Lívia
Com toda confusão que aquele enigmático cowboy havia implantado no meio da arena, precisei agir rapidamente, pois na minha profissão estar preparada para possíveis acidentes era primordial. Portanto eu em conjunto da equipe de profissionais da área de saúde local fomos ajudá-lo, e outras pessoas do evento foram pegar o magnífico cavalo de crina escura.
Agora o homem chamado Salvio, o grande ganhador do cinturão de ouro, dormia a base de remédios, era preciso depois do salvamento, sua imprudência em não saber manusear o porte desse cavalo. Na queda acabou quebrando a perna direita, precisou engessar, e torceu o braço esquerdo precisando usar uma tipóia. Além disso a batida na parte detrás da cabeça, na nuca, ocasionou uma leve contusão, e ganhou um calombo nessa região, nada muito grave, poderá se recuperar bem, só era preciso manter o descanso da perna e não fazer esforço físico.
Contudo, olhando para o grandalhão de peito duro, músculos saltados, livres de pelos, notava-se que era um cara do campo, trabalhador, acostumado a fazer tudo sozinho. Mas por que a preocupação com um desconhecido Lívia? Na certa ele teria empregados na sua terra pronta para dar boas vindas ao patrão heróico, campeão da montaria anual do interior.
Suspirei sonhadoramente imaginado tendo uma vida longe da agitação da cidade.
Havia vindo pra esse lugar distante de tudo acompanhando meu pai, ele era o médico responsável desse ambulatório improvisado. Cuidou deste homem e dos outros pacientes que passaram m*l com algumas comidas típicas desses festejos. Salvio foi o único que quebrou os ossos. Ri internamente lembrando das suas últimas palavras ao olhar a minha pessoa pela primeira vez.
Como teria culpa da sua arriscada manobra com o animal?
Era impressionante olha-lo dormindo, cochilando, mesmo que seja a força devido os medicamentos em sua corrente sanguínea.
Sei que poderia ser falta de profissionalismo da minha parte mas nunca havia avistando um ser tão bonito assim, e ele não iria acordar logo, então sentei na sua cama, somente ele estava nessa ala médica, fora que as cortinas nos dava cobertura. Nunca tive desejo de tocar um homem desse jeito, sim, fui um pouco namoradeira no passado, porém com a maturidade fui sendo mais celetista com os caras que saia.
Avistando seu peito subindo e descendo, a parte de cima desnudo. Tão encantadoramente... vulnerável, despertando um interesse febril vindo de dentro pra fora, criando vida, se alastrando no meu querer de possuir um desconhecido. Dando-me uma vontade louca de tocá-lo, sentir essas duas montanhas de músculos, os m*****s pequenos... Olha, nunca reparei nessa anatomia masculina, todavia era tão bonitinha.
Tomando coragem aproximei a mão na direção do meu despertamento de fêmea, delicadamente fui abaixando os dedos naquele pintura máscula, mesmo estando meio quebrado.
Finalmente quando chegou o momento de encostar no meu alvo senti uma emoção indescritível. Raspei as unhas no seu tórax definido, resfolegando-me de excitação ao senti-lo no contato da minha pele. O calor subiu e ganhei mais impulsividade tocando-o mais, desenhando seu corpo em minha mente, adorando a forma como respirava. Poderia passar horas e horas fazendo isso, minha atenção focou tanto nessa parte que quando meus olhos subiram na direção do seu rosto viril encontrei olhando-me. Tomando um susto levantei de supetão.
- Oi! Meu nome é enfermeira Lívia, só estava conferindo seus batimentos cardíacos.
Piscou os olhos de forma cansada sem desviar o rosto. Seu semblante era sereno, diferente da última imagem de raiva ao olhar para mim antes de ir a nocaute.
- Despertou antes da hora senhor Salvio. Achávamos que iria durar a noite toda.
Tentou abrir um sorriso de canto, e seu olhar viajou por todo o meu perfil corporal, mesmo estando na sua posição de paciente mostrava seu lado paquerador. Gostando da sua admiração dei o meu melhor sorriso.
- Meu coração anda bem senhorita Lívia, presumo que seja... - Olhou meus dedos costatando que não tinha compromisso sério deixando seu sorriso mais encantador. - Bem...
Olhou sua perna e braço, desanimado deu um longo suspiro jogando a cabeça no travesseiro macio.
- Estou todo quebrado... Droga!
- Por que disse que a culpa era minha? Não...
- És uma dama danada de linda moça, desconcentra até um franciscano da paróquia vizinha.
Dei uma gargalhada curta, finalizando ela, cruzei os braços abismada pela sua declaração sincera, puramente espontânea. Agravando meu desejo de conhece-lo.
- Desculpe... - Revirei os olhos nas órbitas. - ... Por ser agradável aos olhos do cowboy.
Rimos os dois dessa baita repercussão.
- Presumo que acabei perdendo o campeonato, mas faria tudo novamente. Apenas para ter o privilegio, a honra, de conhecer a morena mais espetacular da arena.
Meus lábios não paravam de sorrir.
- Engano seu... Salvio. Você ganhou...
- Eita! Verdade?!
Movimentou o braço bom e bateu a mão com tudo no colchão. Alegrando-se pela sua vitória.
- Seu cinturão está aqui. - Peguei o objeto da cômoda entregando-o.
Salvio pegou devagar, agradecendo com a cabeça.
- E perfeita... - Alisou a imagem da sua nova aquisição.
- Também recebeu outro prêmio, tá sabendo disso?
- Acredito que seja grana, nesses eventos as vezes rola disso. Seria ótimo, estou precisando. Preciso reformar a casinha do rancho. - Mirou nos meus olhos. - Possuo um pequeno lote de terra, não tão longe daqui. Gostaria que visitasse meu cantinho, mas nessas condições ficaria indisponível. Queria te dar toda a atenção do mundo senhorita Lívia. Não tenho ninguém para cuidar das minhas terras, cavalos, e uma dúzia de bois e vacas. Tenho muita garra para cuidar de tudo solitariamente, contudo nessas condições lamentávelmente ficarei parado por semanas....
- Salvio. - Ergui as duas mãos cessando suas palavras. - O segundo prêmio foi o... Trovão.
- Me lasquei todinho... - Falou-me ficando cabisbaixo olhando saudosamente para seu bem precioso, conquistado, merecido.
- Posso... - Não acredito que iria dizer isso a um homem que acabei de conhecer. - ... Te ajudar no seu rancho, cuidar da reforma, das terras e dos seus animais.
Seria uma oportunidade ímpar de ter a chance de respirar ar puro com mais tempo. Não era isso que eu realmente queria? Sim... E de bônus teria o talentosíssimo campeão.
- Olha moça... Não me farei de rogado, mas sabe lidar com isso? - Questionou olhando sério pra mim.
- Sim.
Minto na cara de p*u!