KIMBERLEY WILLIAMS
DOIS DIAS DEPOIS
Simplesmente ele não sai da minha cabeça o que é estranho, entretanto, não acontece isso comigo a anos, mas talvez seja coisa do momento, logo isso passa. Penso em ligar para casa de Sara e saber como ela esta depois daquele episódio i****a do seu pai, porém, depois paro e penso se isso seria uma boa idéia, o pai dela poderia atender e não daria certo.
Como pode uma menina tão linda e gentil ter um pai tão arrogante e insuportável? É incrível isso.
Tomo um banho e logo depois visto uma calcinha pequena preta e um sutiã da mesma cor, me deito um pouco e fico assim por horas pensando em várias coisas até que escuto a campainha tocar, me levanto e vou até a porta, quase tenho treco com essa figura parada aqui na minha frente.
O que ele faz aqui?.
-— Sr. Walker!— espera, como ele sabe aonde moro?
—Gostei do conjunto.— lança um olhar acompanhado de um sorriso malicioso olhando- me dê cima a baixo, e só então lembro que estou praticamente pelada na frente dele.
Mas felizmente sou um tipo de mulher que não fica envergonhada por qualquer coisa. Ficar assim na frente dele não me incômoda nenhum pouco, mas o seu jeito de me olhar sim, não só me incômoda como me intimida.
— A casa é minha e eu fico do jeito que eu quiser, mas em respeito vou colocar uma roupa, entre.— falo indo em direção ao corredor.
—Por mim fique como quiser.— safado!
Coloco um shortinho jeans e uma blusa branca e volto pra sala, quando chego lá o vejo sem o terno e sem grava, com os três primeiros botões da camisa abertos totalmente relaxado no sofá.
Ok? Ele pode ser um i****a, mas que o infeliz é lindo? Ah não, isso ainda é pouco.
— Vejo que está bem a vontade.— ele me olha e da um sorriso de molhar calcinha e que pra mim, é bem familiar.
Familiar?!
— Me sinto a vontade.— murmura e logo em seguida tira os sapatos e depois se deita no sofá.
Mas como ele é folgado!
— O que você quer?— pergunto sem paciência
— Quero conversa com você sobre minha filha.— quando ele diz isso fico logo em alerta.
— O que houve com ela? Ela esta bem? Me diz homem o que aconteceu?
— Ei! Acalme-se mulher, ela esta ótima, não aconteceu nada com a Sara.— respiro aliviada.
— Então? — me sento no outro sofá e logo em seguida ele se levanta e se senta do meu lado .
— Porque trata minha filha assim?— olho para ele confusa
— Como assim?
— Você a trata de uma forma tão diferente, é como se ela fosse muito especial pra você...porque?
— Porque a pergunta?
— Só quero entender essa relação com a minha filha.
— Eu a vi na escola pela primeira vez, estava no seu primeiro dia de aula, estava tão confusa e sozinha no canto da sala. Não dizia nada e muito menos interagia com os outros colegas de classe, acho que pelo fato de todos ali já se conhecerem das turmas passadas, ela era nova no colégio. No intervalo ela sempre sentava no pátio sozinha e aquilo me deixava triste, adoro meus alunos e jamais vou querer vê-los tristes. Me aproximei dela e quando vi eu já estava fazendo ela sorri, aquilo me fez tão bem, adoro crianças, tenho um carinho enormes por todos.
— Mas Sara é especial pra você, por que?
— Porque ela me lembra muito eu quando tinha sua idade. O jeito tímido, o olhar triste e a medo de me relacionar com as outras crianças, é exatamente igual ao que eu tinha quando era criança.
— Minha do filha sofre com a ausência e a falta de amor da mãe, isso infelizmente atingi sua forma de interagir com outras pessoas a não ser familiares, ela tem medo de abandonarem ela, assim como a mãe dela fez quando Sara nasceu.
— Imagino como deve ser difícil pra ela.
— Kimberly, Sara se apegou a você de uma forma muito forte, por favor, não a machuque.— me surpreendo com esse pedido.
— Jamais vou fazer isso, ela como a filha que pedir a muitos anos.— respiro fundo para reprimir o choro.
— Sinto muito.— murmura.
— Obrigada.— um silêncio estranho predomina no ambiente.
É doloroso falar desse assunto, todas as noites sonho com a minha linda filha, e conhecer Sara me ajudou muito. As vezes me pego imaginando, se a minha menina não tivesse nascido com o coração tão fraquinho, com quem ela seria parecida, comigo? Ou com o pai dela que eu nem lembro quem é?
Sim, eu engravidei em uma noite de muita bebida e festa em janeiro de 2010, eu tinha acabado de fazer dezoito anos, estava comemorando em uma boate com as amigas do colégio, lembro muito pouco dessa noite, mas o pouco que lembro é que bebi tanto que acordei no dia seguinte na cama de um motel sozinha, no outro lado da cidade.
Tentei descobri o que tinha acontecido naquela noite, mas minhas amigas estavam tão bêbadas quanto eu. A única informação que obtive sobre o homem misterioso é que e estava em uma despedida de solteiro na boate em que eu estava comemorando meu aniversário.
Os resultados dessa louca noite foi a minha gravidez inesperada, nem preciso dizer como minha mãe e meu irmão reagiram diante de uma situação como essa, mas graças a Deus eles me apoiaram.
No dia em que a minha menina nasceu, os médicos disseram que ela tinha o coração bem fraco e que talvez ela não sobreviveria, lembro perfeitamente do seu rostinho, tão linda e pequena. Se eu soubesse que depois daquilo eu jamais pegaria a minha filha no coloco novamente, eu não teria dado nas mãos das enfermeiras para levá-la a incubadora.
— Não sei se isso ajuda mas para Sara você é como uma mãe.— abro um sorriso fraco.
— Sério?
— Sim, ela fala tão bem de você. A mesma me disse uma coisa na sexta quando chegamos em casa, que não sai da minha cabeça.
— O que?
— Que você seria a mãe perfeita pra ela.— arregalo meus olhos.
Ela disse isso?!
O seu chefe, deus grego aparece na sua casa do nada e diz que você seria a mãe perfeita para a sua filha é algo... completamente louco!
Tudo bem que quem foi que disse isso foi a filha dele mas porque se incomodar de vir aqui? Claro que Sara é importante pra mim mas mesmo assim, o cara da primeira vez que me viu me detestou, então pra que vir na minha casa me dizer isso?
Ai tem coisa!
— E porque isso não sai da sua cabeça?— algo que nunca vi acontece, o homem simples cora quando pergunto isso, ele abre um sorriso sem graça e só agora percebi, ele tem covinhas.
Ok, isso é muito lindo!
Ele mantém seu olhar claro nos meus e...nossa, isso é tão intenso e quente
Esses olhos... são muito familiares!
— Porque a Sara sempre foi contra eu me casar e colocar uma madrasta na vida dela, ela diz que se a mãe dela de verdade não a quis, quem diz que uma mulher estranha ira ser diferente, então nunca mais me casei. Não só por Sara, mas por mim também, porém, isso já é outra história. Olha, a questão é que a Sara nunca disse isso de ninguém, e ela me surpreendeu quando me disse isso, conheço minha filha muito bem e sei que pra ela falar uma coisa dessas realmente você esta sendo uma ótima pessoa pra ela.
— Fico feliz em ouvir isso, a Sara ameniza a dor que me corrói por todos esses anos, é como se Deus estivesse me dando uma segunda chance.
— Sara já sofreu muito com o abandono da mãe. Meu casamento com Melinie foi forçado, na época estávamos namorando, mas o que ela sentia por mim, já não era o mesmo que sentia por ela. Descobri muitas coisas dela que me fizeram desgostar e quando estava prestes a romper com ela, Raven comunicou a grávidez. Minha família por ser conservadora demais e a dela também, exigiram um casamento e eu aceitei, no fundo tinha esperança de que o casamento e a vinda de nossa filha fosse nos ajudar a salvar o pouco que restava do nosso relacionamento, Mas só o inicio foi uma droga e não demorou muito para ela pedir o divorcio e fugir em seguida deixando nossa filha, que nem um ano tinha, na porta da casa dos meus pais.
— Isso é horrível, mas normalmente no começo tudo é perfeito.
— Uma longa história.— Percebi que ele não pretende entender o assunto então não insisto.
Tomo um susto ao ouvir meu celular tocar, olho no visor e vejo que se trata de Harry
— Sim.
— Precisamos de você na cede, temos novas pistas.
— Em meia hora estou ai.— logo desligo.
— Algum problema?— Merda, tinha esquecido dele.
— Nada demais mas tenho que sair se me der licença.— Levanto indo em direção a porta e logo a abro.
— Essa é forma como você trata suas visitas?
— Não, mas é que eu realmente preciso sair.— não quero ser grossa com ele depois da boa conversa que tivemos.
— Essa ligação te deixou aflita.
— Não é nada demais, agora vá, por favor.— ele parece ponderar por alguns segundos até se levantar e passar pela porta sem dizer nada ou sequer olhar para mim
Acho que voltamos a estaca zero.
Vou ao meu quarto coloco uma calça jeans preta uma camiseta branca, uma jaqueta de couro preta, coloco botas também pretas e prendo meu cabelo em um r**o de cavalo, pego minha moto na minha garagem e então saio em direção ao meu destino.
Hora Do Show!