Carolina Mendez ( O confronto)

1000 Words
Eu deveria ter fugido quando senti Felipe tirar o vestido da minha mão, devia ter saído correndo, mas não fiquei ali, deixei que me tomasse, que tomasse meu corpo sem resistência. Felipe despertou em mim algo que nunca senti. Se ele ouvisse isso, isso estaria se gabando com o ego muito mais verdade seja dita. Não que tenha muitas experiências com o sexo masculino e as que tive destruíram todo e qualquer desejo e admiração pelo sexo. Mas o que ele desperta em mim é surreal, o desejo ardente, o prazer, a química entre nós é inegável, cada toque dele no meu corpo causava arrepios prazerosos. Foi inesquecível para mim que fugiu de qualquer homem, mas não dele, não consegui fugir dos seus olhos, Felipe me perseguia, sempre esteve lá para me salvar. Ao seu lado, me sinto segura. Por isso, fugi dele assim que acordei na sua cama, com seus braços me prendendo ao seu corpo. Não sabia como seria depois do que aconteceu, cedi aos meus desejos. Desejei, provei cada parte do corpo dele, Felipe é perfeito, seu corpo malhado, sua pegada, a forma como domina o momento, não deixando lugar ou pensamento para mais nada a não ser se entregar, curti cada toque, carícias. Passei o domingo trancada no meu apartamento, não atendi ligações da Nanda nem do Theo, recebi o e-mail do Marco avisando que tinha voltado, que queria falar comigo para se atualizar das coisas na construtora. Almocei com ele, o coloquei a par de tudo. Depois do almoço, voltei correndo para meu apartamento. Meu coração acelerava cada vez que ouvia o elevador parar no meu andar ou alguém bater nas portas vizinhas. Me senti ansiosa e decepcionada por ele não ter me procurado mais. O que eu queria era que ele aparecesse no meu apartamento, me tomasse para ele mais uma vez! Esquece, Carolina, Felipe só queria te levar para cama, o que já consegui, agora é partir para a próxima conquista, fala minha consciência. Na segunda, acordei cedo, por incrível que pareça não tive pesadelos. Cheguei cedo no escritório, me concentrei nos processos. Tive uma reunião com o meu chefe, senhor Tenório, e seu novo sócio, um homem bonito, moreno, forte, olhos cristalinos, elegante, mas não como Lutero. — Será um prazer trabalhar com a senhorita Mendez, fala Ricardo Torres. — Farei meu melhor, senhores, respondo formalmente, evitando brechas para flertes. Saio da sala caminhando para minha já sala, mas ao ver Felipe parado me observando de longe, meu coração acelera tão rápido que sinto minhas costelas doerem. Finjo que não o vi, sigo caminho contrário da minha sala, ouço passos atrás de mim, ouço chamar meu nome, não respondo, corro para o elevador que por sorte do destino acabou de chegar e vazio, entro rápido, aperto o botão do térreo. Respiro várias vezes para controlar meus batimentos cardíacos, assim que o elevador chega no estacionamento, saio sem olhar para trás, apresso meus passos, ouço Felipe me chamar, viro com raiva, antes que passe a falar, uma luz forte me deixa cega. Sinto meu corpo ser empurrado para longe, caio em cima de alguém. Atordoada, olho para a pessoa que me salvou de um atropelamento, me deparo com os olhos verdes me encarando com um misto de raiva e preocupação. — Droga, Felipe, falo tentando me levantar, mais seus braços me prendem ao seu corpo. — Que p***a tem na cabeça, Carolina, sair correndo como uma fugitiva, sem olhar para os lados, quer morrer, p***a! ouço falar com raiva, meapertando mais ao seu corpo. — Saio do seu aperto, levanto-me, seguro num carro, olho para Felipe com raiva e feliz por vê-lo aqui. Não estava fugindo, tenho compromisso e estou atrasada, falo sem olhar para ele. — O c*****o que você não fugiu, Felipe ruge, me prendendo ao carro. O que foi, a famosa Dama de ferro não tem peito para me encarar depois de t*****r comigo e fugir da minha casa como uma ladra e pior ainda, fingir não me ver e sair correndo como uma adolescente com vergonha do garoto que beijou horas atrás, fala debochando. — Não seja infantil, Lutero, o que aconteceu entre nós foi apenas sexo e nada mais. O que queria que esperasse, você acorda e me mandar embora, falo com raiva. — Chega, até parece que só transou comigo por agradecimento! fala alto. — Chega, Lutero, aqui é meu lugar de trabalho, não quero minha vida pessoal na boca dos meus colegas de trabalho. Esqueça o que aconteceu, siga sua vida que farei o mesmo, digo, olhos nos seus olhos. — Impossível, Carolina, seguir minha vida, como se nada tivesse acontecido. Você usa algum contraceptivo? ouço perguntar. — O quê! pergunto, franzindo a sobrancelha, não entendendo onde quer chegar. — Pela sua cara de surpresa, devo presumir que não! — O meu Deus, que droga, me desespero ao lembrar que não usamos camisinha. Seguro no carro para não cair, o choque da realidade me atinge como um caminhão desgovernado. — Bom, pelo que vejo, você entendeu o porquê da minha procura por você! Lutero fala. — Como pude ser tão imprudente, sinto uma pontada no peito, olho para o homem elegante diante de mim, e por isso que estou aqui, por medo que tenha engravidado, pergunto me afastando dele. — Não é medo, sou um homem controlador, não quero que um filho meu corra perigo. — Se sua preocupação é essa, fique tranquilo, não é tão fácil engravidar, além do mais, não estou no meu período fértil, fique tranquilo. Como disse antes, siga sua vida normalmente, não estou grávida, falo saindo do seu cerco. — Que seja, mas até ter certeza, você ficará sob meus olhos, ouço falar com a voz fria de grande empresário. — Me volto para ele, apontando o dedo no seu peito. Pode parar, não quero ninguém atrás de mim. Já disse, não estou grávida e, se caso viesse a ter engravidado, o que vai fazer, me obrigar a abortar, falo encarando.
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