Raphael Fioravanti
Acordo ainda sentindo minha virilha latejando pelo golpe daquela morena de joelho forte, suspiro e olho pela janela ainda é cedo, o céu estava escuro ainda. Talvez possa preparar alguma coisa para surpreender aquela herdeira geniosa.
Mas primeiro preciso descobrir o que realmente aconteceu para o olhar de Zara mudar do prazer para o ódio assim que ouviu o meu nome. Talvez perguntar de Liz o que ela saiba, ainda mais que ela já teve algum relacionamento com o irmão de Zara, pelo menos foi isso que li.
Levanto da cama e a ideia de um café da manhã e um pedido de jantar começa a se formar, talvez não seja tão difícil assim conseguir a informação de qual hotel ela está. Entro no banho para um banho rápido sentindo ainda um certo desconforto. Já havia escolhido uma roupa um pouco mais folgada para passar o dia.
Chamo o meu segurança assim que termino de me arrumar.
— Consiga a localização do hotel de Zara Alcântara! — Digo e saio com ele em direção ao restaurante do hotel.
— Sim, senhor! — Ele diz andando um pouco mais atrás para mim.
Sorrio assim que passo pelas portas do restaurante, vejo o meu amigo tomando seu café e olhando para alguma coisa em seu tablet.
— Bom dia! — Cumprimento Luciano.
— Bom dia, está melhor? — Ele pergunta apontando em direção a minha virilha.
— Acabei com o gelo do hotel! — Digo e observo enquanto ele começa a rir.
— Fico feliz em saber que eles tinham um grande estoque… — Ele diz deixando o tablet de lado. — Estava analisando os seus insights, estou bem surpreso que ainda não tenha outras filiais da revista.
— Por isso estou te convidando! — Falo e me sirvo com café.
— Qual a sua ideia? — Ele pergunta e volta a sua atenção para mim.
Sorrio ao ver que consegui a sua atenção, Luciano se formou em administração de empresas, mas quando se casou veio para Europa com sua esposa e começou a estudar marketing o que será ótimo caso ele aceite a gerenciar a filial daqui.
— Que assuma a gerência aqui da Europa, deixo a sua escolha onde seria a melhor cidade para implantar a filial. — Digo na esperança que ele aceite.
— Espanha, Itália e França, são os melhores países, mas é necessário descobrir onde é o mais badalado… — Ele diz pensativo.
Confirmo com a cabeça e bebo um novo gole do meu café e avisto o meu segurança de longe acenando um papel.
Com certeza ele encontrou o hotel daquela morena dos olhos cor de mel e de joelho certeiro. Puxo a minha carteira do bolso da bermuda e pego um cartão pessoal, nele havia o meu telefone.
Escrevo uma mensagem, mesmo que não possa ficar aqui a semana inteira, por ela fico até o mês. Apenas para poder conquistar o seu perdão.
— O que está fazendo? — Ouço Luciano falando, enquanto termino de escrever no cartão.
Aceno para meu segurança que se aproxima e entrego o cartão para ele.
— Providencie um arranjo com tulipas rosas e brancas… — Peço e algo me vem a mente.
Não vou deixar na mão de terceiros algo que quero fazer, retiro o guardanapo do meu colo e olho para o meu amigo.
— O que acha de ir comigo até uma floricultura? — Pergunto para o meu amigo.
— Será muito divertido ver você levar outra joelhada. — Ele diz rindo.
— i****a! — Puxo uma nota de cem dólares e deixo sobre a mesa. — Vamos?
Ele confirma com a cabeça e levanta logo em seguida também deixando uma nota sobre a mesa. Saímos em direção à floricultura que havia do outro lado da rua, apenas algumas quadras para baixo.
— Vá até o hotel onde ela está e providencie um café. — Digo caminhando para a floricultura. — Vou pedir para entregar o arranjo na recepção.
— Sim, senhor! — Meu segurança diz e se afasta.
— O que está planejando? — Luciano diz rindo.
— Conquistar aquela morena! — Afirmo decidido.
Chego na floricultura rebocando o meu amigo que continuava mexendo no celular, sei que estou escolhendo um bom amigo e principalmente um excelente sócio para estar ao meu lado e ajudar a aumentar o patrimônio da minha filha.
Não que a Liz não seja competente para fazer a nossa empresa crescer e prosperar, mas no mundo corporativo em que vivemos é muito difícil darem ouvidos para uma garota.
Liz é uma garota que quer chegar longe e mesmo ela sendo muito determinada, às vezes acaba sendo descabida na tentativa de ser a primeira a noticiar algo e pegar alguma exclusiva. O que traz alguns problemas para a revista.
Amo a minha filha, mas a quantidade de processos que a revista está sofrendo por esse impulso de ser a primeira a noticiar está começando a me dar muita dor de cabeça e agora dor em meu saco.
Olho para todos os arranjos que havia na floricultura e fico encantado com as tulipas que estavam começando a se abrir, simbolicamente elas significam o amor perfeito por serem as primeiras flores a desabrochar durante a primavera. Não que o t***o que estou sentindo por Zara seja amor, mas me sinto responsável e com a necessidade de me redimir.
— Andei lendo as notícias sobre a morena dos olhos cor de mel… — Olho para Luciano sentindo um aperto no meu peito.
Não gostei de ouvir como ele se referiu a Zara, parece como se ele estivesse interessado nela. Estreito os olhos em direção ao meu amigo e o vejo erguer as mãos.
— É apenas um comentário, se acalme! — Ele diz e puxo uma respiração profunda.
Luciano tem razão, Zara não é minha mulher, mesmo que fosse não posso me deixar ficar tão possessivo e ciumento assim.
— Desculpa, acho que o golpe dela me deixou um tanto… — Não consigo concluir a frase.
Não sei o que estou sentindo, sei apenas que é um desejo tão forte que me fez passar a noite sonhando com ela ao meu lado, ou em cima de mim na cama.
— O que você achou nas notícias? — Pergunto.
Uma vez que vi apenas poucas notícias sobre um caso extraconjugal e que causou uma certa dor de cabeça, não só para Zara mais para minha revista também.
— O homem que ela foi fotografada é marido da prima e pelo que vi na época a esposa dele estava grávida, o estresse que toda a mídia causou acabou fazendo que o parto fosse prematuro! — Luciano exclama e paro de anda para lhe dar atenção.
— Que p***a fizeram? — Falo olhando para o meu amigo.
— Se quiser dou uma investigada e você entrega uma solução como um pedido de desculpas para ela. — Ele diz e começo a pensar sobre.
Afinal, o processo que a família Alcântara e Sinclair levantou contra a revista me fez ter uma dor de cabeça por semanas e se não fosse termos entrado em um acordo, tenho certeza que teríamos que fechar a revista, não conseguimos cobrir o estrago que a indenização pedida.
Volto a olhar para os arranjos e indico qual é as quero que sejam entregues para Zara, escolho as mais bonitas e entrego o cartão e indico o que deve ser feito. Olho mais uma vez para o arranjo e peço ajuda aos seres celestiais para estarem ao meu lado e fazer com que ela aceite o meu convite.
— Vai aceitar o meu pedido? — Pergunto para Luciano que debocha da minha cara.
— Ainda não te vi de joelhos aos meus pés com uma enorme aliança me pedindo em casamento! — Reviro os olhos para o humor i****a do meu amigo.
— Vai a merda… — É tudo o que preciso dizer.