04 - Raphael Fioravanti

1319 Words
Raphael Fioravanti Acordo ainda sentindo minha virilha latejando pelo golpe daquela morena de joelho forte, suspiro e olho pela janela ainda é cedo, o céu estava escuro ainda. Talvez possa preparar alguma coisa para surpreender aquela herdeira geniosa. Mas primeiro preciso descobrir o que realmente aconteceu para o olhar de Zara mudar do prazer para o ódio assim que ouviu o meu nome. Talvez perguntar de Liz o que ela saiba, ainda mais que ela já teve algum relacionamento com o irmão de Zara, pelo menos foi isso que li. Levanto da cama e a ideia de um café da manhã e um pedido de jantar começa a se formar, talvez não seja tão difícil assim conseguir a informação de qual hotel ela está. Entro no banho para um banho rápido sentindo ainda um certo desconforto. Já havia escolhido uma roupa um pouco mais folgada para passar o dia. Chamo o meu segurança assim que termino de me arrumar. — Consiga a localização do hotel de Zara Alcântara! — Digo e saio com ele em direção ao restaurante do hotel. — Sim, senhor! — Ele diz andando um pouco mais atrás para mim. Sorrio assim que passo pelas portas do restaurante, vejo o meu amigo tomando seu café e olhando para alguma coisa em seu tablet. — Bom dia! — Cumprimento Luciano. — Bom dia, está melhor? — Ele pergunta apontando em direção a minha virilha. — Acabei com o gelo do hotel! — Digo e observo enquanto ele começa a rir. — Fico feliz em saber que eles tinham um grande estoque… — Ele diz deixando o tablet de lado. — Estava analisando os seus insights, estou bem surpreso que ainda não tenha outras filiais da revista. — Por isso estou te convidando! — Falo e me sirvo com café. — Qual a sua ideia? — Ele pergunta e volta a sua atenção para mim. Sorrio ao ver que consegui a sua atenção, Luciano se formou em administração de empresas, mas quando se casou veio para Europa com sua esposa e começou a estudar marketing o que será ótimo caso ele aceite a gerenciar a filial daqui. — Que assuma a gerência aqui da Europa, deixo a sua escolha onde seria a melhor cidade para implantar a filial. — Digo na esperança que ele aceite. — Espanha, Itália e França, são os melhores países, mas é necessário descobrir onde é o mais badalado… — Ele diz pensativo. Confirmo com a cabeça e bebo um novo gole do meu café e avisto o meu segurança de longe acenando um papel. Com certeza ele encontrou o hotel daquela morena dos olhos cor de mel e de joelho certeiro. Puxo a minha carteira do bolso da bermuda e pego um cartão pessoal, nele havia o meu telefone. Escrevo uma mensagem, mesmo que não possa ficar aqui a semana inteira, por ela fico até o mês. Apenas para poder conquistar o seu perdão. — O que está fazendo? — Ouço Luciano falando, enquanto termino de escrever no cartão. Aceno para meu segurança que se aproxima e entrego o cartão para ele. — Providencie um arranjo com tulipas rosas e brancas… — Peço e algo me vem a mente. Não vou deixar na mão de terceiros algo que quero fazer, retiro o guardanapo do meu colo e olho para o meu amigo. — O que acha de ir comigo até uma floricultura? — Pergunto para o meu amigo. — Será muito divertido ver você levar outra joelhada. — Ele diz rindo. — i****a! — Puxo uma nota de cem dólares e deixo sobre a mesa. — Vamos? Ele confirma com a cabeça e levanta logo em seguida também deixando uma nota sobre a mesa. Saímos em direção à floricultura que havia do outro lado da rua, apenas algumas quadras para baixo. — Vá até o hotel onde ela está e providencie um café. — Digo caminhando para a floricultura. — Vou pedir para entregar o arranjo na recepção. — Sim, senhor! — Meu segurança diz e se afasta. — O que está planejando? — Luciano diz rindo. — Conquistar aquela morena! — Afirmo decidido. Chego na floricultura rebocando o meu amigo que continuava mexendo no celular, sei que estou escolhendo um bom amigo e principalmente um excelente sócio para estar ao meu lado e ajudar a aumentar o patrimônio da minha filha. Não que a Liz não seja competente para fazer a nossa empresa crescer e prosperar, mas no mundo corporativo em que vivemos é muito difícil darem ouvidos para uma garota. Liz é uma garota que quer chegar longe e mesmo ela sendo muito determinada, às vezes acaba sendo descabida na tentativa de ser a primeira a noticiar algo e pegar alguma exclusiva. O que traz alguns problemas para a revista. Amo a minha filha, mas a quantidade de processos que a revista está sofrendo por esse impulso de ser a primeira a noticiar está começando a me dar muita dor de cabeça e agora dor em meu saco. Olho para todos os arranjos que havia na floricultura e fico encantado com as tulipas que estavam começando a se abrir, simbolicamente elas significam o amor perfeito por serem as primeiras flores a desabrochar durante a primavera. Não que o t***o que estou sentindo por Zara seja amor, mas me sinto responsável e com a necessidade de me redimir. — Andei lendo as notícias sobre a morena dos olhos cor de mel… — Olho para Luciano sentindo um aperto no meu peito. Não gostei de ouvir como ele se referiu a Zara, parece como se ele estivesse interessado nela. Estreito os olhos em direção ao meu amigo e o vejo erguer as mãos. — É apenas um comentário, se acalme! — Ele diz e puxo uma respiração profunda. Luciano tem razão, Zara não é minha mulher, mesmo que fosse não posso me deixar ficar tão possessivo e ciumento assim. — Desculpa, acho que o golpe dela me deixou um tanto… — Não consigo concluir a frase. Não sei o que estou sentindo, sei apenas que é um desejo tão forte que me fez passar a noite sonhando com ela ao meu lado, ou em cima de mim na cama. — O que você achou nas notícias? — Pergunto. Uma vez que vi apenas poucas notícias sobre um caso extraconjugal e que causou uma certa dor de cabeça, não só para Zara mais para minha revista também. — O homem que ela foi fotografada é marido da prima e pelo que vi na época a esposa dele estava grávida, o estresse que toda a mídia causou acabou fazendo que o parto fosse prematuro! — Luciano exclama e paro de anda para lhe dar atenção. — Que p***a fizeram? — Falo olhando para o meu amigo. — Se quiser dou uma investigada e você entrega uma solução como um pedido de desculpas para ela. — Ele diz e começo a pensar sobre. Afinal, o processo que a família Alcântara e Sinclair levantou contra a revista me fez ter uma dor de cabeça por semanas e se não fosse termos entrado em um acordo, tenho certeza que teríamos que fechar a revista, não conseguimos cobrir o estrago que a indenização pedida. Volto a olhar para os arranjos e indico qual é as quero que sejam entregues para Zara, escolho as mais bonitas e entrego o cartão e indico o que deve ser feito. Olho mais uma vez para o arranjo e peço ajuda aos seres celestiais para estarem ao meu lado e fazer com que ela aceite o meu convite. — Vai aceitar o meu pedido? — Pergunto para Luciano que debocha da minha cara. — Ainda não te vi de joelhos aos meus pés com uma enorme aliança me pedindo em casamento! — Reviro os olhos para o humor i****a do meu amigo. — Vai a merda… — É tudo o que preciso dizer.
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