Damion Filip
Faço o caminho até o fórum pensando na mulher linda que conheci no “acidente”, e concluo que é a primeira vez que me interesso por uma mulher plus size. Fico me indagando se ela é casada, mas logo eu lembro que ela estava sem aliança, e isso pode ser um sinal positivo.
Enquanto estaciono na garagem do fórum, meu assistente me liga de novo.
- Calma, já cheguei e estou indo para o elevador. Me aguarde em minha sala. - Faço meu caminho para dentro do prédio e não me reconheço, por tamanha a intensidade com a qual não consigo deixar de pensar na deusa. Nunca uma mulher mexeu tanto comigo. Preciso dar um choque de realidade a mim mesmo.
Se controla, Damion! Talvez você não a encontre mais. O que é uma pena, penso.
Ainda duelando entre a razão e a emoção, chego no meu andar e cumprimento minha secretária antes de entrar em meu gabinete.
Isadora é uma mulher muito bonita, mas eu a vejo como uma irmã muito querida. Sempre notei que ela é apaixonada por Dimitri, e espero que ele veja uma mulher incrível que ela é.
Abro a porta da minha sala e encontro Dimitri já me esperando, com cara de poucos amigos.
- Que cara é essa, Dimitri? - pergunto.
- Damion, você está atrasado - ele acusa.
- Calma, a gente já vai ver se condena ou não o nosso réu.
Pego minhas coisas, coloco a toga, e vamos para a sala de audiência. Hoje o julgamento é sobre um cara de vinte anos que assaltou um caixa eletrônico vinte quatro horas. Eu sou anunciado e todos ficam de pé.
Início dos procedimentos de praxe, lendo o número do processo, nomes de todos os envolvidos, o crime supostamente cometido e tudo que até o momento foi juntado aos autos.
Pergunto ao réu se ele se declara culpado ou inocente, e de pé ele confessa que sim, cometeu o delito ao qual foi indiciado, me pegando de surpresa, já que na maioria das hipóteses eles se negam até a última instância. O julgamento transcorre e passadas algumas horas da audiência, anuncio a sentença e a pena cabível ao autor do crime, bem como a forma de cumprimento, dando por encerradas as atividades logo em seguida.
Saio cansado da sala de audiência e sigo de volta ao meu gabinete. Faminto, convido Dimitri para uma refeição, ao que ele prontamente aceita. Ainda no elevador, ele me pergunta sobre mais cedo.
— O que aconteceu para você ter demorado tanto pra chegar aqui hoje?
— Você acredita que hoje eu encontrei a mulher da minha vida? — falo tranquilamente
— Você? Como assim? Que história é essa? — ele me pergunta, curioso e meio atônito.
Conto tudo para ele e observo sua expressão quando detalho sobre a batida no meu “bebê”.
— Uau! E você não deixa nem eu pegar nele direito, que já acha que eu vou bater. Essa mulher deve ser mesmo de para o trânsito para você estar mais interessado nela do que no fato de ter seu carro amassado — comenta.
— Pois é. Foi isso que aconteceu — concluo. — Acontece que a mulher era divina.
Quando chegamos ao estacionamento e ele vê o estado do meu carro, dá um assobio.
— Caramba! Ainda bem que não fui eu quem fez isso com ele, se não eu seria um homem mortinho! — disse ele, acompanhado de uma sonora gargalhada. — Imagino a sua cara a hora que a viu.
— Meu, a mulher é linda! Uma deusa Afrodite — eu reitero.
— Então eu vou querer conhecer essa deusa Afrodite para ver se tenho chance com ela.
Não era pra isso me irritar, mas irrita.
— Ela não é seu tipo.
— Como é meu tipo, então? — ele pergunta, meio surpreso com minha afirmação.
Ignoro um pouco o que ele diz e fico no que ela pode estar fazendo naquele momento, se estaria com alguém, por exemplo. Só esse pensamento me faz fechar as mãos no volante. Dimitri percebe.
— O que aconteceu com você? Por que está tão tenso e por que ainda não respondeu à minha pergunta?
— Que pergunta você me fez mesmo?
— Eu perguntei que tipo de mulher você acha que eu gosto.
— Ah tá, seu tipo. Fica sentada na frente da minha sala, uma bela de uma ruiva com sardas, que se chama Isadora — eu declaro e meu amigo fica todo constrangido.
— Está tão na cara assim que eu estou gostando dela? — ele me pergunta.
— E como está! — confirmo. — Por que você não a convida pra sair?
— Vamos ver... — ele desconversa. — Mas não muda de assunto. Me fala como ela é.
— Ela é linda. Uma deusa com aqueles cabelos compridos, a cor dos olhos é de um azul que fiquei vidrado, e que corpo... Cheia de curvas.
— Meu Deus! Você está me dizendo que ela é plus size, é isso? — ele pergunta.
— Sim, ela é. Nossa, não vejo a hora de me encontrar com ela novamente!
— E como é o nome da minha nova amiga?
— Samantha Ferrari — digo, saboreando o nome.
— Eu já ouvi falar nesse nome — ele comenta.
— Será? Devem existir várias mulheres com o nome de Samantha.
— E por que você não liga para ela?
Sugere ele enquanto pegamos uma mesa no restaurante e fazemos nossos pedidos ao garçom.
— Eu acho muito cedo. Primeiro preciso saber se ela é comprometida, casada...
— E se ela não for? — pergunta Dimitri.
— Aí, meu filho, eu caso com ela — digo.
Durante a refeição, conversamos sobre Cristal, a audiência de mais cedo, entre outras coisas, até que ele me pergunta sobre minha ex-mulher.
— E Alanis? A víbora, como está? Tem notícias dela?
— Graças a Deus, não. Depois do divórcio ela nunca mais nos procurou.
Esse é o tipo de assunto ao qual eu fujo, então passo o bastão para ele e volto a questioná-lo sobre Isadora.
— E quando mesmo você vai pedir a minha secretária para sair com você? — pergunto.
— Não sei se ela está afim de sair comigo. Eu gosto dela sem mesmo termos saído juntos, mas fico meio receoso — ele responde.
— Você gosta mesmo dela?
— Sim, eu gosto dela e muito, mesmo sendo nova.
Quem ouve Dimitri falar desse jeito, acha que ele é um idoso, mas ele é novo, tem apenas 30 anos.
— Você é jovem, cara. Isadora já está com 22 anos, é pouca diferença entre vocês dois.
— Pode ser. Quem sabe eu tome coragem e a chame para sair. Um jantar, talvez?
Concordo com sua sugestão e o apoio a fazer exatamente isso. Voltamos para o fórum e antes de qualquer coisa eu ligo para saber como Cristal está. Sabrina me diz que ela chegou bem e está brincando, sendo assim nem peço que a chame ao telefone, apenas deixo um beijo para ela. Concluo algumas tarefas e na hora de ir embora encaro o cartão da mulher que vem povoando meus pensamentos.
Samantha Ferrari.
Só de pronunciar esse nome, meu amiguinho fica em festa. Guardo o cartão dela de novo no meu bolso, saio do gabinete e libero minha secretária, encontrando Dimitri no caminho.
— Vamos embora, amigo, porque amanhã tem mais uns processos a serem analisados — digo a ele.
— Ok — responde Dimitri.
Já no carro, após colocar o cinto de segurança, ligo o rádio e busco a estação Alpha FM, pois sei que nessa hora sempre toca músicas que relaxam a alma. Começa uma música do Michael Bolton, a qual o título em português é “Quando um homem uma mulher”. Imediatamente a música me faz lembrar da deusa. Eu m*l conheço a mulher, e já acho que estou apaixonado.
When a Man Loves a Woman.
Ao chegar em casa, antes mesmo de sair do carro, Cristal vem ao meu encontro, se jogando em meu colo quando abro a porta.
— Que saudade, minha princesa!
— Papai, que saudade também! — Cristal diz e entramos em casa com ela agarrada ao meu pescoço.
Pergunto como foi seu dia, o que aprendeu na escola, do que brincou, e ela responde tudo com sua animação costumeira. Cumprimento Sabrina quando a vejo e ela oferece servir o jantar.
— Boa noite, Sabrina.
— Boa noite, senhor Damion! A janta está pronta, posso servir?
— Pode — respondo e encaro Cristal. — Filha, você já lavou as mãos?
— Sim, papai.
Coloco-a no chão e aviso que vou lavar as mãos, subo as escadas e chegando na porta do meu quarto, vejo aquela cama de casal vazia e penso como seria bom se tivesse uma esposa me esperando para jantar comigo e Cristal. Depois tomaríamos banho juntos, faríamos amor bem lentamente e... Logo me vem na cabeça, Samantha. Chacoalho a cabeça já me achando doido por uma mulher que m*l conheço. Desço e ouço Sabrina falar algo para Cristal sobre me perguntar se pode fazer. Fico curioso.
— O que você quer me perguntar, Cristal? — falo enquanto me junto a ela na mesa.
— Papai, eu posso fazer aula de dança? — Cristal me pergunta. Fico surpreso porque ela nunca demonstrou ter esse interesse.
— É mesmo, filha, mas por que isso agora? — pergunto.
— Minha amiga da escola faz aula de dança e falou que é legal. Eu queria fazer também — diz Cristal.
— Mas que tipo de dança, Cristal?
— Balé — responde ela, contente.
— Então vamos fazer o seguinte: daqui a pouco a gente liga para sua amiga e pedimos o número do telefone a mãe dela, tudo bem?
— Sim, sim — concorda ela, desce da cadeira e vem me abraçar — Obrigada, papai!
— De nada, minha filha! Agora volta para sua cadeira e vamos jantar.
Sabrina preparou nosso prato preferido: lasanha. Por mais que a gente tenha sangue grego, costumamos brincar que somos metade italiano, metade brasileiro. Enquanto jantávamos, Cristal parecia uma matraca e eu só observando, achando que é até bom, mesmo, ela fazer algo que a distraia e dê um pouco de sossego a Sabrina.
Terminamos de jantar e ajudamos Sabrina na limpeza da cozinha. Mamãe sempre diz que é importante colaborar na lavagem da louça. Lembrar de minha mãe faz a saudade aumentar.
Levo Cristal para a cama e assisto p**a-p*u acarinhando-a até que o sono chega para ela. Antes de deixá-la sozinha para ter uma tranquila noite de sono, cubro-a e lhe dou um beijo de boa noite.
Assim que deito em minha cama, após trocar de roupa, minha mente se inunda novamente com as imagens da deusa que não sai da minha cabeça. Em consequência disso, meu pai fica duro e começo a pensar em como seria beijar aquela boca, sentir o cheiro do perfume dela, sentir seu sabor. Quase gozando, tiro o meu p*u da cueca e me masturbo sonhando em estar dentro dela. Os movimentos se aceleram e dizendo o nome dela, alcanço o orgasmo.
Todo melado, corro para o banho e planejo tentar em contato com ela no dia seguinte.
De volta à cama, prometo a mim mesmo que a terei em minha cama, para idolatrar e amar aquele corpo digno de todo prazer. O último pensamento antes de me entregar ao sono, já relaxado, obviamente é Samantha.