Capítulo 20

1767 Words
Padre Vergas Após as orações que administrei sobre a vida daquela criança que em breve estará entre nós, finalizei o chá de bebê a pedido da grávida Jessica, pois ela estava muito exausta devido aos preparativos, e com a chegada do seu primogênito. Ela sabiamente deu um jeito para que eu e Samantha conseguisse sair sem sermos notados. Levamos bolo, docinhos e torta salgada. As sacolas contendo os quitutes pesavam, mas não tanto quanto o clima entre eu e a doce encantadora jovem ao meu lado. Andamos silenciosamente lado a lado pela estrada de terra que se encontrava ainda vazia. O espaço entre nossos braços, era fácil de ser corrigido, era sem dúvida transponível, facilmente alcançável. Porém existia uma muralha invisível que não sabia como derrubar para começar uma conversa sobre uma relação imprudente, complicada, errada, mas que não conseguia ignorá-la. Tentei fazer os dedos pararem de se remexerem, tão inquietos, audaciosos. — Estranho, onde estão todas aquelas suas admiradoras, padre? Achei que estariam até aqui, cercando-o, babando o senhor. O adolando daquela forma — disse-me em tom brincalhão com aquela nota característica do sarcasmo misturado ao desagrado. Engoli em seco quando ela virou o rosto na minha direção. Senti o suor que brotava desde o início dessa longa caminhada, percorrer da minha testa, escorrendo pelo queixo. Pingando na terra seca. Nem estava tão quente assim, a brisa era suave e acolhedora, e ainda por cima final de tarde. — Padre vergas? Abracei o próprio corpo. Tenso pelo que eu ia dizer. — Estamos retornando para a sua casa através de um atalho, aquelas senhoras não passam por essas bandas por ser muito deserta. — Aé! — Exclamou feito uma criança quando está prestes a fazer uma travessura. Olhei-a de imediato, parando a caminhada perto de uma árvore. Samantha cessou juntamente comigo. Parados ficamos um olhando o outro de maneira intensa, e bastante significativa. Mas quando estava prestes a implorá-la para que pudesse ao menos tocá-la, mesmo que fosse somente o seu lindo cabelo, ela avançou nas palavras. — Dei-me a tua mão padre. O olhar dela era indecifrável. — Para que? — foi tudo o que consegui dizer. E ela sorriu meigo, desarmando-me por completo. Samantha esticou o braço pondo a palma da mão para cima. — Vamos, padre. Sabe que não mordo, além disso… — Olhou certeiramente para os meus lábios, que entreabriram em resposta daquela olhada sedutora. —, já fizemos muito mais do que dar as mãos. — Mas… senhorita… — falei sussurrando, como se tivesse mais alguém por perto. Olhei em volta e realmente nem um carro na estrada. —, estamos na rua. — E o que tem demais nisso? O senhor pegou na minha mão no chá de bebê da Jessica e eu não posso fazer o mesmo? Direitos iguais, padre. Ela me chamando apenas de padre me trouxe uma irritação que precisou ser urgentemente extravasada. — Antes, a senhorita me chamava de “meu padre". — murmurei descruzando rapidamente os braços, ao notar um brilho reconhecido naquelas duas piscinas que me incitavam a mergulhar nelas sem medir as consequências vitais e cruciais desse ato, afogando-me nela por inteiro. De alma e de corpo. Dando-lhe muito mais do havia dado antes ao ser sacramentado pela igreja. — Quer que eu volte a chamá-lo assim? Lentamente abaixou a mão. — Basta dizer, que eu chamo. E se disser estaremos reafirmando nosso compromisso aqui e agora mesmo. Suas palavras chegaram junto com uma ventania forte, e para protegê-la segurei naqueles seus ombros curtos devido a sua estrutura óssea, pequenina, completamente delicada. A fiz andar de ré sem mover os olhos dela, até encostá-la na árvore mais próxima, colando a sua coluna nela. Em seguida a protegi com o meu corpo enquanto nossos rostos ficaram a centímetros de distância. A respiração intensa pelo simples contato sendo abafada pelo barulho daquele vento, que da mesma forma que veio, se foi, no entanto uma folhinha se alojou naqueles fios de textura fina demais para sustentar os cachos perfeitos, e fui incapaz de deixar aquilo quieto. Removi devagar, aproveitando para acariciar quase que imperceptível de ser sentida por ela, no entanto Samantha fez o que não era esperado. Ela simplesmente fechou os olhos, pondo-me mais colado ao seu molde. Desviei a tempo antes de nossas bocas se colarem, mas acabei encostando em seu pescoço, e o seu perfume embriagou-me de tal maneira que me vi ali, entregue, já beijando-a, trilhando caminhos curtos de beijos naquela extensão de pele. A mão solitária no seu ombro indo de encontro a outra mão que pousava timidamente sobre sua cabeleira, se juntaram unicamente para ter o prazer absoluto de desfazer aquelas madeixas. Roçando os dedos, entranhando eles em seu couro cabeludo. Peguei-a pela nuca enquanto aplicava um beijo incontrolável naquele pescoço que automaticamente ela havia inclinado, tombado para o lado, deixando-me sugá-la ao ponto de fazê-la gemer. O gemido de Samantha enviou uma carga s****l tão extrema que quando dei por mim estava esfregando desavergonhosamente a frente da minha batina nela. — Meu… padre… — disse-me entre gemidos entrecortados como se estivesse entrando em um tipo diferente de frenesi. Parei totalmente o ato vergonhoso, ainda segurando firme em seus cabelos, feliz pela constatação em ter desfeito aqueles maravilhosos cachos. Olhando também para aquele face de boneca, à boca pequena, aberta, soltando vestígios de um intenso prazër. Samantha abriu aquelas esferas, ainda mole em meus braços. — Beije-me…. beija… Não precisou solicitar duas vezes, pois os meus lábios sempre a desejaram. Sempre a quiseram, então segui o fluxo, a luxúria me consumia, me dominava. Ditava os próximos passos do nosso destino. Que eram imprevisíveis. Cercado por uma densa escuridão. Samantha Aquela boca me consumia com vontade desesperada, um ímpeto voraz, em uma dedicação louvável, que poderia levar-me ao arrebatamento novamente ali mesmo. O meu padre me levou ao primeiro o*****o da minha vida, oferecendo-me apenas enquanto realizava um delicioso e instigante chupão em meu pescoço. Me senti nas nuvens nos poucos segundos de duração, esse êxtase, essa satisfação plena de que ele não era apenas meu padre, ele havia se tornado meu homem. — Samantha… — murmurou meu nome entre a troca de beijos, saliva, o entrelaçar de nossas línguas, os lábios sedentos em total sincronia, total liberdade. Desejei me agarrar a ele, mas tinha medo dele querer se punir depois, longe das minhas vistas. Não queria ser a razão da sua auto condenação física. Então aos poucos fui determinando o fim da sessão, finalizando com leves beijocas naquela boca macia, bastante masculina. Ouvi o movimento da sua bolsa com gostosuras da festa enquanto descia a mão, afrouxando o aperto que me dava diretamente na nuca, e se distanciava o suficiente para me devolver a calmaria da qual me roubara. Lentamente fui abrindo os olhos, encantada ao admirar o padre Vergas, que parecia se sentir mais à vontade depois de uma enxurrada de emoções compartilhadas. — Beijá-la novamente me proporcionou… — Ele sorriu de canto de boca, virando por um breve instante aquele rosto perfeito. E quando retornou a me olhar, notei a carga de sua máxima virilidade. — viver outra vez, mesmo que andemos na corda bamba nesse amor. Dei uma leve batida em seu peitoral, me impressionando pela densidade de músculos que pude sentir ali. Permanecendo apalpando aquela particularidade não explorada antes. — Padre, o senhor malha? — A pergunta veio de supetão, e ele franziu o cenho, mudando a expressão para uma mais séria. — Desculpa eu… — Até quando vai me chamar de “senhor”, senhorita? — questionou voltando a abrir um sorriso, só que dessa vez mais largo. Ele parecia tão leve, despreocupado, tão menos… padre. — É a força do hábito. — Expliquei subindo o toque, explorando, tocando-lhe detalhadamente a pele do rosto, usando as pontas dos dedos, memorizando a sua aparência masculina mais de perto, sem pressa. Seus traços de homem mais velho, maduro. Padre vergas parecia um ator de cinema; queixo quadrado, mas não muito, apenas o suficiente para dar um destaque no restante do enquadramento, das maçãs faciais, nariz um pouquinho grande para os lados, porém com certa imponência na ponta, deixando-o com uma harmonização mais bruta, combinando com ele. Olhos da cor de piche, do petróleo mais caro do planeta inteiro. — Então pode continuar a me chamar como quiser minha querida namorada. Parei, descendo os braços devagar, e por fim apertei as alças da sacola com tanta força que acabei estalando as juntas dos dedos. — A senhorita ainda me aceita como seu namorado? Sua outra mão ainda percorria a lateral da minha cabeça, mais precisamente desfazendo as pontas onduladas, devia estar descabelada diante dele, devido ao seu empenho em esfregar meu couro cabeludo com tanta precisão, passando, alisando sem piedade toda o comprimento capilar. — O senhor nunca deixou de ser, meu padre. Sorriu em resposta, e eu me derreti por aquele genuíno sorriso pois era de um homem enfim realizado. — Então… — Deslocou aquela mão grande e viril, para a corrente em seu pescoço. Abrindo o fecho que fica atrás, removeu dele os nossos anéis de compromisso, guardando a corrente em seu bolso da batina — posso ser seu novamente? Prometo-lhe que não haverá mais punições, eu já aceitei o meu destino, porque ele pertence a senhorita. Pode fazer o que quiser de mim que aceitarei. — Vergas eu… Ele colocou novamente o anel no meu dedo, olhando a peça com uma felicidade que eu não tinha visto antes. Meu padre agora se entregava verdadeiramente. — E dessa vez… — disse-me ao elevar o dedo compromissado aos lábios por um breve segundo. Acompanhei alucinada pelo calor daquele olhar. — Samantha, me faz teu de verdade. Não havia entendido muito bem aquele pedido até que me entregou o anel dele e esticou aquela mão que minutos atrás fazia um estrago descomunal em minha pele recém despertada para o desejo. Peguei a joia masculina, pegando nele sem hesitação. Olhando-o intensamente disse-lhe: — Serás meu até que a morte nos separe. — Roguei determinada a tê-lo enquanto eu respirasse, mesmo que fosse somente isso que teríamos. Um compromisso sagrado e nada mais. Nada além de nós dois, unidos por um secreto pecado diante a sua escolha sacerdotal. — Até mesmo depois da morte serei seu meu anjo. Suas palavras fizeram uma mistura de sentimentos em meu ser, tanto que fiquei atônica, sem reação. No entanto ele me pegou num abraço apertado, perfeito, aconchegante. Transformando-me em seu lar, sua casa, sua morada. Cheirou o topo da minha cabeça, suspirando sobre ela uma palavra em romano: — Aeternum. Continua…
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