Gabriela narrando
Oxi mas que homem mais seboso, ele é a pura folga em pessoa, de uma ousadia absurda, eu não tô acostumada com essas coisas não, mas eu não deito pra ninguém, não sei o nível de periculosidade dele, mas eu que não vou me calar, já me calei por muito tempo, já passei o pão que o d***o amassou, e ele ainda vem ameaçar a única pessoa que me estendeu a mão, pois não mesmo, se eu errar eu sou mulher de assumir cada erro meu e não responsabilizar ninguém sobre nada
- mulher tu é maluca ?- vitinho fala comigo desesperado
- sou maluca por que mesmo ?- eu cruzo os braços - até onde eu sei eu estava lavando o quintal aqui na paz, ele que veio entrando, não posso fazer nada - falo cruzando os braços
- tu não tem noção de quem é o sombra não doida, ele não reza, agradeça que ele te deixou viva, já vi gente morrer por muito menos - ele fala e eu dou de ombros
- vitinho eu vou te falar uma coisa- me aproximo dele colocando a vassoura encostada na parede - eu não sou ameaça, mas eu sei me defender, eu já passei por muita coisa na minha vida apesar da pouca idade, então não tente me amedrontar, pois precisarão de muito mais que isso - eu falo e ele n**a
- olha Bahiana, eu não sei quem tu é, mas de uma coisa eu posso te garantir, fica longe do sombra, evita o caminho dele, e principalmente não joga água nesse homem, eu ainda não sei porque tu tá respirando - ele fala e eu dou risada da sua agonia
- pense, tá calor, pelo menos refrescou ele, estava muito tenso - eu falo e ele cai na risada
- eu já falei isso pra ele, nem parece que transa, tá sempre de mau humor - ele fala negando com a cabeça
- aí já é problema dele, meu caro, eu não posso fazer nada- falo divertida - agora escute, me dê uma ajuda aqui - falo e ele me olha desconfiado - preciso de um trabalho, qualquer coisa, faxina, bar, tudo, só não vendo droga, mas qualquer bagulho eu tô precisando - falo com ele que concorda
- tu tem experiência?- ele pergunta e eu engulo seco, minha única experiência não é nada do que eu goste de me lembrar
- tenho não homem, tu acha que vim por causa de que ?- falo tentando parecer descontraída
- então, vou te arrumar um bico no bar do meio, lá acontece os bailes, os pagodes, tudo na mesma rua, inclusive hoje vai ter um, e o seu Jorge falou que precisava de alguém - ele comenta - hoje tem jogo do mengao né, final do carioca, vai bombar, tu quer ir lá trocar uma ideia com ele ?- ele pergunta e eu concordo na hora
- menina nós estamos viajando a quase três dias, descansa hoje - dona Eliana fala preocupada
- que nada dona Eliana, eu preciso de trabalho o mais rápido possível, não posso deixar qualquer oportunidade passar - falo e ela me olha preocupada - fique tranquila, eu tô bem, antes do ocorrido eu dormi bastante, então eu tô pronta pra enfrentar uma labuta - falo e ela concorda ainda não muito contente
- então eu vou descer com vocês e vou ao mercado comprar comida pra fazer uma comida bem gostosa pra gente, vocês precisam trabalhar alimentados - ela fala convicta
- olhe, espere só um momento, vou me trocar- falo com o Vitor que concorda
Subo correndo pro quarto, tomo um bom banho gelado bem rápido, só para tirar o suor da faxina, visto uma lingerie preta, um short jeans mais folgado que mesmo assim fica justo na minha b***a, e uma camiseta preta, e deixo o meu cabelo solto mesmo
Como estou na casa de dona Eliana eu preciso ajudar com as despesas, que por sorte já serão bem mais baixas do que eu imaginei, então pego 300,00 no fundo da minha bolsa pra comprar pelo menos o básico daqui, e qualquer coisa eu compro mais no decorrer dos dias, pois como a casa está vazia precisaremos de tudo
- aqui dona Eliana, isso é pra ajudar na despesa, se passar muito nós dividimos e eu lhe dou a diferença - falo e ela n**a
- tá ótimo minha filha, muito obrigada- ela fala guardando o dinheiro no bolso - me chame pelo nome ou de tia, sem esse “dona”- ela pede e eu concordo
- então bora lá - vitinho fala e eu concordo- dinha desce com o menor ali, eu vou deixar a Baiana lá embaixo e subo pra buscar o carro pra te ajudar nas compras já - ele fala com ela que concorda - bora Baiana - ele me chama e eu subo na garupa da sua moto
Nunca andei de moto, que experiência malícia, um medo surreal, ainda mais da forma como ele andava feito um louco, eu grudei na cintura dele morrendo de medo
- coe baiana nunca andou de moto não ?- ele pergunta parando na frente de uma praça movimentada e eu não conseguia descer da moto
- minhas pernas, não as sinto - falo me tremendo toda e ele da risada- não ri po, eu tô com meu corpo todo tremendo - falo e desço devagar apoiando no seu ombro e sento na calçada
- coe baiana tá de brincadeira - ele fala rachando de rir de mim e eu espero meu corpo voltar ao normal, parecia que meu coração ia rasgar o peito de tão nervosa que eu estava
- ah vamos logo, chega de rir de mim - eu falo me levantando e limpo o short batendo na minha b***a
- ai seu José, arrumei a funcionária que o senhor precisava - vitinho entra cumprimentando um senhor
- o menina, você têm experiência?- ele pergunta aparentando estar cansado
- não tenho, mas aprendo rápido e tenho disposição pra trabalhar- falo e ele sorri convicto
- então podemos começar um teste agora? Você tem disponibilidade?- ele pergunta e eu confirmo- você passando no teste nós conversamos sobre horários e valores ok, e eu irei pagar o seu dia- ele fala rápido e um pessoal chama ele pra receber cervejas - hoje tem jogo, isso aqui já está a todo vapor - ele fala me entregando um avental e eu amarro o cabelo
- ai to dali organizando o telão e o pagode, qualquer parada aciona nós - vitinho faz o toque comigo
- obrigada viu, pela ajuda, e não esquece de buscar a Eliana no mercado - eu relembro ele
- c*****o baiana, tenho que ir lá - ele sai correndo empinando
- vou te explicar como vai funcionar hoje - o senhor começa a má passar diversas informações e eu vou gravando tudo
Começo a guardar as cervejas nos freezers contando cada uma, os destilados, água de coco, vou guardando e anotando tudo, já tinha enchido todas as prateleiras do depósito, todos os freezers e a frente da loja, limpado todas as mesinhas, limpado todo o chão, enquanto isso o senhor já ia atendendo algumas pessoas
- ei tu trabalha aqui ?- uma loira vem falar comigo e eu concordo
- sim, posso ajudar ?- pego o meu bloco de notas e ela concorda
- tu é o que do vitinho ?- ela pergunta e eu não entendo
- você quer fazer um pedido ?- falo e ela se senta no banco perto da porta
- traz uma cerveja e coloca na conta do vitinho- ela fala e eu concordo
- senhor Jorge, podemos colocar coisas nas contas das pessoas ?- eu pergunto e ele não autoriza se não for a própria pessoa - então vou avisar aquela menina - falo e ele concorda - oi, o seu Jorge não liberou sua cerveja na conta do Vitor, pois só pode com a própria pessoa, se você quiser uma comanda e você pode pagar no final - eu sugiro e ela já levanta bolada e vai embora
- liga não minha filha, quando elas não conseguem o que querem é assim mesmo - ele fala e eu fico um pouco frustrada
A praça começou a lotar, o som tocando com pagode, muita gente mesmo chegando, poucos minutos já tinham inúmeras motos, e eu já atendia várias pessoas ao mesmo tempo entregando vários pedidos
- já vou trazer o pedido de vocês, fiquem a vontade - falo com um casal e viro rápido pra ir até o balcão quando me bato de frente com a muralha - ah c*****o, não é possível - eu falo inconformada
- qual é a tua mina ? Tá achando que é quem pra ficar toda hora tirando uma comigo ?- sombra fala me encarando nos olhos e eu suspiro irritada
- eu estou no meu local de trabalho, e você como sempre fazendo jus ao seu vulgo, novamente eu não tive culpa - falo e saio deixando ele sozinho no meio do salão e vou pegar o pedido dos meus clientes