PRÓLOGO
SAN JUANITA, MÉXICO.
10 ANOS ANTES...
POR ANNABEL RODRIGUEZ
Era meu aniversário de dezessete anos, e eu estava feliz, afinal estava cada vez mais próximo dos meus tão sonhados dezoito anos e com isso eu poderia finalmente conquistar tudo que eu havia sonhado por tanto tempo. Eu havia enfim tomado coragem e enviado um bilhete para ele, Santiago Herrera, na verdade eu havia colocado embaixo do seu livro na lanchonete, , mas o que importa é que ele o encontrou, ele era amigo do meu primo Ruan, e era mais velho o que fazia com que todas as meninas da cidade babassem por ele, e fizessem loucuras para chamar-lhe a atenção, só que ele não dava confiaça para ninguem m*l falava com as garotas da idade dele, quem dirá com as mais novas.
Olhando-me no espelho, colocando um modesto brinco, ainda não consigo acreditar que ele enviou-me um bilhete marcando um encontro comigo no cais, logo eu uma menina tão comum sem grandes atrativos. Esse seria sem a menor sombra de dúvidas o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar em toda minha vida.
Olho pela última vez para o espelho, meus cabelos em uma singela trança, a roupa simples. Melhor não ficaria, vou assim mesmo.
Chego ao cais, e tudo está um pouco escuro, então chamo por ele.
—Santiago! Você está aí?Ei Santiago!
Uma forte luz me ilumina, ouço barulhos, então a vejo sair de trás de um dos barcos, lá estava Manuella Fontes, ela balançava um papel entre os dedos, reconheci o bilhete que escrevi para Santiago, o que ela fazia com ele?
Então outras meninas apareceram, todas elas riam, então Manuella começou a ler o bilhete em um nojento tom de deboche.
“Santiago... meu querido Santiago, desde que o vi me apaixonei por você, seus olhos, seu sorriso...”
Tento pegar a carta de suas mãos, mas caio de joelhos à sua frente.
Ela então diz.
—Você acha mesmo que Santiago Herrera olharia para você? Quando ele pode ter a mim, que sou perfeita, de família importante na cidade. Você não é ninguém Annabel, você é apenas uma i****a iludida qualquer, tenho pena de você, pobre garota.
Ela joga o papel no chão, e sai rindo de mim, todas elas riem e me olham com repulsa.
Pego a carta em minhas mãos, como ele pôde entregar a ela? As lágrimas rolam em meu rosto, e ali ajoelhada com aquela carta em minhas mãos eu faço juramento.
—Santiago Herrera, irei me vingar, você irá pagar cada lágrima que derramei por você, irei te destruir, irei tirar de você cada maldito sorriso que você tenha para sorrir.
POR SANTIAGO HERRERA
Era meu último dia na cidade, ao entardecer eu iria embora, não que eu não gostasse de San Juanita, mas eu desejava mais para mim, eu queria conhecer o mundo, queria conhecer outras culturas, fotografar outras paisagens, eu queria viver outra vida.
Estou na lanchonete, tomo um café, e leio um de meus livros prediletos sobre fotografia, levanto-me para ir ao banheiro, passo por algumas garotas que me olham,elas sempre olham,esbarro em uma menina, olho novamente e me parece ser a prima do meu amigo Ruan, é mais uma das garotas que ficam me olhando, às vezes fico constrangido, e claro não correspondo sou muito velho para elas, e várias delas são irmãs ou primas de meus amigos, não me vejo com nenhuma delas.
Volto a mesa e pego minha mochila e meu livro, saio sem olhar para trás, preciso partir, San Juanita já me deu tudo que podia, tenho boas lembranças da Fazenda Herrera, eu cresci neste lugar, mas foi aqui também que vi meu pai o tão poderoso Antônio Herrera, um dos maiores produtores de café do País, se afundar nas bebidas depois da morte da minha mãe, ele transformou-se na sombra do homem que era, sempre bebado, sempre bravo,e eu definitivamente não quero isso para mim.
Estou indo embora.
POR MANUELLA FREITAS
Estou na lanchonete, como em quase todos os dias, vejo quando o super, hiper, mega delicia do Santiago Herrera levanta para ir ao banheiro, e então vejo a esquisita da Annabel Rodriguez se levantar e ao passar pela mesa que ele estava, deixa um papel branco sob o livro que ele lia, então ela sai da lanchonete.
Apresso-me e pego o papel antes que ele volte do banheiro, preciso ver o que aquela garota escreveu.
Então vejo que é uma carta de amor, inacreditável, aquela menina estranha achava realmente que teria uma chance com ele, só podia ser piada.
Então rabisco, um bilhete marcando um encontro no cais e peço para um dos garotos que brincam na calçada entregar a ela, sem dizer a ela que havia sido eu.
Então no horário combinado, eu estava lá com minhas amigas e a coloquei em seu lugar. Se Santiago Herrera daria uma chance a alguém, esse alguém teria de ser eu, afinal eu era maravilhosa, meu pai era dono de toda rede de supermercados da cidade e eu era perfeita para ele.
E ele seria meu, custe o que custar.