A minha decisão está tomada e pretendo viajar ainda este mês.
Eram quase 19:00 quando desci para a sala de jantar e os encontrei sentados a mesa.
- Boa noite pai e mãe.
- Boa noite filha! - Eles responderam.
- Preciso vos comunicar algo que decidi e não vou permitir que me impeçam.
Fala logo do que se trata Gabriela - Minha mãe falou e como sempre parecia estar chateada com alguma coisa.
- Eu vou para os EUA fazer a faculdade de Administração de Empresas e a Suely vai comigo..
- O quê? - Minha mãe gritou.
Você está maluca Gabriela? Eu não vou permitir que você vá para os Eua e leve a filha da empregada.
- Não mamãe! A Senhora é que está louca.O nome da empregada é Márcia. Ela me ama muito mais do que você algum dia me amou.
E já sou maior de idade. Não te estou a pedir permissão para nada. Eu vou e já decidi. Além disso, a senhora diz confiar muito na Márcia e a chama de empregada mamãe?
- Cristina! Meu pai falou...
A Gaby é adulta e faz da vida dela o que quiser.
- Obrigada papai. Eu sabia que o senhor entenderia. Bom jantar para vocês.
Levantei - me da mesa.
- Você não vai jantar?
- Não mamãe. Perdi a fome.Vou tratar da minha viagem
Saí da mesa furiosa e fui até a cozinha onde encontrei Márcia e Suely também jantando.
Nana. Podes me servir o jantar aqui? Por favor..
- Claro que sim filha.
Senta.
- Obrigada.
- Como foi com a Dona Cristina? Suly me perguntou.
- m*l amiga. Mas o meu pai apoiou a nossa viagem. Não te preocupes. Vai dar tudo certo.
A minha mãe não vai estragar isso.
Nana me deu o jantar e comi todinho pois estava com muita fome. Levantei e pedi a Suely que no dia seguinte fosse comigo à embaixada americana.Despedi-me e fui dormir. A manhã seguinte seria agitada.
O que será que me espera na América?
Esta pergunta não saia da minha mente. O meu objetivo era apenas ir para lá e me formar. Mas pelo comportamento da minha mãe pensarei melhor antes de voltar.
Ela não vai me obrigar a desistir do meu sonho para me forçar a casar e ter filhos.
É claro que desejo isso, mas será pela minha vontade, e não pelos caprichos da minha mãe. Ela foi uma mãe ausente durante a minha infância e adolescência.
Agora que decidi ir à Universidade quer fazer o seu papel de mãe impondo a sua vontade?
Não deixarei isso acontecer. Herdei a teimosia dela. Então ela deve saber que não pode nem vai me prender em casa.
O apoio do meu pai é suficiente para mim. Ao menos ele tem tentado se aproximar de mim agindo como um pai.
Apesar de achar que é tarde demais, darei a ele uma oportunidade de sermos pai e filha novamente. Desde que ele não se deixe manipular pela minha mãe vai correr tudo bem.
Amanhã vou à embaixada com a Suely. Vai dar tudo certo. A minha mãe que não se atreva a me impedir, ou então seremos literalmente inimigas, e não será por pouco tempo.