Sophie
Terminei de limpar os quartos e depois lavei os banheiros. Foi tanta coisa que só parei meio dia. Eu estava morta de cansada e se eu já dava valor ao dinheiro da minha mãe, agora eu valorizo mais ainda. Se eu sou bem mais jovem e já tô morrendo só numa manhã, imagina ela todo dia?!
Minha mãe é uma guerreira.
Guardei as coisas e encontrei a Tereza colocando o almoço na mesa. Entre o vai e volta eu falei pra ela que já estava indo embora que tudo já estava feito. Ela assentiu e desejou melhoras pra minha mãe.
Assim pude, saí pelos fundos.
Dei a volta no quintal e saí pelo portão da frente. Ao atravessar o mesmo, passei por uma cortina de fumaça que me fez começar a tossir.
— Já está indo, princesa?
Jonathan.
— Sim. — continuei andando e a tosse parou assim que fiquei a uma distância considerável da fumaça dele.
— Quer uma carona?
— Hora do almoço, Jonathan. Não precisa, obrigada. — voltei a andar.
— Você sabe meu nome. Você falou que não me conhecia.
Merda, falei demais.
Olhei por cima do ombro na calçada. — Quem não te conhece?
Ele sorriu.
— Aceita a carona. Estou indo na casa de um amigo e por acaso sua casa está a caminho da dele.
— Você sabe o caminho da minha casa? — estranhei.
— Sempre levo a sua mãe.
Ata. Vou tomar cuidado pra não sair na frente da casa quando minha mãe estiver voltando do trabalho.
— Não, obrigada. Não quero sua carona.
Nada de entrar nas estatísticas de garotas provadas por Jonathan.
— Se você me conhece, deve saber que sou insistente. Não desisto fácil de uma coisa.
— E eu sou teimosa. Não aceito fácil muita coisa. — desdenhei e voltei a andar.
Ele não disse mais nada, mas de repente um ronco de motor zoou na rua e uma Ferrari azul me acompanhou.
Ele abaixou o vidro do carro e esticou a cabeça pra falar comigo.
— Eu vou te seguir até sua casa. Então é melhor entrar.
Dei uma lufada de ar cansada da insistência dele.
Credo, esse rapaz cismou comigo mesmo!
Parei e ele fez o mesmo com o carro.
— Tudo bem. Já que vai continuar insistindo. — me dei por vencida e entrei no carro.
Ele estava com um sorriso vitorioso naqueles lábios gostosos.
Preferi olhar para a frente e focar na rua. Nunca tinha ficado perto do Jonathan e os metros de distância que minha vida me permitiu durante o tempo que descobri sua existência não foram o suficiente pra mostrar o quanto ele é mais irresistível de perto.
Parece clichê, mas é que existem pessoas que despertam na gente desejos. Desejos inexplicáveis.
Uma vez eu ouvi numa série que certas pessoas liberam muitos feromônios e isso os torna muito atraentes mesmo que a pessoa não seja bonita.
Mas o Jonathan tem isso aí e é bonito. Ou seja, ele tem duas coisas irresistíveis ao mesmo tempo.
Como fingir demência?
— Eu sou muito próximo da sua mãe. Quero dizer, eu a tenho como uma mãe pra mim. Ela sempre se preocupou comigo. Você parece ser como ela.
Tentando me agradar?
Eu já vi ele esculachar e destruir a moral de um monte de garotas no meio de todo mundo. Ele é de todo r**m.
— Como assim?
— Gentil... Amorosa...
— Talvez. — balancei a cabeça na dúvida.
— Eu quero que você vá a minha festa.
Olhei pra ele com uma grande interrogação na minha cara.
— Quê?
— Minha festa de aniversário. É amanhã.
— Você me conheceu há duas horas atrás!
— Por isso mesmo. Quero te conhecer melhor na festa. — explicou.
Jonathan Carter querendo me conhecer. Não estava preparada para esse tiro.
— Não tem nada que você deva saber sobre mim, além de que eu sou filha da empregada de vocês.
— Que eu considero uma mãe. — ele estacionou na frente da minha casa.
— Então me considere uma irmã. — saí do carro. — Obrigada pela carona.
Dei as costas.
— Te espero lá. Começa às 21:00.
Será que ele pensa mesmo que eu vou?!