Bom, eu achava que havia feito algo certo. Mas não havia sido, eu não fiz por intuição quero dizer, , fiz por impulso e raiva daquele rapaz ser tão irritante ao meu ponto de vista. Minha mãe me questionou mil e uma vezes oque eu havia feito de errado, e eu disse que ''nada'' Ela não estava mais com o tom de voz meiga que estava comigo, ela parecia furiosa. Importunação, acusação de assédio s****l era algo que ela tinha muita raiva, pois como eu havia dito não tinha provas nadas que concluísse que ele era mesmo um assediador. ela também não parou de me perguntar se ele tentou algo comigo. Tive que por o par de tênis e um cinto envolta de meu quadril para dar um charme naquele vestido cinza sem graça desbotado, deixei meus cabelos soltos e todos nós fomos ali mesmo a pé, já que a escola não era tão longe.
Ao entrarmos na escola fomos diretamente para diretoria, minha mãe com uma expressão bastante séria, já meu pai estava mais sereno, geralmente minha mãe que era o Alpha da relação, meu pai era bem mais tranquilo. Mas, quando chegamos na diretoria lá estava ele, com o penteado bagunçado ridículo e todo desengonçado, ele parecia estar chorando e enxugando as lagrimas. ''Glória e Sandro eu quero conversar com vocês a sós'' Disse Margarida, ele então saiu da sala da diretora e eu sai junto, esperando do lado de fora e ele sentou bem longe de mim.
— Suas lágrimas não vão te livrar. - Falei em um tom seco.
— Oque? - Diz ele me olhando arqueando as sobrancelhas.
— Você, com seu comportamento e forma de seduzir com sua beleza, não vai se safar de tentar assediar as alunas. - Digo mantendo minha postura impecável. porém confesso, deveras arrogante.
— Está me dizendo que eu estou sendo acusado de assédio s****l porque sou bonito? - Ele questiona, parecendo não acreditar no que eu dizia.
— A forma que você se veste é totalmente inadequada no ambiente escolar. Não se trata de ser bonito e sim porque suas vestimentas destacam seu corpo forte e atraente, oque faz parte das alunas pararem de prestar atenção na aula e sim no tamanho de seu bumbum. - Digo e para finalizar abro um sorriso neutro.
— Está dizendo que...- ele faz uma pausa e enxuga o nariz com papel higiênico. — Espera, oque? - Diz ele sem reação. Minha mãe então abre a porta da diretoria e a bate com força, se aproximando de mim e do banco onde estou sentada me olhando com seus olhos flamejando ódio
— Você disse que seu professor subistituto seduz as alunas só por causa da roupa dele? - Ela questiona.
— Sim eu...
— Está acusando um rapaz que não fez absolutamente p***a nenhuma de assédio s****l? - Ela questiona sem dar brecha para que eu a responda e puxa me pelo braço me levantando..
— Garota. Eu cansei. Você chega em casa e reclama que eu se seu pai somos muito apaixonados. ''Oh são malucos''. você tem ideia de quantas mulheres sofrem assédio s****l reais? Quantos homens batem em suas esposas na frente de seus filhos? Pior, eles matam! E você vai e acusa o coitado de um estagiário de estar assediando alunas só por conta da roupa dele? Priscila c****e! eu estou...- Ela pausa por um instante e respira profundamente — Eu to procurando saber onde eu errei com você, p***a de menina arrogante e chata você se tornou! Seu pai nunca bateu em mim a não ser na minha b***a!, e eu acredito que você nunca viu uma situação de assédio real pra falar uma merda dessas! Você vai agora, pedir desculpas pro Bruno...
— Mãe eu...- Tento retrucar mas ela puxa minha orelha com tanta força que a sinto arder.
— Você vai pedir desculpas pro seu professor antes que eu te meta o c****e aqui até você virar do avesso garota! p***a Priscila! p***a! - Ela grita e me empurra para o banco, me sento passando a mão no braço. — Você tem noção de coisas que eu passei e eu fui denunciar, mas disseram que a culpa era minha? Você tem ideia disso ? E agora que existem leis, leis que nos ajudam você quer usar pra implicar com um professor que por acaso não te deu toda atenção na aula?
— Mãe...eu- tentei novamente mas senti o peso de sua mão contra meu rosto, mais de uma vez — Eu devia te matar de uma surra! menina burra, burra!
Eu comecei a chorar, ela nunca havia me batido. como eu já havia mencionado, ela havia sido assediada na noite que conheceu meu pai, ela já passou por inumeras coisas antes de abrir sua propria loja de roupa, mesmo que pequena rendia bem, ela sempre foi assediada pelos seus chefes, mas quando denunciava não dava em nada.
— Não seja filha da p**a! eu não sou uma p**a! - Meu pai saiu da sala e imediatamente tirou minha mãe de cima de mim, alguns alunos sairam de suas classes para olhar a confusão, eu estava tremendo me encolhendo no banco, eu tinha medo. Bruno havia se afastado e também não tinha reação. meu pai tentava acalmar minha mãe que entrava no choro. ''Burra! Eu fiz tudo pra educar e é burra nesse ponto! Tentar prejudicar o coitado sem ele ter feito nada!'' ''Tudo bem Glorinha, se acalme você está certa'' ''p***a Sandro, p***a!'' ela não parava de falar palavrões, Margarida me deu um copo com água e eu peguei, ainda tremendo a bebi, ela falava num tom de voz doce para minha mãe se acalmar, mas era dificil.
— Sabe quantas mulheres, quantas meninas passam por assédio real, denunciam e não acontece nada? Sabe? - Ela diz tentando se aproximar de mim mas meu pai impede. — Burra. buuurra! Dê Graças a Deus que eu sempre te protegi, e como protejo sua irmã de filhos da p**a! o coitado do garoto! A gente só deseja 'rom pom pom'' pra macho escroto!
Não parou por ai, foi um show, alguns alunos filmara tudo oque eu passei e rivalizou nos grupos da escola. E quando cheguei em casa apanhei ainda mais. Jade chegou da escola, me viu com o rosto avermelhado e perguntou, eu disse apenas que havia caído, e minha mãe chegou nela com maior olhar doce e sorriu.
— Como foi seu dia? Aconteceu alguma coisa? - Questionava ela.
— Foi legal...- ela respondia. — a gente brincou, teve lição de inglês e espanhol.- Mamãe bateu palmas diversas vezes e a abraçou.
— Fala alguma coisa pra mamãe e pro papai em espanhol, fala. - Disse mamãe com os olhos brilhando. e ela dizia algo sobre borboletas serem lindas. mamãe aplaudiu. Ela também fazia isso comigo, me dava muito apoio até no sono que eu tirava no prézinho.
— Agora, conta pra mamãe. alguém tocou em você? - Questiona ela enquanto papai servia o jantar.
— Não. - ela responde — ninguém encosta em mim, nem os meninos quando querem brincar.
— É isso ai gatinha. - diz mamãe levantando a palma para ela. — Nunca deixe um garoto tocar na sua ''pepeca'' ou forçar abraço mesmo que você não goste. E outra, NUNCA minta, se ele fez diga a verdade, e se não fez, diga a verdade.
O jantar era sopa, eu odiava sopa, ainda mais de brócolis, movi com a colher recolhendo os pedaços de legume e fazia uma cara de nojo.
— Eu não to com fome... - Falei abaixando a cabeça.
— Come ou eu te faço engolir. - Diz minha mãe em um tom sério e olha para Jade em seguida — isso vale pra você também pequenininha. - Jade imediatamente começava a comer, bem mais animada que eu, mas devagar ela conseguiu terminar o prato de sopa.