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1049 Words
Dih Narrando Meus filhos cresceram e cada um tá tomando seu rumo, eu sinto muito orgulho de cada um deles e principalmente da minha mulher que se dedicou integralmente a educação deles e a cuidar de nós. A Helena é meus olhos e minha base aqui, me ajuda como pode na melhoria do morro e a Louise que eu pensei que talvez seria a minha herdeira mas me enganei, ela quis assumir o escritório e seguir os passos da Helena. Os Gêmeos que graças a Deus não nos deram trabalho também não quiseram e pra te falar a verdade eu também não queria pra mim e nem para os meus filhos, mas o destino comigo foi injusto de uma certa maneira e eu não tive muita escolha, já os nossos filhos tem suas escolhas e sempre deixamos isso claro pra eles, a única coisa que exigimos foram os estudos e cursos complementares, não importa o que eles quisessem seguir, tinham que estudar e se formar. Mas o Igor é diferente, sempre foi chegado a mim desde moleque, sempre quis seguir meus passos e isso ele sempre disse. Quando ele ficou maior, sentamos com ele e conversamos sobre a situação que envolve a guarda dele ficar com a mãe dele, sabe quando o brilho no olhar some? Pois bem, foi bem assim que aconteceu. Lembranças On Helena - Filho, lembra que uma vez nós dissemos que conversaríamos com você sobre a sua guarda ser minha e você não poder frequentar a boca? Pois bem, a hora chegou! - ela falou olhando pra ele e começou a explicar todo processo e ele prestava bastante atenção. Quando chegou na parte do acordo e ela foi explicando o real motivo dele não poder frequentar, ali eu vi que ele queria muito aquilo, que o brilho no olhar dele foi sumindo. Igor - Tudo bem Mãe, eu não vou desaponta- la e nem colocar o meu pai Diego em risco e nem nosso morro. Dih - Filho, eu não herdei o morro porque quis, eu não queria essa vida, mas ela veio pra mim de bandeja e eu cuido do nosso morro com muito amor, mas você sabe que nem tudo são flores e que sempre há um risco muito grande no meio disso tudo. Eu não quero esse destino para nenhum de vocês, quero que estudem, tenham uma carreira e cresçam na vida, sem maiores riscos do que já tem por serem meus filhos. - falo com ele que só concorda com a cabeça e fica pensativo. Lembranças Off Desde esse dia, acho que ele já tinha uns 16 anos, nós não falamos mais sobre isso, mas a Helena sempre me alertou, sempre me disse a forma que ele ficava quando tinha invasão e não poderia sair de casa e isso já estava angustiando ela demais. Hoje ela disse que depois do jantar iria ter uma conversa conosco, que iria tentar entender o lado dele e me queria junto também. Tive que vir correndo aqui na boca, os meninos estavam aqui me esperando, estamos sofrendo ameaça de invasão novamente, mesmo pagando a p***a do dinheiro todo mês, mas mesmo assim não dá. Tivemos anos atrás essa mesma situação, invadiram várias vezes porque mudou o comandante, mas ele foi transferido e depois acalmou, mas agora quase toda corporação mudou incluindo o tenente e o comandante e as p***a toda. Dih - E aí Rod alguma novidade - Desço já da moto perguntando pra ele que tava na frente da boca falando com o Ninho que estava junto com ele que até estranhei por ele esta aqui ainda a essa hora do dia aqui e fiz o toque com ele também. Rod - O nosso único informante que sobrou mandou avisar que eles vão subir hoje, mas não informou a hora, disse pra ficar em alerta que eles vão subir pesadão de caveirão e tudo mais. - quando ele acaba de falar os fogos estouram no céu e nós nos olhamos e já corremos pra dentro da boca para nos equipar. De repente a sala é invadida pelo Igor e a última informação que eu tive foi que ele estava no pico do morro, então ao invés dele ir pra casa como das outras vezes, ele veio pra ca e chegou a hora e eu não tenho como segura-lo . Dih - Você não vai sair do meu lado e do lado do seu tio, você sabe atirar e se comunicar pelo rádio, por nada nesse mundo saia de junto de mim. Igor - Pai, vai dar tudo certo, eu sei o que fazer, eu quero fazer isso, eu nasci pra isso. - ele fala me olhando e colocando uma touca ninja e saindo com o fuzil atravessado pra fora da boca e correndo para as lajes comigo e com Rod na cola dele. Ele começou a atirar freneticamente e acertava a maioria das vezes, pulou facilmente entre uma laje e outra parecia que já tinha feito isso várias e várias vezes. Dih - Bora por aqui por aqui, que eles vão querer avançar para o meio da favela mas não pode passar disso não. - falo gritando com eles e nessa hora meu rádio toca e o vapor me avisa que estão subindo com o caveirão. Rod - c*****o, p***a ! - ele grita e vejo que levou um tiro de raspão na perna. Dih - p***a, coloca a camisa, aperta aí e vamos logo, tão subindo com o caveirão e dessa vez temos que usar a bazuca. - eu falo pulando de laje em laje e ele confirma fazendo o que eu pedi e pulando tbm porém com a expressão de dor. Igor - Bora pai, colocar esses p*u no cu pra descer que a mãe tá esperando a gente pra jantar ainda, - ele fala pra mim e vejo no seu olhar uma mistura de excitação com até mesmo felicidade por está ali. c*****o, perdi meu filho e estamos lascados agora. Foi tudo muito rápido, ele pegou a bazuca, atirou contra o caveirão que explodiu na hora e fez um estrondo grande e na mesma hora ele gritou Paiiiii e se jogou na minha frente e eu só sentir os pingos de sangue batendo em mim e a gente caindo no chão.
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