Carolina ( ressaca)

1051 Words
viro de lado e abraço o travesseiro, sinto um cheiro gostoso. Ainda de olhos fechados, me acomodo ao travesseiro. Suspiro, gostando da paz e da sensação de segurança que sinto inspirando o cheiro. Meu momento de paz é quebrado por alguém fingindo tossir! Abro os olhos com dificuldade sinto incomodo mesmo estando o quarto na penumbra. Ponho a mão na cabeça, sentindo uma dor mortal. Forço meus olhos a ficarem abertos. Caramba, prendo o ar diante do homem sentado numa poltrona de frente para mim com o peitoral amostra, fazendo-me babar com a imagem à minha frente. “- Pode babar, eu deixo!” Ouço meu chefe falar, ainda hipnotizada pelo seu corpo malhado. “Gente do céu, que tanquinho é esse?” Saio da hipnose! Preocupada ao lembrar que não estou no meu apartamento e ainda acordei no quarto com a imagem do meu chefe, apenas de calça moletom? “Onde estou?” pergunto, tentando levantar, desistindo logo em seguida, caindo sentada na cama ao sentir o mundo rodar, meu estômago embrulha. “- Calma, Carolina, respire devagar, tome esse remédio, vai ajudar na ressaca.” Ouço Felipe falar. “- Ressaca? Então como um filme, lembro de tudo o que aconteceu na noite passada. Eu, Fernanda, e Theo. Eu dançando, alguém dançando comigo. O Felipe me tirando da boate, nos dois dentro do carro dele. Céus, não tenha acontecido o que estou pensando?” Olho para meu corpo em busca de algum sinal do que aconteceu ontem. “- Não aconteceu nada, se é isso que você está pensando. Nós não transamos. Você estava tão bêbada que não conseguia nem se segurar em pé.” Escuto falar, indo em direção à porta. “- Tome um banho. Tem roupas no banheiro. Vista e dessa . Vamos conversar.” Felipe fala, andando até a porta e saindo. Ainda sentindo o mundo rodar, levanto da cama e vou até o banheiro. Uau, é um luxo, tem até banheira, todo em tons claros, um luxo só. Tiro minha roupa que fede a álcool. Entro no chuveiro, ligo o contato da água morna, minha pele se arrepia toda. Fico um tempo debaixo da água, fecho os olhos. Lembro do Felipe sem camisa, seu peito amostrado, me fazendo desejar tocar cada pedaço da pele exposta. Depois de algum tempo, saio do banheiro enrolada numa toalha. Em cima da cama tem uma camisa e uma cueca branca. Sorrio, lembrando do dia que dormi na casa do Felipe no litoral. Sem hesitar, pego a roupa e visto. Olho em volta, admiro a beleza do quarto. Saio do quarto, ando pelo corredor, desço as escadas, sigo ando até a cozinha, paro no batente da porta. Vejo Felipe de costas, mexendo algo no fogão, o cheiro está maravilhoso. “- Está linda com a minha camisa.” Ouço falar, me encarando com os olhos em chamas. “- E confortável.” Falo, ao me sentar. Olho a mesa recheada de comida. Felipe me entrega uma xícara com café. Bebo um gole, é delicioso. Falo, bebendo mais, ainda enjoada por causa da ressaca. Tomei o café, belisquei o bolo. “- Por que bebeu daquele jeito?” Felipe pergunta, me encarando. Levanto a cabeça, olho para Felipe, ainda me fitando. “Nada demais, queria me divertir.” Falo, o encarando. “- Sério, não pensei que uma mulher como você dançava tão bem.” Fico vermelha de vergonha com o comentário dele, desvio os olhos para comida. “Não sei o que deu em mim, não lembro de ter bebido tanto assim!” Falo, ainda de cabeça baixa. Tomamos o café em silêncio, ajudo Felipe a arrumar a cozinha. Depois de tudo arrumado, volto para o quarto, encontro minha bolsa jogada no pé da cama. Pego, verifico se está tudo dentro, ligo meu celular, tem várias ligações da Fernanda e do Theo. Droga, como pude ser tão irresponsável? O pior é que não lembro de ter bebido tanto. Mando mensagem para Fernanda avisando que estou viva. m*l termino de enviar a mensagem, meu celular toca. Oi Nanda. “- Oi Nanda... Nanda, o c*****o Carolina, onde você está? Como você some do nada, ainda mais bêbada. O que aconteceu, me diz que dormiu com o Lutero!” Interroga minha amiga. “- Desculpa, estou na casa do Felipe e não... não dormi com ele. Quer dizer, acho que não.” Falo, envergonhada. “- É uma pena, pensei que iria tirar as teias de aranha da bichinha.” Ousa ela falar, e rindo. Converso um pouco com Fernanda, me conta o que aconteceu. Meu Deus, que vergonha, só de imaginar que alguém filmou ou tirou foto minha bêbada. Pego meu vestido no cesto de roupa, o cheiro do álcool embrulha meu estômago. Tiro a camisa do Felipe, fico só de calcinha, sinto o ar frio do ar-condicionado arrepiar meu corpo. De costas para a porta, tiro a camisa do meu corpo, ficando apenas de cueca, pego o vestido, levanto para bota-lo quando uma mão o segura, tirando-o de minha mão. Sou virada de frente para ele. Arrepios percorrem minha espinha com o olhar predador sobre mim. “- Você é perfeita!” Ouço falar ao tocar meu rosto. Felipe põe meu cabelo atrás da orelha, cheira meu pescoço, deixando o local queimando. “- Seja minha! Apenas uma vez, nada mudará. Sei que você também quer, sinto seu corpo responder a cada toque meu.” Sem reação, com o coração acelerado, as palavras presas na garganta, quero responder que não. Perco o foco ao sentir sua mão sobre meu seio, ele aperta o mamilo. Perdida na bola de desejo. Respiro fundo cada vez que sua mão passeia pelo meu corpo, minha pele arde com o toque de Felipe. Meu corpo reagia a cada carícia, como se estivesse em chamas. O calor que ele transmite, me faz tremer de desejo e de paixão. Cada toque é como uma chama que incendeia meu corpo, deixando um rastro de fogo que me consome por dentro. Olhos cravados em mim, procurando uma resposta, não posso negar que também o quero, desejo sentir o calor do seu corpo, dos seus beijos; num impulso, permito que me tome para si. Me entrego ao desejo e luxúria ardente, sabendo que aquilo não passará disso, apenas sexo.
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