♤Capítulo 4♤

1619 Words
Bruno Quando o Ricardo voltou da casa da Marisa, ele estava com uma cara estranha, eu logo desconfiei que algo havia acontecido. No início ele não queria contar, eu até entendo porque, o Ricardo é meu braço direito nos meus negócios, ele é advogado e cuida de tudo na área jurídica da empresa, mas ele é também um grande amigo, ele é um irmão pra mim. Nós estudamos na mesma universidade e ele me ajudou muito, sempre me deu conselhos, bons conselhos, e nos momentos difíceis me deu até ajuda financeira. O Ricardo sabe do que eu passei quinze anos atrás, aliás todos nessa cidade sabem. Depois que eu insisti bastante, o Ricardo finalmente me falou o porque de está estranho. Eu rir quando ouvi o que ele falou. Quer dizer que aquela v***a desgraçada realmente teve coragem de voltar? —Bruno, você não vai fazer nada com ela, ou vai? —O Ricardo pergunta com uma certa preocupação. —Eu não vou fazer nada, cara, o que você acha que eu posso fazer? —Eu olho pra ele com um sorriso. —Eu conheço você, Bruno, eu sei quanto ódio você tem daquela mulher e seu desejo de vingança contra ela. Eu sei que você não vai deixar isso passar.—Diz preocupado. —Eu reconstruir minha vida, Ricardo, eu tenho a Nora, a Amanda... —Bruno, você pode enganar elas com essa historinha de reconstruir minha minha, mas eu sei que você vem esperando uma chance pra se vingar há muito tempo. —Eu dou uma risada quando ele fala. O Ricardo me conhece bem, ele sabe o quanto eu desejo essa vingança, não que eu seja r**m, mas é que aquela maldita teve todas as oportunidades para desistir daquele maldito casamento, eu nunca prendi ou fiz algo r**m com ela, mas ela, ela me levou na conversa enquanto dormia com aquele maldito velho. Ela me fazia promessas de amor enquanto estava na minha cama e pelas minhas costas ria de mim enquanto planejava sua fulga. Aquela desgraçada me fez passar o maior vexame, mas o Ricardo tem razão, eu esperei muito por esse momento e aquela maldita vai sofrer! Aquela v***a é tão cínica que tem coragem de vir no lugar onde nós nos encontrávamos antes, eu sabia que ela não tinha vergonha, essa maldita não sente nenhuma culpa pelo que me fez. Pior é que a desgraçada continua linda, esses anos no exterior fizeram muito bem pra ela. —Bru-Bruno? —ela me olha com um misto de surpresa, susto e medo até. Eu dou uma risada da cara dela. —É, sou eu, Mikaela —Eu respondo com sarcasmo. —Você não deveria está aqui. —Bruno, você... você está bem? Quero dizer você, a Nora eu soube que vocês se casaram. —Ela se levanta e fala com a voz embargada. Eu tenho vontade de rir mais. —Você está sabendo muito sobre mim e minha família. —falo com ironia. —Pra quem mora em outro país, você sabe demais daqui. —As redes sociais. Eu posso morar em Nova Iorque mas eu sou daqui, então não é nada demais saber sobre meus amigos. Eu dou uma risada alta quando ela nos chama de amigos, essa mulher é muito cínica. —Quer dizer que você fica vigiando nossa vida? Eu achei que você tivesse ido embora porque estava cansada dessa vida aqui, das pessoas? — Ela abaixa a cabeça quando eu falo. Ela finge está triste. —Bruno, eu sinto muito por tudo que eu fiz no passado, eu... —Não me interessa o que você pensa —eu a interrompo com raiva —saia daqui eu não quero saber de você nas minhas terras. — Suas? Até onde eu sei isso aqui pertence à nós. —Ela responde com confiança e eu dou risada. —Você não sabe mesmo o que aconteceu com sua família depois que você saiu? Mikaela, quando você saiu, você criou uma grande confusão e quem pagou o preço mais alto foi justamente a sua família —ela abaixa a cabeça —Você sabe que quando você saiu, sua família recebeu todos os julgamentos que deveriam ser pra você, assim poucos queriam fazer negócios com seu pai, aí você pode imaginar o que aconteceu. —Você está dizendo que eles precisaram vender as terras? —Seu pai estava doente e sua mãe não tem condições de cuidar da lavoura, do gado e nada mais, você não estava aqui pra ajudar financeiramente, então. —Você comprou as terras depois disso? Depois que você ficou rico? —Sua pergunta sai quase num sussurro. —Sim, eu comprei, então saia das minhas terras, ou eu chamo a polícia. —Digo friamente. Eu falo e me viro para sair, mas ela segura meu braço. Eu olho bem para a cara dela, ela está com os olhos um pouco vermelhos, eu olho ela com muito nojo e sua cara fica pior. —Bruno, eu sinto, eu sinto muito de verdade. Eu sinto por tudo que eu fiz naquela época, eu... —Dá pra tirar essas mãos sujas de mim! —A interrompo e empurro sua mão. —Você não pode nem falar comigo, Bruno, nem uma única vez? —O que eu teria para falar com você? —Pergunto entre os dentes. Meu ódio por essa mulher é tanto. —Bruno, eu só queria que você me... —O quê?! Você quer que eu te perdoe? —Eu pergunto rindo com deboche. —Bruno, não fala assim, eu fiz aquilo sem pensar, eu não... —Por favor, Mikaela, não seja hipócrita! Você fez sua escolha, você escolheu dinheiro, viagens, eu só tenho que agradecer, porque essa decisão me fez vê finalmente o tipo de mulher que você é. —Bruno, eu sinto muito —diz de cabeça baixa e eu debocho. —Você sente muito? Pois eu não, graças à sua escolha eu encontrei uma mulher de verdade, que me ajudou, me apoiou e graças à isso eu estou no topo do sucesso hoje, coisa que seria impossível com uma v***a interesseira como você, uma v*******a. —Eu fico muito feliz que vocês estejam felizes, Bruno —ela me olha fingindo tristeza —eu não sou uma hipócrita, eu sei que o que eu fiz foi h******l e acredite se eu pudesse voltar... —Deixa eu adivinhar, se você pudesse voltar no tempo, você se casaria comigo? O que foi, você viu o que perdeu e agora está arrependida? Você é uma ridícula, Mikaela. Não volta mais nas minhas terras! Eu saio deixando ela lá, minha vontade era apertar o pescoço dela, mas eu mantive o autocontrole, eu tenho planos melhores para me vingar dela. Quando eu voltei pra casa a Amanda estava me esperando na sala. —Papai, finalmente você voltou, eu estava com saudades —ela fala pulando no meu colo. —Oi meu amor, eu também estava com saudades de você. Eu demorei muito hoje foi? —Eu pergunto e a Nora me olha da porta. Só pelo olhar eu sei que ela já sabe quem está de volta na cidade. —Sim, você demorou muito! —A Amanda fala com uma carinha de brava. Nós decidimos ficar na fazenda essa temporada, nós temos a casa na cidade, mas quase nunca ficamos lá, a Amanda adora a fazenda, ela ama animais. —Agora o papai vai tomar banho, ok? —Tá bom, eu vou brincar com a Molly. Quando a Amanda sai, eu vou até a Nora, mas ela se vira para subir as escadas. —Qual é o problema meu amor? —Pergunto quando seguro seu braço. —Bruno, não é nada, é só que você geralmente não se atrasa tanto. —Nora, eu não quero problemas, você pode me dizer o que está acontecendo? —Bruno, é que você demorou muito e eu... —Você está preocupada por causa da Mikaela? —Ela me olha por alguns segundos e abaixa a cabeça. —Bruno, desculpa, eu só estou insegura, eu sinto muito. —Tudo bem, eu entendo Nora, mas eu não aceito que você tenha essa reação. Eu não sei porque você continua com essa insegurança b***a. —Bruno, eu sei que você amou muito ela, eu sei também que você nunca esqueceu o que aconteceu quinze anos atrás. —Nora, por favor! Eu não sou o mesmo homem i****a de quinze anos atrás, se hoje eu quero algo daquela mulher é vingança pelo que ela me fez, nada mais. —Falo com raiva. A Nora sempre foi insegura, ela está sempre se colocando pra baixo, mas desde que a Mikaela voltou ela está pior. Mika Eu tive uma péssima noite, eu não consegui dormir. Não consegui parar de pensar no Bruno, ele está lindo, esses quinze anos fizeram muito bem a ele. Ele está mais alto, antes tínha um metro e oitenta e sete, mas agora com tantos músculos parece que aumentou. Aquele peito musculoso, e os braços fortes, muito fortes, e aquele rosto perfeito, está ainda mais lindo. Eu chorei a noite quase toda, só pensando no que eu perdi. Meu coração quase saiu pela boca quando eu olhei pra ele, é como se o sentimento tivesse se multiplicado várias e várias vezes nesses quinze anos, eu amo ele mais que nunca. —Você está pronta, Mika? —Minha mãe me pergunta lá da sala. —Sim, eu estou mãe. —Eu me olho uma última vez no espelho. É hora de ir para o enterro do meu pai, e eu já estou me preparando psicologicamente para todos os olhares dos julgadores de plantão dessa cidade. Eu acho que não vai ser muito fácil. Continua...
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