Capítulo 7 - Uma lágrima no café

1330 Words
Alice  O taxi demorou quase meia hora para chegar, mas enfim, ele chegou. O motorista me ajuda a colocar as malas e a caixa térmica no carro. São 4:40 da manhã. Não é o horário combinado para nos encontrarmos mas eu acordei com o barulho da minha mãe fechando o portão as 4:00. Então decidi levantar pois estava muito anciosa. Está quase amanhecendo, o clima esta frio mas o tempo parece bom pra viajar apesar da pequena camada de neblina cobrindo a cidade. Quando cheguei na casa de Alex, paguei o motorista e fui até o carro de Alex e como eu previ, estava aberto, coloquei minhas malas no porta malas e a caixa no chão do carro em um lugar onde todos poderiamos pegar algo sem nos esforçar. A porta da casa de Alex está trancada, não quero tocar a campainha pois estou com medo de acordar alguem então decido ligar pro Alex. Apos 3 tentativas ele atende bêbado de sono. -Quê? -Eu to aqui fora, bota uma calça e vem abrir a porta pra mim. - Mas aí você não vai poder contemplar meu lindo corpo nú outra vez. Consigo sentir o sarcasmo e desapontamento na sua voz. Alex dorme nu desde que eu o conheci, nunca vou esquecer um dia em que eu cheguei cedo para ele me dar uma carona pra escola e resolvi ir até seu quarto. A porta estava aberta e eu entrei, ele estava dormindo enrolado nas cobertas. Tão fofo, pensei. Eu quis fazer uma brincadeira com ele e puxei sua cobertas e o que vi foi um Alex completamente sem roupas. Ele estava de costas mas ainda deu ve ver muitas coisas, pois tinha muito pra ver. Nunca vou esquecer da sua b***a enorme e nua na minha frente. Desde aquele dia eu sempre bato na porta antes de entrar no seu quarto. - Cala a boca. Ele desliga e depois de 2 minutos abre a porta. Ele está emburrado, o cabelo bagunçado e extremamente sexy, e usa apenas uma bermuda que por sinal está do avesso, como se ele tivesse vestido a primeira coisa que viu pela frente e confesso que seu visual faz seus músculos aparecerem mais e ele esta....gostoso! Sinto minhas bochechas esquentarem e me repreendo por relacionar Alex com gostoso. -São 4 da manhã, o que você quer? - São quase 5, sai da frente. Ele faz um gesto engraçado e me deixa entrar. Alex foi escovar os dentes e eu fui atrás de algo para comer. Isso me faz lembrar que a parte da comida ficou por conta dele. Faço uma oração silenciosa para que ele não tenha esquecido. Acho torradas e requeijão na geladeira. Faço café e quando coloco a mesa, Alex chega já arrumado e com duas malas nas maos. -Serio? 2 malas? Eu estou levando 4 mesmo sabendo que vou comprar roupa lá. Ele coloca as malas no chão, se senta e se serve com torradas e café. - É que eu levo apenas o essencial.-Ele diz sarcasticamente. -Roupas são essenciais, e não vamos lavar roupas lá, você vai ficar sem.-Eu digo Ele abre um sorriso perverso. -Se eu já sou gostoso com roupas, imagina sem. Quando ele fala isso, minha mente me forca a imagina-lo sem roupas e dou um sorriso de lado. Eu já sabia que ele é muito gostoso....Não, o que é isso? Afasto os pensamentos e tento me concentrar na torrada. -Então- Alex fala depois de 5 minutos-O que tem na sua lista de coisas que quer fazer lá? - Como você sabe que tenho uma lista?-Eu pergunto com a torrada na boca. -Simples, Você é você. Agora me diz o que vamos fazer ao chegar lá. Reviro os olhos. As vezes esqueço que Alex me entende melhor do que eu mesma. -Eu quero ir primeiro a praia do amor. Depois ir ao por do sol do jacaré e uma coisa que eu sempre tive vontade de ver, é o sol nascer na praia. -Eu faço questão de acompanhar você em todas essas suas fantasias. O jeito que ele fala, na minha mente, veio cheio de segundas intenções. Oh meu Deus, o que está acontecendo comigo hoje?, eu estou bem tarada. Tarada demais para uma virgem de 17 anos. É, sou virgem. Quem iria adivinhar? Apenas todo mundo. -É claro que faz. Ele sorri e eu sorrio de volta, então nós ficamos nos olhando, o clima fica estranho e mesmo assim, continuamos nos encarando. Isso sempre acontece quando estamos só nos dois, é bem estranho. Ouço alguém descendo as escadas e desvio o olhar. É o Marcos, o pai de Alex. Ele deu uma boa olhada em nós dois, veio até a mesa e se serviu de café. - O café está otimo, foi você que fez Alexander? Ele pergunta a Alex. Sua voz é fria e grossa, assim como ele. -Não. Foi Alice. Quando ele ouviu meu nome estremeceu, percebi que lembranças passaram na sua mente. Lembranças de sua mulher. Eu me sinto culpada por termos o mesmo nome. -Claro que foi ela. Você não tem capacidade de ferver um pouco de água. Alex fica vermelho. Ele cerra os punhos. Marcos olha para mim e fala -É hoje a viagem de vocês, menina? Ele não me chamava pelo nome. Ele não me chamava de Alice há dois anos. O impacto da morte de dona Alice foi muito grande para essa familia. Concordo com a cabeça. -Essa viagem é so mais uma desculpa pro Alexander adiar a decisão do que quer fazer na vida. Por ele, seria um vagabundo desempregado e burro. Como é agora. Vi uma lágrima escorrer dos olhos de Alex e cair do seu café. Marcos não tem o direito de falar assim dele. Ele não o conhece. É seu pai, mas não sabe disso. Ele apenas o julga, pois e a única coisa que sabe fazer, ele estudou para isso. Julgar pessoas. Eu me levanto. Ele não iria tratar Alex assim, eu sempre soube que Alex tinha problemas com o pai, mas isso é demais, é falta de respeito, isso é covardia. Encaro Marcos mas ele parece nem perceber minha presença, pegou uma torrada e foi até o escritório. Olho para Alex, ainda de cabeça baixa, ele tenta secar os olhos, sinto compaixão por ele e um desejo de proteje-lo. Alex sempre foi molenga por dentro. E de verdade, eu acho isso bonito. Nem sempre devemos vestir a capa da frieza. Ele olha pra mim, seus olhos verdes me fitam e ele parece se acalmar, dou meu melhor olhar de "vai ficar tudo bem", um olhar sincero, que por mais que eu saiba que não depende de mim, eu faria o possível pra vê-lo feliz. Ele desvia o olhar e eu me sento. Segundos depois a porta se abre e Lis entra com 6 malas. Filipi entrou em seguida com 3 malas. Tomamos café todos juntos e depois fomos arrumar as malas no carro. Minhas orações foram atendidas e Alex cuidou das comidas. Ele comprou biscoito, salgadinho, frutas, chicletes e barinha de cereal. Coloquei tudo dentro do carro e falei. -Ta gente, vamos fazer assim, aqui-Aponto para o espaço da cadeira do motorista e do passageiro onde estava a caixa térmica e a caixa de comida -Será a cozinha, o banco de trás é grande pra duas pessoas dormirem, então vamos chamar de quarto. A pessoa que fica na cadeira ao lado do motorista terá a função de manter o motorista acordado, entenderam? -Sim senhora- Alex falou -Eu posso ficar atrás no "quarto" para dormir?-Lis pergunta bocejando. -Claro que pode- Respondo da forma mais gentil mesmo sabendo que acordei antes dela e meu sono é maior. -Eu também estou com sono-Filipi fala entrando na parte de trás do carro. Lis entrou em seguida. Olho para Alex. -Quer dirigir? Ele balanca a cabeça então eu entro no carro e ele se senta ao meu lado. Girei a chave, empurrei o freio de mão e meu sonho começa.
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