Depois de longas horas com aquele assunto em sua mente, Lorenzo ainda não tinha decidido o que fazer, nem com Mia, muito menos com sua vingança, então para se aprofundar um pouco mais naquele assunto, decidiu falar com ela, talvez Moret tivesse razão e ela soubesse de algo util. Lorenzo seguiu até o quarto em que Mia estava, a porta estava destrancada, então somente entrou, ela não estava sentada, como quando havia saído daquele quarto, ela estava deitada, encolhidinha.
— quem está ai? — ela questionou a sentir uma presença.
— sou eu.
— mas ainda não sei quem é você. — seu semblante era triste, de corta corações, até mesmo o de alguém frio como Lorenzo.
— me chamo Lorenzo.
— Lorenzo...o que vai fazer comigo? — ela questionou temerosa.
— precisamos conversar, pra só então saber o que fazer com você. — Lorenzo sentou-se na cama, não tão perto dela, não queria que se sentisse acuada, mas Mia era tão inocente que não tinha ideia do m*l que um homem poderia a causar. — como era sua vida na casa do seu pai?
— ele não gostava que eu o chamasse de pai, se eu fizesse a empregada que cuidava de mim, brigava comigo.
— e por que ele mesmo não fazia, já que não gostava que o chamasse de pai? — Lorenzo questionou.
— eu raramente o via, nem mesmo me lembro a última vez que o vi.
— e sua irmã, convivia com ela?
— ela costumava ir ao quarto brincar comigo, mas isso foi ficando cada vez mais raro, e quando ia, ela sempre acabava me batendo ao se irritar comigo por não conseguir brincar direito, até o dia em que ela disse que era minha culpa nossa mãe ter morrido, depois desse dia não a vi mais, as vezes eu escutava a voz dela no corredor, e eu gritava por ela, mas ela não me respondia, então eu parei, tudo que me restou foi uma tv, que parou de funcionar a um tempo. — Lorenzo tinha lagrimas nós olhos, ele tinha sua mãe e irmão e os amava mais que tudo, não entrava em sua mente que era possível existir uma família assim e doía que alguém como Mia que precisava de todo apoio tivesse passado por isso.
— então você não tem mais ninguém?
— eu tinha um avô, ele ia me visitar a muito tempo atrás, mas ele parou e eu nunca soube o que havia acontecido com ele.
— por que tanto ódio? Não me entra na cabeça. — disse Lorenzo sentindo o ódio fazer morada em seu corpo.
— não tiro a razão de nenhum dos dois, se eu não tivesse nascido, minha mãe estaria aqui, ainda por cima vim assim, inútil.
— ora, não diga isso, por acaso passou por algum tipo de lavagem cerebral? você não teve culpa do que aconteceu a sua mãe, você era só um bebê, que não pediu para nascer, o que fizeram com você foi pura maldade, te esconderam do mundo, te maltrataram, te mantiveram em cativeiro, te privaram de ter encontrado alguém que pudesse cuidar de você, coisa que eles nunca...— um silencio se deu, aquela conversa toda parecia estar gerando uma ideia na cabeça de Lorenzo.
— Lorenzo? — ela chamou, fazia uns instantes que ele estava calado, ela não sabia o motivo, ou se ele ainda estava ali.
— aqui...então ele te despreza, não é? — Mia suspirou em seguida disse.
— ele me odeia, o que escutei hoje apenas confirmou isso.
— então talvez não o alegre saber que a filha é esposa de um dos mais temidos mafiosos da Itália.
— que...do que está falando? — ela questionou, realmente não tinha ideia.
— nem sempre as vinganças são sangrentas Mia, veremos como ele reage a ver a filha se tornando alguém influente, assumindo o lugar que muitas desejam, até mesmo Alice, sua irmã, veremos como se comporta ao descobrir que está sendo cuidada, que ninguém mais a maltrata.
— não estou entendendo.
— vou me casar com você.
— Lorenzo, o que está dizendo?
— você ouviu bem Mia.
— não acho que ele vá se importar com isso.
— eu sei que sim e sabe por que?
—por que?
— me usarei como exemplo, não gosto nenhum um pouco de ver quem odeio feliz. — Mia engoliu seco, então questionou.
— e se por acaso não funcionar, o que fará comigo?
— pode ter certeza que nada do que o desgraçado do seu pai fez com você, não irei te machucar Mia, aqui estará bem cuidada, o que tem a dizer sobre isso? — Lorenzo questionou, mas Mia não tinha o que dizer, não tinha opinião, apenas estava ali.
— não sei. — Lorenzo respirou fundo, entendia que ela não sabia de muita coisa, não tinha como se impor, e em partes ele achou bom, afinal não teria problemas com isso, tudo que teria que fazer, era cuidar daquele anjo que tanto já havia sofrido e não merecia mais nada de r**m.
— deixarei você sozinha, talvez queira descansar, foi muita coisa. — disse ele, que logo em seguida levantou-se da cama onde estava sentado.
— Lorenzo...
— diga.
— estou com fome.
— pedirei a uma das empregadas que se encarregue de cuidar de você.