Após o trabalho, Luíz esperou por Emília para voltarem para casa juntos. Valentina estava na saída da empresa e o olhava fixamente de longe.
— Aquela insignificante não pode ser a esposa dele!
Ao observá-lo abrir a porta do carro para ela, a forma como ele a olhava... as dúvidas de Valentina se tornaram certezas.
No caminho para casa dentro do carro...
— Você conheceu Valentina? — Luíz perguntou ansioso pela resposta dela.
— A vi de longe, por que a pergunta?
— Por nada Emília!
A intenção de causar ciúmes na esposa ao vê-lo lidar com uma bela mulher mexeu com a cabeça de Luíz, agora ele precisava manipular a situação a seu favor. Os dois chegaram a mansão, mas havia uma visita totalmente inesperada... era Henrique, primo de Luíz.
Ele vive em Londres há seis anos, tem dois filhos e ao vê-los chegar, sorriu e gentilmente se levantou do sofá.
— Primo Henrique, que surpresa! — Luíz e ele trocaram um aperto de mão seguido de um gentil tapinha no ombro.
Henrique se virou para ela, sentiu uma intensa e inesperada atração ao olhar para Emília. Seu coração acelerou e uma sensação de calor percorreu suas veias. Era raro para ele se impressionar tanto com uma mulher, mas algo na jovem despertou nele uma chama ardente. Ele teve que se esforçar para controlar os sinais físicos de seu desejo, mas um sorriso involuntário surgiu em seu rosto ao admirar a beleza radiante de Emília.
Ao vê-los trocarem um olhar relativamente demorado, Luíz interviu.
— Essa é minha esposa, Emília!
— Com todo o respeito, ela é uma verdadeira princesa.
Ela sorriu gentilmente e eles se sentaram no sofá, os primos conversaram sobre os negócios. Henrique era administrador também e gerenciava uma empresa em seu país.
— E a sua esposa como está? Por que ela não veio com você? — Luíz Miguel insistiu na pergunta, claro para lembrar o parente de suas próprias obrigações conjugais.
Henrique suspirou incomodado.
— Estamos divorciados! Infelizmente Lizete não era a mulher certa para mim.
— Ou você não era o homem certo para ela! — A resposta de Luiz tornou a atmosfera tensa.
— Pedirei para que preparem um suco. — Emília preferiu sair daquele ambiente e deixar os dois conversando mais à vontade.
A saída dela foi acompanhada pelo olhar de Henrique e Luíz, ela pediu para que preparassem um jantar especial e organizassem um dos quartos de hóspedes para o visitante
— Tenho que te dar os parabéns, nunca pensei que você se casaria e ainda mais... com uma mulher como ela.
— Não entendo sua surpresa! Emília é linda, mas eu sou jovem e rico... claro que conseguiria sem dificuldade uma mulher assim! Talvez até melhor!!!!
— Quem te ouve falar assim até duvida do que você sente por essa moça.
Emília chegou com a bandeja na mão.
— Eu amo essa mulher, como eu poderia não amar! — Luíz deu um tapa na nádega de Emília, ela ficou furiosa, mas não podia contestar isso na frente do primo do marido.
Apenas engoliu a raiva e serviu o suco para eles.
— Eu pedi para prepararem algo especial já que temos visitas! — Emília comunicou aos dois.
— Sinto muito Emília, hoje jantarei com o meu avô Jorge. Temos assuntos profissionais a tratar, mas não se preocupe... teremos muitas outras oportunidades, permanecerei um tempo aqui na cidade.
Luiz Miguel sentiu-se perturbado com a revelação do seu primo Henrique de que ele pretendia permanecer na cidade por alguns dias e ter uma conversa íntima com seu avô sobre a empresa Golden e os seus novos rumos. Essa notícia deixou Luiz Miguel preocupado, pois Henrique possui uma vasta experiência no gerenciamento de grandes multinacionais, o que o ameaçava em seu cargo de CEO.
Luiz Miguel começou a refletir sobre a sua própria capacidade de liderança e sua competência em administrar uma empresa do porte da Golden. Ele viu-se comparando as suas habilidades e experiência com as de Henrique, o que aumentou ainda mais sua insegurança. Luiz Miguel temia que seu avô e os outros membros da família percebessem as suas limitações e preferissem Henrique como o novo líder da empresa. A pressão de manter seu cargo de CEO da Golden começou a afetar a autoestima dele naquele momento, fora as trocas de olhares entre Henrique e Emília.
Jorge chegou e horas depois, os dois saíram para jantar deixando Luíz preocupado em seu quarto e pensativo.
— Você não vai descer para jantar conosco? — Emília perguntou abrindo parcialmente a porta, Luíz estava deitado na cama e sem camisa.
— Podem comer, estou sem fome!
— Não se preocupe com Henrique, seu avô te deu o cargo e tenho certeza de que ele não se arrependeu disso...
Ela ia sair...
— E você, se arrependeu?
— De que?
— De tudo, ter casado comigo e estar aqui nessa casa... — Ele se levantou, acariciou o braço dela e eles e olharam.
— Não me arrependi!
— Então faz amor comigo mais uma vez... — Luíz a pegou nos braços empurrando a porta para fechá-la com o pé, aos beijos foram indo para cama.
Ele a deitou e foi por cima, beijando a sua pele macia, sentindo o perfume entre os s***s dela e Emília fechou os olhos. Até ouvirem alguém abrir porta de repente...
— Caramba! Me perdoem, acabei voltando para pegar meu celular e me enganei de quarto! — Henrique fechou a porta de repente.
Sem clima, Luíz saiu de cima de Emília e ela ficou sem entender nada.
— Por que parou? Achei que queria de novo!
— Esse i****a está interessado em você e não é pouco...
— E acha que eu sou fácil assim? — perguntou ela.
— Bom, transamos no primeiro encontro! — A resposta dele a deixou com ódio, Emília se levantou da cama bruscamente.
— Quer saber de uma coisa, vai para o inferno!
Ela gritou a ponto de o pai de Luiz Miguel ouvir, achou que aquela era a primeira briga do casal e ficou preocupado. Emília saiu e foi jantar com os sogros para tentar ofuscar as confusões que estavam acontecendo naquela casa.
— E Luíz, não vem comer? — perguntou Eva.
— Não senhora! Ele disse que está sem fome. — Emília respondeu de forma triste.
— Está tudo bem entre vocês?
A pergunta do sogro a surpreendeu.
— Sim senhor, não se preocupe com Luíz... ele está bem!
Emília
Depois de comer, fui até o jardim e brinquei com os cães... aproveitei a brisa fresca que vinha da piscina. Me sentei em uma das cadeiras espreguiçadeiras, respondi umas mensagens no w******p, haviam comentários nas minhas fotos do casamento e Bernardo insistia em mandar mensagens via Direct, gravei um áudio e enviei com toda a fúria e remorso que eu tenho por ele.
— Viva e deixe-me em paz! Achei que eu tivesse sido clara o bastante para te tirar em definitivo da minha vida...
— Nossa, quanta ira para uma moça tão frágil. — disse Henrique.
— Henrique você me assustou! Como foi o jantar com o vovô Jorge?
— Foi excelente, acho que Miguel não irá gostar muito quando souber a decisão que foi tomada.
— Luíz perderá o cargo de CEO? — Perguntei ansiosa, não quero que ele perca essa oportunidade e sei o quanto isso importa para ele.
— Não linda, mas espere um pouco mais e iremos comunicar amanhã pela manhã.
De repente ele tocou no meu queixo, fazendo uma carícia repentina. No reflexo corporal afastei-me dele, Henrique sorriu e entrou na casa.
[...]
A mãe de Luiz Miguel levou comida para o filho no quarto, desde sempre ela o mimava demasiadamente.
— Você precisa comer, essa esposa que escolheu parece não se importar com o seu bem-estar!
— Não fale de Emília assim mamãe.
Ela se sentou ao lado dele na cama, colocou a bandeja no seu colo e o olhou nos olhos.
— Não precisa seguir fingindo para mim, eu descobri facilmente a trama entre vocês e o tal contrato. Quando se casaram e seguiram morando separados, eu tive a certeza!
— Por favor não diga nada para o papai ou o meu avô!
— Claro que não meu bebê, se o meu pai deixasse a empresa nas mãos de outro... eu não sei o que seria capaz. Agora essa chegada de Henrique me tira a paz e não gosto dessas conversas particulares entre os dois.
— Se o meu avô der a presidência para ele, juro por Deus que me esqueço que pertenço a essa família. Eu fiz tudo para me encaixar nos padrões de homem que ele pediu! Me casei mesmo sem querer esse destino!
— Tenha paciência, todos esses sacrifícios em breve serão lembranças. — Esperando o filho comer, Eva caminhou até a janela e viu quando Henrique acariciou Emília.
Ela saiu do quarto, entregou a bandeja para uma das empregadas e ao ver a nora subir as escadas agarrou o braço dela de repente.
— Coloque-se no seu lugar, o meu filho merece respeito enquanto estiverem casados.
— Não sei do que a senhora está falando! — Ela recolheu o braço com força, que ficou avermelhado.
— Henrique é um homem casado, mesmo que diga estar divorciado...
— Senhora Eva, eu não tenho intenção alguma com ele!
— É melhor para você... achei que poderia confiar em ti, mas vi que não. Você tem o meu sobrenome agora, por gerações a nossa família nunca teve qualquer escândalo.
— Algum problema? — Jorge as surpreendeu, Emília parecia muito assustada e oprimida.
— Nada papai! Suba para seu quarto Emília, o meu filho está te esperando!
— Sim senhora... — Ela respondeu trêmula.