Capítulo 3

1702 Words
Capítulo 3 Isabella Narrando Isabella —Eu irei procurar o Grego. Essa decisão não está sendo nada fácil para mim, mas eu não tenho outra alternativa a não ser essa. Querendo ou não o Grego é um homem poderoso, ele se tornou o dono do morro aos 18 anos, ele mexe com o crime desde cedo. Então ele poderá me ajudar financeiramente, eu tenho a total ciência que de início ele não irá me ajudar, mas quando eu oferecer algo em troca, ele mudará de ideia, ou não. Mas eu preciso arriscar, eu sei o que aquele monstro faz e o que eu vou oferecer ele vai aceitar, mesmo eu me sentindo imunda com o que vou fazer, eu não suporto ver o meu filho desse jeito. Saio da casa da Fernanda e subo o morro com o coração na mão, eu nunca pensei que isso um dia iria acontecer. Como falei antes, eu era apaixonada pelo Grego, mas eu sempre coloquei algo na minha cabeça, que nunca, em hipótese alguma me envolveria com alguém como ele. Ele tem uma vida sombria que eu não quero fazer parte, o que acontecer entre a gente será somente para pagar os exames do Miguel, isso se ele aceitar. Mas não será nada além disso, eu não irei me envolver com ele, eu tenho até nojo só de imaginar ele me tocando com as mesmas mãos que matou a minha irmã. Sinto um aperto no coração, uma repulsa, eu não sei se vou conseguir fazer isso. Mas eu tenho que tentar. Eu não posso deixar meu filho sentindo dor. De longe eu já avisto um monte de vapores todos armados e entre eles vejo o Grego com um fuzil enorme atravessado nas costas. Só de olhar para ele sinto vontade de desistir, mas eu não posso, tenho que ser forte pelo Miguel. Fico olhando para aqueles vapores armados sinto um arrepio, eu nunca conseguiria me envolver com alguém que tenha uma vida perigosa dessa. Com muita vergonha e sem graça me aproximo dos vapores a minha frente. Vapor — O que você está fazendo aqui morena? __ Um dos vapores do Grego pergunta assim que me ver, chamando a atenção dos outros vapores que começam a me rodear. O Grego olha para mim feio, percebo que ele não gostou muito de me ver aqui. Grego — Que porr@ você está fazendo aqui? __ Ele pergunta arrogantemente mexendo na sua arma. Vapor — Se você não quiser patrão, nós quer __ Um vapor fala tocando em meu cabelo. Me afasto quando ele toca no meu cabelo, a minha única vontade é de sair correndo daqui, mas eu tenho que engolir o meu medo, a raiva e todo sentimento r**m que tenho em relação ao Grego e tudo o que ele faz. Grego — Saiam de cima da mina c*****o __ Grego fala somente uma vez e todos os vapores se afastam. Grego — Agora diga que porr@ você veio fazer aqui e mete o pé, eu não quero ver você nesse lugar __ Grego fala me encarando, eu queria retrucá-lo e falar que fico onde quero, que ele não manda em mim. Mas o Grego me encara com os seus olhos castanhos e penetrantes, então fico sem jeito para falar com ele. Eu não sei por onde começar, mas e se ele não quiser me ajudar nem mesmo em troca do meu corpo. Começa me bater um desespero. Grego — FALA LOGO PORR@! __ Ele fala alterando a voz quando eu fico em silêncio com a sua pergunta. Isabella — Eu... . _ Quando eu estava prestes a falar sou interrompida. Vapor — Tá na hora patrão. __ Um vapor dele fala nos interrompendo. Grego — Fica aqui, quando eu voltar a gente conversa. Isabella — Eu vou para casa. __ Falo me afastando mas ele segura no meu braço com força. Grego — Eu já falei que você vai ficar c*****o! E você Marreta fica de olho nessa diaba, não deixa ela sair daqui __ Grego fala se retirando e me deixando com o tal marreta. Ele é bastante assustador, tem uma cara horrível e fica me encarando. Marreta — Entra no barraco. __ Ele fala me empurrando para dentro do barraco e fechando a porta atrás da gente. Olho para o local e fico horrorizada com a tamanha sujeira. Por fora já não é muito agradável, uma casa caindo aos pedaços, mas por dentro é pior. Dentro da casa tem dois sofás mofados, uma mesa que está cheia de porcaria, no canto da sala tem algumas armas grandes. Essa é a primeira e a única vez que entro nesse lugar imundo. Então paro para pensar, o que será que o Grego foi fazer, ele e os vapores dele estavam armados até os dentes. Sento-me no sofá com um pouco de nojo para esperá-lo. Eu não posso ir embora antes de conversar com ele, se bem que o Grego deixou ordens para o tal do Marreta não deixar eu sair daqui, então nem adianta tentar ir embora. O que me resta agora é esperar. Passa-se meia hora e nada de Grego chegar, já está tarde, daqui a pouco anoitece, eu tenho que ir pra casa para cuidar do Miguel. Quando eu estava preste a levantar do sofá alguém abre a porta violentamente. Os vapores do Grego entram na casa com ele no ombro, percebo que ele está machucado e sangrando muito. Isabella — Meu Deus, o que aconteceu? __ Pergunto quando os vapores colocam o Grego sobre a mesa e rasgam a bermuda que ele está usando. Vapor — O patrão foi baleado, aqueles alemão armaram pra nós __ Um vapor fala nervoso. Olho para o Grego e percebo que ele está pálido e perdendo muito sangue, se continuar assim ele vai morrer. Isabella — Ele está perdendo muito sangue, ele tem que ir para o hospital. __ Falo observando o ferimento de bala na perna esquerda do Grego. Grego — Eu não vou para c*****o nenhum de hospital, tá louca, eu estou bem, só tira essa bala da minha perna e pronto. __ O Grego fala tentando se levantar mas volta a se deitar na mesa, acho que ele está tonto. Olho para Grego e percebo que ele está muito m*l, o Grego está perdendo muito sangue, o ferimento em sua coxa está exposto. Isabella — Vocês tem que fazer alguma coisa, se não ele vai morrer. __ Falo sentindo um desespero em meu peito, chega até ser estranho. O Grego não pode morrer, ele é a minha única esperança. O que vai ser do tratamento do Miguel de ele morrer. DG — Eu vou atrás de um médico, mas primeiro temos que estancar esse ferimento. __ Dg fala colocando um pano sobre o ferimento do Grego. DG é o melhor amigo do Grego e também o braço direito dele, quando ele não está, quem comanda os negócios é ele. Isabella — Ele está perdendo a consciência. __ Falo vendo o Grego fechar os olhos devagar. Me aproximo dele e encosto o meu rosto perto do dele para ver se ele está respirando. Grego — Eu estou bem porr@ __ Me assusto quando ouço a sua voz e percebo que ele está me encarando, então me afasto envergonhada. DG — Segura aqui que eu vou buscar um médico do postinho para tratar esse ferimento. __ O Dg fala pra mim, apontando para o pano que está sobre a perna do Grego. Sem saber o que fazer exatamente, me aproximo dele e fico no lugar do DG, agora eu que estou segurando o pano para estancar o sangue. DG — Marca 10 que já volto irmão, aguenta firme. __ Ele fala saindo da casa e todos os vapores seguem ele. O Dg sempre foi legal comigo, ele é o único aqui que nunca deu em cima de mim e também ele nunca me tratou m*l. Com o pano sobre o ferimento do Grego, tento focar em outra coisa, mas tá difícil. Eu nunca pensei em presenciar uma cena dessa, o Grego sobre a mesa de cueca e eu com um pano estancando o seu sangue. Chega até ser constrangedor, tento o máximo possível não reparar no seu corpo, mas está sendo difícil. O Grego tem um corpo bonito, ele está com uma camiseta mostrando os seus músculos fortes, ele estava com uma Bermuda, mas foi preciso rasgar por causa do tiro na sua coxa, deixando ele apenas de cueca box vermelha. Falando em coxa, as dele são muito bonitas, um pouco definida, assim como o seu corpo. Eu fico perdida olhando o corpo dele, até quando ele fala comigo. Grego — O que você queria me falar? __ Ele pergunta me tirando dos meus devaneios com a sua voz grossa e rouca. Ele me faz lembrar o que vim fazer aqui e fico envergonhada, porque eu não sei por onde começar e nem tenho coragem para começar. Isabella — Você precisa descansar até o médico chegar. __ Falo tentando disfarçar a minha vergonha. Grego — Você está preocupada comigo Isabella? __ Ele fala chamando a minha atenção. Essa é a primeira vez que ouço o Grego pronunciar o meu nome, ele nunca tinha feito isso antes. Isabella — O ferimento começou a sangrar mais depois que você começou a falar, você precisa ficar quieto __ Falo olhando para o pano em minha mão encharcado de sangue. Grego — Isso não é nada, comparado ao que eu já passei __ Ele fala com ressentimento e tentando se levantar. Isabella — Por favor, não se levante. __ Falo colocando a minha mão desocupada no peito dele o impedindo de levantar. E pela primeira vez os nossos olhares se cruzam, e eu sinto algo estranho no meu peito que não sei explicar. Ainda mais cedo eu queria que o Grego morresse e até mesmo matá-lo com as minhas próprias mãos, mas agora eu quero que ele viva. Porque ele é a minha única salvação. Grego — Então me fala o motivo de você vir me procurar e vai embora, já falei que não quero ver você aqui, e acho bom você me obedecer. __ Ele fala me encarando.
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