A redenção de Jonathan

4°

Jonathan Carter

No caminho comprei umas cervejas e algumas outras bebidas.

Cheguei à casa do Tyler e o encontrei enrolado numa toalha e todo molhado.

— Atrapalhei seu banho? — entrei direto pro balcão e deixei as bebidas encima da mesa.

— Na verdade, sim. E mais do que isso. — ele trancou a porta. — Dá pra você entrar no quarto de hóspedes por alguns minutos?

— Quê?

Ele apontou pro banheiro e fez um gesto obsceno indicando que estava comendo uma garota no banheiro.

— Ahh, ok.

E ainda fala que eu sou escroto.

Segurei meu sorriso e fui pro quarto de hóspedes. Fechei a porta e deitei na cama.

Tyler transando com essa garota me lembrou que fiquei com a Olívia ontem. Eu não lembro direito o que falei pra ela, mas eu não quero uma garota perto de mim amanhã que não seja a Sophie.

A Olívia é um pé no saco. O que deu em mim pra ter ficado com ela? Eu devia estar bem bêbado. Talvez ela tenha me estuprado. Eu não duvido, aquela aproveitadora de caras vulneráveis.

Do quarto dava pra ouvir a conversa do Tyler com a garota na sala.

— Então você vem amanhã pra festa?

— Posso trazer uma amiga?

— Pode claro. O aniversariante vai adorar. — ouvi o estalo de um beijo. — Não quer mesmo que eu te leve?

— Não Tyler. Deixa, eu vou só, vou passar na casa da minha amiga. É perto daqui.

— Tudo bem. — outro estalido de beijo. — Já tô com saudades.

— Também. — outro beijo.

Não acredito que tô ouvindo essa conversa.

Tyler é um vagabundo.

Depois que ouvi a porta fechando e nenhuma voz de garota, saí do quarto.

— Que p***a de papo furado é esse, Tyler? "Já tô com saudades"? — ri.

— Se você não tem o mínimo de sensibilidade pra gostar de alguém eu lamento. Mas eu sou diferente de você.

Esculacha mais!

— Qual é, você é igual a mim! Vai dizer que tá gostando dessa garota? — saltei no sofá.

— Não sou igual a você de jeito nenhum. Você é meu amigo e tudo, mas com relação a mulher tú não vale nada e se eu tiver gostando dela não tem problema nenhum. — trouxe cervejas pra gente.

— Como assim? — ri de nervoso. — Vai aposentar seu p*u?

— Pelo contrário, vou prevenir ele de adoecer dando uma casinha fixa pra ele morar.

— Que merda de decisão. — ri.

— Tá na hora de arranjar alguém Jonathan. A gente já curtiu muito. Cansei de ficar com uma e com outra. E a Kelly é legal.

— Kelly? Eu não sinto necessidade de me prender a alguém agora. Tá ótimo minha vida assim.

— Quando aparecer alguém que valha a pena você vai repensar sua resposta. E aquela garota que você falou hoje cedo?

— A filha da Nessa. Você imaginava que a Nessa tinha filha?

— Não. Ela é toda jovem. Sinceramente, eu comeria a Nessa.

Arremessei uma almofada nele de imediato.

— Não fala assim dela. Ela é como uma mãe pra mim.

— Desculpa. Mas então você não sabia que tinha uma irmã? Como ela é?

— Nunca que eu a consideraria como uma irmã. — sentei no sofá. — Tyler ela é fora do normal. Dentro dos padrões de garota que já peguei ela é totalmente diferente. Alta, com pele n***a e brilhante, cabelos pretos encaracolados e um par de olhos verdes que me derrubaram na hora que a vi.

— Tomara que ela te ensine que você não pode ter tudo o que quer. Você não vai dar encima da filha da empregada. Ela pode ser gata mais ainda é a filha da empregada.

— Eu não vou casar com ela ou coisa do tipo, Tyler. Só quero sentir o gosto dela por uma noite e quem sabe até repetir.

— Sendo assim, boa sorte.

— Não preciso de sorte. Só preciso que ela esteja na minha festa e o resto eu consigo.