07

2152 Words
Dizem que estamos bem quando nosso emocional está saudável,estamos bem quando conseguimos olhar para a vida sem sentir vontade de chorar, quando finalmente entendemos que as coisas acontecem por terem de acontecer,estamos bem quando somos capazes de assimilar as tragédias e finalmente podemos conviver com ela. Mas é tão complicado quanto explicar o porquê de um mais um ser igual dois,e noventa porcento das pessoas que convivemos têm a dúvida se realmente podem responder se esta bem, responder com segurança uma pergunta tão simples,mas com um significado imenso. O Jennie não estava bem,parecia complicado o bastante para explicar seus motivos,mas ela sentia e se assegurava. Então, quando deixou aquele hospital escola após vinte quatro horas de trabalho,seu único destino foi seguir para o apartamento que dividia com o casal mais apaixonado que poderia conhecer e ter como melhores amigos. Ela passou por aquela porta e se sentiu um peso ao perceber os sorrisos se desfazendo das faces contentes,se sentiu estar encomodando. Jimin e Min-ju estavam felizes por finalmente terem marcado quando gostariam de fazer o primeiro teste para conseguiremos bebê,estavam contentes pois percebiam Jennie cars vez mais afastada por pensar que,apesar de terem dito sim,ainda estavam com dúvidas e pensando se realmente seria uma boa ideia tê-la como barriga de aluguel. Estavam felizes,mas essa felicidade se dissipou ao olhar para a garota parada a suas frente enquanto segurava a alça da lequena mochila em suas costas. Min-ju havia conversado com Jimin,dito o que poderia vir a acontecer caso Jennie insistisse em ser a mãe do filho de ambos; não era novidade para ninguém que ela precisaria de cuidados específicos, ainda mais por estar em seu primeiro ano de residência e ter um carga horária extensa, também deveria ressaltar os meses que precisaria de licença maternidade. Então, antes de prosseguirem com aquele sonho, ambos decidiram conversar com amiga, somente depois dariam a notícia. Porém,os rapazes começaram a repensar novamente. - Jennie, está tudo bem? - acariciando os fios de cabelo do namorado, Min-ju questionou demonstrando a preocupação de sempre. Em um suspirar cansado e o corpo pedindo por um descanso, Jennie tirou a mochila das costas e se sentou em uma das poltronas; foi inevitável não sorri aliviada ao sentir todos os seus músculos relaxarem e seu peito se aliviar em uma respiração profunda. Talvez a carga horária daquela primeira semana tenha lhe causado certo desconforto,mais tudo se estabilizaria, afinal,era somente o começo de um sonho árduo. - Terça feira e meu corpo está resumido a nada! Isso é muito exaustivo Min - ainda com o sorriso pequeno em seus lábios,a menina fechou seus olhos - irei me acostumar,mas até acontecer,quero apenas dormir o restante da tarde. Se divertindo com o pequeno drama que Jennie fazia, Jimin se aninhou mais ao namorado e recordou das tantas conversas que tiveram em relação a residência e o estágio que ambos fariam. O rapaz sempre dizia que a amiga seria um desastre na primeira semana,mas também afirmava que ela conseguiria passar por aquilo e no fim de tudo,seria uma excelente cirurgiã geral,algo que mudou com o passar dos dias, afinal, Jennie queria ser clínico geral. - Você está apenas no começo, são longos três anos minha bebê! - Jimin lhe recordou do tempo que levaria para concluir sua pós-graduação, afinal, médica ela já era. - Tudo bem,eu sou forte e irei aguentar firme esse processo lento e árduo. Serei o orgulho de vocês! - murmurou voltando a abrir seus belos olhos para olhar os amigos. Ambos eram assim. A família de ambos não tinham aquela mesma importa; Min-ju cortou o vínculo após uma desavença com seus pais e irmão,uma briga que foi causada devido as incansáveis de tentativas de lhe separar de seu pequeno e ingênuo namorado; Jimin deixou de considerar sua família na primeira agressão sofrida por seu pai e quando sua mãe ao se importou com o que acontecia naquele quarto,passou a desprezá-los no mesmo estante em que fora humilhado. Eram histórias e acontecimentos tristes,mas que serviram como aprendizado. Jennie amava ouvir como tudo aconteceu,se encantava com cada detalhe da história de amor dos amigos,admirava a força que tiveram e jamais deixariam de ter para lutarem um pelo outro. Contudo,a menina também se sentia melancólica por saber que não teria aquelas experiências,se sentia deprimida ao perceber que seria um jogo de sorte se encontrasse uma pessoa que não lhe machucasse ou que lhe fizesse sofrer. Mas enquanto suas incertezas continuavam,a menina se apaixonava naquela relação extremamente adorável. Decidindo conversarem quando a amigaa estivesse descansada,os rapazes a deixaram subir e acusaram terem de sair em um encontro com Jackson,esse que estava pensando na possibilidade de dar um cargo em sua empresa para Jimin. Jennie subiu para seu quarto, tomou um banho tirando todas as impurezas de seu corpo e aquele cheiro de hospital,mas antes de se deitar em sua cama e de permitir aprofundar em sonhos peculiares,a menina ligou para a floricultura onde trabalhava e fez uma compra: um buquê de rosas brancas,e ela tinha um significado para aquela cor. Jackson era alguém solitário e muitas das vezes,uma pessoa grosseira e fria, então não era novidade se ele adentrasse aquele prédio portanto uma fisionomia dominante e a feição de poucos amigos que amedrontava seus funcionários que temiam por seus empregos. E naquele dia não havia sido diferente,o CEO parecia ter tido uma das piores noites de sua vida,carregava uma aura escura e um m*l humor que ninguém deveria suportar. E durante o dia o homem se aprisionou em seu escritório ignorando todas as ligações e reuniões que não fossem de extrema urgência,sua agenda se tornaria uma desordem se continuasse a cancelar seus compromissos e os remarcando para os dias seguintes. A mais prejudicada era sua secretária que não conseguia se organizar rapidamente,o que lhe restava como opção passar duas horas a mais naquele lugar após seu horas ter tido fim. Quando finalmente estava se acalmando e pensando na possibilidade de voltar a seu trabalho acumulado sobre sua mesa,sentiu sua respiração se tornar frustrada ao ouvir dois toques em sua porta,para logo depois,ter sua secretária em seu campo de visão enquanto segurava algumas flores. Ao ter aquilo sobre sua mesa,a mulher lhe entregou o cartão e se retirou imediatamente sem pensar na possibilidade de dizer quem havia lhe mandado tal buquê. Em um revirar de olhos e considerando aquilo algo um tanto desproporcional e vulgar, afinal,era ela quem sempre dava flores,nunca as recebia. Seus dedos ágeis abriram o pequeno envelope branco com agilidade e seu olhos percorreram pela caligrafia delicada e marcada pela tinta azul, então pensou na audácia que tal pessoa tivera ao lhe mandar algo daquele tipo,as palavras eram observações e um desejo de lhe transformar em alguém mais "caloroso". " As pessoas mais tristes escondem os melhores sorrisos. Creio que vá funcionar com alguém como você,um tanto amargurado e distante. PS: Rosas brancas significam paz. Quero que sinta!" Com um sorriso sarcástico em seus lábios, Jackson se levantou de sua cadeira e seguiu até seu banheiro,onde jogou as rosas no lixo e rasgou o bilhete dando o mesmo fim. Em seus pensamentos,aquilo era irrelevante e não admitiria que alguém desconhecido lhe disse coisas que não devessem ser observadas,em sua mente, não havia nenhum motivo para que encobrisse seu luto e se permitisse viver novamente. As cinco da tarde,sua porta foi aberta novamente e duas figuras masculinas se colocaram à sua frente. Jackson gostava da presença de Min-ju e Jimin, os considerava como uma das únicas pessoas importantes em sua vida pacata e livre de quaisquer momentos que transparecesse algo emocionante. Contudo,naquele momento não agiria como um amigo, afinal, estaria ali para entrevistar um dos poucos estagiários que poderiam trabalhar consigo. Por quarenta e cinco minutos Jackson avaliou a competência de Jimin,fez perguntas realmente importantes e se assegurou de ter respostas completas e certeiras. E ao fim, apertou a mão do rapaz e lhe mandou seguir até o RH para entregar os documentos necessários para seu contrato ser feito. Min-ju observou a indiferença do chefe, percebeu que o homem não estava em seus melhores momentos, então não tentaria nenhum tipo de conversa que fugisse de seu trabalho. Quando ele e o namorado deixaram aquela empresa,ambos seguiram de volta para casa e se surpreenderam ao encontrar Jennie sentada naquele sofá enquanto assistia um filme qualquer. - Não conseguiu dormir,minha bebê? - se sentando ao lado da amiga e deixando um beijo em sua testa,Jimin perguntou o que parecia ser o mais óbvio a ter acontecido. - Coisa de vinte minutos. Mas tudo bem,assim poderei descansar a noite toda - colocando um pouco de pipoca em sua boca, Jennie fitou o amigo e sorriu ao perceber um traço de alegria em seu rosto. Jimin apenas assentiu abrindo o maior sorriso que poderia. Outro traço daquela amizade que ninguém entendia ou jamais irão compreender,era o fato de saberem interpretar alguns olhares entre ambos,a facilidade que conseguem ler as frases silenciosas. E em um ato de felicidade pelo amigo, Jennie se jogou contra o corpo do rapaz se esquecendo do pote de pipoca,esse que acabara caindo no carpete. - Estou feliz por você meu bolinho! - a garota passou a destribuir beijos na face do amigo - você merece tudo! Min-ju observava aquela interação e sentia seu coração se aquecendo,ele sabia que seu namorado era amado por aquela garota,sabia que a amizade era pura e inocente, verdadeira a ponto de se sacrificarem pela felicidade um do outro. Mas acima de tudo, admirava como aqueles dois eram capazes de ampliar aquele sentimento para lhe encaixarem no meio,se sentia acolhido e grato pela forma como sabiam incluir mais um em seu meio. Em meio a conversa, grandes expectativas e conselhos de Min-ju para Jimin,ambos acabaram se esquecendo do que teriam de conversar com Jennie,no entanto,foram lembrados ao receberem a mensagem de texto do laboratório perguntando se estariam presentes no horário marcada. Então,em um suspirar profundo e meio exitante,o mais velho ali se viu na obrigação de iniciar o assunto,se viu na responsável de descobrir o que Jennie sentia e poderia sentir ao começarem tal procedimento que mudaria a vida dos três. - Bebê...- Jennie se atentou ao melhor amigo,esse que estava com um leve tremor em suas mãos que apertavam as de Jimin - precisamos conversar com você sobre lhe termos como a mãe do nosso filho! E por um estante,a garota sentiu medo de toda aquela situação destruir sua amizade com ambos,temeu por haver uma negação e tudo se tornar estranho o bastante para os afastarem. Era um assunto delicado e extremamente importante, então seria necessário conversas aprofundadas e dúvidas a serem tiradas, afinal,era um casal gay tendo um filho por meio da melhor amiga,era uma gravidez por trás de uma barriga de aluguel. Percebendo o nervosismo de Jennie,Jimin segurou em sua mão e a apertou,assim como fizera com a do namorado. Ambos os rapaz não faziam ideia de quais pensamento estariam sendo produzidos na mente da amiga, mas sabiam que se resumiam em insegurança. E naquele momento o que mais gostariam de fazer era deletar aquilo,era contornar a situação melhor forma possível, contudo já estavam fazendo o necessário,estavam transmitindo o que ela realmente precisava. - Queremos saber... você realmente tem certeza do que está prestes a fazer? Jennie,você não estará apenas engravidando para nos dar um filho, estará abrindo mão de muitas coisas - Min-ju prosseguiu sob o apoiou de Jimin. - Vocês estão desistindo? Se tiver,tudo bem! - demonstrando um sorriso verdadeiro, Jennie murmurou sua pergunta e compreensão a medida que sentia seu corpo tensionar. - Bebê,o que estamos tentando dizer,você terá de tirar licença maternidade,terá de mudar sua rotina e estará sendo impossibilitada da fazer tudo o que planejou. Não é somente um bebê, também há inúmeras mudanças a serem feitas - Jimin tentou explicar - queremos que nosso filho tenha um grande vínculo com você, queremos que ele faca parte da sua vida. Mas também podemos fazer isso de outra forma caso não esteja preparada e não queira interromper seus planos. Sorrindo com os olhos ardendo em lágrimas, Jennie buscou por uma das mãos de Min-ju e a apertou juntamente a de Jimin. Ela queria aquilo,estava disposta a mudar toda sua vida se necessário fosse, Jennie sabia que poderia prosseguir de onde parasse,sabia que aquilo não destruiria sua vida e seus sonhos. Ela queria e faria se caso os amigos também desejassem. - Eu tenho a plena certeza do que quero. Podemos ter um bebê! - sua afirmação deu alívio aos rapazes. Naquela noite,ambos conversaram sobre o procedimento e como pretendiam agir durante aquele período, planejavam cada detalhe como se já estivessem grávidos. Jennie se divertia com a empolgação dos amigos e a alegria que enxergava em Jimin, admirava e sentia que aquela criança seria a felicidade dos papais corujas. Não importava o que acontecesse depois, Jennie sempre se sentiria apaixonada no amor dos amigos e na decisão de ter realizado o sonho do casal.
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