KARINE
Leticia achava que eu era bobona e que o perdido que ela me deu eu não sabia pra que que era.
Elas e os encontro no beco com o Igor. Não sei por que esses dois não fica junto logo, chatisse ver os dois se paquerando de longe e se comendo nos becos, achando que ninguém sabe deles.
Coitados.
Quando a Leticia me deixou dançando sozinha eu perdi a brisa, então meti o pé pra não ficar com Mt e nem com o Lucas. Tinha nada contra o Mt mas Lucas era outro papo.
A verdade é que eu tive uma quedinha por ele um tempo atrás mas essa quedinha foi virando ódio quando eu via que meu pai transformava ele no filho favorito que Lucas não é, sendo que eu sempre tava ali, fazendo os corre e do lado dele sempre que ele precisava.
Ingrato.
Mas deixa essa fita quieto que um dia ele ia ver o meu valor.
Dei perdido dentro do baile a procura de alguma coisa pra me distrair quando eu vi a Luara de longe.
Luara era a nova "fiel" do meu pai. Desde que minha mãe tinha morrido ele dizia que não era de ninguém não mas Luara era quem tava no quarto dele sempre, fugindo de manhã cedinho achando que eu não via ela.
Ela tava de papo com um homem desconhecido e eu logo fui atrás dela. Ela acha que não ia ser vista.
- Que isso aqui Luara? - Perguntei chegando na frente dela.
- Que foi Karine? - Ela me olhou de cima a baixo.
A verdade é que Luara não gostava de mim não, eu sabia por que eu conseguia sentir, mas ela nunca me disse nada, só pelo olhar de desprezo eu já sabia.
- Se meu pai te pega aqui tu sabe que tu tá morta né? - Alertei olhando pro cara que ela tava de paquera. - E tu vaza daqui por que mulher do chefe não é pra bico de homem frouxo não.
O cara nem quis me responder, talvez nem sabia que ela era mulher do chefe, ou pelo menos uma das mulher dele.
- É sério Karine? - Ela cruzou os braços pra mim.
- É sério o que? Se um dos vapor te pega aqui e conta pro meu pai tu sabe que tu tá fodida, tu tem sorte que eu que te encontrei.
- Teu pai nem liga pra mim Karine. - Ela respondeu me fazendo revirar os olhos.
- Não é assim que as coisas funcionam quando você se envolve com o chefe não, Luara, e tu sabe disso karalh0. - Retruquei, recebendo um olhar de deboche da parte dela. - Beleza, fica ai com teus macho, quando tu apanhar não vem dizer que não avisei, vacilona.
Nem esperei resposta da m4l agradecida, da próxima eu ia deixar ela se fuder na mão do meu pai e apanhar que nem mulher safada merece. Não passo pano pra agressão não, mas ela tava procurando e quem procura acha.
Segui meu rumo até a boca pra pegar uns negócios do bom. Chegando lá dei de cara com Pg vasculhando os bagulho, sozinho, sem autorização. Pg só vendia as parada, quem entrava ali eu sabia os nome e infelizmente andavam comigo: Igor, Lucas, MT e Dedê. Os zé ruela que trampava embalando os negócios que mandavam pra cá.
- Que tu tá fazendo aqui Pg? - Perguntei cruzando os braços e pegando o malandro no pulo do gato.
O moleque deu um pulo de susto, tava acelerado, moleque tava viciadão e usando as coisas na neurose.
- Pô Karine, que susto, achei que fosse teu pai. - Ele disse se tranquilizando e eu ergui uma sobrancelha. Ele tava achando mesmo que eu tava passando pano pra ele?
- Não é meu pai mas é a filha dele, tá achando que é bagunça karalh0? - Aumentei o tom quando vi ele voltando a cheirar a carreira de pó que ele fez na mesa. - Tá achando que vai usar os negócios da boca e sair por isso memo vacilão?
- Dá uma visão ai Karine.
- Dá uma visão o c*****o menó, sai andando antes que eu meta uma bala no teu cuu! - Falei na moral e ele olhou pra mim todo acelerado. - Tu acha que eu to brincando Pg? Anda cara, vaza dai que amanhã vou te cobrar os bagulho que tu usou sem autorização, nem devia tá aqui.
- Tu não mete medo em ninguém, mete um chute em tu e vai apagar rapidinho. - Ele me ameaçou me fazendo fever o sangue. Ah ele tava muito drogado mesmo né?
Avancei pra cima dele e só dei uma no meio da fuça, moleque além de nem se aguentar em pé achava que as procedencia dele tava certo? Pra cima de mim não?
- Ô que merda tá acontecendo aqui. - Ouvi a voz do meu pai e eu parei de bater no Pg, que já sangrava que nem put4 no chão. - Tá tirando Karine?
- Tirando o quê p4u no cuu? Moleque tava usando as coisas que é pra vender e ainda disse que ia meter uma bica em mim. - Entonei minha voz. - Confia na tua filha não karalh0? Tô fazendo os corre pra tu e tu me trata como um lixo.
- Karine.. - Lucas que tava do lado dele me chamou, tentando me acalmar.
- Se intromete não Lucas, tu sabe que é verdade. Sempre corri atrás de fazer as coisas no certo e esse arr0mbado me trata como se eu fosse um nada. Mas é bom que a gente aprende e deixa ele se fuder nessa merda.
- Tu pensa que tá falando com quem desse jeito? - Ele segurou no meu braço, tentando passar autoridade na frente do Lucas mas eu bem sabia que ele não tinha mais essa moral. Soltei meu braço do dele e fui seguindo meu caminho.
- Te odeio, na próxima deixo tu se fudê. - Murmurei olhando pra cara dele, que nem sabia o que responder de volta, e sumi no meio das pessoas do bailão.
Eu nem sabia por que me importava com essa merda toda, Letícia tinha razão, eu devia é me mandar daqui enquanto ainda posso.