Capítulo 8 - Eu vejo com meus olhinhos uma barata asquerosa.

1306 Words
Alexander  Eu não queria olhar para Alice, mas senti seu olhar preocupado sobre mim. As vezes eu pensava na vida e não tinha nada que me prendesse nesse mundo. As vezes eu achava que seria mais fácil acabar com tudo isso, mas eu lembrava que cheguei ate ali, e se eu passasse naquele concurso, eu iria me firmá, não iria depender do meu pai, e iria pra um lugar onde ninguém me conheceria, onde poderia recomeçar. Estavamos a 4 horas na estrada, não sabia exatamente onde estavamos. Eram quase 10:00 horas, me virei pra pegar água e vi Lis dormindo com a cabeça encostada na porta e Filipi mexendo no celular. Ele deveria estar jogando algum jogo já que ali não pega internet. Senti o olhar de Alice sobre mim novamente. A ultima coisa que queria, era falar do que aconteceu em casa, principalmente com Filipi escutando, mas eu não a ignorei, olhei pra ela e ela abriu um pequeno sorriso. Ela segurava meu mundo com aquele sorriso. Como pode alguém amar tanto uma pessoa assim? Um amor tão intenso e grande que m*l cabia em mim, e em pouco tempo, esse amor irá transbordar pra fora do meu corpo. Eu sinto isso. Esse desejo, essa vontade, que eu faria qualquer coisa, daria qualquer coisa por ela, um amor assim serve pra ser recíproco. Mas a minha vida é tão errada e tão confusa, que acho muito difícil algo dar certo pra mim. -Vamos lá, mais ânimo Alex. Estamos indo ao paraíso, lá não tem ninguém par gritar com a gente, lá sonhos podem ser reais.-Alice fala baixinho só para mim escutar. Sonhos podem ser reais. Essas mesmas palavras foram ditas pela minha mãe. Eu tinha 16 anos, foi no dia que Alice apareceu chorando lá em casa, no dia que dei a ideia da viagem. Logo após ela ter ido embora, minha mãe foi ao meu quarto. Eu estava lendo um mangá, ela entrou de fininho e sentou na minha cama, ao meu lado, seu cabelo estava molhado, ela tinha acabado de tomar banho."ela é bonita" minha mãe falou, e completou "bonita e inteligente, uma boa garota, não me surpreende por você estar apaixonado por ela" eu quis argumentar e dizer que não estava apaixonado por ela, que ela era só minha amiga, mas não falei nada, apenas à ouvi "garotas assim são difíceis, partem corações como ninguém, mas te completam de um jeito que só você sabe, garotas assim, são poucas, mas com elas, sonhos podem ser reais" eu fiquei confuso, ouvir minha mãe falando isso, foi um pouco estranho, perguntei a ela como ela sabia de tudo isso e ela respondeu "seu pai me disse essas mesmas coisas, disse que eu era uma dessas garotas, e essa garota, Alice, lembra a mim quando tinha a idade dela, só achei que você deveria saber." ela me deu um beijo e foi saindo, mas antes de cruzar a porta ela parou, se virou e falou "nunca desista dos seus sentimentos, o jantar esta na mesa". Gostaria de dizer à ela que não desisti. Percebi Alice olhando pra mim e me dou conta que ela espera uma resposta. -Eu sei, mas para o carro, ali na frente tem uma fronteira. Ela para o carro no encostamento e eu vou para o lugar do motorista, Alice acorda Melissa pra sentar comigo na frente e senta no seu lugar. Ao lado de Filipi. Seguimos viagem e eu não paro de olhar Alice e Filipi pelo retrovisor. Eles estão conversando, baixinho. Ouvi-se apenas murmúrios. Tento ignorar. ***************** Tinhamos passado pela fronteira a algumas horas. Percebo que estavam todos meio entediados, então ligo o som e coloco The Scientist do Coldplay para tocar e todos cantamos juntos. Lis é a que mais se empolga. Ela grita e desafina no refrão. Seus agudos quase me deixam s***o. Ela canta bem, mas quando ouve Coldplay perde a noção do que é nota. Ela percebe que estou torcendo o nariz pra ela e canta mais alto se inclinando no meu ouvido -Para pô, parece até uma hiena . -Falo. -Está com inveja da minha linda voz- Ela fala cantarolando. -Estou, até porque eu sempre quis ter a voz de uma arara engasgada. Ela me da um soco, que me faz lembrar do meu olho inchado, por sorte tinha desinchado a pouco dias. Eu desligo o som. -Por que desligou? Quer que eu cante acapella? -Não, por favor, chega.-Alice gritoa do banco de trás. -Ta bem, já entendi, não sabem o que estão perdendo, mas então, o que vamos fazer? Ninguem diz nada, olho no retrovisor e vejo Alice, consigo sentir suas engrenagens trabalhando. Ela que organizou a viagem, ela é a responsável por isso, ela se sente responsável por tudo que envolve a viagem, então nem morta iria deixar ficarmos no tédio. -Eu vejo com meus olhinhos alguma coisa turquesa.- Alice fala. Eu, Alice e Lis costumávamos brincar disso quando não tínhamos nada pra fazer. Algo turquesa...Olho em volta mas não vejo nada assim. -Minha blusa?- Pergunta Lis. -Não, isso ai é verde água. Alice é completamente estratégica, logica e pespircaz, se ela falou turquesa, é algo exatamente nesse tom. Dou mais uma olhada e vejo a faixa turquesa na cabeça de Lis. Abro a boca pra falar. -É a Tiara da Lis?- Filipi pergunta antes que eu possa. -É uma faixa, mas sim, acertou! Alice olha pra Filipi, posso adivinhar seus pensamentos, e eles dizem "ele me entende, temos uma conexão, ele é perfeito e blá." Eu quero soca-lo. Eu quero parar o carro, jogar ele na rua e seguir viagem. -Agora você.-Alice fala pra Filipi. -Ta, an...Eu vejo com meus olhinhos algo dourado. Eu nem me esforço pra responder. Por mim, ninguém responde. Por mim, ele nem estaria aqui. Alice deu vários palpites, mas sem sucesso. Ela não ia desistir, ela não desiste. Nunca. Ele é uma pessoa totalmente... -Ta, eu desisto. Meu queixo cai, não acredito, mas pela sua expressão, percebo que é apenas charminho, consigo ver sua mente trabalhando. O que esse i****a esta fazendo com a minha Alice... -É o colar da Lis. -Ele fala. Olho para o colar de ouro da Lis. Está escrito DemiLovato4ever. Ela é fã de carteirinha da Demi. Mas o colar está bem próximo dos seus s***s na sua blusa decotada. Tenho certeza que Filipi reparou em outra coisa antes de ver o colar. Aperto o volante. Só a presença dessa barata me incomoda. -Agora você Lis.-Alice fala. -Eu vejo com meus olhinhos algo amarelo. Procuro em volta e a única coisa amarela é o cabelo de Alice. Oh! Não acredito... Na verdade acredito sim, é a Lis, ela é capaz de qualquer coisa, olho pelo retrovisor e vejo a coisa amarela que Lis estava falando. Começo a rir instantaneamente. -É a calcinha de Alice?- pergunt. -Sim! Todos rimos, menos Alice que cruzou as pernas e me olhou com um olhar capaz de derreter as calotas polares. Paramos de brincar pois chegamos a uma vilazinha. Paro o Carro em um posto para abastecer e podermos esticar as pernas e tomar um banho. Vamos ter que tomar banho em postos de gasolinas e bem rápido pois não podemos parar e um lugar por muito tempo, pois, reservamos a casa de praia para daquia a 2 dias e são 3 dias de viajem e se passou quase um dia. São quase 3 da tarde. Vou na conveniência atrás de algo que não venha dentro de embalagens pra comer, não se passaram nem um dia e já estou enjoado de salagadinho, enquanto todos vão tomar um banho. Quando chegam, vou tomar meu banho e na volta, Filipi está no banco do motorista. Me recuso a sentar atrás então fico no banco da frente. Nem morto aquela barata vai dirigir meu carro enquanto fico atrás.
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