O Contrato

1480 Words
Ponto de Vista: Halan Eu não queria deixá-la, mas tinha que ir. Mandaria na frente alguns servos particulares para escolher e aprontar o quarto. A lua cheia me pegaria no meio da viagem, mas os servos que levei sabiam o que deveria ser feito e ela não desconfiaria de mim, pois se fosse verdade, eu não me arriscaria em uma viagem. Três dias para chegar em minha Cidade Forte, além dos dias que teria que ficar para ajeitar as coisas e mais três dias para voltar. Fechei a porta do quarto e dei uma última olhada nela se espreguiçando sonolenta sobre as cobertas. Ela era linda, eu queria voltar e terminar o que comecei. Desci as escadas e entrei em minha carruagem gradeada, enquanto um servo passava a corrente e colocava os cadeados. Não seria fácil, mas eu conseguiria. Depois de casado, era só me manter trancado durante as luas cheias, e eu levaria uma vida normal. Boatos sempre irão existir, mas a dúvida também. Vinte e três anos sendo trancado durante as luas cheias e apenas pessoas de confiança haviam me visto assim. A viagem ocorreu como esperado, chegamos na minha Cidade Forte de dia, os habitantes me viram descendo da carruagem em minha forma humana. Sempre fiz questão de ser visto durante o dia, mesmo que de longe, durante as luas cheias para levantar a dúvida. Tomava cuidado apenas para ninguém chegar perto, poderiam ver meus olhos vermelhos. O primeiro dia de lua cheia, eu não me transformava, e seria o dia do meu casamento. O problema era controlar a raiva e os olhos vermelhos. Às vezes me arriscava a ser visto durante a noite no primeiro e último dia de lua cheia. Minha família foi em outra carruagem, a carruagem que cheguei. Essa engaiolada era usada apenas quando necessário e chegou depois para não levantar suspeitas, pois já sabíamos que teríamos que usá-la. Fui recebido por Milena, uma serva que sempre cuidou dos meus ferimentos após as transformações. Ela aquecia minha cama também antes das transformações, quando o lobo dentro de mim gritava por prazer. Alguns antigos diziam que os lobisomens nem sempre foram desse jeito, que antes eles se transformavam quando queriam e eram racionais mesmo em forma de lobo. Mas a marginalização dessa raça os levou à loucura. _ Precisa se liberar para enfrentar a noite. _ disse Milena passando a mão em meu peito. _ Não preciso disso agora. _ menti tirando a mão dela de mim. _ Prepare um banho. _ Sim senhor! _ respondeu Milena fazendo beicinho. _ Onde está meu pai? _ perguntei procurando o rei. _ Em seu escritório, senhor. _ respondeu um servo. Subi as escadas e fui para o escritório do meu pai. Eu queria saber o que estava acontecendo e porque ele não me falou desse contrato com o Rei Auro. Entrei sem bater e encontrei uma serva de joelhos em sua frente. A serva assustada levantou-se, fez uma reverência e ele sinalizou para que ela saísse. _ Por que me atrapalha? _ perguntou meu pai depois de ajeitar suas calças e voltar para os relatórios. _ Quero saber sobre esse contrato. Por que não me disse que tinha um contrato com Auro? _perguntei um pouco irritado. _ Ainda bem que me lembrou, tenho que terminar o contrato nupcial e enviar para ela assinar. _ disse meu pai. _ Vou oferecer só metade do que iria, pois ela já aceitou o casamento. _ Ela não teve escolha. _retruquei. _ Veja bem, meu filho. Você era para ser o meu herdeiro, você deveria subir ao trono. Eu escondi esse contrato porque queria você aqui comigo, governando, mas infelizmente não será possível já que nunca encontramos uma cura para isso. _ explicou o rei. _ Isso não tem cura, já faz parte de mim. _ falei friamente. _ Mas um pai quer sempre o melhor para o seu filho. _ disse Marco levantando-se. _ Colocou no contrato que ela não pode entrar em meu quarto? _ perguntei. _ Sim! Vamos procurar um quarto que tenha uma antessala para que um curioso não veja a gaiola. _ respondeu meu pai. _ Qualquer entrada escondida para esse quarto será fechada também. _ Ela não deve ser do tipo que dorme com o esposo. _ pensei alto. _ Nenhuma é. Elas evitam o máximo possível estar com a gente, pois fogem de s£xo. Principalmente os matinais. _ riu meu pai me dando um tapa no ombro. _ Enviarei Milena junto com os outros. _ Ela pode não gostar de Milena. _ analisei a situação. _ Elas são ciumentas apenas no início, depois não fazem mais questão de nada e ainda nos encorajam. _ revelou meu pai. _ Milena sempre cuida de meus ferimentos, mesmo eu me curando rápido. É complicado no último dia da lua. _ falei tentando relaxar os ombros. _ E a rainha também não vai querer cuidar de você durante a primeira lua. _ completou meu pai. _ Milena monta com pr@zer a b£sta. _ Já preparou a jaula? _ Já sim! Sempre vai ficar uma aqui e mandei fazer outra para lá. Entrará junto com seus pertences e os servos irão soldar. _ respondeu o rei. _ Quando tiver pronto me chame que quero ler antes de enviar. _ pedi a meu pai. _ Pode deixar! _ disse o rei abrindo a porta para mim. _ Tenho muitos relatórios da minha ausência para ler. Subi as escadas sentindo minhas veias saltando, eu precisava descarregar a tensão s£xual, mas nesse momento só conseguia pensar em uma mulher. Aqueles olhos azuis goz@ndo sem entender direito o que estava acontecendo, uma inocência tão genuína, não saía de minha cabeça. Ironizar que eu era um lobisomen era uma boa jogada para que ela não acreditasse nos boatos, mas ela descobriria logo se sondasse meu paradeiro todo mês. Milena tinha cabelos castanhos claros, olhos verdes e um corpo que fazia qualquer homem ficar duro só de olhar, mas não era ela. _ Seu banho está pronto, precisa de mim para relaxar? _perguntou Milena puxando um cordão da túnica. _ Não! Tenho muitos pensamentos. Espero que a água ajude. _ respondi controladamente. _ Se a água não ajudar, te chamo. _ Sim senhor! _ respondeu Milena fazendo uma reverência e saíndo do quarto, nenhum pouco desapontada. Entrei na água e esfreguei-me tirando a poeira da estrada. As veias do meu braço estavam todas saltadas e meu corpo pedia por liberação. Segurei meu p@u apertando com força, pensando na boca dela aberta g£mendo. Desci a mão pela cabeça e senti-o pulsar, ela ia me deixar louco nesse período. Foi rápido e forte, três vezes para começar a sentir meu corpo relaxando. Ela era virg£m e não aguentaria receber tudo de mim. Mas eu não tinha certeza se conseguiria me segurar. Havia anos que eu não me m@sturbava, sempre tinha mulheres dispostas em meu reino e Milena para os dias mais brutais. Ela havia conseguido me prender, pois eu nunca imaginaria negar meu pr@zer na perspectiva de um encontro com outra mulher. Sequei-me e estiquei meus músculos, entrei na gaiola, que na verdade, era mais como uma prisão. Havia grades de ferro na frente, pois as laterais e fundo eram as paredes do meu quarto. Coloquei os cadeados e joguei as chaves no meio do quarto, comi a bandeja de frutas e pães que estava no chão. Não tinha móveis dentro da gaiola, pois um animal não precisava de luxo. Um servo entrou e me entregou o contrato que meu pai enviará antes do anoitecer, ele não parecia incomodado com minha nud£z. Já havia me visto sentado no chão, sem roupas, inúmeras vezes. O contrato dizia que ela não poderia entrar em meu quarto, interrogar meus servos e nem demitir nenhum dos meus ajudantes. Também dava licença para que eu procurasse mulheres para liberação carnal e permitia que ela tivesse um amante, autorizado por mim, depois do nascimento de pelo menos três herdeiros homens. Tive vontade de rasgar aquele contrato, eu não iria permitir que ela tivesse amantes, só a ideia de outro homem a penetr@ndo fazia meu lobo querer sair. O servo deu um passo para trás, analisando os riscos. Três herdeiros homens, eu não sabia como teria filhos e se teria que fazer o que meu pai fez. Preferia não ter prole, do que me submeter a isso. Ela provavelmente iria querer ter filhos, mas eu não daria isso a ela, condenar crianças a passarem o que eu passei aos meus treze anos de idade quando meu lobo reivindicou meu corpo. Não poderia fazer isso com meus filhos. _ Peça à Milena para preparar um xarope de infertilidade para mim. _ ordenei ao servo entregando o contrato. A noite estava chegando e a lua iria surgir, o servo pegou o contrato e saiu às preças, deixando-me sozinho com a fera que habitava em mim.
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