POV AMÉLIA|02

1419 Words
CAPÍTULO 02  Muitos questionamentos pairavam por minha cabeça, não fazia o menor sentido para mim como este homem junto com sua corja conseguiu quebrar a barreira da segurança para me sequestrar, era muita audácia de sua parte sendo filha de quem eu sou. Sem deixar para o lado todas as consequências que isso acarretaria; O tal Nikolai foi astucioso quando premeditou tudo isso. Pelas armas de alto porte que seus homens apontavam para mim, e como tudo ocorreu, estava mais do que na cara que ele não era um bandidinho de esquina. Então não deixava margem para outra coisa, algum tipo de poder ele poderia ter para conseguir se infiltrar e chegar perto de mim e da minha família sem que fosse pego. Eu deveria ter dado vez a minha paranoia quando comecei a sentir que estava sendo vigiada constantemente, mesmo quando estava sozinha em meu quarto. Portanto achei ter sido mania de perseguição, já que eu não poderia dar um passo para o lado sem deixar de estar cercada por seguranças. Se pelo menos eu pudesse conseguir alcançar um celular ou um telefone que fosse, poderia ligar para o agente River, o homem que cuidava da minha segurança. Assim que Nikolai se afasta de mim, eu levo a mão ao meu colar percebendo que o mesmo não estava em torno do meu pescoço. -Não perca seu tempo procurando por seu localizador de GPS, eu me desfiz dele. Acha que seria tão t**o assim? Arregalei meus olhos Mais como.... como ele sabia que o meu colar era um localizador? Seu pescoço inclina-se para o lado em zombaria -Sinto muito por te desapontar. -Você me drogou - Afirmei sabendo que não adiantaria de nada ficar debatendo com ele sobre o meu colar . Até aqui já tinha entendido que ele havia estudado cada passo que eu dava para saber coisas tão mínimas, mas de extrema importância como esta. - Injetou alguma substância em minha corrente sanguínea - A dor de cabeça insuportável me maltratava, sentia como se algo muito pesado tivesse me alvejado. -Não vai morrer por causa disso , se é o que te preocupa. -Como conseguiu burlar a segurança da minha casa? -Tenho meus contatos - Isso não é resposta - Me irritei com sua fala monossilábica. -Dane-se - Nikolai Abramov foi tão cortante quanto uma faca afiada, deixando claro que eu estava ultrapassando seus limites coisa que eu não dava a mínima, tudo o que eu queria era sair daqui e voltar para minha casa e minha família. Então alguém bate na porta, ele me dá um olhar de aviso quando vai até ela. Um homem m*l encarado e careca fala algo com ele em outra língua. No momento em que havia sido sequestrada não havia me ligado ao ponto de onde ele pertenceria, ou seja, de qual país ele era. Mas tudo indicava que era russo. Nikolai vira-se para mim -Vou precisar me retirar por alguns minutos . Escute bem , uma só gracinha sua e eu não terei piedade de você- Tão logo ele some do lado de fora , eu corro pelo quarto procurando algum telefone esquecido ou celular o que fosse , não importava. Embora soubesse que ele não daria esse vacilo com tudo metodicamente calculado, eu necessitava me agarrar a um fio de esperança e foi exatamente isso que fiz. Porém paralisei no exato segundo. E se ele estivesse brincando de cão e gato comigo? Poderia ele estar me observando nesse exato momento? Minha respiração fica acelerada, a adrenalina percorre por minhas veias com todos os meus extintos de sobrevivência ligados. Com meu coração martelando dentro do meu peito, corro para cima da cama puxando o cobertor para me cobrir. O medo de ser abusada me assolava impiedosamente, este homem me tinha nas palmas das mãos, se quisesse fazer o que fosse comigo ele faria.... e sejamos sinceros, a probabilidade de isso acontecer eram altas e só em pensar sobre algo assim, sentia-me tremer. Em alguns minutos depois como dito por ele, a porta é aberta. O mesmo atravessa por ela segurando uma bandeja recheada com comida e frutas. Eu seria maluca se comesse qualquer coisa que fosse vinda de suas mãos, nem tanto por temer estar envenenado, mas por ele ter colocado um boa noite cinderela para me desmaiar e fazer o que quisesse comigo. Não facilitaria sua vida. -Venha até aqui - Ele colocou a bandeja em cima de uma mesa Seu sotaque russo a cada segundo era mais evidente em meus ouvidos. Poderia soar feio como todo um pesadelo em que eu me encontrava, contudo era enganadoramente atraente. - O que quer?- Não me importava em estar sendo rude com um bandido que poderia me matar a qualquer segundo caso quisesse. Nikolai Abramov ergue uma sobrancelha, claramente irritado com meu tom. -Sabe passarinha, se tem uma coisa que eu odeio é ser desobedecido. Venha aqui. - Exige apontando para o chão como se eu fosse uma criança birrenta. Levanto-me com lençol e com tudo em torno de mim , não queria ele olhando para meu corpo , por mais que estivesse usando calça e blusa. O ar gelado era um contraste como de fato eu me sentia , uma vez em que seus olhos seguiam cada passo que eu dava até estar frente a frente com ele. - Deve estar com fome. Pedi que preparassem o jantar Olho para a bandeja , prestando atenção a cada detalhe e ficando boquiaberta com o que via . Minhas comidas preferidas estavam apostas bem diante dos meus olhos. Costela de porco ao molho barbecue, Steak com purê de batatas e Meatloaf que era bolo de carne. -Não estou com fome - Nikolai aperta os olhos me estudando minunciosamente. Como se fosse para me contrariar minha barriga ronca no mesmo segundo , enquanto ele ergueu as sobrancelhas grossas e negras. - Não é o que o seu estômago está dizendo. -Eu não quero comer.- Isso pareceu o ter deixado irritado -Você é bem petulante, Amélia. Quer mesmo testar a minha paciência?, eu não aconselharia. Sua rispidez deixou-me nocauteada - Sente-se e coma - ordenou mais uma vez Nunca fui uma pessoa violenta, mas se eu tivesse uma arma, atiraria nele sem nem pensar duas vezes. Eu obedeço por mais que me sentisse tentada a lhe desobedecer, portanto o fiz, mais para tentar acalmar a tremedeira das minhas pernas. A ira e o medo pareciam um bolo entalado bem no meio da minha garganta. Assim que me sentei diante da bandeja , senti seu perfume almiscarado invadindo minhas narinas , quando senti sua respiração contra a pele do meu pescoço . Arrepiei-me por inteiro. - Não é difícil obedecer às minhas ordens, apenas me obedeça e eu não te machucarei hoje. Hoje?... E amanhã e depois? Fechei meus punhos em cima da mesa sentindo minha respiração pesada. Eu queria chorar, mas a raiva estava se sobrepondo a tudo. - Por quanto tempo eu terei que aturar tudo isso? Meu pai não vai hesitar em te dar a quantia que for em dinheiro para o meu resgate - Seu sorriso de escárnio reverberou em minha pele , causando uma onda de arrepios involuntários. -E quem foi que disse que eu estou interessado em dinheiro?- Umedeci meus lábios sentindo-me nervosa por ter notado a dualidade do sentido da frase em seu tom. - E está interessado em que afinal?- Arranjei coragem para perguntar por mais que não tivesse o suficiente para me virar e lhe olhar diretamente na cara, não queria constatar o que já suspeitava. -Em te mostrar quem realmente é o filho da p**a do seu pai- Sua voz torna-se áspera, carregada por dureza e fúria. Virei-me para ele enchendo-me de toda coragem que não possuía no momento. -Meu pai vai acabar com você. - Estou ansioso por isso. Vamos ver até onde o Presidente dos Estados Unidos é capaz de chegar para salvar a sua tão amada filinha.’’ A diversão maldosa estampada em seu rosto deixou-me angustiada, com um medo latente dele fazer algum m*l ao meu pai. Por mais que ele fosse o Presidente de um país e praticamente inalcançável, depois que este homem me sequestrou e ainda teve a audácia de invadir a Casa Branca eu não duvidava mais de absolutamente nada. Se eu tinha alguma dúvida, agora já não tenho mais. Nikolai Abramov poderia ser um terrorista ou alguém muito grande para ter ido tão longe quanto comprar uma briga com um dos homens mais poderosos de todo o mundo.
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