Capítulo 3

1701 Words
Letícia Fontenelle Chegou o grande dia da viagem, e a ansiedade me consome. Não sei por onde começar. Informei minhas amigas que viajaria a trabalho com meu chefe. Elas, mesmo com suas responsabilidades familiares, não param de me ligar. E, sinceramente, a saudade das minhas duas faturas me deixa ainda mais inquieta. Rebeca tem se comportado como uma figura materna para mim, e eu valorizo sua preocupação, no entanto, atualmente ela tem o esposo controlador e os filhos para se dedicar. Quanto a mim, tenho meus próprios desafios para enfrentar em minha vida. Assim que retornar dessa viagem, pretendo solicitar minha saída do emprego. É imprescindível que eu consiga me desvencilhar desse sentimento impossível que nutro pelo meu chefe. Ele nunca corresponderá aos meus sentimentos; acreditar na possibilidade de que isso possa mudar é pura ilusão. Seria necessário um verdadeiro milagre! A dor de amá-lo é intensa, principalmente quando o vejo cercado por tantas mulheres. Isso me destrói... Já não aguento mais sofrer por alguém que não vai retribuir meu amor. Apesar de ter consciência de que ele nunca se compromete com ninguém, o sentimento persiste. Parece que estou agindo de forma masoquista, conforme minhas amigas afirmam, ou talvez tenha me tornado prisioneira de uma obsessão por um homem que m*l nota minha presença. Ele nunca demonstrou interesse em compromissos duradouros, sempre com uma expressão triste e carrancuda. É surpreendente como ainda consegue chamar a atenção das mulheres. Com certeza! Quem poderia não se encantar com a sua presença? Mesmo sendo rude e pouco educado com os colaboradores, é impossível não notar a beleza desse enorme t**o despreocupado. Será que ele nunca percebeu meus sentimentos por ele ou apenas faz de conta que não enxerga? O Gabriel, irmão do meu chefe, é a única pessoa que, de vez em quando, vai até a empresa e lhe arranca um sorriso. Ele aparece poucas vezes, mas sempre traz consigo um ar de alegria com suas risadas. Acredito que sejam irmãos apenas pelo sobrenome, pois a vida pessoal do meu chefe é um enigma, um livro fechado que nunca conseguirei desvendar, já que ele m*l me dá atenção. Em contrapartida, o irmão sempre faz questão de dar um breve "oi", o que destoa bastante da postura distante e brusca do meu chefe. É angustiante perceber que ele me ignora, mesmo cercado por diversas mulheres. Desde que comecei a trabalhar na empresa, esse sentimento de amor me faz parecer uma pessoa que gosta de sofrer. Em vez de conhecer novas pessoas ou tentar um romance, estou completamente envolvida por essa fixação. Nunca experimentei um relacionamento sério; o mais longe que cheguei foi trocar alguns beijos, e isso por si só já parecia algo estranho. Coitados dos homens! Sinto até a tensão deles, mas assim que algo acontece, eu saio correndo como se estivesse fugindo de uma cruz. Não é culpa minha; simplesmente não consigo sentir nada quando beijo alguém. Muitas vezes, minhas amigas me pressionaram a sair e tentar algo, mas eventualmente desistiram e me diziam: — Ah, amiga, você não tem mais jeito! Rebeca até comentou com Camila: — Chega, desisto! Ela gosta de sofrer por aquele do "demônio loiro". Eu sempre defendia meu loiro, brigando com elas e pedindo que não o chamassem assim. Agora, eu mesma o chamo de demônio—um demônio lindo e irresistível pelo qual me apaixonei. Fico furiosa comigo mesma, mas o que eu poderia dizer? “Coração, não se apaixone por esse homem irresistível!” A única fonte de prazer que verdadeiramente experimento é com o meu vibrador. Sinto vontade, mas é por ele. E, nos dias que antecedem a menstruação, é como se uma chama se acendesse dentro de mim, um desejo avassalador de ter alguém junto a mim. Essa ânsia insuportável só se ameniza quando utilizo o meu discreto vibrador, posicionando-o sobre o meu c******s e deixando-o vibrar. De vez em quando, penso que é a boca do meu chefe me provocando, e a sensação que acompanha isso é tão agradável que é difícil de descrever. Como nunca experimentei um clímax genuíno, não tenho palavras precisas para descrever, porém minhas amigas sempre enfatizam o quão extraordinário é. Só não uso vibradores internos porque quero que minha virgindade seja com um homem, não com um pedaço de borracha. O vibrador de c******s me ajuda a aliviar o desejo que sinto. É algo que mantenho em segredo, minhas amigas jamais saberão. Amo o meu pequeno vibrador. Ele é discreto, rosa e do tamanho de um dedo, quase parece um batom. Sempre me alivia quando preciso. Mas, no fundo, gostaria de experimentar o que é ter um homem de verdade dentro de mim, só para saber como é. Mesmo assim, sei que provavelmente morrerei virgem, porque o sentimento que tenho pelo Werkema me impede de estar com qualquer outro homem. É uma sensação angustiante amar alguém intensamente, ciente de que esse sentimento jamais será correspondido. O desejo de beijar seus lábios se intensifica a cada instante. Cada aspecto da personalidade dele me parece cativante, e os suspiros das mulheres ecoam pelo ambiente. Imagino que seja surpreendente na i********e. Porém necessito me livrar dessas ideias. Não consigo mais ficar idealizando sobre ele! Devo deixá-lo para trás e avançar. Após retornar dessa viagem, irei tomar uma resolução a respeito da minha vida e, enfim, encerrar esse sentimento de cinco anos. Por cinco anos dediquei meu amor a um homem que sequer me percebe! Devo estar completamente desequilibrada. Caso ele pertencesse a mim, eu me tornaria a mais radiante das mulheres, porém tenho plena consciência da impossibilidade desse desejo se concretizar. E agora, faltam poucas horas para viajar com ele. Só de pensar nisso, meu coração já dispara. Parece até que estamos indo numa viagem de casal, mas, claro, essa é só a minha fantasia. — Você está atrasada! — ele diz com aquele típico tom irritado. Idiota! Uau, ele está simplesmente incrível. Nunca o vi assim antes. Com uma blusa que destaca seus braços fortes, uma calça jeans que parece ter sido feita especialmente para ele, e o cabelo úmido. Ele está arrasando, com certeza! Partimos e chegamos ao hotel aproximadamente às dez horas da noite. Após as reservas dos quartos já confirmadas, fui diretamente à recepção para pegar a chave, evitando que o conselho absurdo da Rebeca viesse à mente: "Seduzir seu chefe e ter relações sexuais com ele até ficarem exaustos." Qual amiga aconselharia algo assim? Ignorei sua sugestão, porém ao contemplar aquele homem, fica praticamente impossível não ceder. Quem não desejaria agir da mesma forma? Seria mais prudente eu ir para o meu quarto agora, antes que eu perca o controle só de pensar no sabor daqueles lábios tão atraentes! Ao adentrar no elevador, dirigi-me imediatamente para o quarto. Sentindo o peso do cansaço, tomei um banho relaxante, vesti meu pijama e entreguei-me a um sono reparador. Quando o domingo chegou, o clima estava frio e nublado. Que bom que me lembrei de trazer minhas peças de roupa mais quentes... Optei por fazer a primeira refeição do dia no quarto, sem a menor intenção de descer e, especialmente, de encontrar o senhor Guilherme. Assim que o café foi servido, aproveitei a calma do momento. Depois, abri o laptop para falar com Naná e as meninas. Durante nossa vídeo chamada, Rebeca fez questão de mostrar Pietro, que estava cada dia mais lindo. Essa minha amiga é uma figura. Faz o marido de gato e sapato, e não consigo evitar a gargalhada. O pobre turco ainda implica com as roupas dela, mesmo depois de casados. Rebeca contou que, certa vez, ele chegou a rasgar um vestido novo que ela havia comprado, o que a deixou furiosa. Nós, claro, caímos na risada, o que só fez aumentar sua raiva. — Meninas, isso não tem graça nenhuma! Toda vez que compro algo curto, ele vai lá e rasga! Um dia eu ainda mato esse turco — reclamou Rebeca, fingindo indignação. — Ah, para com isso! Você adora o ciúme dele. Aliás, você mesma já disse que essa cena toda te deixa animada... — provoquei, relembrando suas próprias palavras. Ela tentou se esquivar. — Eu nunca disse isso! Vocês estão inventando! — Mas logo se rendeu, caindo na gargalhada. — Tá bom, eu admito... isso me deixa, sim, muito excitada! — confessou, para a diversão de todas. Camila também estava na chamada, com seu pequeno amor, Enzo. As duas vivem uma na casa da outra, já que, com um simples passo pelo portão, estão juntas. Foi uma ideia genial do Rahmi comprar uma casa ao lado da de Camila. Assim, elas nunca ficam sozinhas, já que os maridos passam o dia trabalhando. É engraçado pensar nisso. Eles já têm uma fortuna, mas não conseguem parar de trabalhar. Rebeca é proprietária de um estúdio de design e, embora tenha funcionários que se dedicam até tarde, ela faz questão de comparecer diariamente. Mesmo assim, ela volta para casa mais cedo, pois sente falta do seu filho. Camila também não foge à regra. Mesmo exercendo a advocacia, organizou sua agenda de modo a ter mais momentos ao lado do pequeno Enzo. Ambas são mães atenciosas e esposas admiráveis. E eu? Nunca me envolvi emocionalmente com ninguém, pois meu coração pertence somente a um homem especial. A única pessoa que minha mãe amou de verdade foi meu pai, e eles formaram um casal muito feliz. Penso que herdei essa característica dela... Que Deus a acolha em um local tranquilo. Meu pai se encantou por ela imediatamente. Foi amor à primeira vista. Em contrapartida, Guilherme m*l repara em mim. Guilherme, meu chefe irresistível, que me faz perder o juízo de amor e me deixa boba ao mesmo tempo. Ele é meu chefe. Meu amor. O único amor da minha vida. E eu? Nunca tive coragem de contar para Werkema o quanto sou apaixonada por ele. Pior, as roupas que escolho usar só parecem afastá-lo cada vez mais. Pode ser que seja a hora de eu sair do emprego e confessar meus sentimentos de uma vez. Quem sabe dessa forma ele me dá uma oportunidade e deixa de insistentemente se envolver com outras mulheres? “Chega de ter pensamentos tolos, Letícia Fontenelle! Esse homem nunca será seu!”
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