Maquini — Série: Mulheres Infernais

Capítulo 15 — Um pouco de diversão

Santiago

Por coincidência eu comprei uma gargantilha de brilhantes essa semana e estava certo que iria ser da Karine, mas com tudo que veio a acontecer seria impossível manter o mesmo pensamento. Maquini está perfeitamente linda e eu não sei dizer o quanto ela me desperta um desejo que eu ainda desconhecia. É como se todas as vezes que estamos perto um do outro o corpo dela me chamasse para si, é quase impossível conter esse desejo. A deixei esperando no meu quarto e fui até o cofre, peguei a caixinha revestida de camurça vermelha e vi o olhar de surpresa dela quando me viu cruzar a porta novamente.

— Espero que goste! — Disse abrindo a caixa e colocando a gargantilha em seu pescoço.

— Santiago eu acho que não é pra tanto, isso deve ter um valor significativo para você e sem dúvidas eu seria a última pessoa a merecer isso, olha pra isso, ele é perfeito.

— Por que pensa assim? Eu sei que vai fazer jus por tal merecimento, além disso eu não tenho afeto algum por ele. Bom, eu não tinha até agora. — Sem que eu percebesse meu lado romântico estava sendo exposto e eu fiquei parecendo uma marica agindo desta forma.

— Obrigada, eu adorei. Acho que a sua irmã está nos esperando e não é legal a gente ficar aqui dentro sozinho, vai que alguma namorada sua apareça aqui de repente… — De onde essa maluca tirou essa ideia?

— Eu sou um homem livre Maquini, não tenho namorada, meu único compromisso é com a minha irmã que já é bem levada e pra mim já é o suficiente. A liberdade de poder fazer o que eu quero na hora que eu quero não tem preço que pague isso. E você, de onde você vem e o que faz da vida?

— Eu… Eu trabalho, moro sozinha e sigo tentando cada dia sobreviver. Não me leve a m*l, mas eu não quero falar sobre isso agora.

Sem mais conversas descemos e Danira já estava subindo as escadas que dá acesso ao meu quarto. Maquini estava mais bonita que da primeira vez que a vi, eu jamais pensei que a mulher que eu quase matei conseguiria ser ainda mais bela que aquilo, se eu não me controlar vou parecer que estou babando nela e isso literalmente não é o que está acontecendo.

Danira

— Finalmente saíram, por um momento pensei que você tinha a sequestrado. Maquini você está simplesmente maravilhosa, olha Santiago eu te juro que se eu fosse você não deixaria as chances da vida passar ein.

Ela estava usando uma gargantilha de brilhantes que eu ainda não tinha visto, mas vim certeza ele deve ter comprado pra v***a da Karine. Caminhamos até a mesa e os olhares de Tina não disfarçaram o quanto ela estava com raiva de tudo isso, eu só não entendi o porquê.

— Dan eu não sei se eu deveria ter vindo, enfim… eu não estou me sentindo muito bem aqui, acho melhor ir embora. Diz ao Sant que depois nos falamos, eu não estou me sentindo muito bem.

— Por que tão cedo Tina? — A voz rouca do meu irmão ecoou em toda a sala de jantar. Kallil até se assustou e Samuel riu com a cena. As expressões de Tina são estranhas, ela tá estranha.

— Eu tenho a leve impressão que ela apenas se expressou m*l. Mas, vamos combinar que isso aqui tá chato pra c*****o não é? Quem quer ficar olhando um pra cara do outro durante sei lá quantas horas?

— Eu não vou ficar por muito tempo, eu trabalho caso ainda não saibam. — Maquini diz e Tina lança um olhar duvidoso pra ela, será que ela e meu irmão já tiveram um caso e só eu é que não sei?

— A partir do momento em que você aceitou vir até aqui você só sairá na hora que eu quiser. — Santiago provocou a fúria da nova “gata” dele e eu p**o pra ver o que isso vai dar.

Tina

Maldito momento que eu aceitei participar desta palhaçada. Todos concordaram com a Dan para irmos a outro lugar, como de costume eu até já sei o que ela vai escolher.

Realmente eu não estou me sentindo muito bem com isso, é como se eu estivesse sendo golpeada pelas costas e ninguém estivesse vendo isso além de mim. Por que seu não consigo esquecer aquele maldito dia? Será que ele realmente não lembra de nada? E se não lembrar hoje será que dia que eu irei fazer ele querer tudo ao vivo e as cores.

— Bom… eu acho que realmente não vai dar pra mim pessoal. Ainda estou m*l da bebedeira de ontem e só vim mesmo porque a Dan pediu. — Danira me olhou envergonhada, mas realmente eu só vim porque ela pediu, não sei porque alimentar essa palhaçada aqui mas enfim…

— Qual é Tina? Você nunca dispensou uma festa comigo, o que está havendo?

— Não é nada Dan, só m*l estar mesmo. Nada que uma banheira não resolva. — Santiago me olha com um semblante duvidoso e eu até poderia mudar de ideia se ele pedisse, mas creio eu que isso não acontecerá.

— Pensei que amigas não deixavam as outras para trás. Se quiser ir com a gente será um prazer Tina, mas caso queira realmente ir embora o Kalil pode te elevar em cada já que está tarde.

— Tudo bem, eu vou… — O silêncio foi constrangedor durante todo o percurso. Quem dirige é Santiago e no banco de passageiro estava eu e a Maquini, Danira e Samuel foram no carro do Kalil. Maquini tem uma bela aparência até, mas ela tem cara de quem esconde muitas coisas, de onde de e será que conheceram ela?

— De onde você é? — Perguntei tentando quebrar esse clima tenso.

— Lyon! — Responde sem nem olhar pra mim.

— Mas aqui não é Lyon!

— Eu sei, você perguntou de onde eu era não, onde eu estou! — Cara, além de tudo ela ainda é antipática.

— Desculpa, eu só estava tentando ser legal com você, mas…

— Não tenta. Eu odeio coisas forçadas, eu não quero conversar então se quiser o mesmo que eu está ótimo! — Quem diria que essa carinha de anjo seria tão ignorante.

Danira

O clima estava de treta no ar e eu saquei eu isso é culpa do Sant, alguma coisa deve ter rolado entre eles dois já.

— Calma meninas sem confusão. Sant, como aniversariante eu posso escolher um lugar melhor para irmos? Na boa, ninguém merece passar a noite inteira olhando um pra cara do outro, tô errada? — Maquini me olhou de escanteio como quem estivesse com vergonha disso, Tina também tem que tentar ser legal com todo mundo, que saco.

Maquini

As luzes coloridas que piscavam sem parar estava me dando enjoo. Tentei me controlar e sentei na primeira cadeira que eu vi a minha frente, pedi uma bebida gelada e fiquei sentada por alguns minutos enquanto os demais conversavam entre si, por um momento me senti excluída. Ainda estou tentando entender o porquê de ter aceitado isso, eu nunca fui de ceder a pedidos a ninguém, acho que estou ficando louca sem a Kate perto de mim para me ajudar a tomar as decisões certas.

— Você fala ou só é observadora mesmo? — Kallil perguntou sentando ao meu lado.

— Digamos que um pouco dos dois. Mas, apenas quando necessário. — Respondi me virando de frente pra ele. Ele até tem uma boa aparência e também tem um cheiro bom.

— Então, como conheceu a louca da Danira? Você não parece ser daqui, é reservada demais pra tudo isso.

— É que eu não sou muito de sair de casa, principalmente pra beber e tals… Conheci a Danira por acaso, e agora estou aqui. E você, de onde você é?

— Califórnia, meus pais moram lá, mas estou aqui há sete anos e não minto se eu disser que a melhor coisa da minha vida foi sair de lá. Desde que vim morar aqui que eu conheço Santiago, somos amigos desde o colegial e acho que seremos amigos até o fim de nossas vidas. Posso te oferecer uma bebida típica daqui?

— Claro, aliás eu já estou ficando enjoada de tanta cerveja. — Ele saiu pra pegar a tal bebida e eu tentei me distrair olhando para as luzes coloridas que refletem em todo o lugar.

Santiago sumiu entre as pessoas, Danira estava bem animada dançando com o Samuel e a amiga dela também sumiu. Algo me diz que entre ela e o Santiago existe alguma coisa. – Não sei onde eu estava com a cabeça quando fui aceitar isso. – Disse para mim mesma em voz baixa. Levantei e comecei a andar procurando o banheiro deste lugar. Quando voltei a mesa Kallil já estava lá.

Consigo ele trouxe duas bebidas coloridas que tem o gosto adocicado no começo que vai ficando amargo no final. Ficamos conversando sobre a bebida e ele estava ficando visivelmente bêbado, bem rápido.

Santiago

Assim que entramos eu avistei Max bebendo com outras pessoas numa mesa que estava ao fundo, bem distante das outras.

— Santiago, bom te ver por aqui. — Cumprimentei ele com um aperto de mão e os demais também.

— Resolvi dar uma saída um pouco de casa, mas eu não vim sozinho não.

— É eu vi, quem é a gata sentada com Kallil? A mina é bonita, carne nova na área?

— Amiga da Danira, você sabe como é a minha irmã. — Max sempre foi afim da minha irmã, o problema é que ele sempre violento, não apenas no trabalho como com as mulheres que ele saia também.

Eu não engoli aquela história que a Danira me contou da tal queda, isso tudo tá com cara que foi o Max quem fez isso, mas eu quero ouvir isso dela mesma ou quem sabe dele.

— Gatinha, Kallil tá pegando ela? Porque se não estiver eu vou agora mesmo dar ideia nela.

— Kallil não, eu quem estou. Preciso sair da casinha às vezes também, afinal eu sou um homem de carne e osso que às vezes também sente desejos carnais.

— Ah legal, achei que você ainda estivesse pegando a Karine. Ela casou mesmo? Vi algumas fotos dela ao lado de um cara que não era você!

— Casou, achei até bom, assim não fica no meio termo.

— Entendi, e a Tina? — Tina hoje tá estranha demais e eu só queria saber o porquê.

— Que que tem a Tina?

— Tá pegando ela também ou eu posso chegar junto dela?

— Qual é a sua Max? Eu sei que você e a Danira tinham um lance e do nada isso acabou e ela aparece toda machucada em casa.

— Tá achando que fui eu que fiz aquilo na tua irmã?

— Não tô acusando ninguém, mas você poderia me ajudar a descobrir quem fez aquilo. — A reação dele o entregou na hora, ele ficou sem saber o que falar e eu logo saquei qual é a dele, covarde!

— Eu posso te ajudar a descobrir quem fez aquilo com ela, mas não garanto nada já que quem era pra te falar a verdade não falou, sua irmã.

— É, mas eu vou descobrir quem fez aquilo com ela ou eu não me chamo Santiago. Se quiser se juntar com a gente lá fica à vontade.

— Valeu, mas eu já tô com a minha galera aqui.

Voltei pra perto dos meus e vi que a conversa entre Kallil e a Maquini já durava demais. Ela está bem sorridente, ainda não tinha visto ela rindo mas agora eu vi o brilho que ela tem nos olhos quando está feliz.

— E aí, perdi alguma coisa? Pelo visto nem tive a perca de tempo de apresentar vocês dois, já estão se dando bem, bem até demais. Será que eu posso sentar aqui?

— A gente tá aqui falando sobre a vida, como a vida pode mudar tão de repente não é Maquini? — Ela sorriu pra ele e assentiu.

Danira chegou perto da gente e puxou ela pra dançar junto com ela e a Tina. Samuel sentou com a gente e começamos a conversar sobre mulheres, havia algumas bem bonitas por aqui mas a p***a do meu foco está na Maquini, ela tem alguma coisa que me chamou a atenção e essa noite eu tenho que descobri o que foi.