Chucky ainda podia sentir as correntes em seus pulsos, ainda podia sentir os toques pesados e a raiva que sentia cada vez que uma mão feminina tocava o seu corpo.
E toda aquela raiva tinha começado muito cedo. Ele não se lembrava de uma vida sem aquela angústia e sem aquela sensação esmagadora de não ser humano.
Ele ainda podia ser humano?
Tinha quase certeza que não, quem passou pelo que ele passou, perdia a humanidade.
Chucky era um dos frutos de um orfanato fechado por @buso infantil, na verdade nem era um orfanato, era uma antro de perdição e Abu.so. As freiras que ali regiam, usavam o hábito para esconder a profanação que realizavam diante de Deus e Chucky tinha sido escolhido como objeto principal do sadismo e da luxúria, isso tudo pela beleza masculina gritante e porque era o único que a família não procuraria. Afinal!l não tinha ninguém,e foi assim que Chucky cresceu, como um objeto sexuall. Seu nome mesmo era Valentim, mas odiava aquele nome com todas as forças, porque tinha sido escolhido por alguém que o atormentou.
Depois de tudo...
...Estava livre, mas a sua mente ainda estava presa em um cômodo escondido dentro da piscina do Orfanato católico.
Não se lembrava muito da infância, só da adolescência, de adolescente, ele se transformou em um adulto sem alma.
Raiva..
Fúria
Ira
Cólera.
Ele nem sabia nomear..
Só sabia que nenhuma mulher era confiável ou boa, porque tudo que recebeu delas foram toques sem permissão, enquanto ele estava acorrentado. Não era um homem, era uma máquina de oferecer prazer, mas agora tudo tinha se acabado, ele estava livre e tinha o poder, de máquina de prazer, tinha se transformado em máquina de mat@r.
Mas teria sua vingança, e só tinha uma pessoa que ele desejava atormentar até o último dia da vida dela, essa pessoa era a neta do mantenedor do orfanato. Rickson Yotis sabia exatamente o que acontecia dentro daquelas paredes e muitas vezes assistia de camarote.
Rickson Yotis pagou sua dívida com Chucky.
Faltava Moa Yotis, a queridinha do avô pagar.
Ele escutou o som do carro, era o cunhado que lhe trazia refeição.
Se sentaram na mesa de madeira..
– Quando buscamos Moa?
– Eu busco, Chucky, você espera aqui. __ Foi a resposta de Ricardo.
Chucky não respondeu, deixou o garfo e faca de lado, e usou as mãos para comer a carne e o pão.
– Sabe tudo de construção, podemos melhorar o lugar, fazer mais um quarto e colocar água quente.
Chucky deu um sorriso.
– Chucky, ela não tem culpa..
– A única mulher inocente que eu conheço, é a minha irmã, todas as outras tem culpa, essa mais ainda, porque tem o sangue de Yotis.
Era hora de mais uma verdade.
– Ela tem o sangue da madre também. _ Ricardo respondeu.
A madre que o tocava desde muito cedo, a madre só parou quando Chucky matou um freira com as próprias mãos..
Moa Yotis.. tinha o sangue das duas pessoas que mais odiava, mas Moa tinha também uma criança nos braços, e essa criança era filha de Chucky .
Chucky só desconhecia isso.
Restava saber se uma criança poderia amolecer o coração que ele nem sabia existir.