Erick, o Alfa.

CAPÍTULO 2

Erick

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Um uivo estridente de um lobo ecoa pela floresta, seguido por outro uivo. Esta noite, a floresta está cheia de lobos correndo juntos sob a luz da lua cheia. Eles estão correndo soltos, livres, respondendo ao chamado de seu instinto mais básico neste estágio do ciclo lunar, quando a energia da lua está no auge. Para muitos, é um momento de libertação, de deixar o passado e passar para uma nova fase.

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Apenas alguns minutos atrás, eu estava lá correndo com eles. Como alfa da minha matilha, é meu dever liderar a corrida a cada lua cheia, é um ritual que promove a união e a solidariedade da matilha. Nós, transformos, estamos sempre ansiosos pela corrida na lua cheia, mas a expectativa era particularmente alta para a corrida desta noite porque não era apenas com nossa própria matilha, nós nos juntamos às outras cinco matilhas de quem somos aliados para a corrida. A corrida da lua cheia parecia tão diferente esta noite, tão cheia de promessas e possibilidades. Até que não era. Como a corrida estava chegando ao fim, decidi passar à frente dos outros, buscando alguns momentos de solidão antes que todos voltassem.

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Normalmente, minha matilha começava e terminava a corrida em nossa própria casa de matilha, mas para a corrida combinada de todas as matilhas esta noite, nos reunimos na casa de matilha na cidade de Matilha da lua cheia, lar da matilha original nesta área e a maior matilha em nossa aliança. A 'super matilha' é assim que nos chamamos quando nos referimos à nossa aliança. O nome é brega como o inferno, começou como uma piada, já que a aliança é composta por seis matilhas separadas de shifters lobisomens, mas em algum lugar abaixo da linha, ele pegou. Neste ponto, estamos todos juntos há mais de meia década, então não há como mudar, o nome é tão bom quanto oficial.

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As seis matilhas de transmorfos em nossa aliança originalmente se uniram em resposta a uma ameaça liderada por um alfa maluco que começou uma onda de ataques a varias matilhas, apos a oerda de sua companheira. Todos esses anos depois, Alfa Daniel e sua matilha das sombras ainda não foram parados. Cerca de um mês atrás, a super matilha ficou cara a cara com eles pela primeira vez enquanto ajudavamos a uma grande matilha, chamada matilha do lobo uivante, com o qual estamos negociando uma aliança. Eu gostaria de dizer que fomos capazes de eliminá-los naquele momento, mas não tivemos essa sorte - em vez disso, Alfa Daniel agora sabe sobre o pacote de seis, e estamos sendo o próximo alvo. Ao longo do último mês, temos feito todo o possível para nos preparar para a guerra que está por vir.

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— E então?— Eu ouço alguém perguntar, e olho para a linha das árvores enquanto abotoo minhas calças para ver meus amigos

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Gael e Léo se aproximando. Tanto para os meus cinco minutos de solidão.

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Gael é o Alfa de sua própria matilha também, ele foi forçado a assumir o papel na mesma época que eu. Sua matilha e a minha se encontraram anos atras, enquanto eles estavam fugindo da matilha das sombras. Nós rapidamente nos alinhamos e ouvindo em primeira mão de Gael e sua matilha o quão letal era um ataque da matilha das sombras, começamos a procurar ainda mais matilhas para nos alinharmos. Força nos números, certo?

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Depois de negociar alianças com outras quatro matilhas, todos nos mudamos para territórios vizinhos e assim nasceu a super matilha. Junto com a formação da aliança veio a formação das minhas quatro amizades mais próximas - com Gael, Léo, Jean e Brenno. Nós cinco estamos todos na casa dos vint e pouco começamos a trabalhar juntos para formar e administrar o complexo de segurança da super matilha o que só nos aproximou ainda mais ao longo dos anos. Agora, somos praticamente irmãos. Embora tenhamos apenas cinco dos seis alfas, há um sexto futuro Alfa, Caio, que traremos em breve. O plano era trazê-lo quando ele terminasse o ensino médio nesta primavera, mas com a guerra da matilha das sombras se aproximando, ele já estava no complexo em treinamento.

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Eu respondo Gael com um pequeno aceno de cabeça enquanto ele e Léo se aproximam, observando enquanto os dois trocam olhares. Não é nenhum segredo que meus amigos esperavam que eu encontrasse minha companheira predestinada sob a lua cheia esta noite, já que todos eles conseguiram encontrar a companheira deles deles nos últimos meses. Acho que eles apenas presumiram que eu a encontraria, já que reunimos todas as nossas matilhas para corrermos juntos, mas acontece que esta noite foi apenas mais uma lua cheia e outra decepção.

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Claro que eu quero encontrar minha companheira, eu queria encontrá-la desde que assumi como Alfa aos vinte anos de idade. Eu quero minha outra metade, minha Luna. Alguém com quem compartilhar as responsabilidades e aliviar a carga. Não me entenda m*l, meu Beta é fantástico no que faz, mas no final das contas, sou superior a ele. Não quero um subordinado, eu quero uma parceira. Alguém para ficar ao meu lado, não atrás de mim.

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Como um transmorfo, é normal que eu tenho uma companheira predestinada por ai em algum lugar, a única pessoa que o destino selecionou a dedo como meu par perfeito e alma gêmea. O problema é que não consigo encontrá-la. O vínculo predestinado só se revela sob a lua cheia quando os dois lobos estão fisicamente próximos um do outro e embora eu tenha farejado as lobas da minha alcateia durante cada corrida lunar desde que fiz dezoito anos que é quando chegamos à idade de encontrar nosso par, eu pensei que isso pode mudar esta noite, já que todos as seis matilhas correram juntas sob a lua cheia dessa noite, expandindo consideravelmente o conjunto de candidatas. Eu até pensei que cheirava algo diferente em um ponto, apenas para o cheiro desaparecer junto com meu otimismo. Apesar do fato de que eu corri com centenas de lobas esta noite, eu ainda não consigo encontrar minha companheira predestinada e estou começando a me perguntar se algum dia a encontrarei. Nem todo mundo tem a sorte de encontrar seu companheiro predestinado em sua vida.

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Minha matilha tem me apressado para encontrar minha por anos. Eles querem uma Luna, e não posso dizer que os culpo. Embora eu tenha a tendência de pensar que sou um excelente Alfa, a Luna de uma matilha atende a necessidades que eu simplesmente não consigo por conta própria. A Luna é o lado compassivo da liderança da matilha; a figura mais suave e maternal. Ela fornece um tipo diferente de conselho para a matilha e ajuda a equilibrar as coisas. Enquanto minha mãe ainda é tecnicamente a Luna do nosso bando, ela não foi capaz de cumprir esses deveres por um longo tempo, não desde o acidente de carro que resultou em meu pai deixando o cargo de Alfa para cuidar dela e eu assumi seu lugar como o líder da nossa matilha.

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Entre outras coisas, minha Luna também (espero) forneceria um herdeiro em algum momento. Eu sou filho único, então se algo acontecesse comigo, minha linhagem familiar se extinguiria. Os outros lobos da minha matilha teriam então que desafiar uns aos outros para preencher o lugar de Alfa. Não que isso não tenha sido feito antes, mas quando algo assim acontece, é confuso, e muitas vezes resulta em brigas internas e divisão dentro da matilha.

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Ignoro Léo e Gael com seus olhares de simpatia, indo direto para um dos grandes refrigeradores espalhados no gramado da casa da matilha. Depois de uma corrida de lua cheia, a matilha normalmente se reúne para socializar e esta noite não é exceção. Com todos as matilhas aqui juntas, então será uma grande reunião pós-corrida. Dado quantos pares recém-acasalados provavelmente resultaram esta noite, não faltarão motivos para comemorar.

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Eu me abaixo para abrir a tampa do refrigerador, mergulhando minha mão no gelo para pegar uma cerveja. Eu não sou costumo beber tanto. Só quando saio com os caras, mas se há um momento apropriado para ficar um pouco bêbado, é agora. Eu lanço um olhar de volta para os caras enquanto eu abro a tampa para ver que Brenno e Jean se juntaram a eles, e quando eu trago a garrafa aos meus lábios, Jean começa a ir na minha direção.

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Porra, ótimo.

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Tomo um longo gole da garrafa quando ele se aproxima de mim, engolindo enquanto meu olhar desliza para encontrar o dele. O olhar solidário de Jean combina com o que acabei de ver nos rostos de Gael e Léo, e embora eu saiba que ele tem boas intenções,

isso mexe com minhas engrenagens para ser o objeto de sua pena.

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— Você pode parar de me olhar assim?— Suspiro, revirando os olhos.

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— Eu simplesmente não sei o que dizer, cara. Eu realmente pensei que você iria encontrá-la esta noite. Não parece justo logo com você.— Jean solta um suspiro, alisando seu cabelo para trás com a palma da mão. Ele se move ao meu lado para pegar uma cerveja no refrigerador, abrindo a tampa.

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— Desde quando o destino é justo?— Eu resmungo, tomando outro gole de cerveja da garrafa. Jean franze a testa, e eu rapidamente mascarei minha agitação, batendo em seu ombro.

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— Está tudo bem, mano. Eu vou encontrá-la quando estiver no momento certo. Além disso, temos coisas maiores para lidar agora do que minha vida amorosa, então vamos nos concentrar nisso, hein?— Digo as palavras de forma tão convincente que quase acredito nelas. Jean acena com a cabeça, e eu toco minha cerveja com a dele antes de trazê-la aos meus lábios novamente.

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Termino o resto em três goles e jogo a garrafa vazia em uma lata de lixo próxima antes de olhar para os outros alfas, esperando minha deixa para me juntar a eles. Agora que as pessoas estão voltando da corrida, espera-se que os alfas da matilha anunciem e celebrem os novos e felizes pares acasalados que foram formados sob a lua cheia esta noite. Apesar da minha própria decepção após a corrida desta noite, vou compartimentar meus sentimentos para que eu possa fazer a p***a do meu trabalho, como sempre faço.

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Eu nasci para liderar minha matilha como seu alfa, e sou muito bom nisso. Eu tenho mais de seis anos nesta posição e eu administro minha matilha como uma máquina afinada.

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O papel de Alfa pode ter sido imposto a mim antes que eu estivesse totalmente preparado para isso, mas meu pai sempre está por perto para me ajudar a me guiar. Uma das lições mais fundamentais que ele incutiu desde o início foi a importância de mascarar minhas emoções. Ele sempre dizia, 'você não pode controlar o que acontece com você na vida, mas você pode controlar como você reage a isso.' Ele me ensinou a importância de manter a calma, de jogar as minhas cartas certas no momento determinado. Ele sempre disse que a marca de um grande Alfa é a capacidade de pensar primeiro e reagir depois, de lidar com o conflito com neutralidade e distanciamento.

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Isso é o que eu sempre fiz, mesmo quando o conflito está dentro de mim.

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Posso me sentir uma merda esta noite, mas não deixo transparecer quando se trata da minha matilha. Eu sorrio e aguento, celebrando os novos pares acasalados com entusiasmo. Uma vez que todos os alfas da matilha entregaram os devidos reconhecimentos, todos param para socializar, a comida abundante e as bebidas fluindo. Léo abre uma garrafa de uísque e, embora eu normalmente fique longe das coisas pesadas, eu me entrego a alguns goles da garrafa. Ajuda a entorpecer a decepção e o vazio que estou sentindo depois da colossal decepção que foi a corrida desta noite.

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As gêmeas correm para se juntar a seus companheiros. Gael com Fabiola e Léo com Fabiane. A irmã de Léo, Quezia, está na acasalada com Jean, e se tudo isso está começando a parecer um pouco incestuoso, é porque é. Nossa aliança está começando a formar mais e mais conexões de sangue através de laços de companheiros, garantindo que permaneçamos alinhados no futuro. Brenno é o único atípico, mas sua companheira Agatha é na verdade a irmã do Alfa da matilha do lobo uivante, nosso mais novo aliado. Então, mais uma vez, laços de acasalamento e laços de sangue.

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Falando em sangue, estou perto dos caras e seus amigos quando uma linda loira se aproxima do nosso grupo, e quando dou uma olhada nela, rapidamente percebo que há algo surpreendentemente familiar nela. Jean está mexendo no celular quando ela se aproxima dele e eu reconheço a semelhança de família. Eu sei que ele tem algumas irmãs e essa garota é claramente uma delas.

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— Jeany, você não vai me apresentar ao seu amigo? — Ela murmura algo para Jean, então olha ao redor, seus olhos azuis brilhantes pousando em mim. Quando eles fazem, um pequeno sorriso travesso puxa os cantos de seus lábios antes de se separarem para falar.

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As sobrancelhas de Léo se erguem quando ele vira seu olhar para mim, murmurando ' Jeany ' e rindo.

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— Eu sou Erick.— O lobo de Jean brilha prateado em seus olhos e ele parece que está prestes a protestar, então eu vou em frente, dando um sorriso para a garota e estendendo minha mão.

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— Jasmin.— Ela coloca sua mão delicada na minha, batendo os cílios.

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— Minha irmã.— Jean rapidamente acrescenta com uma carranca.

— Mesmo? Eu não vejo nenhuma semelhança... Ela deve ter ficado com a melhor parte dos genes. — Eu aperto os olhos.

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Jasmin ri, o que só serve para inflamar a irritação de Jean. Praticamente o que eu estava procurando. Essa garota é muito jovem para mim, mas vou flertar com ela um pouco só para mexer com Jean. Depois da noite que tive até agora, uma beldade como Jasmin é uma distração bem-vinda.

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— Quer uma cerveja?— Eu pergunto, mergulhando no refrigerador atrás de mim para outro. Jasmin acena com a cabeça, eu pego um para ela e para mim também, torcendo a parte de cima e entregando a ela. Vapor está praticamente saindo dos ouvidos de Jean neste momento, mas os outros caras o puxam para longe, distraindo-o para dar a Jasmin e eu um pouco de espaço.

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Eu tenho que admitir, deixando de lado o fato de que ela se parece um pouco com Jean, Juliet é fofa como o inferno. Apesar de ser sete anos mais nova que eu, ela definitivamente poderia ser uma possibilidade para um companheiro escolhido. Dado seu sangue alfa, aposto que ela seria uma Luna natural. E se eu não conseguir encontrar minha companheira predestinada, eventualmente terei que escolher uma... por que não Jasmin?

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Eu balanço minha cabeça em uma tentativa de dispersar meus pensamentos. Ela é muito jovem para mim, eu não deveria nem estar pensando em acasalar com a irmã mais nova de Jean. Talvez a bebida tenha subido à minha cabeça esta noite mais do que eu pensava.

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— Então, como está indo? — Jasmin pergunta, levando sua garrafa de cerveja à boca e envolvendo seus lábios rosados ao redor dela. Meus olhos acompanham o movimento e eu tenho um pensamento fugaz de outra coisa que eu não me importaria de ver aqueles lábios enrolados... Aaa e eu estava certo, eu provavelmente já bebi o suficiente para a noite. Eu abaixo minha própria garrafa de cerveja, colocanso-a de lado e forçando esses pensamentos errantes da minha mente.

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— Bem. E você? — eu respondo casualmente. Ela engole um gole de sua cerveja, me lançando um sorriso.

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— Ótima, na verdade. Estive ocupada com aulas on-line e parece que finalmente poderei colocar meu treinamento médico em bom uso aqui em breve... o que não deveria parecer tão animado, né?— Jasmin ri, balançando a cabeça.

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— Não que eu queira que alguém se machuque, mas estou feliz por poder ser útil de alguma forma com toda essa coisa de guerra. Bem, espero que eu não precise ser, mas…

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— Eu sei o que você quer dizer.— eu rio. Agora que ela menciona isso, lembro-me vagamente de Jean dizendo em algum

momento que uma de suas irmãs estava estudndo para ser médica.

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Eu percebo alguma comoção acontecendo entre meus amigos na minha visão, olhando para eles. Léo está com o telefone na mão, e todos estão olhando para alguma coisa na tela e falando em um tom baixo e agitado.

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— O que está acontecendo?— Eu os chamo, arqueando uma sobrancelha.

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Brenno olha na minha direção, então balança a cabeça para indicar aos outros caras e todos eles começam na minha direção. — Um alerta na fronteira.— ele diz calmamente enquanto se aproxima.

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— Tenho certeza de que não é nada para se preocupar, mas alguém provavelmente deveria dar uma olhada. O sistema já pegou animais da montanha uma vez, pode ser isso.— acrescenta Léo.

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— Melhor prevenir do que remediar.— Gael murmura, seus lábios desenhados em uma cara feia.

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—Com certeza, irei conferir.— Eu aceno em concordância. Eu entrego minha cerveja aberta para Jean, que se posicionou convenientemente entre mim e sua irmã.

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— Tem certeza, cara? Nós podemos enviar alguém do time...— Brenno pergunta, franzindo a testa.

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— Não, eu vou... Em que local foi o local? — Eu aceno para ele com a mão.

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Deixo de fora a parte sobre como estou procurando qualquer desculpa para fugir dessa maldita celebração pós-corrida e ficar sozinha por um tempo. Para largar a máscara de que está tudo bem e não estou afetado pela decepção.

Léo dá de ombros, passando-me seu telefone para que eu possa ver o mapa nele, um ponto vermelho piscando para indicar o alerta de segurança. Eu o estudo por um momento, me familiarizando com o local identificado e percebendo que não é muito longe daqui.

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— Entendi.— murmuro, entregando o telefone de Léo de volta para ele.

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— Foi um prazer conhece-la... Mas o dever chama.— Viro-me para Jasmin, dando-lhe um sorriso.

Eu posso ver a decepção em seus olhos, mas ela retribui meu sorriso mesmo assim, respondendo que foi bom me conhecer também.

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Eu digo adeus rápido para os caras e suas companheiras, então saio do lado da casa de matilha, indo para o meu veículo. Eu mando uma mensagem de texto para o meu beta dizendo que vou encontrá-lo na casa de matilha antes de deixar meu telefone, chaves e roupas no carro para ele levar para casa, então mudo para minha forma de lobo mais uma vez e saio no direção da fronteira.

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Uma vez que estou na forma de lobo, é como se quanto mais distância eu coloco entre mim e a multidão mais fácil eu posso respirar. Cedo o controle ao meu lado animal, permitindo que ele lidere o caminho através da densa floresta entre os territórios. Não quero pensar agora, não quer sentir. Eu só quero correr. Então eu o faço. Eu atravesso o territorio, indo pelo leito rochoso da cachoeira e evitando galhos caídos. À medida que avanço pelo território da matilha da lua de sangue, porém, algo começa a parecer... estranho.

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Diferente. Não é o tipo de diferente que dispara alarmes na minha cabeça, porém ,é o tipo que é excitante. Como se houvesse algo elétrico no ar, enviando pulsos de energia pelas minhas veias. É como se eu sentisse aquela sensação de alguém me chamando e me puxando, igual a o que eu senti quando fomos no armazem resgatar Agatha.

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Então eu cheiro. É um perfume diferente de tudo que eu já encontrei, como baunilha e canela e uma pitada fresca como uma tempestade de primavera. Eu não posso definir exatamente o que cheira, mas é completamete delicioso e de repente meu lobo não dá a mínima para investigar a brecha na fronteira do território, tudo o que importa é encontrar a fonte desse cheiro.

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Minha mente racional está em guerra com meus instintos, mas pelo menos os dois parecem ter a mesma direção, aquele cheiro inebriante parece vir da mesma direção em que eu estava indo, em direção à fronteira do território. Meu lobo está ficando mais e******o a cada minuto, em um frenesi para se aproximar, de repente eu estou correndo em pura adrenalina e endorfinas, as sensações mais felizes lavando sobre mim enquanto o cheiro fica cada vez mais forte.

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É como se tudo estivesse ao meu redor. Eu derrapo até parar, jogando meu nariz para o céu, olhando ao redor descontroladamente. É tão forte, como se eu estivesse bem em cima dele, mas não vejo nada nem ninguém. Avanço lentamente, o cheiro me levando para uma moita de arbustos. Galhos puxam meu pelo enquanto eu entro ainda mais, empurrando para o outro lado. E de repente, eu a vejo uma linda loba vermelha. Seu pelo praticamente brilha sob a luz da lua cheia enquanto ela levanta a cabeça, lançando seu olhar na minha direção. Minhas pernas se movem por conta própria, folhas esmagando sob minhas patas enquanto eu saio do mato. Assim que nossos olhos se encontram, a realização bate em mim. Nunca a vi antes, mas sei exatamente quem ela é.

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Tudo no meu campo de visão fica confuso, brilhando enquanto meu lobo se esconde e a mudança vem sobre mim. Meu pelo recua, os ossos se quebram e se reorganizam enquanto arrepios se espalham por todo o meu corpo. Então a mudança está completa, estou agachado em duas pernas em forma humana, a visão se aguçando novamente enquanto pisco na minha frente, procurando o lobo vermelho enquanto me levanto para ficar de pé.

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Ela mudou também. Uma garota se levanta de onde o lobo vermelho estava, sua forma nua banhada pelo luar. Meus olhos devoram cada centímetro de sua pele escura, como um amendoim, de suas pernas longas e bem torneadas até a curva de seus quadris, sua barriga lisa, sua cintura estreita. Seu cabelo vermelho derrama sobre seus ombros, obstruindo minha visão de seus s***s. Seu rosto é redondo, angelical, como um maldito anjo em carne e osso, acentuado com maçãs do rosto salientes e lábios rosados e carnudos. Ela olha para mim com os olhos mais azuis emoldurados por grossos cílios escuros, suas sobrancelhas expressivas se juntando em confusão.

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Eu assisto enquanto seus olhos percorrem minha forma, um rubor rosado manchando suas bochechas quando elas caem entre minhas pernas. É então que eu percebo o quão óbvia é minha atração por ela, meu p*u está em posição de sentido, praticamente saudando essa deusa de cabelos flamejantes. Ela é a criatura mais linda que eu já vi, o tipo de perfeição que testa a fé e reacende a crença.

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Estou enraizada no lugar, em completo temor dela, enquanto a palavra que está na ponta da minha língua desliza pelos meus lábios.

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— Companheira.