Danira
Samuel estava com o peso dele todo em cima de mim. Quase me matou sufocada.
— Samuel acorda, tá me sufocando...
— Desculpa, eu achei que... Que horas são? — Perguntou entre um bocejo bem preguiçoso.
— Quase dez. Vou levantar que preciso ir pra casa, tenho um monte de coisas pra resolver hoje e não quero deixar nada para depois, além disso quero deixar tudo perfeito pra hoje a noite. Você vai não vai?
— Pra onde Dan? — Ah não, ele só pode estar de brincadeira comigo.
Será que ele esqueceu mesmo ou apenas está se fazendo de sonso mesmo? Ah, que droga, só tenho tenho coragem pra falar as coisas quando estou bêbada, isso está se tornando um grande problema pra mim.
— Eu te chamei ontem pra ir conhecer a minha família hoje, se você quiser é claro!
— Eu lembro perfeitamente disso, lembro também que não é uma família muito grande pois só será seu irmão. O que houve com seus pais?
— Podemos por favor não entrar nesse detalhe agora? Depois eu te conto tudo, mas antes que diga que sente muito eu também sinto eu não quero falar sobre isso agora.
Levantei e fui direito para o banheiro enquanto ele foi para cozinha, tomei um banho rápido e tomei uma xícara de chá antes de ir embora.
— Te vejo às sete, vê se não desiste na última hora. Meu irmão é legal, você vai ver...
— Se ele te aturar eu tenho certeza que é mesmo. — Nos despedimos com um beijo longo e eu fui embora.
Assim que sair liguei para Kate que não me atendeu e muito menos leu minhas mensagens, e um estou sem carro e não duvido nada que ela esteja dormindo bêbada ainda. Samuel vai trabalhar e eu vou pra casa, deveria tá indo estudar? Deveria, mas não vou.
Maquini
Acordei sem saber onde eu estava, meu corpo todo doía e com certeza esse não é um dos quartos da pensão. Meu Deus onde eu vim parar?
Levantei meu corpo com calma porque seja lá o que for que tenha acontecido me deixou ferrada. Claro que eu lembro que quase fui estuprada e morta, mas depois disso eu apaguei e não sei onde vim parar.
O quarto era bem espaçoso com cores escuras, as cortinas creme davam ao sol que estava por fora uma visão linda, por alguns minutos fiquei sentada na cama tentando me levantar mas todas as tentativas sem sucesso. Finalmente consegui levantar e fui até o banheiro, o grande espelho me fez perceber que eu não estava vestida com as roupas que sair, um moletom que por sinal ficou muito grande e largo em uma calça e meus cabelos estavam amarrados em um r**o de cavalo. Levantei um pouco do moletom e estava com um curativo na barriga, minha pele pálida dá destaque ao roxo e vejo que meu rosto também está uma derrota, alguém me trocou, droga alguém me viu nua.
— Que que cê tá fazendo aqui no quarto do meu homem? — Levei um grande susto quando uma mulher entrou, ela tem os cabelos loiros e longos, olhos verdes e tem a pele muito clara.
Meu Deus, o que será que eu fiz desta vez?
— Vai se fazer de surda garota? O que você tá fazendo nesse quarto, por acaso tá tendo caso com meu homem? — Eu fiquei com um homem casado, é isso mesmo?
— Olha eu não sei como eu vim parar aqui, se estiver pensando que eu peguei o seu homem pode descartar esta hipótese, não gosto de homens casados. — Disse enquanto procurava por minhas roupas que estavam em qualquer lugar menos nesse quarto.
— O que tá fazendo aqui Danira? Já te disse que eu odeio quando entra sem bater! — Eu lembro desse homem, impossível esquecer, ele quase me matou. Já o vi também na cafeteria, eu transei mesmo com ele? Bom... ele não é feio, tem lá um metro e noventa de altura, cabelos negros e olhos verdes, assim como a da mulher. O corpo moreno desejável, se eu transei com ele tá explicado o porquê do meu corpo todo está dolorido. — Tá esperando o quê pra sair daqui agora?
— Depois eu quero saber o que é isto Santiago... — A mulher saiu e ele fechou a porta, a única coisa que eu quero saber é como eu vim para aqui...
Ele estava vestido apenas com um roupão de banho, é notável o tamanho do m****o dele que por sinal está com um grande volume, espero que ele não esteja e******o.
— Por que eu estou aqui?
— Porque você quase foi estuprada e morta, saiu toda fodida e pra não morrer de frio eu te trouxe pra cá. Não morreu de frio e ainda dormiu feito um anjo. Como está se sentindo?
Santiago
Estava no banho quando ouvi a Danira falando alto com alguém, novamente ela entrou no meu quarto sem bater na porta antes, que por sinal estava sem a chave, ela sabe que eu detesto isso.
Quando entrei no meu quarto ela estava falando no telefone com alguma merda pra Maquini, elas riam e eu sei que se continuar assim eu vou sair fodido de paixão dessa história. Mandei ela sair e me posicionei na frente da coisinha que estava sentada na cama. Ela está com alguns ferimentos no rosto e não parecia nada preocupada, quando viu que eu fechei a porta ela se encolheu na cama e puxou o cobertor para que cobrisse seu corpo. Perguntei como ela estava e ela continua me encarando com aqueles olhos azuis, por um momento eu quase me perdi neles que são parecidos com o da Lucy. Ela me olha como se eu fosse um monstro que estivesse indo ao seu ataque
— Eu te perguntei como você está! — Repetiu a minha pergunta e esperei por uma resposta.
— Estou bem, obrigada! Por que eu estou aqui, poderia ter me levado pra casa. Eu nem te conheço cara, e... a gente…? — Olhei pra cara dela e sorri, ela pensa que eu sou um aproveitador de mulheres bêbadas?
— Não, a gente não fez nada. Você estava tão bêbada que não lembrava do que aconteceu com você. Como está se sentindo?
— Um pouco dolorido e eu não estava bêbada. Eu só não te dou explicações também, onde estão minhas roupas e foi você que me viu nua?
— Claro que fui eu, quem achou que fosse? Suas roupas estavam todas rasgadas e você estava fedendo a sangue, eu te limpei e vesti você.
— Bem, sua namorada, esposa, sei lá quem é aquela mulher. E eu estou bem, obrigada pela ajuda, mas eu tenho que ir embora agora.
Danira com certeza fez ela pensar dessa forma.
— Ela não é nada minha, só uma intrometida que sempre abre a porta sem bater antes ou seja, ela é apenas minha irmã. Se já consegue andar desce pra comer alguma coisa, depois a gente vê se você pode ir pra casa ou não... Onde você mora?
— Eu não te devo satisfações e não vou a lugar algum. — Deve acreditar que o tamanho da paciência dela é o mesmo que ela mede.
— Eu não estou pedindo, eu estou mandando. Ontem eu salvei a sua vida, então deveria ser mais educada, sabia? Quando eu descer quero que já esteja lá.
— Com essas roupas? Pode me arrumar alguma coisa pra vestir?
Minha irmã sempre foi vaidosa e vai ajudar ela sobre isso, já que eu não faço ideia o que ela gosta de vestir.
— Danira vem aqui. — A chamei não muito alto porque sabia que ela estava ouvindo a conversa atrás da porta.
— O que foi agora?
— Ajuda a… — Olhei pra ela esperando ela falar o nome dela mas não o fez. — Ela achou alguma coisa pra vestir, vê se não deixa ela ir embora.
— E por que eu faria isso?
— Porque ontem ela quase foi abusada e não sobrou nada que ela pudesse ficar vestida, portanto você vai me fazer esse favor é ajudá-la. Além disso, vê se compra mas gaze e soro mais tarde.
— Ai meu Deus, como você está? — Mais falsa que Danira está pra nascer.
— Bom... quando eu descer quero as duas lá embaixo. Não precisa usar nada muito apertado pra não te machucar, pega leve nas tuas escolhas Dan.
Ela é tão linda. Os s***s, a b***a tudo nela é perfeito, o cheiro. Saber que eu a ajudei ontem me sinto até um super-herói, mas na verdade eu sou o vilão mesmo.
Enquanto eu vestia a minha camisa vi uma calcinha da Karine perto do meu closet e a peguei, ela deixou aqui de propósito eu tenho certeza.
Danira
Em 25 anos da minha vida essa é a primeira vez que eu vejo o Sant se importa com alguém sem ser arrogante. Ela estava muito machucada mesmo, embora não seja nada sensível deixou escapar uns dois gemidos enquanto eu fazia o curativo que já estava saindo.
— Você tá bem mesmo? Que horas aconteceu isso?
— Não sei se eu quero falar sobre isso, além disso você é namorada dele… — Eu só consegui rir quando ela disse isso fazendo uma cara de tédio.
— Eu não sou namorada dele, sua louca, somos irmãos. — Ela pareceu surpresa e nada mais disse. – Santiago sempre foi durão então não se incomode se ele for arrogante em algum momento. Pode me chamar de Danira e quando estiver confortável pode me dizer o seu nome também.
Maquini
Era estranho alguém se importar comigo, na verdade não se importar mas me ajudar. Pensei que eu iria morrer ontem mas ele estava lá, o homem que quase me matou.
Ela me deu um vestido florido soltinho e eu fui para o banheiro tomar um banho, passei vinte minutos no banho e quando sair deixei os cabelos solto, passei um batom cor de vinho que Danira me mandou usar e fui procurar o caminho até onde estavam. A casa inteira tem aquecedor, o que não nos permite sentir muito frio, de fato é uma casa de luxo e deve valer muito tudo isso aqui.
— Eu disse que te queria aqui antes que eu chegasse aqui, já faz mais de quinze minutos que estou te esperando! — A voz grave soou bem atrás de mim, fazendo com que eu me assustasse.
— Eu estava me vestindo.
— Tudo bem! — Ele passa a mão na cabeça e logo em seguida me dá as costas. — Vem comigo, pela sua cara está perdida, tá precisando de ajuda pra andar? — Sentir ironia em suas palavras mas não estava afim de debater, pois meu corpo doía muito.
Ele me conduziu a uma grande mesa onde havia de tudo, Danira me olhava com brilho nos olhos como se isso fosse alguma história de conto de fadas, não posso negar que isso é tão estranho como assustador. Ser socorrida por um homem que quase me matou assim que sair da clínica e agora ele que me salvou de uma morte horrível.
— Senta aqui ao meu lado. — Danira pede, mas antes que eu faça o que pede, o irmão se põe a falar sem expressar nenhuma relação o que me deixa completamente assustada. Será que ele estava me seguindo? Será que o Flávio me colocou na mira da morte? Enfim... preciso sair daqui e conversar com o seu Flávio sobre o nosso acordo, preciso arranjar um emprego rápido.
— Você senta aqui ao meu lado e me fala um pouco sobre você. O que estava pensando quando decidiu entrar naquela rua naquela hora da noite? — A irmã dele parecia tão curiosa quando ele estava em saber alguma coisa sobre mim, mas óbvio que eu não irei dizer nada, ele matou um homem ontem e acha mesmo que eu não vi o que ele fez.
— Eu decidi esfriar a minha cabeça um pouco...
— Problemas com namorado? Sei como é isso, Santiago também não é maninho? Afinal, o que você estava fazendo naquela hora na rua? — Então não foi por acaso, ele com certeza estava fazendo alguma coisa na força do ódio, ou estava com raiva de alguma coisa.
Então é isso mesmo, ele não estava ali por acaso.