⚖️Capítulo 13⚖️

1107 Words
Capítulo 13 | Fantasma A Maju tremia nos meus braços. Eu segurava suas mãos, tentando acalmá-la, mas dava pra ver que ela tava no limite. Tudo que ela me falou estava mexendo com a minha mulher maravilha, as visões com o Rafael, Dayse... era demais. Ela tava à beira de um colapso, e eu sabia que não ia ser fácil trazer ela de volta ao equilíbrio. — Ele tá morto, meu amor... tá tudo bem, calma. — Minha voz saiu firme, mas ao mesmo tempo tentando ser o mais suave possível. Eu queria que ela acreditasse em mim, queria que ela entendesse que tudo não passava de um pesadelo, de um peso na mente dela que a realidade podia apagar. Mas nada parecia funcionar. Ela olhou pra mim com os olhos cheios de desespero. Eu nunca tinha visto minha mulher assim. Nunca tinha visto ela tão vulnerável. Maju sempre foi forte, sempre encarou os problemas de frente, mas agora... agora ela tava sendo destruída por algo que eu não conseguia ver, por um fantasma que só ela enxergava. Ela balançou a cabeça, lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu sei, Leandro... eu sei que ele tá morto, mas... ele estava lá. Eu vi. Ele estava lá, e não sai da minha cabeça. Eu puxei ela pra mais perto, passando a mão pelos seus cabelos, tentando acalmar o choro. Mas eu sabia que, naquele momento, consolar não adiantava de muita coisa. O medo dela era real demais, intenso demais, pra ser apagado com palavras. — Você tá cansada, meu amor. Tá pegando um caso pesado, Daisy tá solta... isso tudo mexe com a cabeça da gente. Não é fácil. Ela continuava chorando, soluçando de leve. Eu tentei ser o mais calmo possível, mas dentro de mim... dentro de mim a preocupação só crescia. Ver minha mulher nesse estado não era algo que eu podia ignorar. Daisy estava solta, o caso novo era um peso gigante nas costas da Maju, mas... será que era só isso? Será que tudo isso era só o estresse? Eu conhecia Maju, sabia do que ela era capaz. Mas o que me deixava inquieto, o que me fazia pensar em outras possibilidades, era o fato de que, de alguma forma, ela estava vendo Rafael. E isso me acendia um alerta. Ela dizia que viu ele no escritório. Isso não era normal. Maju sabia que ele estava morto. Nós dois sabíamos. Então por que ela estava vendo ele agora? Eu podia muito bem pensar que era a mente dela jogando truques, que era o estresse acumulado... mas e se não fosse? Dei um beijo na testa dela, tentando tranquilizá-la de alguma forma, mas por dentro, minha mente já estava correndo com outras possibilidades. E se alguém estivesse tentando deixar minha mulher louca? Não era uma ideia tão absurda. Eu sabia como o jogo sujo funcionava. Daisy podia muito bem ter algum plano mirabolante em mente, alguma forma de mexer com a cabeça da Maju. Ou alguém envolvido com o processo, algum inimigo que a gente não estava vendo. O tal do Carlos “Bicho” Miranda era o tipo de cara que jogava sujo. Ele não ia hesitar em usar qualquer arma pra ganhar, e mexer com a cabeça da Maju seria uma jogada inteligente. Afinal a Maju teria que se afastar do caso, e todos sabem que a Maju é uma das melhores advogadas do Rio de Janeiro. Eu não ia cair nessa que simplesmente ela estava tendo alucinações. Mas e se fosse mais do que isso? E se tinha algo maior por trás? Eu sabia que Daisy era capaz de qualquer coisa, e se ela tivesse voltado pra atormentar Maju, isso explicaria muita coisa. Mas precisava ter certeza. Não dava pra arriscar. Eu precisava investigar cada canto, cada pessoa que podia estar por trás disso. Eu não ia deixar por isso mesmo, eu não ia simplesmente acreditar no que eu estava falando para a Maju para deixar ela tranquila, mas isso ela não precisava saber. Olhei pra Maju, que finalmente parecia mais calma, os soluços diminuindo, mas ainda visivelmente abalada. Meu coração apertava ao vê-la assim. Eu queria protegê-la, queria resolver tudo sozinho, mas sabia que essa luta era muito maior do que só eu e ela. — Maju, a gente vai passar por isso, juntos. Eu vou dar um jeito de descobrir o que tá acontecendo, eu prometo. Ela assentiu, mas eu sabia que o medo ainda estava lá. A ideia de alguém estar manipulando tudo, deixando ela nesse estado, me deixou ainda mais alerta. Eu não podia deixar isso passar. Se alguém estava por trás de tudo, essa pessoa ia pagar. E se Daisy estava envolvida... bom, ela ia se arrepender de ter saído da prisão, porque eu ia acabar com ela sem pensar duas, eu faria o que eu queria desde que ela alterou o exame de DNA e a Maju não deixou. Me levantei do sofá, andando de um lado pro outro, minha mente já criando teorias e possibilidades. Eu tinha que conversar com o Canivete, com o Xamã e claro com a Priscila. Peguei o celular e mandei uma mensagem para eles, pedindo pra vir até minha casa o mais rápido possível. Não podia perder tempo. Enquanto isso, olhei pra Maju de novo. Ela estava deitada no sofá, os olhos fechados, tentando descansar, mas eu sabia que o sono dela não ia ser tranquilo. O fantasma do Rafael ainda estava ali, na mente dela, e eu não podia descansar até descobrir de onde vinha essa maldita sombra. Eu me sentei ao lado dela de novo, segurando sua mão. Cada segundo que passava, minha cabeça ia montando as peças do quebra-cabeça, e eu sabia que algo grande estava se formando. Algo que eu ainda não conseguia ver, mas que, de alguma forma, estava prestes a explodir na nossa vida. Daisy. Carlos Miranda. O fantasma de Rafael. O que está faltando nesse quebra cabeça que eu ainda não sei? Tudo isso estava conectado de algum jeito, e eu não podia mais ignorar. Alguma coisa estava errada, e eu ia descobrir o que era. — Você não tá sozinha, meu amor, pode ficar tranquila, eu vou resolver toda essa bagunça, — murmurei, mais pra mim mesmo do que pra ela, dando um beijo no topo da sua cabeça. Mas, no fundo, eu sabia que algo muito mais sombrio estava prestes a acontecer. E o que quer que fosse, eu ia estar preparado. Eu só não sabia de onde o próximo golpe ia vir. Mas quando eu descobrisse, eu ia derrubar qualquer um que se atreveu tentar algo conta a minha mulher maravilha.
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