CAPÍTULO 6

1061 Words
SAN JUANITA-MÉXICO POR ANNABEL...   Definitivamente Santiago Herrera, era um excelente ator, ou era muito cínico mesmo, ele iria fingir até quando que não sabia quem eu era? Meu nome estava naquele maldito bilhete que ele entregou a Manuella. Uma semana havia se passado desde aquele jantar, e eu assistia dia após dia Santiago de fato começar a reerguer a fazenda, alguns clientes já haviam retornado e dentro de mais alguns dias a fazenda teria uma grande safra de um dos melhores cafés de todo o México. Era para eu estar preocupada não era? Mas algo aqui dentro me deixa imensamente feliz quando o vejo comemorar mais uma venda. Soube por alguns empregados que Santiago foi ao aeroporto buscar um amigo Brasileiro que vem para ajudá-lo na fazenda. Enfim era tudo que eu precisava mais um para me aborrecer. Logo a cidade promoveria a grande Festa da Colheita, esta entrou no calendário oficial das festividades de San Juanita apenas alguns anos atrás e coincidentemente é no dia do meu aniversário, e também o dia em que perdi toda esperança de ser feliz naquele cais. Apesar do que passei lá, o cais ainda era meu lugar preferido, o lugar que eu ia para pensar na minha vida, para tomar minhas decisões e também onde eu renovava a minha sede de vingança. Decido por fim passear pela fazenda, logo quando chego à varanda vejo Samuel, escovando um lindo cavalo n***o, então me aproximo dizendo. —Olá Samuel, que lindo este garoto. Falo passando a mão na sedosa crina do animal esplêndido à minha frente. —Olá Srta. É uma moça, essa é a Épona—ele diz. —Bem original ela carregar o nome da Deusa dos Cavalos, ela é magnífica, e é tão grande—digo. Eu olhava a imensa égua à minha frente, ela era no mínimo majestosa. —Sim, meu pai disse que foi o Sr. Santiago quem escolheu o nome para ela. Sem dúvidas ela é a preferida dele—ele diz. —Será que ele ficaria zangado se eu a montasse?—questiono. —Srta. Creio que seja melhor não provocar a fera se é que me entende, o Senhor tem andado bem estressado esses últimos dias, aposto que ele não gostará disso, temos vários outros cavalos tão lindos quanto ela. E Épona ainda é um pouco geniosa, ela pode ficar nervosa facilmente e o Sr. Santiago só quem consegue acalmá-la—ele diz me advertindo. Olho novamente para o animal a minha frente e ela retribui o meu olhar como uma cúmplice, por fim digo: —Darei uma volta, ajude-me a montá-la—digo. —Como a Srta. quiser—ele diz. Então Samuel me ajuda a montar aquela bela égua, eu começo a cavalgar pelos arredores da fazenda. Cavalgo pelos lindos campos que circundam a fazenda, constato que realmente esse lugar é lindo, vejo que já estou um pouco longe da sede. O céu começa a escurecer, uma tempestade se aproxima melhor voltar. Tento sem sucesso diminuir a velocidade que a linda égua cavalga, mas ela não responde meus comandos, então vejo um imenso clarão, um raio atinge uma árvore próxima a mim e então em seguida um ensurdecedor trovão, Épona se assusta e começa a cavalgar ainda mais rápido, seguro com força na rédea para não cair quando ouço meu nome ser chamado ao longe. —Annabel! Não consigo olhar para trás, mas sei que essa voz pertence a ele, Santiago. Então ouço as batidas do cavalo que ele monta bem próximo, e mãos fortes me puxam para ele. —Annabel venha. Solto a rédea e me deixo ser puxada por ele que me coloca a sua frente em seu cavalo. Os pingos de chuva começam a cair e ele volta em direção a fazenda, Samuel passa por nós, então Santiago diz a ele: —Traga Épona de volta. —Sim Senhor—ele responde. Eu olho para Santiago, que está com um semblante realmente nervoso. A chuva de fato começa a cair muito forte e ele diz: —Encoste-se a mim Annabel, já estamos perto da sede. Eu o olho, então decidi fazer o que ele disse, afinal eu de fato estava na chuva, por que não me molhar? Então encosto meu rosto em seu peitoral, ele segura a rédea com uma das mãos e a outra apoia minhas costas, inalo seu perfume e isso me leva exatamente a noite em que o salvei, começo a chorar então o ouço dizer: —Estou aqui, não chore já acabou você não está sozinha, respire. E como um filme assistido diversas vezes ele repete o que eu disse a ele anos atrás naquele cais. Chegamos à sede e ele desce primeiro me ajudando em seguida. —Annabel, você se colocou em perigo hoje—ele diz. —Me desculpe, não pensei que ela ficaria tão arisca—digo. —Samuel disse que lhe avisou. Por que é tão teimosa? Por que quer tanto me irritar?—questiona. Ainda estávamos no pátio e a chuva ainda caia em nossas cabeças. —Farei o que puder para te irritar Santiago—afirmo. —Mesmo que isso coloque sua vida em risco? Você poderia ter morrido hoje—ele diz. —Você se importaria Santiago?—pergunto. —Mais do que imagina—ele diz. Então sinto suas mãos segurarem meu rosto e em seguida o toque dos seus lábios nos meus, talvez eu de fato tivesse morrido e estava sendo tocada por anjos, mas o fogo que tomou conta do meu corpo me certificou que na verdade eu estava nos braços do príncipe da luxúria. Ele então finaliza o beijo se afastando, passa a mão pelos cabelos e diz: —Me desculpe Annabel, eu passei dos limites, por favor, me perdoe isso não irá se repetir. —Esqueça Santiago—digo. Entro em direção ao meu quarto, vejo alguém na sala, mas não me dou ao trabalho de cumprimentar. Tranco a porta atrás de mim assim que entro no quarto, toco meus lábios exatamente onde os dele estavam pousados há poucos minutos. Santiago Herrera era a confusão em minha mente, ele era o mais perfeito misto de amor e ódio. Eu travava uma batalha interna com dois lobos dentro de mim, um que me dizia para perdoá-lo e o outro para tirar-lhe tudo. Qual deles eu deveria ouvir?  
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