Tempo. Era um termo tão comum de ser mencionado que as vezes nos esquecemos que realmente precisamos estar atento a ele,precisamos o monitoras de forma correta e consciente,pois poderemos extravasar em algo indevido capaz de desestabilizar a vida que controlamos da forma mais rotineira e certinha que fomos capaz de criar. Parece algo r**m,mas com noção da responsabilidade, saberemos prosseguir de maneira correta e educacional.
Às sete horas da manhã,Jennie se encontrava abrindo as portas da floricultura na qual trabalhava desde seus dezoito anos de idade. A fachada era linda em cores alegres com um toque de elegância,a vitrine possuía os melhores e mais delicados buquês a serem comprados para a pessoa que se ama,o cheiro de rosas e entre outras flores eram admiradas por pessoa que passavam por ali, tudo era feito e projetado na mais pura delicadeza.
Girando a plaquinha anunciando ter sido aberta, Jennie caminhou até o balcão completamente de vidro transparente e limpo,deixou suas chaves e suspirou ao enxergar seu reflexo no enorme espelho que cobria a enorme extensão da parede a sua frente e que refletia toda a loja; seu lábio inferior se encontrava com um pequeno corte com o arredor em um tom arroxeado,seus olhos transmitiam todo seu cansaço e suas olheiras revelavam noites em claro acompanhada de lágrimas de dor. Jennie não estava tão delicada como sempre demonstrou,pelo menos com seu rosto já que seu corpo encobria marcas que sempre surgiam a cada nova noite.
Dando um sorriso encantador e amistoso,a garota se virou ao ver seu melhor amigo adentrando a loja trajando um conjunto de roupas neutras, completamente diferente da áurea daquela floricultura; Jimin era um jovem de vinte e cinco anos, não era americano e sim, asiático,se mudará a para o país com o namorado a alguns anos atrás e se estabeleceram na cidade em busca de estilo de vida diferenciado e em que realmente poderiam ser aceitos como são.
— Bom dia, baixinha! — se aproximando da amiga exibindo um olhar dócil, Jimin a puxou para um abraço confortante e acolhedor.
O rapaz conhecia a vida de Jennie,sabia o que acontecia sempre que a deixava em frente a sua casa após saírem da faculdade,tinha noção do quão a garota sofria ao ter novas marcas em seu corpo frágil e delicado. Mas não poderia fazer nada para impedir, não por ser incapaz,mas pelo simples fato de a menina não permitir e muito menos ter a coragem de abrir uma denuncia contra o próprio pai. Então,mesmo sendo contra,as agressões seguiriam a cada dia que se passasse.
— Bom dia Jiminie! Podemos começar a trabalhar,ou prefere me contar como foi o jantar com o namorado bonitão? — rindo descontraindo o clima protetivo que o rapaz sempre criava consigo, Jennie se pronunciou.
— Podemos fazer os dois ao mesmo tempo. Você não sabe como estou feliz,Jennie — começou ao se soltar do abraço demonstrando tamanha empolgação.
— Se resolveram? Espero que tenham deixado essa discussão b***a de lado — comentou esperançosa.
O rapaz sempre tivera Jennie como sua confidente,estava a todo momento de um novo problema desabafando com a menina que tinha os melhores conselhos a serem seguidos. Então,a uma semana atrás, Jimin chegou chorando na floricultura dizendo que o namorado insinuou querer se separar,tudo após entrarem em um discussão após o rapaz querer uma responsabilidade a mais; Jimin queria poder ter uma criança para chamar de filho. Como uma excelente amiga e boa conselheira,Jennie o acalmou e o aconselhou pedindo para que tentasse um segunda conversa com seu namorado,tudo sem brigas ou discussão.
— Sim. Jantamos em um dos melhores restaurantes, tivemos uma noite mágica e inesquecível e após termos tomado um banho para nos deitarmos,Minjun tocou no assunto e...— foi interrompido ao ouvirem o sininho delicado da loja.
Se colocando atrás do balcão,Jennie sorriu ao ver a mulher baixinha se aproximar de si com um olhar amigável. Jimin,esse que se colocou ao lado da amiga,tocou em sua costa ao perceber que,como todas as vezes em que tinha um ferimento em seu rosto,ela havia ficado nervosa ao ter uma cliente olhando para si com um misto de sentimentos diferentes do que gostaria de receber de seus clientes.
Jennie sentia-se envergonhada a cada novo hematoma visível em seu corpo, sentia-se envergonhada por saber que dentre cada pessoa que se passava naquela floricultura,um novo pensamento sobre o porque da existência de tal ferimento era criado,de forma inocente por parte das outras,pois estava no DNA e no sangue do ser humano se fissurar com algo que não lhe interessa e não se acrescenta a nada em sua vida promíscua.
Com a venda de uma orquídea para a senhora,Jennie sorriu em agradecimento e a viu caminhar despreocupadamente até a saída da loja,e ao ouvir o sininho tocar delicadamente sobre a porta,a menina se voltou para o amigo que se manteve ao seu lado enquanto tinha seus braços apoiados sobre o balcão e os olhos presos em si. Jimin não negava,amava aquela menina com todas as suas forças e a protegeria da melhor forma que pudesse,por esse motivo,estava em uma conversa com o namorado para que desse permissão para tê-la consigo em suas casa.
— Como resolveram? Ele aceitou seu pedido? — empolgada com a possível decisão do casal, Jennie questionou.
— Bom...— Jimin fez suspense e observou a amiga morder o lábio inferior em ansiedade — sim, Jennie. Poderemos ter um filho nosso.
Em comemoração,a menina abraçou o amigo de forma apertada demonstrando estar feliz pelo acontecimento na vida do mais velho. Jimin retribuiu de imediato e beijou os fios lisos e longos da garota.
— Quando darão início a papelada da adoção? Quero estar com vocês no momento...por favor — separando-se do abraço, Jennie juntou as mãos a frente o corpo implorando como uma criança pedindo por um presente aos pais.
Então, amando a forma manhosa e pidona da amiga, Jimin sorriu e segurou nas duas pequenas e delicadas mãos de Jennie. O que diria a seguir não seria esperado por ela,porém ele sabia que teria o apoio e compreensão da garota. Então,em um respirar profundo, Jimin revelou a decisão que tivera com o namorado:
— Não vamos adotar, Jennie...— aguardou a próxima reação da amiga,essa que não veio por ser do tipo de pessoa que ouve,depois opina — assim como Minjun,escolhi pagarmos uma barriga de aluguel, queremos que nosso filho tenho o DNA de um de nós.
— Nossa...— Jennie estava surpresa,pois nunca imaginou que essa seria uma opção para o casal.
Sentindo seu coração se acelerar por temer uma reação negativa da amiga - algo que não aconteceria e no fundo,Jimin sabia - o rapaz desviou o olhar para as mãos que ainda segurava e murchou a expressão.
— Pode parecer estranho para você...
— Jiminie... Para,sabe que nunca julgaria as escolhas de alguém,muito menos as suas. Apenas fiquei surpresa por ouvir que tenham como opção uma barriga de aluguel, pensei que iriam adotar — apertando as mãos do amigo que eram pouco maiores que as suas, Jennie de justificou rapidamente — vocês sabem que esse tipo de coisa costuma ser um processo um tanto caro, não é?
— Sabemos, mas estamos dispostos a pagar o preço para termos um bebezinho conosco.
Então, durante a manhã,ambos os amigos permaneceram conversando sobre o assuntos e os planos para o futuro quando tivesse um bebê para completar a alegria do casal, obviamente,como uma boa e presente melhor amiga, Jennie se ofereceu como madrinha do filho de Jimin e Minjun.
Em seus horário de almoço,a garota dispensou o amigo para que fosse primeiro,pois nunca fechavam a floricultura. E enquanto estava fazendo desenhos imaginários sobre o balcão usando a pontinha de seu dedo indicador,a porta foi aberta e o sininho ecoou avisando a chegada de um homem trajando um terno preto,uma gravata azul escuro sobre a camisa social branca e uma maleta em sua mão esquerda.
Seus olhos o acompanharam a cada passada,a menina se encontrava hempinotisada como a beleza jovial e marcante do homem. Jennie o conhecia,sabia muito bem quem era aquele ser humano exalando poder e dominância,na verdade, não havia ser naquela cidade que não conhecia Jackson Portinari,o empresário intocado.
— Bom dia senhor,em que poderia ajudar? — despertando de seu curto facínio pelo empresário e sorrindo gentilmente, Jennie se colocou a disposição do homen,esse que deu um breve e severo revirar de olhos.
— Preciso de um buquê de flores feitos por rosas brancas. — Sendo direto,o homem buscou pelo aparelho celular que vibrara em seu bolso.
Percebendo o m*l humor do homem,Jennie se limitou em um curto sorriso e seguiu para montar o buquê de seu cliente. Apesar de todas as flores terem um significado, Jennie criara um somente para si, então,em sua visão,rosas brancas expressavam o desejo de tranquilidade,paz e felicidade. Seja para quem seja o presente,a escolha havia sido perfeita.
Cerca de dez minutos depois,Jennie segurava o ramalhete de rosas decorado por um laço em fitas rosas,esse que ficará prendendo o embrulho. Em agradecimentos,a menina insistiu no sorriso gentil e entregou a encomenda para o homem que sequer direcionou o olhar para si. Porém,ao erguer o olhar no momento de pagar pelo pedido,o homem pôde lhe observar e franzir o cenho ao se deparar com uma beleza natural manchada por marcas de agressão.
— O que houve com seu rosto, garota? — questionou causando um pequeno susto na atendente.
Ignorando o questionamento do cliente, Jennie se virou para a caixa registradora e separou o troco do ser curioso e um tanto arrogante que aguardava uma resposta para sua pergunta,porém não receberia. Voltando sua atenção para Jackson, Jennie sorriu mais uma vez e entregou o dinheiro para o homem.
— Agradecemos e lhe desejamos um bom dia, senhor! — com convicção em sua voz, Jennie desejou ao homen.
— Que seja! — exclamou contrariado.
O homem não era de insistir em algo irrelevante que fosse capaz de chamar sua atenção, então sempre agia de forma amarga e grosseira com as pessoas. Sua personalidade era dominante, não gostava de ser ignorada, porém não conhecia a funcionária que parecia ter somente vinte à vinte e dois anos e a vida da dito cujo não lhe interessava.
Ao ouvirem o sino da porta, Jennie desviou o olhar do homen e encarou seu amigo que parecia estar ainda mais empolgado com algo, portanto não percebeu a presença do chefe de seu namorado. Radiante com a alegria de Jimin,a menina voltou a ignorar Jackson que mantinha um olhar atento,mesmo que estivesse prestes a deixar a floricultura.
— Minha bebê,você nem imagina com quem...— finalmente percebendo a presença de Jackson, Jimin engoliu suas palavras.
— Tenham uma boa tarde — murmurou e,em passos seguros de si, Jackson caminhou para a saída da loja deixando os amigos sozinhos.
— Estou surpreso,nunca imaginei encontrar o chefe do meu namorado aqui. Ah! Certamente está a procura de um presente para a mãe,essa que está completando aniversário — murmurando, Jimin se aproximou da amiga ficando a sua frente.
— Sabe,depois da morte de Lia, muitas pessoas ficaram afetadas e tiveram uma grande mudança — com um olhar melancólico, Jennie de apoiu no balcão e sorriu contido.
Diferente do que muitos sabiam, Jennie e Lia eram amigas inseparáveis,se conhecerem em uma lanchonete quando a mais nova estava com seus quinze anos de idade,na época,a falecida esposa de Jackson estava com seus dezoito anos. Desde aquele dia ambas não se separaram, até o casamento da garota com o empresário. Com a morte da amiga, Jennie parou de tocar no nome da mulher e ninguém nunca descobriu quem era a jovem que vivia compartilhava uma amizade passada com a esposa de Jackson Portinari.
— Você ainda senti saudades, não é? — delicadamente, Jimin questionou a amiga que secou uma lágrima que molhou seu rosto.
— Acho que jamais deixarei de sentir,assim como carrego a culpa sobre meus ombros — sussurrou fechando os olhos ao lembrar daquele treze de outubro,aquela maldita noite.
— Jennie... Você não teve culpa — Jimin tentou convencer a amiga.
— Como não? Se não tivéssemos discutido quando devíamos ter voltado a sermos amigas,se não tivesse lhe expulsado da minha casa,se não tivesse pensado somente em mim. Dizem que erramos somente uma vez com as pessoas que gostamos,mas por que meu erro teve que me machucar tanto?
Jimin não tinha o que dizer,pois sabia que ninguém seria capaz de tirar aqueles pensamentos da mente de Jennie. Talvez um passado seja forte o bastante para devastar a vida de duas pessoas que partilhavam da vivência de uma mesma pessoa,e assim como o rapaz sabia que Jennie se culpava,Jimin também sabia o quanto Jackson carregava o mesmo sentimento. E mesmo que desejasse tranqulizar as duas partes,o rapaz não tinha o direito de expor as suas pessoas com mesmos sentimentos suficientes.
Durante o restante da tarde,Jimin tranqulizou a mente da amiga,e ao anoitecer,após fecharem a floricultura e terem passado em suas respectivas casas,ambos seguiram para a universidade. Jennie se concentrou em seus estudos, ignorou seus pensamentos e apenas se estabilizou naquele prédio onde ouvia e assistia suas respectivas aulas.
Às onze e quarenta da noite, quando fora deixada em sua casa pelo amigo,a menina agradeceu por seu pai não estar e por não ter de passar a noite em claro após sofrer mais algumas das ofensas do homem. E quando seu relógio marcou meia noite,com a porta de seu quarto estando trancada, Jennie finalmente permitiu ter sonhos tranquilos e belos.