Começando

829 Words
Baltazar e Zachary se sentaram na sala de vigilância do acampamento, analisando atentamente as imagens captadas pelas câmeras de segurança. O sistema era eficiente, cobrindo todos os ângulos do perímetro, mas dessa vez não mostrava nada de útil. Não havia sinais claros de quem poderia ser o homem que rondava. — Nada — murmurou Baltazar, frustrado. — Só sabemos que a pessoa estava em um Honda Civic — comentou Zachary, apontando para as imagens e depois cruzando os braços. — Carro caro, principalmente por aqui. E com placa fria... isso significa que essa pessoa tem dinheiro ou conexões. Honda Civic não é carro que qualquer um usa, especialmente em lugares como este. Baltazar esfregou o rosto, tentando organizar os pensamentos. Zachary olhou para ele, com uma expressão séria. — Fale com ela, Baltazar. Pergunte. Talvez Paula se lembre de alguma coisa. Talvez possa ajudar. Baltazar balançou a cabeça, relutante. Não queria que Paula relembrasse o passado. Não era justo. — Não vou perder a mulher que amo, Zachary. Não tenho condições de ficar sem ela. — Eu sei, eu sei — disse Zachary, sua voz mais calma agora. — Mas precisamos resolver isso. Converse com ela. Se ela não se lembrar de nada, levantamos acampamento e vamos para o acampamento de apoio. Depois que isso tudo for resolvido, seguimos para o acampamento oficial.. Organizamos o casamento lá.. Baltazar assentiu. Pelo menos tinham um lugar seguro para ir e como proteger todas as mulheres, o acampamento base serviria. Enquanto que o acampamento oficial, por outro lado, ficava em uma área mais tranquila, perto do clube de moto deles. Nesse momento, o clube era gerenciado por Ludovido, o vice-presidente do grupo, um homem conhecido por sua habilidade em manter as coisas em ordem. — Vou falar com ela — disse Baltazar finalmente, sua voz firme, mas cheia de tensão. — Mas você sabe, Zachary... se esse homem for atrás dela novamente, não importa quem seja ou quanto dinheiro tenha, eu vou acabar com ele, o queimo vivo em um espeto. Zachary assentiu. — Eu sei, mas mantenha a mente limpa e não use a raiva contra outro m£mbro do acampamento, não use, porque precisamos manter a paz. __ Não os deixe pisar o meu pé. __ Se me causar problema, Baltazar, atraso o seu casamento de propósito. __ Baro... __ Só fique calmo, só isso, porque se você riscar um fósforo, como se apaga? __ Ela apaga, baro, Paula apaga, só com um olhar. Zachary entendeu, porque ele também era um homem louco por sua senhora. Baltazar respirou fundo e se levantou, caminhando para casa. Ao entrar no trailer, Paula olhou para ele.. — Baldrick? — perguntou. — Está bem. Está com Hadassa, Bruno, Vinícius e Kael. Seguro. Agora vem aqui — disse Baltazar, sentando-se e puxando-a para o colo. Ele passou a mão pelos cabelos dela, na cor natural. Quando Paula chegou ao acampamento, precisaram pintar os fios claros de preto para evitar que ela fosse reconhecida. Agora, com o tom original restaurado, ela estava ainda mais bonita aos olhos dele. — Alguém perguntou por você.. Paula congelou, e a sua respiração ficou rápida, quase uma hiperventilação. — Baltazar... não, não.. — Tudo bem. Não sai do meu lado. Mas precisamos saber quem é. Precisamos descobrir. Quero que você pense... se lembra de alguma coisa? Um tio, primo, qualquer parente por parte de pai ou mãe? Ela balançou a cabeça, lutando para não chorar. — Não... não me lembro de ninguém que pudesse me procurar. Só... só ele. Os amigos dele, Baltazar. Ele era... o prefeito que me machucou... Baltazar cerrou os dentes, sua raiva crescendo, não sabia porque, mas quando a raiva chegava, ele via tudo vermelho. — Todos os monstros, Paula. Todos eles. Juro que nenhum escapou, m.atei cada um deles. Mas preciso que você pense. Se lembrar de qualquer coisa, qualquer nome, me diga. Você está protegida, eu prometo. Vamos levantar acampamento e ir para perto do condomínio da máfia brasileira. A base é extremamente segura. Ela o abraçou apertado, buscando segurança em seus braços. — Baltazar, o que eu quero agora... é me casar com você. Quero perder esse medo. Quero dar um irmão para o nosso filho. Baltazar sentiu o peito apertar com aquelas palavras. Ela não sabia, e ele não tinha tido coragem de contar. Paula não podia mais ter filhos. Durante o parto de Baldrick, complicações graves obrigaram os médicos a retirar o útero dela para salvar a sua vida. Ele autorizou o procedimento sem hesitar, mas jamais teve coragem de contar. Na época, Paula já estava lidando com tanto que ele achou que seria demais para ela. Ele a segurou ainda mais forte, sua voz baixa e cheia de emoção. __ Vamos nos casar e não tenha medo, só me conte se algo surgir em sua mente, mesmo que seja algo que acredite não tem importância, até mesmo um sonho, me conte.. Um sonho, um sonho, ela se esforçou, mas nada surgiu.
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