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Igor Narrando
Estou sentado no topo do morro admirando a vista aqui no Mirante, estava pensando em tudo que tenho vivido ao longo da minha vida. Cresci nesse morro e não me vejo fora dele, por mais que meu pai Henrique sempre tente me tirar daqui, mesmo fazendo um acordo com a minha mãe de eu nunca me envolver com o mundo do crime. Mas c*****o, cada vez que tem invasão eu sinto que eu preciso está ali no meio defendendo o morro junto com o meu Pai Diego, a primeira vez que peguei numa arma foi o meu tio Rodrigo que me ensinou, meu pai tirou o dele da reta porque disse que não queria b.o com a minha mãe, aquele ali só tem tamanho mas se pela de medo da branquinha dele.
A adrenalina que eu senti quando dei o primeiro tiro não tá escrito não cara , sabe uma criança quando vê pote de doce e quer comer tudo de uma vez e mais e mais, foi essa a minha vontade quando atirei pela primeira vez, mesmo que tenha sido em um alvo.
A minha mãe nem pode sonhar com uma coisa dessa se não ela dá um tiro no meu tio no meio da testa dele e um de raspão no meu pai por ter acobertado. Os meus pais são de boa, eu admiro demais a relação deles, eles se completam pra caramba. Ainda moramos com eles, mas eu tô querendo ir para o meu canto, meu pai deu uma casa pra cada um aqui no morro, a Louise fez o dinheiro dela girar como ela diz e como uma ótima estudante de contabilidade como a nossa mãe, alugou a casa dela e disse que só sai da casa dos nossos pais quando for casar, não tem nem tamanho e já pensa em casar eu hein tá doido, se eu ver ela e a Clarice com alguém por aí o p*u tora minhas meninas ninguém mexe e eu sou super ciumento, já meu pai e meu irmão Pedro são de boa com elas. A Louise e eu somos melhores amigos, tudo contamos um para o outro, mas eu estou notando que ela anda querendo me falar algo mas nunca consegue, vou respeitar o tempo dela e só espero que não seja o que eu tô pensando, ela é mais velha que eu 1 ano mas pra mim não tem isso não, ela pra sempre será uma bebê, minha irmã que a vida me deu de presente e depois vieram os gêmeos.
Nossa família é grande e bem unida, meu pai Henrique não casou novamente e nem tem filhos, pra ficar no meu pé me monitorando e eu não sei como vou fazer pra fazer parte do movimento, a Louise vai assumir o escritório dos meus pais, o Pedro quer ser advogado criminalista para atuar nas causas do movimento, quando ele passou no vestibular foi uma festa, porque ele estudou dia e noite, se dedicou mesmo tá ligado, ele é um cara tranquilo, na dele, acho que assim como eu deve ser virgem hahaha e eu tô ligado na dele e na da Aimê filha do tio Rodrigo, ele vai comer o rim dele com farinha se souber de uma coisa dessas.
É galera eu sou virgem e não tenho vergonha de dizer não, bv não sou é lógico, mas quero ser homem de uma mulher só e eu já tenho a minha escolhida e eu só peço que eu seja o dela também. Aquela mini Japonesa tira o meu juízo e eu sou parado na dela faz uma cota, dali não sei quem é mais ciumento se é a tia Carol ou o tio Lt, tenho problema em dobro, mas ela é a minha de fé e é por ela que eu estou esperando todo esse tempo e sei que vai valer a pena.
A Clarice é meu outro tesouro, minha pequena e grande mulher, tá fazendo medicina pra ser médica igual a tia Carol que é a madrinha dela, estudiosa e braba, de nós quatro ela é a mais estressada, mas a que tem um coração enorme e vou te falar, faço de tudo para ver ela bem, para ajudar no que posso com os textos dela da faculdade pra ela poder estudar. Na verdade eu cresci vendo os meus pais cuidarem muito bem de nós e fazer de tudo para que nossa família ficasse segura, sem faltar nada e todos nós unidos e eu quero seguir assim também e eu faço de tudo para ver eles bem.
Eu tô fazendo faculdade de administração, porque uma coisa que meus pais sempre disseram era que não importa o rumo que nossas vidas tomasse, mas o importante era que tivéssemos estudo e isso eles não abririam mão de jeito nenhum.
Mas independente de qualquer coisa eu sinto que meu destino é assumindo o legado do meu pai Diego, mas não sei como vou fazer isso por causa da promessa que minha Mãe fez para o meu pai Henrique para eu nunca me envolver com o mundo do crime se não ele denunciava meu Pai Diego, ela e ainda tomava minha guarda na época, coisa que ele não pode fazer mais hoje em dia porque já sou de maior.
Estava aqui pensando quando recebo uma mensagem da minha mãe pedindo pra eu descer pra jantar, me levanto indo em direção a minha moto e quando estou subindo ouço os fogos anunciando a invasão, ao invés de ir pra casa eu vou em direção a boca, hoje eu vou defender o meu morro e ninguém vai me impedir.
Desci o morro a milhão indo em direção a boca onde já estavam todos pegando os coletes e eu estacionei a moto na frente numa freada só que assustei até os vapores que estavam ali e desci correndo para dentro da boca dando de cara com o meu Pai Diego e com o meu tio e se Deus quiser futuro sogro LT.
Dih - Não, não mesmo Igor vaza pra casa, você não vai pra invasão, você não é treinado e a sua mãe nos mataria. - ele fala assim que me vê entrando na sala dele.
Igor - Pai, eu sei atirar! Eu preciso ajudar o nosso morro pai, já está mais que na hora de eu assumir o meu lugar aqui e é isso que eu quero e é isso que eu sempre quis e não é novidade pra ninguém. - falo olhando pra ele e ficamos nos encarando.
Lt - Isso não é hora pra discussão, Diego se ele quiser ir deixa, sabemos que ele sempre quis isso. Mas tu vai ficar do nosso lado, seu pai está certo você não tem treinamento, então vai ficar na nossa proteção e se já sabe atirar senta o dedo em quem tiver subindo e nos segue beleza ? - ele fala e eu concordo olhando para o meu pai que está de cara feia mas não diz nada, só me passa o armamento e vem colocar o colete em mim.
Dih - Não sai do meu lado por nada moleque, eu não quero te perder, já basta que eu vou enfrentar a tua mãe então fica colado em mim. - ele fala colocando o colete em mim e me dá um abraço rápido e saímos da sala indo pra fora da boca.