Letícia Fontenelle
Chegou a segunda-feira e, junto com ela, a minha ansiedade. m*l podia esperar para começar o dia, só para ver aquele homem que, apesar de toda a arrogância, havia despertado algo em mim desde o primeiro momento que o vi. Meu coração, coitado, não tinha culpa de estar alimentando esses sentimentos.
A loucura começou cedo. Eu sonhei com ele, sendo que nem o conheço direito, apenas sei que será meu chefe. Estou enlouquecendo, não tem outra explicação.
Na segunda-feira, ele não perdeu tempo: me entregou uma pilha de documentos para digitalizar. "Hoje eu não saio daqui", pensei. Ele é um verdadeiro demônio... e eu completamente louca por ele.
O pior é que ele nem sequer olhou para mim. Como se isso já não fosse suficiente, logo apareceu uma mulher deslumbrante, perguntando:
— O Guilherme está?
Respondi de forma automática:
— Um instante, por favor... Senhor Guilherme, tem uma senhorita procurando por você.
Ele apenas disse para deixá-la entrar e, claro, desligou na minha cara. Que grosseria!
Esse homem não sabe o que é "por favor" ou "obrigado". E a mulher entrou, toda confiante. Voltei ao meu trabalho, tentando ignorar a situação, até que ouvi um som vindo de dentro do escritório.
Não pode ser verdade.
Estava ouvindo gemidos. **Gemidos**.
Meu chefe estava transando no escritório, em plena hora de trabalho! Isso só prova o quanto ele é irresponsável. Claro, ele é o chefe, mas isso não justifica. E aquela mulher ainda fazia questão de ser barulhenta! Que absurdo.
Como posso estar interessada nesse homem? Deve ser carência, só pode ser.
Me convenci de que esse sentimento logo vai passar. Assim que terminei minhas tarefas, saí sem nem olhar para o "galinha". Não consegui nem ir comprar o carro que tanto planejei, estava com a cabeça em outro lugar desde que escutei aquela cena vergonhosa.
Sério, como é possível? Ele fazendo... aquilo no escritório, sem se importar se todos poderiam ouvir. Eu estava furiosa. Mas, além da raiva, algo mais me incomodava. Meu coração apertou, e uma vontade de chorar tomou conta de mim. Eu odiava admitir, mas aquilo me afetou mais do que deveria.
Precisava esquecer Guilherme, afinal, m*l o conhecia. Decidi ir para um bar em Ipanema, na tentativa de relaxar. Lá, conheci duas moças incríveis, Rebeca e Camila. Pareciam perceber minha solidão e logo me convidaram para sentar com elas. Foram extremamente gentis.
Entre drinks e risadas, acabei contando minha história desastrosa. Elas ouviram tudo atentamente, sem piscar. E, assim, fiz duas grandes amigas.
Foi a primeira vez que fiquei bêbada. Elas me levaram até minha casa e, sem cerimônia, perguntei se queriam passar a noite ali. E assim o tempo foi passando. Ainda continuo naquela empresa. Minhas novas amigas, agora casadas, estão felizes em suas vidas... e eu? Continuo solteira. Ah, e virgem.
Chegou a segunda-feira e, junto com ela, a minha ansiedade. m*l podia esperar para começar o dia, só para ver aquele homem que, apesar de toda a arrogância, havia despertado algo em mim desde o primeiro momento que o vi. Meu coração, coitado, não tinha culpa de estar alimentando esses sentimentos.
A loucura começou cedo. Eu sonhei com ele, sendo que nem o conheço direito, apenas sei que será meu chefe. Estou enlouquecendo, não tem outra explicação.
Na segunda-feira, ele não perdeu tempo: me entregou uma pilha de documentos para digitalizar. "Hoje eu não saio daqui", pensei. Ele é um verdadeiro demônio... e eu completamente louca por ele.
O pior é que ele nem sequer olhou para mim. Como se isso já não fosse suficiente, logo apareceu uma mulher deslumbrante, perguntando:
— O Guilherme está?
Respondi de forma automática:
— Um instante, por favor... Senhor Guilherme, tem uma senhorita procurando por você.
Ele apenas disse para deixá-la entrar e, claro, desligou na minha cara. Que grosseria!
Esse homem não sabe o que é "por favor" ou "obrigado". E a mulher entrou, toda confiante. Voltei ao meu trabalho, tentando ignorar a situação, até que ouvi um som vindo de dentro do escritório.
Não pode ser verdade.
Estava ouvindo gemidos. “Gemidos”.
Meu chefe estava transando no escritório, em plena hora de trabalho! Isso só prova o quanto ele é irresponsável. Claro, ele é o chefe, mas isso não justifica. E aquela mulher ainda fazia questão de ser barulhenta! Que absurdo.
Como posso estar interessada nesse homem? Deve ser carência, só pode ser.
Me convenci de que esse sentimento logo vai passar. Assim que terminei minhas tarefas, saí sem nem olhar para o "galinha". Não consegui nem ir comprar o carro que tanto planejei, estava com a cabeça em outro lugar desde que escutei aquela cena vergonhosa.
Sério, como é possível? Ele fazendo... aquilo no escritório, sem se importar se todos poderiam ouvir. Eu estava furiosa. Mas, além da raiva, algo mais me incomodava. Meu coração apertou, e uma vontade de chorar tomou conta de mim. Eu odiava admitir, mas aquilo me afetou mais do que deveria.
Precisava esquecer Guilherme, afinal, m*l o conhecia. Decidi ir para um bar em Ipanema, na tentativa de relaxar. Lá, conheci duas moças incríveis, Rebeca e Camila. Pareciam perceber minha solidão e logo me convidaram para sentar com elas. Foram extremamente gentis.
Entre drinks e risadas, acabei contando minha história desastrosa. Elas ouviram tudo atentamente, sem piscar. E, assim, fiz duas grandes amigas.
Foi a primeira vez que fiquei bêbada. Elas me levaram até minha casa e, sem cerimônia, perguntei se queriam passar a noite ali. E assim o tempo foi passando. Ainda continuo naquela empresa. Minhas novas amigas, agora casadas, estão felizes em suas vidas... e eu? Continuo solteira. Ah, e virgem.
Dá para acreditar? Quase vinte e cinco anos e ainda sou virgem.
Mas ser virgem foi uma escolha minha, e sinceramente, não me importo com as piadas das minhas amigas sobre isso. O pior de tudo é que sou completamente apaixonada pelo babaca do meu chefe.
Sim, depois de tanto tempo convivendo com essa situação ridícula, o sentimento só piora. E agora, para minha total desgraça, o infeliz me chamou para uma viagem de negócios nos Estados Unidos.
Mas que droga!
O que vou fazer do outro lado do mundo com esse homem? Ele disse que precisava levar a secretária, e eu quase o mandei arrumar outra pessoa. Mas, como sempre, aceitei. Sempre aceito. Faço tudo o que ele manda, parece que só falta lamber o chão que ele pisa.
Maldito sentimento que insiste em não acabar.
Eu me odeio por isso, por não conseguir tirá-lo da cabeça nem por um minuto, mesmo sabendo que ele sai com pelo menos três mulheres diferentes por dia. Às vezes, ele simplesmente desaparece com uma delas e age como se eu nem existisse.
Ele só fala comigo quando precisa de algo. Nunca olha nos meus olhos a não ser para me pedir que trabalhe até tarde ou para me afogar em uma montanha de papelada.
Aquele desgraçado...
Nem percebe o que sinto por ele. Aceito todas as suas ordens, mas eu sei que preciso parar com isso. Sei que ele é o maior canalha que já conheci na vida. E mesmo assim, continuo presa a esse sentimento i****a.
Mas eu vou esquecê-lo, ou meu nome não é Letícia Fontenelle. Eu preciso esquecê-lo. Não posso mais amar esse homem como uma completa louca. E, para completar, tem essa droga de viagem chegando.
Domingo embarcamos, porque na segunda-feira ele tem uma reunião e depois um coquetel. Ainda por cima, me mandou levar uma roupa "decente".
Isso é porque ele nunca saberá com quem está lidando, e por mim, vai continuar assim. Deixa esse sem-vergonha pensar que preciso do dinheiro dele, aquele babaca sexy.
Por que, Senhor, esse homem precisava ser tão atraente?
Que tormento!
A solidão que carrego, aliada à saudade dos meus pais, despertou em mim esses sentimentos em relação a ele. Maldição! É assim que me vejo, uma pessoa tomada por um amor insensato por alguém desprezível.
Esse mulherengo que eu amo mais do que tudo!
É terrível como eu encontro desculpas para meu sentimento na tristeza da ausência, como se houvesse alguma lógica nisso. Por que diabos existe alguém tão cativante? Ele faz com que meu coração doa toda vez que testemunho uma daquelas mulheres deixando sua sala, cientes do que aconteceu.
Esse amor não se esvai, mesmo após cinco anos convivendo com ele! Parece que meu sentimento só cresce.
Me sinto como um cãozinho, obedecendo todas as ordens do senhor Guilherme. Isso está longe de ser justo!
Sou tão otária que a Rebeca quase me mata por isso. Que saco!
Eu desejava intensamente o amor dele, ser dominada e pertencer a ele, já que ainda mantenho minha virgindade, aguardando por esse momento. Alimento a esperança de que ele seja exclusivamente meu em algum dia, sem se envolver com nenhuma outra dessas mulheres que se insinuam, ávidas por ele.
Na verdade, ele é o verdadeiro cachorro cretino, não as mulheres com quem ele sai. Ele as seduz, e pelo visto, faz isso com maestria.
Cretino!
Se ao menos fosse uma só, mas desde que cheguei aqui, já foram milhares. Esse homem deve ter o "p*u das galáxias", não é possível. Escuto muita coisa sobre o que dizem sobre ele na cama. É uma pouca vergonha!
Por qual motivo continuo a trabalhar com esse homem insuportável? Não faço a menor ideia. Quanto mais ele me evita, mais sinto amor por ele. Meu Deus!
E assim meu amor por esse babaca só aumenta, mesmo depois de tantos anos. Eu ainda o amo com toda a força que existe dentro de mim.
Quem já viu um amor assim? Um amor que só cresce a cada dia? Um sentimento que me assusta, porque já era para eu tê-lo esquecido. São tantos anos esperando por alguém que provavelmente nunca irá olhar para mim.
Preciso fazer alguma coisa. Já passou da hora de mudar isso. Chega de sofrer, mulher!
O homem “p**a das galáxias” não liga para você, então esqueça-o de uma vez por todas.
Ah, claro que vou esquecer...
Como se durante todos esses anos eu conseguisse. Jamais!