estava internalizando algo mais. Então, havia apenas raiva. Não só conseguia ver, ele conseguia sentir essa raiva saindo dela, “você quer o que você quer”. A raiva que ele sentiu vinda dela começou com essas palavras. Sabia que ela estava irritada antes disso, conseguia até ouvir isso.
Ela já tinha dito antes que não estava com raiva dele, mas agora estava, e não tinha vergonha em deixá-lo saber disso, declarou que nunca se desculparia com ele por criar as crianças como fez. Ele não esperava que ela se desculpasse por isso. Não poderia, foi em decorrência do que ele e Havoc fizeram.
Então, eles foram excluídos, como antes, mais cedo no dia, fechados para ela. Kora havia assumido o controle de seu vínculo e fechou-os para eles. Mas não antes que Havoc sentisse a dor nelas, que se fechassem para ele, para seu lobo.
Elas ainda tinham dor quando se tratava dele, e provavelmente não iria embora tão cedo. Se uma sentia dor, ambas sentiam. Ele podia ver que ela estava tentando trazer Nate para o lado dela, queria que as meninas ficassem felizes com ele. Ela estava tentando, fazendo a coisa certa, pelas crianças, por ele. Mas nada estava realmente resolvido entre eles, entre ele e ela.
Naquele momento, ele sabia que ela havia apenas deixado tudo de lado, deixou o vínculo de companheiros assumir o controle. Ele sabia que ela sempre acreditou em aceitar ser sua companheira dada pela Deusa. Agora, de pé, sozinho na cozinha, ele se perguntou se ela o aceitou apenas porque era suposto. Não porque queria.
Tocá-la era incrível e ele sabia que ela gostava disso, ele estava beijando-a menos de uma hora atrás, se inclinou sobre ela e cheirou seu desejo, mas poderia ser apenas o vínculo de companheiros e nada mais. Eles estavam juntos, mas ela não estava feliz com isso, e ele agora sabia disso. Juntos, mas ainda quebrados e separados.
Seus lobos estavam felizes, para dizer o mínimo. Seria improvável que eles se separassem, não era isso que ele queria, mas claramente precisava trabalhar em Jay-la antes que ela fizesse isso. Porém, ele realmente não sabia como, nem por onde começar. Ela ou Kora sempre os excluíam toda vez que não queriam que ele sentisse o que elas estavam sentindo.
Havoc certamente não gostava nada disso. Ele estava rondando em sua mente, embora estivesse quieto neste momento, parecia que ele também não entendia. Kora o amava. Ele sabia disso, mas ela era a fera de Jay-la, e apenas Jay-la poderia controlá-la. Talvez quando elas estivessem perto de entrar em colapso, incapazes de lidar. Era assim que eles lidavam com suas emoções, apenas desligavam tudo.
Ele realmente queria trazer seu Gamma para este momento agora, descobrir o que ela estava sentindo, porque ela os excluía, o que era que a fazia realmente fazer isso, ou Kora fazer isso. Não foi Jay-la, Havoc pensou que Kora estava prestes a aparecer e então, puf, eles foram simplesmente cortados de suas companheiras.
Tentou se conectar com ela, mas não conseguiu nada. Sentiu Havoc testar também e não conseguiu nada. Nathan realmente precisava perguntar ao seu pai sobre isso. Talvez fosse algo comum que ele não sabia. Mas ele não conseguia estabelecer uma ligação mental com ela de forma alguma. Ela estava completamente fechada para ele. Como era possível alguém poder excluir seu próprio Alfa e mantê-lo afastado? Isso não parecia certo para ele.
Nathan entrou na sala de estar para vê-la sentada com as três crianças, olhou para todos eles e encontrou os olhos de Nate nele, viu algo em seu filho e soube imediatamente que sim, aquelas crianças estavam sendo afetadas pelo humor dela. Ele parecia tão irritado quanto ela, na verdade. — Vou sair por um tempo. — Ele comentou e saiu da suíte.
Conectado mentalmente com seus pais para descobrir onde eles estavam, felizmente, não estavam brigando, estavam em sua própria suíte jantando com Halley. Ele foi direto lá e sentou-se à mesa, viu os dois olhando para ele com perguntas nos olhos, enquanto ele afagava o cabelo de sua irmãzinha, e então fez sua pergunta urgente: — Mãe, você pode excluir o papai? Impedi-lo de se conectar mentalmente com você? — Ele não rodeou a pergunta, precisava de respostas para suas perguntas.
— Às vezes, depende da situação. Por quê?
— Kora e Jay-la fizeram isso três vezes hoje, em um dia. Não consigo alcançá-las de jeito nenhum.
Ele ouviu seu pai suspirar pesadamente. — Não acho que isso seja uma coisa boa.
— Não é. — Sua mãe respondeu. — Eu só faço isso quando estou extremamente irritada e não estou interessada em ouvir o que seu pai tem a dizer.
— Então, quando vocês brigam?
— Sim, acontece. Embora mantenhamos isso atrás de portas fechadas.
— Eu tento não irritar sua mãe em primeiro lugar, filho. É a melhor opção.
— Eu nem estava tentando. Nem mesmo estava perto dela na primeira vez. E eu nem sei o que começou tudo, na terceira vez. Nós não estamos...
— Vai levar tempo, Nathan. Há muita história ali, filho. A garota tem dores e medos reais. Você não pode esperar que isso desapareça da noite para o dia. — Sua mãe franziu a testa para ele. — Você realmente achou que tudo ficaria bem só porque você a marcou e se uniu a ela?
— Acho que sim. — Ele suspirou.
— i****a. — Sua mãe murmurou. — Você sequer sentou e pediu desculpas a ela ainda? Disse a ela como você se sente?
— Tenho certeza de que ela sabe como eu me sinto, nem consegui manter minhas mãos longe dela ontem à noite. A desejava como ninguém antes.
— Filho. — Era seu pai. — Não confunda o vínculo de companheiros com sentimentos, as garotas são... — olhou diretamente para sua companheira. — Criaturas emocionais. Vocês dois se marcaram e se uniram ontem à noite, só isso. Nada mais, nada menos.
— Mesmo se você disse a ela que a ama, e ela disse de volta. — Sua mãe suspirou. — É apenas o vínculo de companheiros. Sua primeira vez juntos como um casal unido, por terem se sentido um ao outro, você vai se sentir amado e valorizado ao marcar e se unir. Você, filho, tem um passado r**m que está sem solução. Até que isso seja resolvido. — Sua mãe balançou a cabeça. — Vocês vão brigar, ou ela vai provocar brigas com você. Seus lobos se uniram primeiro um ao outro. Ela pode não sentir que teve uma palavra a dizer sobre ser sua companheira. Pode ser que ela nem quisesse isso com tudo o que estava acontecendo. — Sacudiu a cabeça.
— Então, por que ela veio para minha cama? — Ele franziu o cenho. — Me aceitou?
— O vínculo, provavelmente o lobo dela a empurrando. Você não tem ideia do que eu senti com ela. Eu também não desejo isso para você, filho. Mas isso não vai simplesmente desaparecer com a marcação e união.
— Então, você está dizendo que estou unido a uma mulher que me odeia, e apenas o vínculo faz ela me querer? — Ele não gostou do som disso.
— Filho, não é ódio. — Seu pai suspirou. — Nenhuma fêmea-lobo marcaria alguém que odeia. Nem mesmo o lobo dela poderia obrigá-la a fazer isso. Em algum nível, ela teria que querer. Mas você a baniu, a trouxe de volta, a assustou, eu a vi naquele dia. Ela estava realmente aterrorizada com você. Isso, como sua mãe disse, não vai simplesmente desaparecer da noite para o dia.
— Eu não entendo como consertar isso. Eu não posso mudar o passado.
— Não, você não pode. Mas pode começar a compensar.
— Como? — Ele bufou, nem mesmo sabia por onde começar, e ele sabia disso. — Ela quase não fala comigo, e Kora me mordeu hoje, bem no rosto.
Agora os pais dele estavam olhando para ele. — Por quê? — ambos perguntaram em uníssono.
— Eu não sei, Jay-la apenas me olhou quando ela recuperou o controle, não se desculpou pela mordida de sua loba. Acho que ela não achou que foi inoportuna.
— Hmm, parece que o lobo dela provavelmente está reagindo a algo que Jay-la está sentindo. Talvez você precise conversar diretamente com ela sobre como ela se sente.
— Está com dores, fomos excluídos da maneira mais rápida possível por Kora, enquanto ela estava sentindo. Havoc sentiu por um momento, depois elas sumiram para nós, ainda estão.
— Vai levar tempo, filho. — Sua mãe suspirou. — Seja gentil com a garota, sorria para ela, segure sua mão e diga a ela que você está feliz, que quer estar com ela, que a ama.
— Se desculpe por tudo. — Seu pai suspirou. — Não importa o que seja, ou quão pequeno seja para você, pode não ser tão pequeno para ela. Se desculpe, e então se desculpe mais.
— Eu não vejo como pedir desculpas constantemente por qualquer coisa vai ajudar. — Levantou ambas as mãos diante das expressões irritadas de seus pais, como se achassem que ele não faria isso de forma alguma. — Sim, vou fazer isso, pela vida que ela levou, já lhe pedi desculpas por ter criado as crianças sozinha. — E ele tinha, embora aquela conversa tivesse sido interrompida pelo telefonema de Tim para ela, poderia ter sido melhor se eles tivessem conversado mais, se não fosse aquele homem ligando para ela.
— Um bom começo, filho. — Sua mãe assentiu. — Embora ela tenha dito algo para mim sobre não querer trabalhar no escritório da Luna. Pensou que fosse da Sophia. Eu tive a impressão de que ela não queria estar em qualquer lugar onde aquela mulher esteve com você.
— Não posso culpá-la por isso. — Ele resmungou. — Eu também não. — e ele não, nem tinha entrado naquela sala onde compartilhara com ela. Ele a desmantelou e a fez remodelar, depois morou em outro lugar. Pelo menos ela nunca esteve em sua suíte do Alfa. Franzindo a testa com esse pensamento, se levantou e saiu.
Ele entrou em sua suíte e olhou direto para Jay-la, a pegou pela mão e a levou para fora do corredor, a liberou das crianças e fechou a porta atrás deles. Olhou para ela com as sobrancelhas levantadas. — Nunca tive uma mulher nesta suíte. Ninguém mesmo. — Ele disse a ela. — Eu me mudei para a suíte dela e a reivindiquei como a suíte do alfa até que eu assumisse.
— Tudo bem. — Jay-la assentiu, ela parecia confusa para ele, quanto a por que ele estava dizendo isso.
— Eu não quero que você pense que ela já esteve aqui. Ela não esteve.
— Tudo bem.
— Esta é a nossa suíte, sua e minha. Se quiser, você pode redecorá-la como quiser. Quero que você seja feliz aqui. Esta é a sua casa, sua e das crianças, então fique à vontade para deixá-la do jeito que você quiser.
Ele a viu apenas olhar para cima, para ele, Jay-la não disse muito, então apenas assentiu com a cabeça. Nathan olhou para ela, realmente não sabia mais o que dizer a ela, naquele momento. Ele queria abraçá-la e beijá-la, mas se perguntou se ela queria isso agora. Estava preocupado que o que sua mãe e seu pai disseram estivesse certo. Kora a fez ficar com ele?
— Vou deixar você falar com Nate. Se ele não me quiser lá, então talvez seja melhor eu não ir. — Ele suspirou pesadamente. — Estou acostumado a estar no comando, Jay-la, a não recuar ou me afastar. Eu percebo que ele se sente desconfortável perto de mim.
Ela concordou com ele.
— Como você também. — murmurou Nathan, reconhecendo o que ele achava que seria o maior obstáculo deles. — Eu quero você aqui, como minha Luna. Eu sei que há coisas que precisam ser resolvidas. Mas eu quero que você saiba disso. — Ele se inclinou e a beijou suave e castamente. — Te darei tempo com as crianças.
— Obrigada. — Ela assentiu.
Perguntou-se por que o “obrigada” enquanto se afastava e abria a porta para ela voltar à suíte. Esperava que suas palavras ajudassem a começar o caminho para eles se reencontrarem novamente. Já foram bons juntos, ele queria aquilo de novo, mas sabia que agora isso provavelmente nunca aconteceria. Eles provavelmente nunca poderiam voltar àquela relação divertida e brincalhona que tiveram, havia muita dor e mágoa nela. Dor e mágoa que ele tinha causado.
Nathan caminhou pelo corredor e se perguntou se tinha destruído aquela parte dela, se havia algo daquela garota ainda em sua companheira. Suspirou e foi procurar Ethan. Ele ainda não tinha vindo até ele com nenhuma informação. Precisava encontrar uma maneira de consertá-la, e não achava que dizer que a amava iria resolver alguma coisa. Precisava de uma abordagem melhor para a situação. Precisava encontrar uma maneira de resolver os medos e dúvidas dela, e não sabia como. Mas tinha que descobrir, primeiro.
E então, não apenas dizer a ela que a amava, mas mostrar-lhe, algo mais que ele tinha que descobrir como fazer.