Esquentando

861 Words
Paula era, sem dúvida, a mulher mais bonita dali. O seu cabelo longo e cacheado balançava ao ritmo da música, e ela dançava como uma rainha, cheia de graça e leveza. Baltazar segurava Baldrick nos braços, ambos observando a cena. O sorriso de Paula brilhava, e ele se sentia hipnotizado, orgulhoso e inquieto ao mesmo tempo. Bia apareceu e pegou o sobrinho, que a chamou de "mamãe", a irmão olhou para Baltazar.. — Paula disse que não se importa, Bia. Ele pode ter duas mães. E merece esse posto, cuidou de mim, de Baldrick e de Paula.. Baldrick partiu com Bia, deixando Baltazar sozinho, ainda perdido nos movimentos de Paula, até que Brisa se aproximou. — Não fale nada, Brisa. — Ele tentou cortar o assunto antes que começasse. — Vou falar, sim. Ajudei a cuidar dela. Mas você sabe disso. Porque já escutava os gritos de Paula... sabe como essa menina gritava, Baltazar. O olhar de medo e de dor.. Ele ficou em silêncio, porque Brisa estava certa. Ele ouvia os gritos do telhado e, muitas vezes, chorava em silêncio. Chorava de impotência por não poder segurá-la, protegê-la durante o sono, afastar os pesadelos. — Então, Baltazar, não ouse podá-la. Paula está se transformando em uma árvore forte, bonita. Não tente fazê-la voltar a ser uma muda frágil. Ofereça amor, mas controle o seu ciúme. — Como faço isso, Brisa? Como? — Não sei. Mas se tentar transformá-la, ela vai embora. Baltazar quase caiu de joelhos com a ideia. — Ela não faria isso comigo. Não me deixaria. E não tiraria Baldrick de mim, sem o meu filho, eu voltaria apra loucura. — Talvez não de corpo, mas de mente. Ele perderia o brilho dela, Baltazar., ia definhar e sentir medo novamente. Ele respirou fundo, lutando para absorver aquelas palavras. — Vou me policiar... vou tentar não ficar louco de ciumes. __ Tente e tente com afinco. Olhou para ela, Paula girava no meio da roda, a sua saia florida acompanhando os movimentos, o lenço amarrado cobrindo os seio.s. Ela ria, aquele sorriso tão bonito, tão luminoso. Como poderia tirar isso dela? Quando a dança acabou, ela sorriu para ele e correu para o trailer. Baltazar não pensou duas vezes. Correu atrás dela e, ao alcançá-la, a derrubou na cama. Paula ainda estava rindo quando ele puxou o lenço que cobria os sei.os dela, revelando a pele que ele desejava com cada fibra de seu ser. Ele ia passar a língua ali, mas, nesse momento, a sirene soou. Era hora de levantar acampamento. A segurança não podia esperar e precisava deixá-la segura, porque não faziam ideia de quem estavam procurando, e até que descobrissem ou até que ela se lembrasse, iam cuidar para que todas as mulheres ficassem seguras, mas os s£ios dela era tão bonitos, tinham aquela cor bonita, doce, sensual e brilhava perto do tecido claro da cama. — Paula... — Vou cuidar de Baldrick. Ele respirou fundo, controlando o desejo com dificuldade. — Vou ajudar a organizar a partida. Não saia de dentro dos muros, não importa o que veja. Não saia. — Eu não vou, prometo. Ela amarrou o lenço de volta, e Baltazar saiu para os preparativos, mas saiu com a cabeça a mil, que corpo era aquele? Ela tinha ficado ainda mais bonita depois da maternidade, a gestação tinha transformado o corpo bonito em um corpo sensacional, ele podia se perder ali por horas, saiu do acampamento, foi comprar mais iogurte para Baldrick. No caminho, esbarrou de propósito no homem que havia o denunciado. Queria que o outro revidasse, que começasse uma briga. Baltazar precisava aliviar a tensão sex.ual que sentia por Paula. Mas o homem apenas murmurou algo e entrou na padaria, fugindo como um covarde. Baltazar cerrou os punhos e caminhou até a borda do acampamento, procurando novamente o Honda Civic que o intrigava. Nada, daria um dedo de sua mão para descobrir quem era, como daria. Voltou para onde deveria estar e foi ajudar Zachary a organizar os caminhões principais. — Paula vai participar da apresentação para se tornar uma senhora do clube também? _ O baro perguntou. Baltazar deixou cair a caixa que segurava. Uma apresentação? Para ser aceita como senhora do clube. Ele sabia o que isso significava. Queria levá-la para a sede dos motoqueiros assim que os problemas fossem resolvidos, mas a ideia de Paula passar por essa apresentação o deixava sem saber o que fazer, como a colocaria em uma apresentação depois do que ela passou? — Zachary... — Escute, Baltazar. Podemos fazer uma votação. Se todos os me.mbros mais antigos do clube aceitarem, ela não precisa passar por isso. Paula já é respeitada e ele foi machucada, não foi porque quis. — Mas, para isso, eu teria que contar exatamente o que aconteceu. Alguns membros não sabem, e não quero expor a minha senhora. Zachary assentiu, compreendendo o dilema. Baltazar sabia que a decisão precisava ser cuidadosa. Não podia ferir Paula nem manchar a sua imagem diante do clube. E, acima de tudo, não queria que ela perdesse aquele brilho tão único, tão dela. As futuras senhoras do clube tinham o seu próprio ritual de apresentação..
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