Capítulo 02 - IC

1020 Words
IC NARRANDO Fala, meus pütoo, me chamo Ícaro Fernandes, mas geral me chama de IC. Nem sei quando alguém me chamou de Ícaro, sem ser lá naquele hospital. Nada contra o meu nome, mas prefiro o meu apelido. Tenho 30 anos e sou o dono do Complexo do Alemão. Herdei o morro do meu pai, Caio Daniel, o famoso CD. Também somos Fernandes, mas da geração do meu avô Satã. Para quem não conhece a nossa trajetória, os Fernandes nasceram no Morro do Alemão, um papo aí do vô Coringa, depois veio o grande Hades. E os Fernandes começaram a dominar geral: Rocinha, Babilônia, SM, São Carlos. Mas a história começou aqui, meu compadi, no Morro do Alemão, onde agora eu sou o rei. Tenho pele clara e cabelos pretos, meus olhos são castanhos escuros. Não sou bombado, também não sou magro demais. Tenho uma parte do corpo toda tatuada. Na verdade, eu perdi a minha identidade depois de tudo de ruïm que me aconteceu, me sinto outra pessoa. Fiz uma plástica e modifiquei todo o meu rosto. O natural em mim são apenas os meus olhos e os meus cabelos. Depois do que a Nayara fez comigo, até os meus dentes eu perdi. Coloquei implantes. Então, não posso dizer que sou o mesmo IC. Costumo dizer que sou uma versão 2.0 diferenciado. Sou órfão de pai e mãe. Tenho um irmão que mora em Portugal, Hirlan; ele estuda lá. Não faço ideia qual é o tipo de estudo daquele moleque, antes eu ainda mandava dinheiro, mas agora que ele se formou em alguma coisa, se sustenta sozinho. Meu pai e minha mãe morreram no confronto, em uma dessas invasões. Ficamos apenas eu e meu irmão. Eu assumi a quebrada e meu irmão fugiu, como ele sempre fez a vida toda. Ele foge dos problemas, um covarde isso sim, a vergonha dos Fernandes. Hirlan, antes de ir embora, arrumou uma grande confusão. Já não bastava ter perdido meus pais, ainda tive que assumir a porr@ de um B.O que não era nem meu. Quem me ajudou na parada foi o Tártaro, meu primo. A gente conseguiu dar uma cala boca na filha de um delegado aí. Arrumei uma grande treta por causa dele. Até hoje estou esperando meu irmão voltar para o Brasil pra gente resolver isso no mano a mano. Vou ensinar a ele o que o meu pai esqueceu, ensinar a ser homem. Só porque tem um paü dentro da cueca acha que é machø o suficiente. Mas meu foco principal não é meu irmão, e sim meu filho. Quero encontrar Yan e torturar a mãe dele até a morte. Só depois que eu fizer isso vou ter paz e conseguir seguir minha vida. Desde que acordei naquela clínica, não consigo dormir à noite, a não ser que esteja muito doidão. No começo, os médicos que cuidaram de mim, já no hospital do DK, passaram remédio controlado e eu ficava o tempo todo aéreo, em órbita, parecendo um zumbi, não tinha reação de nada. Depois do tratamento, quando voltei para o Alemão, decidi parar com os remédios. Agora, cheiro até ficar locão, misturo as drøgas com bebida e durmo tranquilo, igual um bebê. Às vezes, eu fico tão chapado que acabo dormindo com as pütas que arrasto pro matadouro. Não quero mais compromisso com ninguém. Sabe aquele ditado? tranquei a porta e joguei a chave fora. É mais ou menos essa parada aí, em relação ao quesito sentimento. Tem umas mina gata. Sinto atração, dou uns pega e mando vazar. Não quero me relacionar com mais ninguém. Jurei para mim mesmo que nunca mais vou me apaixonar, e nem ter filhos. Por isso, uso dois preservativos; caso um estourar, tem o outro lá para segurar. Não caio nessa porr@ de golpe da barriga. As Maria fuzil que vieram com esse papo torto falei logo em fazer DNA, e nunca mais tocaram no assunto. Aqui no Alemão, a lei é uma só: eu mando, e geral obedece. Eu falo e todos se calam. Não tenho pena de ninguém. Piedade de morador? Nem o que é isso. Se não quer ser cobrado, não faça por onde. Trato todo mundo por igual. Se vacilar comigo, vai pra vala. Tenho uma cartilha e sigo minhas regras à risca. Aqui no Alemão, o comando é vermelho, geral sabe disso. Os Fernandes são da CV. O comando da facção também é nosso. Meu sub é o Fael. Ele é o único que esteve do meu lado desde a morte dos meus pais até hoje, tomou conta do Morro enquanto eu estava desaparecido e também ajudou a minha família a me procurar. Fael é fechamento, ele tem a dona dele, Thaise, uma menina que fecha 10/10 com a gente. Já colocamos ela como infiltrada em outras quebradas por aí. E todas as vezes deu certo. A mina é sagaz e esperta, mas é o calcanhar de Aquiles do meu sub. A maior fraqueza do Fael é a mina dele. Mulher tem dessas, te envolve e te aprisiona. Por isso, não quero nenhuma mais na minha vida. Eu vivo um dia de cada vez, se der para fazer as paradas hoje beleza se não der nós faz amanhã, não me apresso em nada. Faço tudo no meu tempo e do meu jeito, quando tu já andou no vale da sombra da morte aprende a dar valor às coisas simples da vida. Eu dou valor naquilo que eu acho certo e bom pra mim. Defendo a minha comunidade, e o meu comando. Fidelidade é o meu nome do meio, sou fiel aos meus princípios e aos meus aliados. E posso ser o pesadelo daqueles que atravessam o meu caminho, massacro qualquer um sem pensar duas vezes, Tem um pessoal que me chama de pitbull raivoso. Estou pouco me fødendo pra isso, pode chamar do que quiser só não se meta comigo. Ou vai ver do que o PitBull raivoso é capaz de fazer. Não gosto de ser desafiado, sou do papo reto e sem curva, faço o tipo que não promete, nada mas no final entrega tudo.
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