*** 16 anos atrás. ***
- Liz! – Ele usa um tom de voz mais grave.
- Relaxa meu amor, eu sei quando devo parar. – A música termina e voltamos a nos sentar. – Ainda não vi o Martin.
- Isso me deixa feliz e preocupado ao mesmo tempo. – Henry franze o cenho e começa a massagear as têmporas.
- O que está acontecendo?
- Nada. – Ele fala e me lança um sorriso amarelo.
- Eu te conheço muito bem, então não minta para mim. – Falo e seguro suas mãos.
- Ainda não posso te contar.
- Como não? Não começa com essas baboseiras que “tenho que te proteger”.
- Liz, Henry. – Hendrick aparece todo eufórico.
- O que aconteceu? – Meu coração já começa a acelerar.
- Não estou encontrando a Bella. – Por fim ele fala.
- O que? – Minha voz sai num fio.
- Ele deve estar em algum lugar por aqui. – Henry fala. – Fique aqui Liz, vou com o Hendrick procurá-la.
- Não, eu vou junto.
- É melhor não, você tem que se cuidar. – Ele fala e me abraça.
- Eu sei, mas não vou deixar a minha princesa.
- Tudo bem. – Henry não discute, sabe que não vou ficar sentada enquanto não encontrarmos a Bella. – Vou chamar a Sandra para ir com você. – Ele avista a Sandra de longe e faz um sinal com uma das suas mãos, em seguida ela anda em nossa direção.
- O que foi meu menino? – Ela percebe a nossa tensão.
- Sandra, você viu a Bella? – Pergunto atropelando as palavras.
- Sim, ela estava com a Paola. – Ela fala com a maior tranquilidade.
- Droga! – Henry grita.
- O que a Bella fazia com ela? – Pergunto.
- Estávamos tomando suco, e sem querer a Bella derrubou no seu vestido, Paola se ofereceu para levá-la ao banheiro, não achei nada demais.
- Já tem quanto tempo isso? – Hendrick pergunta.
- Eu não sei, acho que uns 20 minutos.
- E depois disso? – Henry já está todo vermelho de raiva.
- Eu não a vi mais. – Sandra fala e percebo que os seus olhos já estão marejados depois que ela percebe o que está acontecendo.
- Tudo bem. – Henry tenta tranquilizá-la. – Vamos nos dividir e procurar por ela, não quero que o restante do pessoal perceba o que está acontecendo. Certo?! – Apenas fazemos um sinal com a cabeça.
- Venha Sandra. – Chamo ela.
- Vocês acham que a Paola sequestrou a Bella?
- Espero que estejamos errados. – Falo e começamos a olhar em todos os quartos e banheiros da chácara, e nada da Bella ou da Paola.
A cada porta que eu abro e não vejo a minha pequena, meu coração se despedaça e fica cada vez mais apertado.
- Calma minha menina. – Sandra diz quando percebe a minha decepção. – Vamos encontrá-la.
E quando chegamos no banheiro que fica no lado de fora da chácara, me deparo com a Paola caída no chão, e tem muito sangue.
- Não, não pode ser. - Falo e me apoio na Sandra, sinto tudo escurecer.
***
Abro meus olhos com uma certa dificuldade, minha cabeça estava girando.
Sinto um cheiro horrível, não sabia bem definir o que era, apenas queria vomitar.
- Menina. – Ouço a voz da Sandra.
Tento assimilar aonde eu estava.
Quando meus olhos acostumam com a claridade, percebo que eu e Sandra estamos em um galpão.
A primeira coisa que faço é colocar minhas mãos em minha barriga. Sinto um alivio, pois sabia que os gêmeos estava bem.
Escorria sangue pelo rosto da Sandra.
- San, o que fizeram com você ?! – Sinto algo me puxar para baixo, só aí percebo que estou acorrentada.
Tem correntes nos meus tornozelos e nos meus pulsos.
- Eu estou bem, e você ? Os bebes ? – Sandra também está acorrentada.
- Estamos bem. – Ainda estava meio confuso saber o que tinha acontecido. – O que aconteceu ?
- Depois que você desmaiou, eu estava prestes a sair do banheiro para pedir ajuda. – Sandra fala e começa a massagear as têmporas.
- O que mais San ? – Ela parecia confusa.
- E quando eu abri a porta ... o ... o ... o senhor Ferrari entrou com alguns homens. – Sandra estava tentando se lembrar do que tinha acontecido.
- Quem você disse ?- Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. – Tem certeza que foi o Ferrari que você viu ?
- Sim menina.
Logo minha mente volta para a minha Bella.
Eu não tinha notícias dela e estava aqui, impossibilitada de ir atras dela.
Nesse momento estava me sentindo uma inútil, uma péssima mãe.
*** Henry ***
Enquanto Liz e Sandra vão para um lado eu e Hendrick vamos para outro.
- Você acha que Paola tem alguma coisa a ver com isso ?
- Não sei Hendrick. – Já estava muito alterado para pensar nessas coisas. – Depois pensamos nisso.
Antes disso, Hendrick estava receoso com o John, pois ele estava muito estranho, a todo momento ficava encarando a Sam e sorria para ela.
Por isso que Liz achou que estava acontecendo algo, mas não podia dizer nada, elas eram amigas.
Fica mais e mais apavorado a cada porta e que abria e cômodo que entrava e não via ninguém.
Sem pistas.
- Vamos encontrar a Liz. – Falo para o Hendrick e seguimos em direção ao salão, onde acontecia a nossa festa de casamento.
Procuro por Liz pelo salão e não a encontro.
- Sam, cadê a Liz ? – Hendrick pergunta.
- Ela foi em direção ao banheiro com a Sandra. – Ela faz uma pausa. – Alias, já tem um certo tempo que as duas estão lá. – Ela fala e ri.
Ignoro- a.
Vou em direção ao banheiro e Hendrick me acompanha.
Quando chegamos lá vejo Paola caída no chão e tinha sangue, muito sangue.
- Chame a equipe agora. – Ordeno.
Ouço Hendrick no telefone.
Me aproximo de Paola e checo seu pulso.
- Ufa!. – Ela ainda estava viva. – Pediu descrição ?
- Sim. – Hendrick desliga o telefone. – Em alguns minutos estão aqui.
Minutos depois minha equipe está aqui.
Eles levam a Paola, e peço para que chequem todas as câmeras do local.
Volto para festa e tento e recompor.
Digo aos convidados que Liz precisou se ausentar por causa da gravidez.
Todos entendem, me retiro e começo a pensar quem teria feito aquilo com Paola, e aonde estava as minhas meninas.
Hendrick vai para casa, peço para ele inventar qualquer coisa para o nosso pai, não quero que ele fique preocupado.
***
Tem um pouco menos de uma hora que estou na sede da máfia.
- Calma Petter, vamos encontrá-las. – Tento confortá-lo.
Estou analisando as imagens das câmeras. Não deixei ninguém analisar, pois tinha medo que alguém deixasse alguma coisa passar.
***
- Nada ainda ? – Hendrick pergunta enquanto entra.
- Não, já tem algumas horas que estou analisando-as.
- Como ele está ? – Petter estava dormindo em uma das poltronas da minha sala.
- Arrasado. – Respondo.
- E você ?
- Isso é o de menos. – Sou seco com a minha resposta.
Volto minha atenção para o computador, Hendrick puxa uma cadeira e se senta ao meu lado.
Vejo Bella entrando com Paola no banheiro, segundos depois entra um homem de terno cinza, mas não conseguia ver o seu rosto.
Algum tempo depois entra Sandra e Liz e em seguida vejo dois homens entrando no banheiro.
- Você viu isso ? – Hendrick pergunta e começa a fiar todo vermelho. – Que porr@ é essa Henry ?! – Ele se levanta com tudo da cadeira e dá um soco na mesa. Petter dá um pulo da poltrona. - Eu não posso acreditar nessa merd@.
- Alguma novidade ?
- Calma. – Ignoro a pergunta do Petter e tento acalmar Hendrick. O seguro pelos ombros e o abraço. – Temos que descobrir se eles estão ou não envolvidos nisso. – Ele começa a chorar igual a uma criança.
Ver Hendrick desolado me deixa muito m*l.