Samantha
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Isso é a vida real? Eu tive muitos sonhos sobre escapar daquela cela, mas até agora nenhum sonho envolveu tropeçar em meu companheiro predestinado sob a lua cheia. Eu pisco para o homem lindo parado na minha frente, minha garganta apertando. Eu esqueço de respirar. Estou sonhando? Eu cavo minhas unhas na carne da minha coxa, beliscando.
Ai.
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Estou acordado. Isso é real. E antes mesmo que ele diga a palavra, eu sei que é verdade. As sensações mais deliciosas estão tomando conta de mim, lambendo minha pele e me envolvendo como um cobertor quente. Estou inundada de endorfinas e adrenalina, uma euforia que me faz sentir meio bêbada. Estou tão ciente da conexão entre nós, o puxão me puxando para ele. Ele é lindo, e minha loba está praticamente querend uivar com a percepção de que ele é nosso.
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Companheiro
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Eu não tenho certeza do que eu esperava de um companheiro, mas ele não é nada como os meninos da minha antiga matinha. Ele é todo homem. Mais de um metro e oitenta de altura e ombros largos, uma parede de músculos sólidos à minha frente com abdominais e bíceps mais grossos que minhas coxas. Tudo nele é robusto e masculino, desde o maxilar quadrado coberto por uma barba grossa e escura, até seus cabelos escuro no peito, até a trilha feliz que leva até a haste maciça entre as pernas. Eu nunca vi um tão grande antes, estou olhando por um momento muito longo, minhas bochechas aquecendo de vergonha quando eu pisco meu olhar de volta para encontrar o dele.
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Seus olhos são do verde mais brilhante e claro, um contraste tão gritante com suas feições escuras. Eles brilham com a prata de seu lobo quando ele dá um passo mais perto, e o jeito que ele está olhando para mim faz meus joelhos ficarem fracos. Como se ele estivesse completamente encantado. Impressionado.nMeus pés se movem por conta própria, me levando um passo mais perto. Fechando a distância entre nós. Ele estende a mão, alcançando minha bochecha. Assim que seus dedos roçam minha pele, quase suspiro de prazer com as faíscas deliciosas que sinto sob o contato. Enquanto ele olha nos meus olhos, os dele são tão grandes; tão sério. Seus lábios se abrem, e estou hipnotizada pela maneira como eles se movem quando ele fala.
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— Quem é Você?— Borboletas voam na minha barriga em resposta ao tom rouco e profundo de sua voz e arrepios surgem na minha pele. Abro a boca, mas nenhum som sai – por um momento esqueço meu próprio nome; Estou completamente cativado.
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— Samantha... Samantha Silver.— eu respiro, meus olhos presos nos dele.
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— Samantha.— ele repete, e meu nome nunca soou tão doce quanto em sua língua. O canto de sua boca se eleva no sorriso mais
devastadoramente bonito que eu já vi.
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— Erick Baster.— Droga, até o nome dele é sexy como o inferno. Sua proximidade tem seu cheiro girando ao meu redor, sálvia e sândalo e frutas cítricas, me intoxicando como uma droga.
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— De onde você veio?— ele pergunta, e estou tão distraída com sua presença que sua pergunta leva um momento para ser registrada. Meu queixo fica frouxo enquanto procuro as palavras para responder.
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— Eu... eu não sei...— Erick franze a testa, procurando meu rosto enquanto o inclina para cima.
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— Você está perdida, lobinha?— Molhei meus lábios com a língua, engolindo em seco.
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— Minha matilha foi atacada. Eu não sei onde eles estavam me prendendo, mas eu finalmente consegui escapar...— minha voz
falha enquanto eu paro, vacilando e instintivamente dando um passo para trás.
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A mão de Erick desliza do meu rosto enquanto ele se aproxima e meu olhar cai no chão enquanto eu respiro, tentando o meu melhor para me aquietar. Eu não percebi o quão reconfortante era o toque de Erick até que ele se retirou, eu imediatamente anseio por ele novamente. Esse é o trabalho do vínculo do companheiro? Eu nem conheço esse homem, mas seu efeito físico em mim já é tão profundo.
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— A matilha das sombras?— ele pergunta com cautela.
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Meus olhos voltam para os dele, e o olhar neles deixa meus dentes no limite. Aquele olhar de espanto e admiração se foi, substituído por simpatia. Pena . Aos olhos dele, acabei de me tornar uma vítima.
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Posso ser muitas coisas, mas não sou vítima. Eu me recuso a ser. Eu cerro os dentes enquanto aceno com a cabeça.
Erick suga uma respiração, e eu posso vê-lo revirando minha admissão em sua mente. Ele está claramente sem palavras. Estou esperando mais perguntas sobre minha matilha ou meu cativeiro ou como eu escapei, mas quando ele fala novamente, ele não exige respostas de mim. Em vez disso, sua voz é gentil, seus olhos gentis.
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— Por que não me segue de volta a minha casa da matilha? Você estará segura lá. É tarde, então podemos conversar mais pela manhã e descobrir as coisas.— Sua sugestão me dá uma pausa. Não pode ser tão fácil... pode? Fui maltratada por tanto tempo que nem sei como responder à sua gentileza.
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— Sua casa de matilha?— Eu pergunto com a voz rouca. Ele concorda.
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— Você é um Alfa?— Eu nem sei por que pergunto, porque está claro que ele é. Eu posso sentir a energia alfa dominante saindo dele. Eu deveria ter percebido desde o início. Os machos da minha própria família têm a mesma energia. Tinham.
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Erick acena com a cabeça novamente. p***a, o destino é uma ca.de..la cr.u.el.
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— Ok.— eu sussurro.
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Ele sorri, e eu odeio o que isso faz comigo. O calor se espalha em meu peito, meu coração bate mais rápido. Maldito seja ele e aquele sorriso lindo.
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—Vamos.— Ele se vira na cintura, dando um pequeno aceno de cabeça.
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Ele muda para sua forma animal, um grande e lindo lobo com pelo preto brilhante e olhos azuis claros. Eu também deixo minha própria loba assumir o controle, formigamentos se espalhando pelo meu corpo, minha loba está em êxtase por ser solta para correr com seu companheiro e eu não posso impedi-la de pular imediatamente em direção a Erick, esfregando-se contra ele. Embora eu possa ter reservas sobre essa coisa de companheiro, ela claramente não tem nenhuma.
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Eu sigo Erick pela floresta, e nossos lobos brincam e se provocam durante todo o caminho até sua casa, tontos de excitação por se encontrarem. Minha loba gosta tanto de estar perto dele que ela realmente luta contra minha tentativa de mudar de volta a minha forma humana quando chegamos, algo que ela não fazia há anos, desde que eu e minha loba nos integramos no início da minha adolescência. Ela me deixa assumir o controle e uma vez que estou de volta em duas pernas eu vejo a grande casa da matilha diante de mim, luz através das enormes janelas que dão para a floresta.
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Erick me conduz pelo gramado dos fundos e eu sigo cegamente, ainda observando meus arredores. Incluindo aquele corpo nu dele, porque p**a merda! É como uma obra de arte. Minha intensa atração física por ele com certeza não vai tornar isso fácil.
Ele para na frente de um grande baú retangular no pátio, levantando a tampa e enfiando a mão lá dentro. Eu observo enquanto ele vasculha por um momento antes de tirar o que parece ser duas peças de roupa. Ele se endireita e a coloca, oferecendo um para mim. Eu a pego dele, desdobro para ver que é uma camiseta preta, que eu rapidamente coloco, deslizant pelo meu corpo. É definitivamente uma camisa de homem, é muito grande em mim, caindo até o meio da minha coxa. Eu solto meu cabelo da gola, olhando de volta para Erick enquanto ele puxa uma calça de moletom até seus quadris, seus olhos piscando sobre meu corpo.
Não vou mentir, eu poderia me acostumar com ele me olhando assim. Eu tive muitos caras olhando para mim, mas ninguém nunca me olhou assim . Enquanto outros caras olham para mim como se quisessem me f***r, Erick olha para mim como se quisesse me adorar.
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Seus olhos viajam para encontrar os meus novamente, e meu coração afunda quando vejo sua expressão mudar. De repente, ele não está mais olhando para mim com reverência, mas com simpatia. Voltei a ser a vítima aos olhos dele.
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— Você está bem?— ele pergunta, procurando meu rosto.
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— Sim.— Eu solto um suspiro, estendendo a mão para passar a mão pelo meu cabelo. Jogando com calma, distante. Como se sua mudança de comportamento não me esmagasse um pouco.
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— Lugar legal.— Eu olho para a casa de embalagem.
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— Vamos arrumar um quarto para você.— Um sorriso orgulhoso estica seus lábios. Ele lidera o caminho para as portas de vidro do pátio, acenando para que eu o siga.
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Eu o sigo, observando meus arredores enquanto entramos na casa. Os tetos possuem vigas de madeira grossas, e tudo no interior é rústico e acolhedor, embora seja claramente uma construção mais recente. Se o próprio Erick decorou este lugar, ele tem bom gosto. Ele me leva ao virar em um corredor e sobe uma escada para o segundo andar, depois por outro corredor. Ele para na frente de uma porta aberta, virando-se para mim e gesticulando para dentro.
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— Você pode ficar aqui.— diz ele, e eu passo por ele e entro no quarto, olhando ao redor.
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A primeira coisa que vejo é a grande cama de casal, e considerando que estava dormindo em um colchão manchado ou em um piso de concreto por não sei quanto tempo, este lugar é um palácio absoluto. Dou alguns passos mais perto, meus dedos coçando para alcançar e tocar os lençóis macios.
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— Não é nada extravagante, mas...— Erick começa, e eu me viro, cortando-o.
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— É incrível, obrigado.— eu gemo, juntando minhas mãos na minha frente.
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— Sem problemas. Estou bem ao lado, então se precisar de alguma coisa, é só gritar — O canto da boca de Erick se transforma naquele sorriso ridiculamente bonito novamente quando ele inclina um ombro contra a porta.
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Eu inclino minha cabeça, incapaz de manter o pequeno sorriso dos meus lábios. Se Erick estiver ao lado, então este não é um quarto na ala de hóspedes. Eu cresci em uma casa da matilha, eu sei que os quartos de hóspedes estão sempre separados do alfa e sua família. Parece que Erick me quer perto.
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— Ok.— eu aceno, tentando o meu melhor para manter meus olhos fixos em seu rosto ao invés de deixá-los vagar pelo seu corpo, porque se eu achava que ele estava bonito lá fora no escuro da noite, ele parece dez vezes melhor na luz.
Erick está olhando para mim tão intensamente, como se estivesse lutando a mesma luta. Esse maldito vínculo de companheiro fez com que a tensão s****l entre nós chegasse a cem; de repente parece que não há oxigênio suficiente no quarto para nós dois.
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— Ok.— ele respira, balançando a cabeça resolutamente e empurrando o batente da porta.
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— Vou deixar você dormir um pouco e podemos conversar amanhã.— Ele dá um passo para trás no corredor antes que eu possa responder, murmurando “boa noite” e fechando a porta atrás dele.
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Assim que ouço o clique da trava, eu solto um suspiro, olhando ao redor da sala. A cama parece tão macia, está praticamente chamando meu nome. Antes de cair sobre ela, porém, escuto o som dos passos de Erick se afastando e rapidamente caminho até a porta, clicando na fechadura. E com esse simples ato me da uma verdadeira sensação de privacidade pela primeira vez em... semanas? Meses? Eu honestamente não tenho idéia. Perdi a noção do tempo e os dias sangraram naquela cela sem janelas.
Eu apago a luz antes de voltar para a cama, tirando o edredom e deslizo entre os lençóis macio. Eu quase choro de alegria com o quão bom é estar em uma cama de verdade com lençóis de verdade de novo. Quando me acomodo no travesseiro de penas, lágrimas brotam em meus olhos, escorrendo pelos lados do meu rosto e encharcando a fronha.
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Eu não mereço isso. Não posso me deixar ficar muito confortável aqui, não quando sei que tudo de bom na vida chega ao fim. Não quando eu sei o que está por vir.