Fiquei a tarde toda procurando emprego ali no morro mesmo, mais não encontrei nada.
Voltei pra casa decepcionada comigo mesma.
Eu precisa de um emprego o mais rápido possível. Não quero viver nas custas da Giulia.
Além dela não gostar de mim, ela sempre vai jogar isso na minha cara.
Entrei em casa, e vi a Giulia conversando com uma mulher morena. Elas me encararam mas não disseram nada.
Eu apenas ignoro elas e subi para o quarto. Peguei minha toalha e as coisas pra eu tomar banho, e uma roupa.
Fui para o banheiro do corredor, tomei um banho rápido e me troquei. Voltei para o meu quarto, me perfumei e penteei meus cabelos.
Quando desci dei de cara com o Terror escolha no sofá, sem camiseta, enquanto jogava no vídeo game.
Fiquei babando nele, até eu cair na real.
Ele é o marido da minha irmã!
Não posso ficar olhando assim pra ele, e pensando coisas ... desnecessária. Mas é quase impossível, puto de um gostoso.
Gabi: Aonde a Giulia está? - terminei de descer como escadas.
Terror: Sei não. - deu de ombros.
Sentei no outro sofá e fiquei olhando o jogo que ele jogava, e as vezes meu olhar sem querer desviava para a barriga linda dele.
Puta que pariu em.
Terror: Sua mãe morreu de que? - perguntou do nada, ainda com o olhar preso na televisão.
Gabi: Leucemia. - respondi baixo, engolindo em seco.
Terror: Minha coroa também morreu com isso dai. - me olhou, fazendo uma careta. - Sei como é f**a esses bagulhos de perder a mãe, e os caralhos.
Sorri fraco e me ajeitei no sofá com uma pergunta entalada em minha garganta.
Gabi: Terror?
Terror: Manda.
Gabi: Carlito disse que minha irmã já abortou um filho seu, é verdade?
Quando ele foi respondido, uma porta foi aberta pela minha irmã, que entrou cheia das sacolas.
Giulia: Oi, amor. - deu um selinho no Terror. - Tá fazendo o que aqui com ela?
Terror: Eu estou jogando, não tá vendo não?
Giulia: Para de ser ignorante, ainda mais na frente dela. - me olhei.
Sai dali voltando para o quarto, deixando os dois sozinhos lá.
Eu queria saber se aquele negócio que o Carlito disse é verdade. Por que se for, a minha irmã realmente é um monstro, cara.
Como ela teve a sanidade de abortar um bebê? Eu não teria coragem disso. Nunca. É uma coisa tão... horrível !.
Já tinha anoitecido, e a lua brilhava lá fora. Foi de 23h da noite, que cosmici a escutar um funk alto, vindo de alguma parte daqui da favela, mas pela janela eu não fortalece da era que parte.
Giulia: Gabriela? - abriu a porta do quarto. - Eu estou indo pro baile, fica de olho na casa.
Gabi: Tá bom. - sorri fraco.
Ela revirou os olhos, e nem disse mais nada e saiu dali batendo a porta.
É, eu tento, mas ela parece que não quer mesmo se aproximar de mim. Se ela não facilitar, a gente nunca vai conseguir pelo menos parar de implicar uma com a outra. É f**a, cara !.
Eu não estava com a mínima vontade de ir ao baile, então fiquei em meu quarto mexendo em meu celular. Quando fui ver, já era duas da manhã, ea fome tava batendo.
Abri a porta, sai do quarto e desci para a cozinha. Abri a gelada e vi uma torta de morango. Minha boca chegou a salivar, só de ver aquela delícia. Peguei a mesma, e coloquei dois pedaços grandes em um prato. Voltei a torta para a Gel. Me sentei em uma cadeira e cosmi a comer.
Gemi baixinho sentindo o gosto maravilhoso elegância. Ouvi a porta da sala bater. Pensei até em ser a Giulia, então nem liguei, mas quando o Terror apareceu na cozinha com a cara fechada, tratei logo de pegar meu celular e fiquei mexendo enquanto comia a torta.
Ele sentou na cadeira a minha frente, e ficou olhando fixamente para a mesa.
Gabi: Cadê a Giulia? - encarei ele.
Terror: Tá no baile. - murmurou, e eu balancei a cabeça concordando .. - Tu namora? - me olhei.
Gabi: Não. - sorri sem graça. - Por que da pergunta?
Ele não me respondeu, e eu fiquei toda sem graça, sem nem ter o que falar ali. Terminei de comer a torta, e depois de lavar o prato sai da cozinha.
Quando estava quase pra subir como escadas, senti puxarem minha cintura. Olhei pra trás encarando o Terror, e ele me prensou na parede.
Gabi: Tá maluco? Me solta!
Ele sorriu de canto, apertando minha cintura. Aproximou seu rosto do meu, e eu senti o nervoso tomando conta do meu corpo. Ele segurou meu rosto sem apertar, e colou sua boca na minha.
Meu corpo ficou todo molinho nos braços dele. Eu apenas fechei meus olhos, e deixei ele me beijar.
Estava bom o beijo, não podia negar não. Mas a imagem da minha irmã veio na mente, e eu empurrei ele, quando cai em mim e vi a merda que eu estava fazendo.
Gabi: Você tá maluco, Terror? - encarei ele, me tremendo toda.
Terror: Iiih, nem vem que tu queria também, pô. - se aproximou de novo, e eu me afastei.
Gabi: Eu não queria nada! - neguei com a cabeça. - A gente não podia ter feito isso, p***a! Você é marido da minha irmã!
Terror: Você não é a primeira e nem a última mina que eu peguei enquanto estava com sua irmã. Só mais uma, pô - deu de ombros, e senti um pouco de nojinho por ele crescer em mim.
Gabi: Mas ela é minha irmã!
Terror: Se liga Gabriela, se fosse ao contrário ela não pensaria duas vezes antes de dar em cima de mim. - sentou no sofá, suspirando alto. - E outra, foi só a p***a de um beijo. Nada demais. Nem sei por que tá dando de maluca e surtando atoa ai.
Gabi: Pra você é nada demais, mas pra mim ... p***a ...- passei a mão por meus cabelos. - Isso nunca aconteceu!
Nem deixei ele dizer algo, subi como escadas correndo, entrando no quarto, e trancando a porta.
Merda, merda e merda!
Isso não podia ter acontecido. Eu não podia ter beijado o marido da minha irmã, c*****o !.
Que irmã beija o marido da outra?
Isso é horrível!
A única coisa que posso fazer agora é esquecer que eu beijei esse cara, e finjir que nada aconteceu, e que tudo ainda está nem normal.
Pronto, isso nunca aconteceu!
•••
O sol já queimava do lado de fora, dava pra perceber pela cara das pessoas que andavam por ali.
Abri mais a janela do meu quarto e suspirei lembrando do que aconteceu essa madrugada.
Tento esquecer disso, mas não dá. Já acordei pensando nisso, e sei que isso não irá sumir da minha cabeça tão cedo.
Porra, o jeito que ele me pegou, o beijo dele ...
Viu! Tá f**a o bagulho aqui.
Amarrei meus cabelos e sai do quarto. Desci e na sala já vi a Giulia com aquela morena. Engoli em seco quando meu olhar cruzou com o da Giulia.
Me senti m*l pra c*****o !. Consciência pesou demais, e tive vontade de chorar ali mesmo. Mas segurei.
Passei direto pra cozinha e bufei, quando vi o Terror tomando café. Me sentei em uma cadeira afastada da dele e peguei um pão, fingindo estar bem plena.
Terror: Tá com medo, Gabriela? - perguntou e eu levantei meu olhar pra ele, que me olhava com um sorrisinho de lado.
Nem respondi, cosmi a comer ignorando a presença dele ali. Tentando, né?!.
•••
GUILHERME (TERROR):
Sai de casa deixando a Giulia falar sozinha.
Já estava cansadão dela, na moral. Só não mandava embora por que tenho dó dela, e por que ela já tá a maior cota comigo.
Conheci a Giulia quando ela veio morar aquilo no morro, a uns anos atrás. Era carne nova, então aproveitei, só que do nada eu comi a sentir uns bagulhos estranhos por ela, estava gamadão na mina pô, assumi e tudo, mas depois que descobri que ela tinha abortado um filho meu, sem falar comigo, eu fiquei puto , e tudo começou a mudar entre a gente.
Eu tentei terminar, mas ela implorou pra isso não acontecer. Ela só mora na minha casa, por que a gente nem dormir junto dorme mais.
É ela em um quarto, e eu em outro. As vezes rola alguma coisa, mas pra mim, não nada mais importa quando se trata dela.
Aquela irmã dela, a Gabriela, p***a, essa me chamou a atenção quando vi de primeira. Aquela carinha de santa já me deixa galudão. Quero ela no meu porte, mas e mina acha que tá pagando de talarica.
Se ela soubesse o quanto a irmã dela já falou m*l dela, p***a, a bicha já estaria sentando pra mim e pedir mais.
Giulia é a pessoa mais falsa que eu conheço, ela fala m*l de todo mundo e depois vai toda mancinha pra cima da pessoa, se fingindo toda. Aquela mulher fala m*l até da melhor amiga dela, a Amanda. m*l sabe ela que já comi e de vez enquanto ainda dou uns pega na amiga dela.
Idiota! i****a! Tomou chifre pra c*****o e quer sentar na minha piroca!
Dei risada quando ouvi essa música tocando na casa de um morador.
Lembrei da Giulia na hora, pô, ela sabe que sempre foi chifruda e ainda quer dar pra mim. É f**a mulher interesseira.
Eu as vezes perco a paciência, e acabo batendo nela, eu nem gosto disso, acho coisa de moleque emocionado pra ficar batendo em mulher, mas só que eu perco a paciência com ela assim que ela abre a boca pra falar merda.
Mina chata do c*****o! Não se toca que o nosso bagulho acabou, e que ela ainda só está ali por que tenho dó dela mano.
•••
GABRIELA:
Entrei no bar que uma mulher do mercado tinha dito que estava contratando.
Estava o dia inteiro atrás de um emprego pelo morro mesmo. Logotipo Precisava do dinheiro pra arranjar um canto pra mim. Eu já queria o mais rápido sair da casa da Giulia, e depois do que rolou essa madrugada, quero sair de lá o quanto antes.
O bar tinha alguns caras armados, junto deles o Terror. Passei no lado deles fingindo que nem vi ele ali. Parei no balcão e uma mulher de uns 50 anos veio me atender.
- O que deseja, menina? - sorriu, amigável.
Gabi: A moça do mercado disse que aqui estava contratando ...
- Ah sim. Veio tentar a vaga? - concordei. - Tá com sorte que eu estou precisando demais de uma pessoa que me ajude por aqui, e você ainda é nova, então ... pode começar amanhã?
Gabi: Claro! - respondi na hora, me animando toda já.
- Tabom. - sorriu. - Sou a Carla.
Gabi: Gabriela. Sou irmã da Giulia.
Carla: Ah sim, Giulia vem aqui direto com seus colegas. - deu um sorriso fraco.
Conversei mais um pouco ali com ela e sai dali feliz da vida. Eu estava tão aliviada que eu consegui um emprego. Vou esperar mais ou menos uma semana pra ver se isso vai dar certo, depois falo com o Terror pra ver se ele arranja uma casa pra mim por aqui mesmo. Bem baratinha, e pequena, só pra mim mesmo.
Cheguei em casa e a Giulia estava pintando a unha, sentada no sofá, enquanto cantava uma música baixinho.
Giulia: Estava aonde?
Gabi: Atrás de um emprego, e eu consegui!
Giulia: Que bom, assim tu pode arrumar um canto pra tu e me deixar em paz de uma vez.
Fiz careta e quis xingar ela, mas me segurei ao máximo. Eu realmente estava me cansando do jeito que ela me tratava. Eu nunca fiz m*l a ela, não tem o por que dela me tratar assim, com grosseria.
Depois de comer alguma coisa, subi para o quarto e tomei um banho pra tirar aquele suor.
Me vesti e quando deitei na cama comam a ouvir gritos da Giulia e do Terror, vindo lá de baixo. Eles se xingavam e falavam cada coisa horrível um para o outro.
Realmente a relação deles não estava boa. Mas acho que isso tudo é apenas uma fase, e que já, já o Terror toma jeito e eles se acertam. Ou não !.