Capítulo 02

1532 Words
Cheguei em casa com Julieta, ela veio o caminho inteiro me enchendo de perguntas e eu respondia a todas sem gaguejar, quando entrei vi Diego sentado no sofá e estranhei completamente, ele nunca estava em casa essa hora, muito menos sentado no sofá. Ele me encarou. - e então?- ele perguntou. - o médico disse que é stress.- eu disse sentando e ele riu. -stress do que? Vc nem faz nada, tem vida de madame, ta estressada com oq?-o olhei incrédula. - vc me deixou assim Diego, vc me destrói a cada dia que passa, vc me perturba e me deixa louca e aí vem dizer que nao tenho motivos pra me estres...- ele me interrompeu com um t**a ardido no rosto. Fechei meus olhos sentindo meu cabelo cair por cima. - se eu te deixo assim pq nao vai embora?- o olhei com raiva. Eu sempre apanhava mais por o desafiar,mas eu nao sabia ficar quieta. - como se vc me deixasse ir. Me prende nesse inferno. - ele segurou meu maxilar com força. - nós temos um trato. E eu só não te bato hoje pq temos um jantar da empresa pra ir e nao quero voce marcada. Vê se coloca uma roupa que te faça parecer a mulher do dono.- ele disse me soltando e subindo pro quarto. Meus olhos lacrimejaram e Madalena apareceu ali com um olhar de pena. - obedeça Celina, não quero que se machuque.- eu respirei fundo. - eu cansei do Diego Madalena, cansei.- eu disse por fim e subi indo pro outro quarto onde ficava o closet. Eu me obrigaria a ir na d***a desse jantar .mesmo. (...)  Saí do closet pronta, coloquei um vestido que ia até o joelho na for branca com detalhes pretos e desci até a sala, Diego já esperava. Ele me olhou dos pés a cabeça. - vamos.- ele disse levantando. - oq achou?- perguntei apontando pra minha roupa. - por que? - É tão difícil assim me elogiar?- eu perguntei me aproximando dele e ele se afastou. - quando vai entender que eu nao gosto de vc?- ele disse e aquilo de certa forma doeu. Eu achei que pelo menos um pouquinho ele gostava. - eu já entendi Diego. Vamos.- eu disse saindo na frente e ele bufou e me seguiu. Eu odiava aqueles jantares, só tinha gente rica e esnobe igual ao Diego mesmo e eu sempre ficava de lado. Assim que chegamos ele segurou minha mão, ele adorava mostrar a todos que vivíamos bem e éramos felizes,mas isso nao era verdade. Sentamos em uma mesa e logo encheu de pessoas em volta conversar com ele. Me aproximei e sussurrei pra ele. - vou beber alguma coisa, estou com sede.- ele me olhou e assentiu. Saí de perto de toda aquela gente e fui para a sacada que tinha para fora e fiquei um tempo lá onde cessava todo o barulho. Peguei uma bebida rápido e voltei pra perto de Diego. Ele conversou mais um pouco com as pessoas e logo sentamos apenas nós dois. - demorou. - ele disse. - tava meio perdida. - aham. - ele disse dando um gole na sua bebida e eu respirei fundo. Quando olhei em volta vi um primo meu vindo na minha direção e fazia muito tempo que eu não o via, reencontrar ele me fazia lembrar da perfeita infância que eu tive ao lado dele e do meu irmão. - Celina, minha bonequinha - ele sempre me chamou assim, eu sorri e me levantei o abraçando. - Lucas, que saudades...- ele sorriu. - nem me fale, não nos vemos há, o que? Dois anos? - isso, desde que saí da casa dos meus pais... É, Lucas esse é o meu...marido... Diego...- Diego levantou com a cara fechada. - Muito prazer Diego, sou o Lucas primo da Celina, aposto que ela falou muito sobre mim, a gente cresceu juntos - Diego soltou um sorriso debochado. - não, ela nunca nem tocou no seu nome. - Diego...- eu disse baixo o repreendendo. - bom, eu não quis atrapalhar vocês. - você não atrapalhou Lucas... - atrapalhou sim, estou tentando ter uma noite agradavel com a minha esposa, se puder dar licença eu agradeço.- Lucas me olhou desconcertado e eu suspirei, ele assentiu e foi se despedir de mim, mas Diego entrou na minha frente, lhe estendeu a mão e nem o deixou chegar perto de mim para um abraço. Lucas se despediu e saiu... Eu sentei na mesa completamente envergonhada pelo o que tinha acontecido. ...mais tarde... Eu já estava quase desmaiando de sono enquanto Diego bebia em silêncio do meu lado. - Diego...vamos embora? - nao enche Celina. -eu to cansada. - quer que eu te bata aqui mesmo? - vc é um idiota.-eu disse e ele me olhou com ódio e levantou. -vamos.- levantei também e ele me puxou pela mão. Logo um homem com uma câmera fotográfica na mão se aproximou. - Senhor Diego, por favor posso tirar uma foto sua e de sua esposa antes de ir? - claro.- ele disse e se aproximou do meu ouvido. - sorria como se não houvesse amanhã.-ele disse entre dentes... Rolei os olhos e sorri para a foto. - perfeita, obrigada.- o fotógrafo disse, ele me puxou e fomos para a área do estacionamento. - você tava parecendo uma p**a lá dentro abraçando aquele cara, o que as pessoas pensaram quando viram você abraçando outro homem na minha presença? - aquele cara cresceu comigo Diego, é como se fosse meu irmão mais velho... Você é doente...- ele agarrou no meu braço e foi me arrastando até o carro, de repente um menino de aparentemente uns 10 anos parou na nossa frente. - boa noite, vocês tem algum trocado para eu comprar uma comida?- olhei para aquela criança, estava com roupinhas sujas, com uma nota de dois reais amassada nas mãos e com o olhar entristecido... - quem te deixou entrar moleque? Aqui não é lugar para gente como você. - Para Diego, deixa eu ver o que eu tenho.- eu disse abrindo minha bolsa e Diego arrancou a bolsa da minha mão. - não vai dar o meu dinheiro para um pivete...- o menino me olhou - tá tudo bem tia, que Deus cuide da senhora.- ele disse e saiu correndo... Eu engoli o nó na minha garganta e Diego me empurrou para dentro do carro. - você é ridículo, era só uma criança passando fome, nem isso faz você ser uma pessoa melhor?- eu perguntei com raiva... - não me desafie mais por hoje Celina... Ele me prensou contra seu corpo e a porta do carro: - nunca mais fala daquele jeito comigo ta ouvindo?- senti o cheiro de bebida e virei o rosto. Ele me soltou e deu partida no carro feito um doido. - Diego dirige devagar por favor. - que d***a Celina ta chata hoje em? - eu nao quero morrer seu i****a, para esse carro.-ele riu. - eu adoro quando vc sente medo sabia?-ele disse e eu engoli em seco. - para o carro Diego. - eu disse quase entrando em desespero. Ele furou o sinal vermelho e quase deu de encontro na traseira de um caminhão, freou a tempo, mas foi um impulso tão grande que ele acabou batendo o rosto muito forte e começou sair sangue. Eu consegui me segurar. - eu disse pra ir devagar.- eu disse o olhando com raiva. -vc tem algum problema? - meu problema é vc. - ele disse dando um soco no volante. .................................... Respirei fundo imaginando o que estava por vir, entramos dentro de casa, tirei meu salto e senti Diego segurar forte no meu braço. - me solta...- eu disse segurando o choro e ele me puxou escada acima. - isso é para você aprender a não me desacatar se insinuando para outro na minha frente. - por favor Diego, era meu primo, você tá ficando louco.- entramos no quarto, ele me jogou na cama e fechou a porta, tirou o cinto da sua calça e começou a me bater... Maldita hora que eu estava com um vestido que deixava minhas coxas a mostra... Nesses momentos era impossível segurar o choro... - para... Para, por favor...- eu dizia tentando me esquivar. - Vai aprender a se comportar como mulher de verdade e não uma p**a barata...- ele largou o cinto e começou com a sequência de murros no meu corpo, na minha barriga, no meu rosto... Eu tentava me proteger, mas era impossível, ele era mais forte que eu... Ele me deu um murro no rosto, caí com o rosto contra a cama, senti o sangus escorrendo da minha boca... Ele parou e eu só ouvia sua respiração ofegante... - você pediu isso...- ele disse e saiu entrando no banheiro e fechando a porta... No quarto ecoava o meu choro, a dor física, mas principalmente a dor mental... Era enorme a humilhação que eu sentia, o ódio de mim mesma de não ter forças o suficiente para me proteger do meu próprio marido... Eu comecei a ter nojo de mim mesma por saber que eu não tinha poder para mudar minha própria situação.
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