♣BÔNUS♣

834 Words
RIO DE JANEIRO—BRASIL POR 'DON' DIAS ATUAIS Me chamo Evandro, mas todos por aqui me conhecem por Don, sou o dono do morro do Alemão, comando o tráfico de drogas e armas, tudo absolutamente tudo neste lugar passa por mim. Algumas pessoas me julgam como alguém sem coração ou piedade, eu prefiro dizer que a vida me obrigou a ser assim. Da varanda da minha luxuosa casa consigo acompanhar tudo, inclusive a movimentação do meu pessoal, meus pensamentos são interrompidos pelo toque do celular. —Diga logo Isaque—falo sem paciência. —Chefe, um carro preto estacionou em frente a casa da morena, um cara veio buscá-la—ele diz. —Descubra quem é, e então o mate—digo. —Entendido—ele diz e desliga. Tomo mais um gole da vodca pura e arremesso o copo na parede à minha frente. Merda! Ela não poderia ser de outro cara. Maria Eduarda era a minha fraqueza, eu me apaixonei por ela quando ela ainda era uma menina, estive com ela durante dois meses e posso dizer que aquela menina me fez mais feliz do que qualquer outra mulher tenha feito. Ela caminhava por essa casa com suas Maria chiquinhas, e shorts jeans, descalça sempre aprontando alguma coisa. Ela era a luz em meio a toda minha escuridão, e eu me apaixonei, estava obcecado por ela. Quando a mãe dela chegou a minha porta com o dinheiro da dívida, eu não queria aceitar que teria que deixá-la partir, mas eu sabia que ao meu lado ela seria um alvo fácil, logo meus inimigos saberiam que eu a amava e usariam isso contra mim, então a libertei, deixei que ela fosse embora, apesar dela não querer me deixar, pois assim como eu ela estava apaixonada, então tive que quebrar seu coração, coloquei uma garota qualquer em minha cama e fiz com que ela me visse f***r aquela v***a. E como esperado ela me odiou e se foi, desde então a acompanho de longe, e fico feliz com suas conquistas, ela é uma estudante de medicina agora, e eu tenho um orgulho da p***a da minha bebezinha, tenho certeza que ela vai voar, afinal ela esta realizando o meu sonho, antes dessa merda toda eu havia prestado vestibular para medicina também, eu queria salvar vidas, e hoje eu sei que mesmo indiretamente eu as tiro. Mesmo não podendo ter ela ao meu lado a ideia de vê-la com qualquer cara me deixava irado, eu descobriria quem era o playboy de merda que entrou no meu morro para buscar a minha garota e o mataria. Mas essa nem sempre foi a minha vida, até meus vinte anos, eu sequer morava no Alemão, foi quando minha mãe uma renomada advogada conheceu meu padrasto até então o dono do morro, eles se apaixonaram e ela deixou nosso lindo apartamento na Zona Sul para ser a mulher do dono do morro, e eu que estudei nos melhores colégios e conheci diversos países da Europa, me vi de repente morando no morro do Alemão. Quando completei vinte e dois anos, minha mãe e meu padrasto caíram em uma emboscada, o carro em que estavam foi alvejado mais de cem vezes, e os dois mortos pela maldita Máfia Italiana. E eu, que já conhecia todos os caminhos tortos do meu padrasto, assumi o morro e os "negócios' da família. Assim me tornei Don, o impiedoso Don. Jurei vingança a máfia italiana e todos aqueles que fazem parte dela, e isso certamente irei cumprir. Continuo olhando o morro pela varanda da luxuosa casa, me deixo flutuar através de meus pensamentos, o que meu pai o renomado Juiz diria se me visse aqui, talvez nem se importasse afinal não se importou nem quando eu nasci, mandava algum dinheiro por mês, mas nunca sequer me viu. A madrugada já dominava o morro, quando Isaque entra na minha casa dizendo. —Chefe, o playboy acabou de deixar a moça em casa e já sabemos quem ele é. —Então diz logo c*****o—digo irritado, imaginando todas essas horas em que ela esteve com ele. —Miguel Bernardi Armed—ele diz. Meu corpo arrepia, a menção daquele sobrenome, só poderia ser. —Máfia Italiana—digo. —Sim chefe, ele é filho deles, herdeiro das duas máfias, é impossível enfrentá-lo. Caminho calmamente até ele, que me olha assustado. —Ouça Isaque, nada é impossível, todo sistema tem uma falha, todo homem um ponto fraco, descubra qual o dele, e quando descobrir o traga pra mim, eu tirarei dele o que ele tirou de mim. Vejo o homem sair da minha casa ainda com o fuzil pendurado, mais uma vez a maldita máfia. Mas desta vez é diferente, desta vez eu estou no comando. Aqueles malditos pagariam por tudo que fizeram, por terem arrancado minha mãe de mim tão precocemente e junto a ela se foi a minha chance de crescer longe dessa lama, longe do tráfico de drogas e toda essa carnificina.
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