CAPÍTULO 5

1272 Words
POR SANTIAGO SAN JUANITA- MÉXICO   Uma bela lua brilhava no céu de San Juanita, à noite enfim chegara, e junto com ela uma ansiedade tomou conta de mim, será que a desafiadora Srta. Rodriguez de fato viria para a fazenda? Meus pensamentos foram interrompidos pelo som do carro estacionando logo à frente, então vou ao seu encontro. Seus olhos parecem duas joias brilhantes, e ao pegar suas malas notei o quão grande fico perto dela, eu a queria proteger. Merda! O que está dizendo Santiago, essa mulher quer tirar sua fazenda, o lugar em que cresceu, o seu lar. Então a acompanho até o quarto que pedi para prepararem para ela, o quarto que escolhi era o quarto da minha mãe, eu achava de fato que elas tinham gostos parecidos, ainda me lembro de minha mãe caminhando por esses corredores mandando em tudo e tendo controle de todos, mamãe era doce e firme sem ser arrogante, sabia dar amor e carinho ao mesmo tempo, cuidava de tudo e todos. Ela era Brasileira talvez daí venha minha paixão pelo Brasil, antes de conhecer meu pai ela era uma brilhante advogada em São Paulo, Clara Mendes era assim que ela se chamava, depois vindo a ser a incrível Clara Herrera minha mãe. Eu a vi suportar por anos um casamento de aparências e a tortura psicológica que Antônio Herrera fazia com ela, sempre dizendo que ela tinha amantes, que ela era uma v***a qualquer e ela sempre suportando, por mim e pelas aparências, se eu pudesse dizer a ela que tudo bem não ser forte o tempo todo, que tudo bem pensar nela uma vez na vida que fosse. Mas eu não consegui dizer isso antes que ela tirasse a própria vida, afinal nunca acreditei que ela tenha perdido o controle do carro, mamãe dirigia bem, conhecia as estradas de San Juanita como ninguém, era impossível. Ela colocou fim ao próprio sofrimento me deixando sozinho aqui. Sim eu poderia ter escolhido qualquer outro quarto, porém este além de me parecer o mais perfeito para ela, tinha uma linda varanda que por coincidência era vista para o meu próprio quarto. Ela até tentou recusar o quarto quando eu disse que era da minha mãe, porém a convenci ficar. Vi seus lindos olhos brilharem quando citei que tínhamos uma biblioteca na fazenda, havia encontrado o primeiro gosto em comum entre nós, eu era um verdadeiro amante dos livros, mais um gosto herdado de minha querida mãe. Eu de fato estava ansioso pelo jantar, e mais ainda por uma mensagem dela. Eu já estava começando a achar que ela havia desistido de jantar comigo, quando a ouço dizer: —Desculpe o meu atraso. Virei-me para onde ela estava, então a vi, ela parecia de fato estar a vontade, vestia um lindo vestido e seus cabelos estavam presos em um r**o de cavalo m*l feito. Então sorri para ela, ultimamente eu estava sorrindo bastante. —Não há porque se desculpar sente-se, espero que goste do que eu pedi para fazer—digo. —Eu não tenho muitas exigências, contanto que seja comida de verdade—ela sorri e é como se todo o ambiente se iluminasse. —Eu realmente pensei que você fosse uma daquelas mulheres que só comem saladas—digo. —De fato eu não sou nada do que aparento ser Santiago—ela diz. —Não tenho dúvidas que haja muito o que saber sobre você Annabel, fale um pouco mais sobre você—digo. —Não há muito que falar, estive fora por um tempo assim como você, estudando quando retornei meu pai já era prefeito, então me tornei a filha do prefeito—ela diz. —Não acho que você seja só a filha do prefeito, você é uma pessoa independente. Diga-me nasceu aqui?—questiono. —Sim—ela diz. —E por que nunca nos vimos antes?—questiono. —Talvez tenhamos nos visto Herrera—ela diz. —Duvido, eu não esqueceria uma mulher como você—afirmo. —Mas uma menina sim, talvez uma menina tola e insignificante—ela diz. A vejo levantar, colocando o guardanapo sobre a mesa então ela diz: —Perdi o apetite, boa noite Herrera. —Ei Annabel, o que houve? Não íamos conhecer a Fazenda?—questiono. —Não tenho interesse, e eu no seu lugar me concentraria em levantar meios de pagar sua dívida o tempo já está passando, e o tempo Santiago é implacável—ela diz. —Eu preciso saber o que fiz de errado—digo. —Tem certeza que não sabe Santiago?—questiona. —Não tenho ideia Annabel, estávamos falando de nossas vidas, aliás, de você e de repente você mudou—afirmo. —Não se importe comigo Herrera, alias você é bom em não se importar—ela diz. Ela então sai pelo corredor que leva aos quartos, eu não consigo entender o que fiz ou falei de errado. Annabel era um enigma, um desafio, e eu definitivamente temia não ser tão bom nesse jogo. Meu celular toca e vejo na tela o nome do meu amigo, Pedro adorava essas chamadas de vídeo. —Pedro! Fala cara como você está?—digo. —E ai meu Mexicano caliente, o que anda fazendo ai no meio do nada?—ele diz. Ele sempre com suas piadinhas. —Tentando arrumar a bagunça que o meu querido pai deixou, e lidando com uma patricinha mimada—digo. —Mas você chegou há três dias? E já se meteu em problemas com mulher? —ele diz rindo. —Eu queria mesmo que fosse, uma conquista que deu errado, mas não é bem assim, ela está morando comigo—digo. Vejo meu amigo cuspir a cerveja que havia colocado na boca. —c*****o Santiago você tinha deixado alguma mulher grávida aí né seu puto?—ele diz. —Não meu amigo, a mulher em questão ganhou minha fazenda no jogo de cartas, e agora passará sessenta dias comigo a fim de ver que eu consigo pagar a dívida—digo. —Meu amigo eu pensei que minha vida fosse complicada, mas a sua está um verdadeiro cabaré. Por falar nisso e as chicas* da cidade são bonitas?—ele questiona. —Não tive tempo de sair ainda meu amigo, mas no dia que cheguei passei pelo centro e vi uma mulher dançando, não consegui ver seu rosto, mas me lembro perfeitamente das curvas do corpo dela debaixo daquele vestido vermelho, preciso descobrir quem é ela—digo. —Então tenho uma boa notícia para você meu amigo, eu acabei de emitir minha passagem para o México, estou indo te ajudar irmão, a colocar a megera mimada pra correr da tua fazenda e a achar a sua dama de vermelho—ele diz. —Pedro eu não sei de verdade como te agradecer, confesso que estava me sentindo um tanto perdido—digo. —Aposto que a patricinha tem uma verruga na ponta do nariz como as bruxas de filmes antigos—ele diz. —Acho que precisa ver com seus próprios olhos. Avise-me quando chegar vou te buscar—digo. —Com certeza, ou vou morar no aeroporto da Cidade do México—ele diz. —Pedro, obrigado irmão—agradeço. —Santiago, isso não é nada perto de tudo que fez por mim—ele diz. E assim desligamos ter a companhia do meu amigo aqui seria muito bom, ele me ajudaria com a fazenda e logo eu poderia pagar essa dívida e tirar essa mulher maluca da minha casa e da minha vida de uma vez por todas.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD