Capítulo 11 | Daisy
ALGUMAS HORAS ANTES
Finalmente, eu estava livre. A sensação de respirar o ar da rua, sentir o calor do sol na pele... depois de meses naquela prisão infernal, parecia um novo começo. Mas eu sabia que não estava realmente livre. Não de verdade. Ainda havia uma dívida a ser paga, uma vingança a ser saboreada, e eu estava ansiosa para começar.
Caio estava me esperando. O plano estava traçado e, no fundo, eu sabia que ele ia me ajudar no que fosse preciso, com tanto que a v***a fosse destruída. Desde que fui presa, sabia que era só uma questão de tempo até eu conseguir me vingar da v***a da Maria Julia, daquela amiga dela e do Leandro, e para minha felicidade, alguém que também queria o mesmo apareceu aqui na prisão, ele apareceu com alguma proposta de vingança irrecusável. E aqui estávamos.
Ele chegou com aquela expressão séria, fria, do jeito que sempre foi. Sentamos num barzinho discreto, longe dos olhos curiosos de todos, e começamos a conversar como velhos conhecidos (algo que não éramos exatamente).
— Tá livre, Daisy, — ele começou, acendendo um cigarro e me observando com aquele olhar calculista. — Mas você sabe que ainda tem muito a fazer. Eu te tirei de lá porque preciso de você.
Eu sorri, aquele sorriso amargo que me acompanhava desde que entrei na prisão.
— Você me tirou de lá porque queremos a mesma coisa “vingança”. Desde o começo foi assim, Caio. Mas me diga, o que exatamente vamos fazer e como quer? — perguntei, jogando as palavras no ar, como se já soubesse a resposta.
Ele tragou o cigarro lentamente antes de falar de novo.
— Eu quero destruir a Maju e o Fantasma. Acabar com a vida deles, com o morro, com tudo que eles construíram. E vou começar pelos filhos deles. — A frieza na voz dele era quase palpável, e por um segundo, eu senti um arrepio. Mas um arrepio bom.
— Hum... os filhos? — Perguntei, curiosa.
— Lucas e Mirella. Ele é o primeiro alvo. Quero ver o tal Lucas arruinado. Ele vai ser preso, humilhado, e no fim, vai morrer. E não vai ser uma morte qualquer, Daisy. Vai ser brutal. Ele vai sofrer. E a Mirella? Eu vou quebrar ela, despedaçar aos poucos, transformar em p**a, uma v***a, uma qualquer, até que não reste nada. E só depois eu vou matar o Fantasma na frente da Maria Julia. Ou quem sabe eu a obrigue apertar o gatilho, já que ela gosta de matar as pessoas.
As palavras dele saíam com uma calma perturbadora, e eu não pude deixar de sentir o gosto amargo da vingança subir à boca. Aquilo me animava. Ver os filhos da v***a destruídos, ver a dor nos olhos da família dela... seria um prazer.
Eu cruzei os braços e dei um sorriso de lado, lembrando do breve momento em que vi Lucas hoje, antes do Caio me trazer nesse barzinho para conversamos, ele me levou próximo ao morro que resultou em um breve contato com o Lucas, depois de sair da prisão. Ele era bonito. Tinha aquele jeito charmoso que me lembrava tanto do Leandro quando mais novo, aquela arrogância de quem sabia que tinha poder nas mãos. E agora, aqui estava a chance de quebrar esse poder, de destruir tudo. Sem falar que o Lucas é uma delícia.
— Eu vou ajudar, isso você já sabe — falei, mais determinada do que nunca. — Mas eu quero uma coisa antes.
Caio arqueou as sobrancelhas, curioso.
— E o que você quer?
Eu sorri de novo, dessa vez mais malicioso.
— Eu quero brincar com o Lucas antes. Quando eu vi ele no morro... ele me lembrou tanto o Leandro quando era mais novo. Tão... delicioso. — O desejo na minha voz era claro, e eu não estava nem um pouco preocupada em esconder. — Deixa eu brincar com ele antes de acabar com tudo. Eu quero ver ele se perder, se quebrar nas minhas mãos, antes de você arruinar ele de vez. Seria uma pena desperdiçar uma delícia daquela, não é justo só você brincar de f***r com a filhinha, eu também quero sentar no p*u do Lucas.
Caio me olhou por um momento, pensativo, antes de dar uma longa tragada no cigarro e soltar a fumaça lentamente.
— Você é livre pra fazer o que quiser com ele, desde que isso não atrapalhe o plano. Lucas vai cair, Daisy, mas se você quiser se divertir antes, é por sua conta. — Ele deu um sorriso frio, o tipo de sorriso que só Caio sabia dar. — Mas não esquece o objetivo. A diversão é passageira. O que a gente quer é sangue, destruição. Então não mete a apaixonada depois.
Eu assenti, saboreando cada palavra. Era isso que eu queria também. Acabar com Lucas e ver o sofrimento estampado no rosto da v***a e do Leandro. Eles me tiraram tudo. Agora, era a minha vez de tirar tudo deles.
— Não vou atrapalhar, Caio. Vou só... aquecer as coisas antes do grande final. E não se esqueça o filho da outra v***a também tem que pagar.
Ele apagou o cigarro no cinzeiro, levantando-se lentamente. Seu olhar continuava fixo em mim, como se tentasse medir cada um dos meus movimentos. Mas eu não me importava. A amargura, o ódio, tudo aquilo fervia dentro de mim, e eu m*l podia esperar para começar.
— Então estamos entendidos, — ele disse, jogando um dinheiro na mesa antes de se virar para ir embora. — Eu te tirei da prisão, e agora você me ajuda a destruir essa família. Cada um com sua parte.
Eu observei enquanto ele se afastava, o peso da promessa pairando no ar. Eu estava livre, sim. Mas essa liberdade tinha um preço. E o preço era sangue. Sangue dos filhos de Maria Julia e Leandro. Eu já tinha perdido tanto, já tinha sofrido o bastante. Agora, era a hora de ver os outros sofrerem.
Lucas... Lucas seria o meu alvo.
Eu sorri, sentindo a excitação crescer. Ele nem sabia o que estava por vir. Não fazia ideia de que eu já estava com os olhos nele. Ele podia parecer forte, confiante, mas eu sabia o que fazer para quebrar homens como ele. Eu tinha experiência nisso. E, antes de tudo acabar, eu ia me divertir vendo ele se perder.
O que Caio queria era destruição, brutalidade. Mas eu queria um pouco mais. Eu queria ver o sofrimento de perto. Queria brincar com Lucas antes de acabar com ele. E eu ia fazer isso. Ia me certificar de que cada segundo fosse tão doloroso quanto possível, tanto pra ele quanto pra família dele.
Mirella também ia sofrer, só que isso era missão do Caio. Mas Lucas? Ah, Lucas ia ser meu primeiro alvo. E eu m*l podia esperar pra começar.