Capítulo 6

1126 Words
LUCAS Karine saiu vazado sem nem olhar pra trás, me deixando com a fera do Pedrão aborrecido, chapado e doidão. Essa mina ainda ia me matar, vai vendo. - Deixa que eu cuido disso, patrão. - Falei tentando não envolver ele no bagulho. Do Pg cuidava eu, mas ele não parecia gostar da ideia não. - E ai Pg, vai contar tua versão não parça? - Pedrão me ignorou totalmente e eu apenas suspirei sabendo que aquilo não ia dar coisa boa.  Pg nem tava consciente, ou ele tava fingindo, não sabia se era por causa da surra que ele levou ou se era por que tinha cheirado que nem viciado. Os moleques não sabem se controlar, entram pra essa vida e se perdem nos bagulho, é por isso que morre cedo essas praga. - Eu vou cobrar dele quando ele tiver consciente, chefe, vai lá curtir teu baile. - Entrei na frente dele pra ele prestar atenção em mim e ele me olhou. Os olhos vermelhos que nem sangue, tava na neura também, e Pedrão não apagava não quando usava essas coisas, ele ficava agressivo pra c*****o. Coitado era de quem fica na frente. - Fica sussa, tu sabe que sou o teu leal. Pedrão olhou pra mim, e olhou para Pg no chão, e logo meteu o pé pra minha tranquilidade. Se ele pega pra descontar a raiva no moleque, Pg ia sair daqui morto. Andei até o arr0mb4ado deitado no chão por que levou uma surra da Karine e até dei risada da situação. É mole? - Ei parça, tá sussa ai? - Perguntei cutucando o menó pra ver se ele tava vivo. Vai saber a brutalidade de Karine. - Pô Lucas, essa mina é uma di4ba. - Ele murmurou, resmungando sem nem tirar o rosto do chão, e eu dei ainda mais risada.  - Vê se cala a boca, Pg, ela é filha do chefe e bota moral em qualquer um sem precisar pegar visão de ninguém. Se ela disser que tu tá morto, tu tá irmão. - Eu tô ligado pô. Foi só onda do pó. - Eu ajudei ele a se sentar no chão e percebi o quanto ele tava magrão. Esses lek se perdendo na droga era f0da.  Me sentei do seu lado e respirei fundo olhando a sua situação. - Pô, tu tem que manerar nessas coisas ai, tu tá só se perdendo. - Avisei na moral, gostava dos moleques da quebrada como se fossem meus irmãos. - Tá querendo morrer de overdose jão? - Não consigo controlar o vicio k4ralh0. - Resmungou e eu passei a mão no rosto frustrado. - Tu sabe que tem que pagar o que usou aqui né? - Falei me lembrando da situação e ele só assentiu, de cabeça baixa. - Não sei o que vocês tem na cabeça de achar que Karine é qualquer mina da quebrada. Quer peitar a mina, bota respeito nesse bagulho p***a, se ela te dá uma ordem tu obedece. - Tá defendendo a mina agora? - Mais é lógico jão, tu tá errado e ainda quer tirar onda com a mina. Tu tá ligado se o Pedrão cair quem assume isso aqui é ela.  - Achei que tu ia dar essas moral, Lucão. - Eu reviro os olhos no mesmo instante. De onde esse menó acha que eu tenho vontade de ser chefe? Ser gerente desses cara já era perigoso pra k4ralh0, imagina ser o chefe. Viver com a mira na minha cabeça. - Vocês viajam, quero nada disso pra mim não. Sou gerente e já tá de bom tamanho.  - Ninguém quer aquela mina no comando não, Lucão, ela é o d1ab0. - Eu soltei um riso, com o tanto que eles não gostavam dela. - É por isso que a mina é boa, tá ligado? Por que ela tá indo pelo certo, e se for pra defender a quebrada dela, ela dá a vida. Vê se presta atenção nessas parada jão, nem tudo se trata dos baseados não. - Dei um peteleco na sua cabeça e levantei do chão. - Agora anda, vaza daqui antes que eu mesmo te dê uma coça. Ajudei ele a levantar do chão e guiei ele até a porta, tranquei e esperei ele sair fora antes de meter o pé. Olhei pro céu e meu corpo entrou em estado de choque quando vi o alerta vermelho dos moleque da barreira. Peguei o rádio e logo dei um alô neles. - Qual foi Junin. - Chamei preocupado. - Ai, tem policia na área, os cara tão sedento no patrão. - Avisaram e eu logo passei a mão no rosto nervoso. Eles eram uns arr0mb4dos, invadindo no meio do baile? Apressei meus passos até o camarote do Pedrão pra avisar pra ele, não dava pra correr, por que se algum v3rme me pega correndo era capaz deles mandar bala só por isso. Quanto mais eu me aproximava mais a multidão ficava espessa, foi quando os tiro começaram e todo mundo começou a correr. Puxei minha arma da cintura e corri pra um beco próximo, tentando pegar visão do camarote. Mas tava vazio. Pedrão viu a tempo, eu espero. Apressei ainda mais meus passos pra chegar na casa dele e saber da sua procedência e logo dei de cara com a Karine. Ela trombou em mim de novo e até se assustou, ela tava apavorada. - Cadê teu pai Karine? - Perguntei vendo que ela estava voltando exatamente da casa deles. - Eles tão lá, Lucas. - Ela disse meio trêmula. - Não dá pra resgatar não. - Como assim? - Perguntei confuso, não entendendo exatamente o que ela tava falando. - Eles chegaram em casa, Lucas. Tão sabendo onde nois mora, eu sai a tempo mas ele tava muito louco. - Observei ela passar a mão no rosto, as lágrima correndo no rosto dela. Nunca tinha visto a Karine chorar por nada.  Me aproximei da beirada da viela e notei que a casa do Pedrão tava cheio de v3rme dando voz de prisão. O resto que tava do lado de fora só de olho ao redor. Quando finalmente pudemos ver o Pedrão saindo algemado de lá. Karine tentou correr pra onde ele tava mas eu segurei ela com força, colei suas costas no meu peito e coloquei a mão na sua boca pra ela não gritar. - Tu não pode cair também, k4ralh0. - Sussurrei segurando ela contra mim. Suspirei observando ela chorar com o pai indo embora. Ela nunca tinha demonstrado tanto afeto pelo pai daquela forma mas eu sabia que o sentimento de estar vendo a única familia que ela tinha indo pra longe sem saber se iria voltar era confuso. Mas eu iria estar ali pra ela. 
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